Sindicatos do Rio e Baixada discutem segurança com a Caixa

Na última terça-feira, dia 09, representantes dos sindicatos do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense se reuniram com o gerente da Giseg-Rio, Guilherme Nóbrega, para pedir providências quanto à segurança das agências da Caixa. Depois de seis anos sem nenhum assalto a mão armada a unidades do banco em todo o estado, foram registradas dez ocorrências somente no último trimestre de 2014, nos municípios do Rio de Janeiro, Nilópolis e Nova Iguaçu. Nesta quinta-feira, dia 11, houve mais um assalto, na agência Monsenhor Félix.

Das agências assaltadas, duas tiveram mais de uma ocorrência: Curicica e Rua do Senado. A maioria das unidades tem em comum o fato de serem pequenas e terem sido inauguradas recentemente. Houve também ocorrências de assaltos a agências fechadas, para roubo dos armamentos dos vigilantes, em unidades na Baixada Fluminense – Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis e Queimados.

Mas, segundo os sindicalistas, o pânico se instaurou entre os funcionários de toda a rede. “Alguns funcionários de agências assaltadas foram agredidos, mas não tivemos nenhum ferimento a bala e nenhuma morte entre bancários, vigilantes ou clientes. Mas bancários não estavam mais acostumados a este tipo de ação e estão apavorados. E não é para menos, porque estas ações podem terminar em tragédia”, observa Ricardo Maggi, diretor de Bancos Federais da Fetraf-RJ/ES.

Fora de circulação

O gerente de segurança da Caixa ouviu as reivindicações e informou algumas medidas que a Caixa vem adotando para tentar conter a onda de assaltos. Guilherme Nóbrega destacou que a Polícia Federal já identificou quase todos os membros da quadrilha e que alguns já foram presos numa tentativa de roubo a uma agência do Santander em Realengo, no início do mês. “Ele informou que as investigações sobre a quadrilha estão avançadas e que é questão de tempo até que os demais integrantes sejam presos”, relata Maggi.

Nóbrega também informou que o banco está dando toda assistência aos bancários e que está emitindo CAT para todos os empregados lotados nas agências assaltadas. O gerente da Giseg relatou também que a Caixa tem trocado informações sobre segurança com outros bancos, com objetivo de desenvolver ações preventivas comuns para enfrentar esta situação.

A Caixa também já está providenciando a instalação de armários para guardar os pertences dos clientes e usuários e evitar a entrada de pessoas com volumes nas unidades. Em breve todas as agências já terão guarda-volumes à disposição do público.

Os sindicalistas observaram que uma medida preventiva importante seria a implantação de cofres com retardo de abertura também no autoatendimento. “Esta reivindicação será levada à próxima mesa de negociação com a Caixa, que deve acontecer em Janeiro”, informa Maggi.

Atrevimento

Alguns assaltos surpreendem pela ousadia dos bandidos. Como não é possível passar com armas pelas portas giratórias, os ladrões encontram formas de disfarçá-las que são dignas de cinema. “Guilherme contou que, uma vez, um homem chegou à agência vestido de branco, com uma maleta. Quando a porta travou, ele mostrou rapidamente o conteúdo, dizendo que era médico e que aqueles eram seus equipamentos. O vigilante liberou a porta e o homem passou com as armas escondidas na maleta, embaixo dos tais equipamentos médicos”, relata Maggi. Numa outra ação ousada – e de longa preparação – um homem foi em três dias diferentes à mesma agência, usando muletas. Nas duas primeiras vezes, quando a porta travou, ele alegou que era por causa do metal das muletas. O homem entrou, realizou uma operação qualquer e saiu. Na terceira vez, o vigilante, considerando que o homem já era conhecido, liberou sua entrada. O suposto deficiente entrou, colocou-se num ponto cego da agência e passou as armas para mais três comparsas, e o assalto foi praticado.

Representantes

Além de Ricardo Maggi, representando a Fetraf-RJ/ES, compareceram à reunião os diretores do Seeb-Rio Leonardo Lima, Neusa Iorio e Júlio Cândido; pelo Seeb-Baixada, José Guilherme; pela Contraf-CUT, Sérgio Amorim; e pela Apcef-Rio, Francisco Xavier.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES