Seeb Petrópolis denuncia Itaú ao MPT por meta para caixas

A direção do Sindicato dos Bancários de Petrópolis protocolou denúncia junto à Procuradoria do Trabalho contra o Itaú no último dia 24 em razão da exigência de cumprimento de metas pelos funcionários com função de caixa. Os sindicalistas apresentaram provas documentais que revelam que o banco não só obriga os empregados a venderem produtos, mas só oferece oportunidades de promoção aos bancários que apresentarem bom desempenho em vendas.

Foram apresentados documentos do banco que comprovam o abuso. O sindicato anexou à denúncia, entre outros materiais, os contratos de trabalho dos caixas e também dos Assistentes de Negócios, funcionários da área comercial responsáveis, oficialmente, pela venda de produtos. “No contrato dos caixas não está listada a atribuição de vender produtos, mas no de Assistente, sim. Isto prova que a atividade não faz parte das tarefas do caixa. O banco até determina que eles ofereçam produtos de acordo com a necessidade do cliente, mas isto não pode ser confundido com a obrigação de bater meta”, pondera Conrado Felipe Klippel, diretor do Seeb-Petrópolis.

O sindicalista informa que, conforme apurado pela diretoria da entidade, os caixas do Itaú vendem a maioria dos produtos comercializados pelo banco. “Eles vendem plano de capitalização, criam e ampliam limite para cheque especial nas contas dos correntistas, tudo no guichê. Até seguros e previdência privada eles comercializam. Estes dois últimos, inclusive, não podem ser vendidos por funcionário que não tenha registro na SUSEP, o órgão do governo federal que controla e fiscaliza o mercado de seguros e de previdência”, acrescenta Conrado.

O desempenho dos caixas em vendas pode até definir seu futuro dentro do banco. A cada seis meses eles são avaliados também pelo índice de cancelamento dos produtos vendidos. Um índice de cancelamento alto é utilizado como argumento do gestor para demitir o funcionário. E de demissão em demissão, além do aumento de rotatividade, o banco também enxuga seu quadro de funcionários e prejudica toda a sociedade. As metas estipuladas para os caixas são discrepantes e as agências com menor volume de movimentações financeiras acabam sendo prejudicadas.

Fonte: Fetraf-RJ/ES com Seeb-Petrópolis