PROJETO DE LEI PRETENDE CRIAR DIA NACIONAL DE LUTA DOS POVOS INDÍGENAS

Brasília – O projeto de lei que institui o dia 7 de fevereiro como Dia Nacional de Luta
dos Povos Indígenas pode ser aprovado em março pelo
Senado. A expectativa é do autor da proposta, senador Paulo
Paim (PT–RS). A data marca a morte do líder indígena Sepé
Tiaraju, que lutou contra a dominação espanhola e portuguesa
no Rio Grande do Sul.
 
Cerca de mil lideranças indígenas do povo guarani – vindas de
oito estados, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai – estão
reunidas até terça-feira (7) no município de São Gabriel (RS),
localizado a 320 quilômetros de Porto Alegre. Desde ontem (3)
participam da Assembléia Continental do Povo Guarani,
organizada para lembrar os 250 anos da morte do líder
indígena Sepé Tiaraju.
 
Em homenagem ao índio guarani, o Senado aprovou em
janeiro voto de louvor, também iniciativa do senador Paim.
O voto será apresentado na Assembléia Continental do Povo
Guarani, que reúne cerca de mil lideranças indígenas de oito
estados, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai até terça-feira
(7) no município de São Gabriel (RS), localizado a 320
quilômetros de Porto Alegre.
 
“Sepé enfrentou os invasores, coordenou as lideranças
indígenas e se tornou mais do que uma lenda, um herói
nacional. Entendemos que a história de Sepé Tiaraju deve ser
contada e recontada para brancos, negros e índios”, disse
Paim à Agência Brasil.
 
O senador informou ainda sobre outro projeto de lei que prevê
a inclusão do líder na lista dos heróis da pátria. “Sepé Tiaraju
está para os povos indígenas, mais ou menos, como Zumbi
para os negros”.
 
Sepé (José) Tiaraju (facho de luz) nasceu na comunidade
jesuíta de São Luiz Gonzaga, localizada no Rio Grande do
Sul, por volta de 1723. Essa missão com mais outras seis
formavam os Sete Povos das Missões, que viviam sob
domínio espanhol.
 
Em 1750, a Espanha assinou o Tratado de Madri em que
trocou as sete missões pela Colônia do Sacramento dos
portugueses. O tratado obrigou os guaranis e missionários
das missões a viver na outra margem do rio Uruguai. Sepé
Tiajaru liderou a resistência de seis anos ao acordo dos
espanhóis e portugueses. Ele contou com o apoio do
corregedor da missão de Santa Maria, Nicolau Nenguiru.
 
O líder indígena foi morto no dia 7 de fevereiro de 1756, na
região chamada de Batovi, atual município de São Gabriel. De
acordo com relatos históricos, ele teria sido morto por um
golpe de lança de um português e um tiro de um espanhol.
Nos três dias seguintes, 1,5 mil índios guarani foram
massacrados por soldados dos dois países.

 

(Por Carolina Pimentel – da Agência Brasil – Com informações do Conselho Indigenista Missionário – Cimi)

 

 

Fonte: