NOSSA CAIXA: UMA VENDA SOB SUSPEITA

São Paulo – A privatização da subsidiária Previdência e Seguros da Nossa Caixa, no ano passado, para a espanhola Mapfre é alvo de intensa contestação na Justiça por parte dos trabalhadores. Antes do leilão, em maio, a Superintendência de Seguros Privados (que controla e fiscaliza os mercados de seguro, previdência privada etc.) informou que a Mapfre não tinha condições de participar do leilão e que sequer era autorizada a funcionar.

Mais grave é que um dos membros do Programa Estadual de Privatização, que autorizou a venda da subsidiária, Rui Martins Altenfelder (nomeado por Geraldo Alckmin), também é conselheiro da Mapfre.

“Na prática, o leilão simplesmente entregou a Nossa Caixa para a empresa espanhola (apesar das irregularidades que o governador conhecia). A Mapfre está liberada para usar toda a estrutura do banco para suas operações no País: o nome, as agências, os equipamentos, os clientes e os funcionários. Trata-se de falta grave e estamos contestando a venda na Justiça”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.

Favor aos amigos

A Folha de S.Paulo, em edição de 24 de janeiro, afirma que Quest, corretora de valores do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, foi escolhida – sem licitação – para dirigir um novo fundo de investimentos da Nossa Caixa.


Por “coincidência”, Luiz Carlos é o principal assessor econômico para a pré-campanha eleitoral de Geraldo Alckmin. Foi também presidente do BNDES e ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso. Por ter comandado a venda de dezenas de estatais, ficou conhecido como o ‘Senhor Privatização’. Seus planos incluíam a venda de empresas como a Petrobras e o Banco do Brasil.

 


(Por Fábio Michel – Sindicato de São Paulo – em 6/fev)

 

 

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