GREVE DE TRABALHADORES TERCEIRIZADOS PÕE EM XEQUE POLÍTICA DE CONTRATAÇÃO DA PETROBRÁS

Duas greves de trabalhadores que prestam serviço para a Petrobrás reforçaram a necessidade da empresa alterar sua política de terceirização e contratação. No Rio Grande do Norte, os trabalhadores da Empercom cruzaram os braços no dia 20 por quatro horas, denunciando condições precárias de trabalho e de salários que foram agravadas ainda mais após a anulação do novo contrato que a empresa ganhou.

  

No Espírito Santo, cerca de 200 trabalhadores dos setores de limpeza, construção civil e vigilância iniciaram uma greve de advertência de 24 horas que acabou se estendendo por mais dois dias. Eles retornaram ao trabalho na quinta-feira (23), após a Gerência Geral da Petrobrás no estado ter agendado uma reunião para discutir as reivindicações dos trabalhadores no próximo dia 06.

 

IGUALDADE DE DIREITOS – A greve dos trabalhadores que prestam serviços de limpeza, construção civil e vigilância para as unidades da Petrobrás no Espírito Santo alertou a companhia para as péssimas condições de trabalho e salários a que são submetidos. Eles ganham, em média, pouco mais de um salário mínimo, sem direito a adicionais, com regimes de trabalho irregulares e condições de trabalho totalmente diferenciadas dos demais trabalhadores terceirizados. A Greve de 72 horas que realizaram teve o objetivo de alertar a Petrobrás para essa situação. Segundo o Sindipetro-ES, o setor responsável pelos orçamentos de contratos da companhia no estado, além de estar hoje totalmente terceirizado, têm várias denúncias de irregularidades. Os trabalhadores esperam que na reunião com a Gerência local, marcada para o próximo dia 06, a Petrobrás tome providências em relação a essas denúncias.

 

IMPASSE NA EMPERCOM – O contrato que a empresa de sondagem tem com a Petrobrás no Rio Grande do Norte encerra-se no dia 31 e os trabalhadores, que já vivem sob condições precárias, não sabem que destino terão. A empresa venceu a licitação de um novo contrato com a Petrobrás, mas foi desclassificada pela companhia. A Empercom e a Petrobrás brigam na Justiça para resolver o impasse, enquanto os trabalhadores cobram o cumprimento do acordo coletivo, onde a empresa se comprometeu a reajustar os salários e a implantar um plano odontológico, mas não fez nenhuma coisa, nem outra. A Petrobrás propõe, em caráter emergencial, remanejar os trabalhadores para a nova empresa que fará o trabalho de sondagem até a Justiça decidir a questão. O Sindipetro-RN tem feito reuniões com a Empercom e a nova empresa contratada para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados durante a transição.

Fonte: CUT