Encontros estaduais de bancos privados definem reivindicações e delegação

Foram realizados no último dia 18 os Encontros Interestaduais dos bancos privados Bradesco, HSBC, Itaú e Santander, que aconteceram simultaneamente no auditório do Seeb-Rio. Participaram do evento ao todo 90 dirigentes dos sindicatos filiados à Fetraf-RJ/ES e foram definidos os 75 delegados que vão compor a delegação da base nos Encontros Nacionais, que acontecem nos dias 26 e 27 de maio.

Para o diretor da Secretaria de Bancos Privados da Fetraf-RJ/ES, Euclides Neto, o encontro foi muito produtivo. “Discutimos questões que são recorrentes no dia a dia dos bancários de nossa base e precisam de atenção do movimento sindical. Também falamos sobre a ameaça que é o PL 4330, que pode trazer consequências trágicas para a categoria e jogar no lixo quase nove décadas de conquistas do movimento sindical bancário”, destacou o dirigente.

Os dirigentes do Bradesco concordaram que é preciso resgatar o papel da COE e decidiram realizar reuniões mensais do coletivo interestadual dos funcionários do banco. Entre os temas discutidos havia alguns recorrentes, como o programa de reabilitação, assédio moral, segurança no local de trabalho, a recusa do banco em emitir CAT, escassez de funcionários e agências sem caixas, entre outros. Ficou definido que serão levadas ao evento nacional as seguintes reivindicações: auxílio educação; plano de saúde para os aposentados e a extensão dos benefícios aos pais dos funcionários; e a criação de um PCCS. Foram definidas também ações que serão propostas para integrar um plano nacional de lutas a ser aplicado no restante do ano. O encontro teve a participação de 21 empregados do Bradesco.

O coletivo de dirigentes do Itaú discutiu os temas por grupos. Em Saúde e Condições de Trabalho, foram apontados principalmente problemas relativos ao assédio moral e à cobrança por produtividade. Os sindicalistas reivindicam que sejam suspensas as metas de vendas na área operacional, sobretudo para os caixas. Os bancários são pressionados até a vender produtos em eventos sociais e familiares, o que põe grande pressão sobre a vida pessoal do funcionário. Ao mesmo tempo, são pressionados a orientar clientes a usar caixas eletrônicos, inclusive recusando algumas operações, o que tem gerado conflitos com os clientes e usuários. Os bancários também não consideram justo que um assistente, quando substitui seu gerente em férias, não receba a comissão pelo serviço que fez. O assédio moral cresce e tem aumentado o adoecimento mental. Os aposentados que ainda estão na ativa sofrem muito com assedio e também são tratados de forma inadequada pelo banco quando precisam se licenciar por motivo de saúde. O banco ainda insiste em exibir rankings de desempenho. As agências estão sucateadas e não há emissão de CAT em caso de assalto. No tema Segurança Bancária foi incluída a reivindicação do aumento do número de vigilantes por agência, o fim da guarda das chaves por funcionários e o fim da revista pessoal, problema que está causando muitos transtornos e constrangimentos. O fim das demissoes, as contratações imediatas para suprir a carência de funcionários, a melhora da PCR e a negociação do auxílio-educação são pautas urgentes do tema Emprego. A redução do valor descontado pelo plano de saúde, o aumento da rede credenciada e a extensão do plano familiar a todos integraram as discussões sobre Convenio Médico. Foi levantada a dúvida quanto ao não repasse, pelo banco, das mensalidades dos bancários associados e os dirigentes sugeriram que a Fetraf-RJ/ES faça uma pesquisa junto aos departamentos de tesouraria dos sindicatos filiados. O Sindicato de Campos trouxe questões específicas quanto ao horário estendido, com bancários cumprindo jornada de oito horas com apenas um intervalo de 15 minutos para lanche. Outra queixa dos bancários de Campos é relativa ao plano de saúde, com uma rede credenciada muito restrita, em função do baixo valor pago pelo plano por consultas e procedimentos. Os campistas denunciaram, ainda, que o banco exige que o abono-assiduidade seja cumprido somente no dia 31 de dezembro de cada ano. Foi aprovada, ainda, uma moção de repúdio à demissão de um integrante da direção da Fetraf-RJ/ES lotado no Rio de Janeiro. Participaram do encontro 36 representantes do Itaú.

Sindicalistas do HSBC discutiram uma pauta extensa. Uma das propostas é a realização de levantamentos para averiguar o desvio de função dos participantes do programa Jovem Aprendiz; as horas extras compensadas e também as que são descontadas em horário de almoço; e a contabilização do número correto de funcionários demitidos em todo o país. Os sindicalistas também definiram que é preciso continuar a pressão sobre os parlamentares locais para que intervenham junto ao banco para garantir o emprego dos trabalhadores, que está sob constante ameaça. Também serão cobradas a reposição imediata dos demitidos para reverter a situação de sobrecarga de trabalho e a reversão de demissões irregulares, como de licenciados e bancários em período pré-aposentadoria. Os representantes da base da Fetraf-RJ/ES vão reivindicar ao Departamento Jurídico da Contraf-CUT que acompanhe o acorde de dois anos para manutenção do emprego. Ficou acordado, ainda, que os sindicalistas vão discutir com o banco sobre as constantes cobranças sofridas pelos bancários para que participem dos treinamentos sobre lavagem de dinheiro e riscos operacionais. O corpo funcional do HSBC foi representado no encontro por 15 dirigentes.

Os funcionários do Santander discutiram temas que são comuns à maioria dos bancos, como escassez de funcionários, sobretudo na função de caixa, assédio moral e a negativa de recebimento de contas e boletos, que tem gerado conflito entre bancários e o público. Também foram discutidas questões específicas, como problemas nos Call Centers e dificuldade de ação sindical nestes locais, o programa Retorne Bem, que atende aos funcionários no retorno após licenças e afastamentos e a substituição de funcionários para cursos e férias. Outros assuntos abordados foram o ponto eletrônico, o SantanderPREV e o plano de saúde. Dezoito bancários do Santander participaram do encontro.

Os sindicatos de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Macaé, Nova Friburgo, Niterói, Petrópolis, Rio de Janeiro, Sul Fluminense e Teresópolis enviaram representantes ao evento.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES