ECONOMIA SOLIDÁRIA – Ministros da Venezuela conhecem Banco Palmas

Os ministros da Venezuela, Elias Jaua, da Economia Popular, e Gustavo Márquez, da Integração e Comércio Exterior, visitaram, na manhã deste sábado, dois projetos de economia solidária em Fortaleza: O Banco Palmas, no Conjunto Palmeiras, e o Credsol, no Grande Bom Jardim.

Os ministros – que retornaram a Caracas, na tarde de ontem – estavam acompanhados de uma comitiva formada por dirigentes de órgãos dos governos venezuelano e brasileiro.

O ministro Elias Jaua, da Economia Popular, conheceu o Banco Palmas, uma experiência pioneira de economia solidária no Brasil. Inicialmente, ouviu atentamente os pronunciamentos de autoridades locais e de Dione Menetti, dirigente da Secretaria Nacional de Economia Solidária.

Dione Menetti destacou o Banco Palmas como sendo uma referência bem sucedida que “comprova a viabilidade de criar instituições que atendam às reais necessidades do povo brasileiro, na perspectiva de proporcionar crédito para quem precisa”.

O ministro Elias Jaua disse que a visita da delegação venezuelana a Fortaleza faz parte da política de integração da América Latina defendida pelo presidente Hugo Chavez. “Temos interesse em conhecer as experiências brasileiras no setor da economia solidária porque acreditamos que esse seja o caminho para se fortalecer a economia social e popular no continente sul-americano”, enfatizou Elias Jaua.

Criado em 1998, o Banco Palmas foi o primeiro banco comunitário implantado no Brasil. Hoje, já existem sete bancos semelhantes em todo o País. No Interior do Ceará, 10 estão em fase de implantação e três estão em pleno funcionamento nos municípios de Paracuru, Santana do Acaraú e Palmácia.

Administrado pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeiras, o Banco Palmas encerrou 2005 com uma carteira de R$ 120 mil em empréstimos efetuados. Segundo Sandra Magalhães, coordenadora de projetos, 1.300 famílias do Conjunto Palmeiras utilizam os créditos do banco.

Além dos empréstimos, o Banco Palmas possui uma moeda social, a “Palmas”, equivalente a R$ 1,00, que circula naquele bairro desde 1991. Ela é aceita em estabelecimentos comerciais, postos de combustíveis e transportes alternativos.

Os créditos do Banco Palmas concretizaram o surgimento de sete empreendimentos comerciais (nos setores de moda, artesanato, limpeza, beleza, entre outros), que geraram 5 mil empregos para a população local. Os empréstimos variam de R$ 300 a R$ 1 mil, com juros de 1% a 2% ao mês.

Os saldos positivos do Banco Palmas, no combate a pobreza, na promoção da cidadania e na geração de emprego e renda, foram reconhecidos com duas premiações, no ano passado. Uma delas foi o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social.

Os programas de economia solidária desenvolvidos pelo Centro Herbert de Souza e a Fundesol no Grande Bom Jardim foram visitados pelo ministro Gustavo Márquez, da Integração e Comércio Exterior da Venezuela. Durante a visita, ele conheceu a modalidade eletrônica do cartão de crédito solidário Credsol, que há quatro anos leva crédito de consumo para os moradores pobres do Bom Jardim, Granja Lisboa, Granja Portugal, Siqueira e Canindezinho.

 

 

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