DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS

RACISMO SERÁ O TEMA

O tema do Dia Mundial de Luta contra a Aids 2005 é “Aids e racismo. O Brasil tem que viver sem preconceito”. Para marcar a data, haverá uma solenidade em homenagem a organizações, instituições e personalidades que contribuíram para  diminuir o preconceito e a vulnerabilidade dos negros à epidemia. Serão colocados galhardetes nas principais ruas de Brasília e  um banner de oito metros de altura no edifício da Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Sepir), na Esplanada dos Ministérios.

A solenidade em Brasília terá a participação do presidente Luis Inácio Lula da Silva, do ministro da Saúde, Saraiva Felipe, da secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, e de integrantes do movimento negro.

Salvador – terá um show com 12 artistas e dois grupos musicais, para cerca de 5,5 mil pessoas. O objetivo é promover a inclusão racial e enfrentar a epidemia.


Vulnerabilidade dos negros – O Boletim Epidemiológico de 2004 mostrou pela primeira vez os números da epidemia segundo raça e cor. De acordo com os dados, os casos notificados com a variável raça/cor tiveram queda proporcional entre as pessoas que disseram ser da cor branca (de 65,5% para 62% entre os homens e de 63,9% para 56,7% entre as mulheres) e aumento proporcional entre aquelas que se auto-referiram como sendo pretos ou pardos (de 33,4% para 37,2% entre os homens e de 35,6% para 42,4% entre as mulheres).

A Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas Sexuais na População Brasileira, publicada em 2004, constatou que o conhecimento sobre as formas de transmissão do HIV é maior entre a população branca (73%) do que entre a negra (63,5%).

O Atlas Racial Brasileiro 2004 mostrou que, em geral, a população negra é mais pobre (50% está abaixo da linha de pobreza), tem menor esperança de vida ao nascer (66,2 anos, contra 71,5 anos para os brancos), tem escolaridade mais baixa (média de 6,3 anos de estudo, contra 8 anos da população branca) e menos acesso aos serviços de saúde (1,83 consultas por ano, enquanto os brancos realizam 2,29 consultas).

 


POR QUE AS MULHERES SÃO MAIS ATINGIDAS?

A epidemia do HIV atinge mais os jovens e mulheres nos países pobres. A desigualdade de gênero e o comportamento masculino aumentam os riscos de contágio através do sexo forçado e do estupro. Muitas são obrigadas a deixar o trabalho e os estudos para cuidar dos parentes doentes. Com isso, perdem a oportunidade de se educar e se manter. As mulheres mais velhas, quase sempre, tomam a responsabilidade dos netos e outras crianças órfãs cujos pais adoecem e morrem.

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