Contraf-CUT faz primeira reunião sobre cobrança de metas com o BB

Assessorada pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, a Contraf-CUT realizou nesta quinta-feira 4, em Brasília, a primeira Mesa Temática Sobre Forma de Cobrança de Metas com a direção do BB, conforme foi acertado no último acordo coletivo.



O Banco do Brasil foi representado na mesa pela Diref (Diretoria de Relacionamento com os Funcionários), Dired (Diretoria de Distribuição) e pela Disap. Pela Contraf-CUT, além da Comissão de Empresa, participou um grupo formado em sua maioria por dirigentes sindicais em atuação na área negocial do BB.



Os assuntos da Mesa Temática foram amplamente debatidos nos locais de trabalho durante a Campanha Nacional 2014, e também agora, para colher os principais problemas apontados pelos bancários no cotidiano de cumprimento de metas e a forma como são feitas as cobranças.



Metas X Orçamento



Os temas mais debatidos foram a cobrança excessiva via mensagens de textos SMS e whatsapp, onde, além da cobrança dos resultados, os administradores ainda cobram resposta das mensagens enviadas com cobranças extra.



Sinergia



Os trabalhadores denunciaram um número excessivo dos chamados “desafios diários”, onde a soma das metas é maior do que o orçamento inicial, com impacto da realização extra no orçamento do ano seguinte em função da série histórica. Os funcionários reclamam também da constante reorçamentação de metas durante o semestre.



Metas X GDP



Mais uma vez, a Contraf-CUT se posicionou contra as metas na Gestão de Desempenho Profissional (GDP), relatando novos problemas na pressão aos bancários, pois muitos administradores estão fazendo anotações incluindo metas referentes aos desafios.



Foi também relatado um desvirtuamento do TAO-Sistema de Seleção, uma vez que estão usando as metas diárias como critérios de seleção. Em muitas superintendências, os gerentes regionais cobram “alinhamento” em relação aos desafios em detrimento da meta já alcançada, gerando pressão abusiva sobre os funcionários.



Metas X ranking



A Contraf-CUT denunciou ainda que a ferramenta PIN (Painel de Informação Negocial) disponível na intranet do BB é uma forma disfarçada de ranqueamento, uma vez que está acessível a qualquer funcionário com filtros de ranking.



Gerentes gerais e superintendências



Também foi apontado nas superintendências estaduais e regionais um excesso de audioconferências e também a desvalorização do gerente geral, que alega não ter como se planejar, já que a meta acordada com a equipe se altera toda hora, em função das constantes mudanças de direcionamento exigidas pela regional.



Essas constantes alterações têm gerado excessos de cobrança e assédio, que muitas vezes causam adoecimento, gerando afastamentos por licença-saúde. Muitas agências estão com vários claros na dotação do número de funcionários.



Sérgio Farias, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/BB, destaca que esta situação acaba piorando ainda mais as condições de trabalho na rede. “Como o número de bancários afastados por problemas de saúde é significativo, hoje, nas agências, os funcionários vivem o dilema orçamento X dotação. As metas continuam altas, independente da quantidade de funcionários disponíveis para realizar o serviço”, critica o dirigente.



Valorização da gerência média



Dentro das discussões da mesa, também foi abordada a valorização das gerências médias nas questões salariais, onde foram apontadas reclamações quanto à remuneração dos gerentes do Carteirão (carteiras mista de PF e PJ) e os gerentes de relacionamento Personalizado 1.



Contratações



A Contraf-CUT cobrou do banco as novas contratações acordadas na Campanha 2014. O banco apresentou o número de 956 novas convocações com um total de 304 posses. Explicou que a maioria ainda está em fase de documentação para ser empossada. Os funcionários cobraram agilidade nas posses, para que sejam cobertos mais rapidamente os claros nas agências.



“Essa foi uma mesa bastante produtiva, onde os problemas foram apresentados com clareza e propriedade pelos funcionários e houve da parte do banco um compromisso em debater francamente a forma como as metas são cobradas dentro da empresa”, avalia Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa. “É importante a participação da gerência média na construção dessas mesas, pois podemos a partir de agora resolver os excessos e consequentemente melhorar a condição de trabalho dos funcionários.”



“Foi importante a disposição da Dired nos debates, já que foi a primeira mesa com essa diretoria depois de muitos anos”, acrescenta Wagner. Sergio Farias concorda com esta avaliação. “Foi positiva a presença da DIRED que é a responsável pela rede de agências, pois esta diretoria detém os dados mais detalhados, além de ter alçada para tratar dos problemas apresentados. Esperamos que, com isso, na próxima mesa, o BB nos apresente as mudanças necessárias”, avalia.



Continuidade da mesa



Os funcionários e o BB acertaram que a Mesa Sobre Cobrança de Metas continuará em março de 2015 para a ampliação do debate interno do banco com as questões apresentadas e também para ampliar o debate dos sindicatos com os trabalhadores nos locais de trabalho.

Fonte: Fetraf-RJ/ES, com Contraf-CUT