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Esgarçamento da política

Frei Betto *





Esgarçar: afastarem-se, soltarem-se os fios de um tecido (Caldas Aulete).


Quem é direita e esquerda hoje no Brasil? Eis um dilema shakespeariano. A direita, representada pelo DEM, se acerca do PMDB e, na palavra do senador Agripino Maia, propõe “oposição branda” ao governo Dilma Rousseff, que se considera de esquerda.


O PPS do deputado Roberto Freire, versão ao avesso do Partido Comunista, apoia as forças mais retrógradas da República. O PDS de Kassab e o PMDB de Sarney ficam em cima do muro, atentos para o lado em que sopram os ventos do poder.


Como considerar de esquerda quem elege Renan Calheiros presidente do Senado, e Henrique Alves, da Câmara dos Deputados. Você, caro(a) leitor(a), qualifica como de esquerda quem se apoia em Paulo Maluf, Fernando Collor de Melo e Sarney?


Desde muito jovem aprendi que a esquerda se rege por princípios e, a direita, por interesses. E hoje, quem coloca os princípios acima dos interesses? Como você, que é de esquerda, se sente quando se depara com comunistas apoiando o texto do Código Florestal que tanto agrada a senadora Kátia Abreu?


A esquerda entrou em crise desde que Kruschov, líder supremo da União Soviética, denunciou os crimes de Stalin, em 1956. Naquela noite de fevereiro, vários dirigentes comunistas, profundamente decepcionados, puseram fim à própria vida.


Depois que Gorbachev entregou o socialismo na bandeja à Casa Branca, e a China adotou o capitalismo de Estado, a confusão só piorou.


Muitos ex-esquerdistas proclamam que superaram o maniqueísmo esquerda x direita, inadequado a esse mundo globalizado. Mera retórica para justificar o aburguesamentos de quem, em nome da esquerda, alcançou um estilo de vida à imagem e semelhança dos poderosos da direita: muita mordomia e horror, como confessou o general Figueiredo, ao “cheiro de povo” (exceto na hora de angariar votos).


Ser de esquerda, hoje, é defender os direitos dos mais pobres, condenar a prevalência do capital sobre os direitos humanos, advogar uma sociedade onde haja, estruturalmente, partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano.


O fato de alguém se dizer marxista não faz dele uma pessoa de esquerda, assim como o fato de ter fé e frequentar a igreja não faz de nenhum fiel um discípulo de Jesus. A teoria se conhece pela práxis, diz o marxismo. A árvore, pelos frutos, diz o Evangelho.


Se a prática é o critério da verdade, é muito fácil não confundir um militante de esquerda com um oportunista demagogo: basta conferir como se dá a relação dele com os movimentos populares, o apoio ao MST, a solidariedade à Revolução Cubana e à Revolução Bolivariana, a defesa de bandeiras progressistas, como a preservação ambiental, a união civil de homossexuais, o combate ao sionismo e a toda forma de discriminação.


Quem é de esquerda não vende a alma ao mercado.


 


* Frei Betto é escritor, autor do romance histórico “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org     Twitter:@freibetto.





Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

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Dirigentes do Itaú definem propostas para encontro nacional

O Encontro Interestadual dos Dirigentes Sindicais do RJ e ES foi realizado na última quinta-feira e reuniu 50 sindicalistas da base da Federação. O objetivo do evento foi definir as propostas que serão enviadas ao encontro nacional dos funcionários do banco, marcado para 02, 03 e 04 de abril, em Embu das Artes – SP.


A representante da base da Federação na COE Itaú, Jô Araújo, ressalta que a atual situação do banco modificou o debate. “Sempre defendemos que o tema Saúde e Condições de Trabalho é o mais importante, porque sem saúde não é possível trabalhar. Mas, diante da política de demissões que o banco vem adotando, a defesa do emprego será o ponto chave do encontro. O Itaú é o banco que mais demite e o que mais extingue vagas em todo o sistema financeiro. Desde a fusão com o Unibanco, foram eliminados 13.690 postos de trabalho em todo o país”, relata a sindicalista.


Estiveram presentes representantes dos sindicatos da Baixada Fluminense, Campos, Espírito Santo, Itaperuna, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis e Rio de Janeiro.


Inscrições


As inscrições para o encontro nacional já estão abertas. Os sindicatos que ainda não inscreveram seus representantes devem se apressar. São somente 200 vagas e não há divisão por federação. As informações completas sobre o encontro estão no comunicado COM02913, na área de acesso restrito do site da Contraf-CUT.



 

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Seeb-Macaé paralisa agência do Santander por carência de funcionários

A agência bancária do Santander do Shopping Plaza Macaé foi paralisada na manhã desta quinta-feira (21) pelo Sindicato dos Bancários devido à deficiência de funcionários. A atividade foi um protesto por mais contratações na agência, já que metade do quadro funcional está afastado pelo INSS e todo o serviço é feito pelos outros 50 % dos empregados.


Dirigentes do Sindicato estiveram na agência e exigiram a reposição imediata das vagas em aberto. “Cobramos da superintendência a reposição do quadro da agência. Não é a primeira vez que agências com más condições são interditadas. Os banqueiros não podem expor os trabalhadores à sobrecarga de trabalho, prejudicando sua saúde e a qualidade do atendimento à população. Os patrões devem zelar pela segurança e pelas condições mínimas de trabalho dos seus funcionários, principais responsáveis pelos lucros astronômicos que embolsam,” afirma Wagner Figueiredo, presidente do Sindicato.


Wagner destaca que o sindicato quer chamar a atenção da direção do banco para que essa situação seja resolvida. “Esse tipo de situação só se resolve com contratação de funcionários. Não se pode extrapolar as horas de trabalho, além disso, as metas são desproporcionais ao quadro de funcionários ativos da agência.” O presidente do Sindicato disse ainda, que, na próxima segunda (25), ficou agendada uma reunião com a superintendência do banco para a solução do problema.

Fonte: Seeb-Macaé

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Mais uma Agência do Banco Itaú sofre tentativa de assalto em Campos

Na madrugada desta quarta-feira (20/03), a agência 0643 do Banco Itaú, situada na Avenida Santos Dummont, Centro de Campos dos Goytacazes, sofreu uma tentativa de assalto. De acordo com a Polícia Militar, três assaltantes teriam entrado na agência por volta das 3 horas da madrugada e foram flagrados pelas câmeras do sistema de segurança, que acionou a polícia.
 
A polícia bloqueou a passagem nas ruas próximas ao banco. Um suspeito foi preso, Cristiano Costa Araújo, mais conhecido como “Mutante”, morador da comunidade Madureira, em Guarus. Ele foi encontrado pelos policiais em um prédio em obras, na Travessa Carlos Drummond, próximo ao Banco. Os outros dois criminosos identificados como Thiago e “Cacaroto” conseguiram fugir. A polícia apreendeu uma mochila com o material utilizado para arrombar a agência.


Segundo informações, os bandidos primeiro invadiram uma farmácia ao lado do Banco, pelo telhado e roubaram R$400 do estabelecimento. Em seguida, entraram na agência do Banco Itaú. A polícia utilizou gás lacrimogêneo no interior do Banco, na tentativa de imobilizar os bandidos.


Esta é a segunda tentativa de assalto a uma agência do Banco Itaú, em menos de 20 dias na cidade, o que evidência negligência em relação à segurança. O sindicato impediu a abertura do banco para funcionamento nesta quarta-feira.

Fonte: Seeb-Campos

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Sindicatos da base denunciam arbitrariedades do BB em Dia Nacional de Luta

Na Baixada Fluminense, os dirigentes sindicais percorreram em caravana as agências do BB nos municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Em suas falas, os sindicalistas denunciaram à população as arbitrariedades do novo plano de funções.


Em Campos, a manifestação foi em frente à principal agência do banco no município, na Praça das Quatro Jornadas, no centro. Os sindicalistas usaram faixas e panfletos onde relataram aos cidadãos campistas os abusos do novo plano e também as demissões imotivadas, o descumprimento de jornada, a reestruturação, a discriminação, a terceirização de mão de obra, as práticas antissindicais e o assédio moral.


No Espírito Santo, os funcionários do BB foram trabalhar usando roupas pretas neste Dia Nacional de Luta. Os dirigentes do Sindicato dos Bancários visitaram as agências localizadas nos municípios de Cariacica e Viana, onde distribuíram panfletos e conversaram com os trabalhadores e usuários do banco. Além de criticar o plano, os sindicalistas ressaltaram que, com a redução de jornada, será necessário aumentar a dotação das agências, contratando mais bancários, para que não haja queda na qualidade do atendimento.

No Rio de Janeiro, sete agências do centro da cidade tiveram paralisação parcial, ficando fechadas até o meio-dia. Em frente à agência da Av. Rio Branco foi feito um ato público, com falas dos dirigentes denunciando a situação crítica do funcionalismo do banco. Houve também apresentação de esquete de teatro, com a Cia. de Emergência Teatral. O ator e diretor Marco Aurélio Hamellin fez uma paródia ao filme “O grande ditador”, representando Adolf Dida, o ditador do BB, gabando-se de suas maldades.


Em Três Rios a agência do BB no centro do município-sede teve abertura retardada em 1 hora, abrindo só ao meio-dia. Os sindicalistas revelaram à população que os bancários atingidos pelo novo plano de funções tiveram redução salarial e também denunciaram o assédio moral e as demissões por “ato de gestão”.


 


 




Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Águas de março em Petrópolis

Só bancos abriram na cidade alagada


A cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, foi mais uma vez arrasada pelas chuvas de verão na madrugada do último domingo. Na segunda-feira, a prefeitura suspendeu as aulas, o comércio não abriu e a orientação oficial da Defesa Civil era de que as pessoas que vivem em lugares seguros não saíssem de casa. Mas os bancários tiveram que encontrar um caminho entre a água e a lama para chegarem aos seus locais de trabalho.


O Sindicato dos Bancários de Petrópolis chegou a entrar em contato com os superintendentes regionais de alguns bancos para pedir a suspensão do expediente bancário, mas sem sucesso. “Apesar do noticiário nacional ter divulgado as informações sobre a calamidade em Petrópolis desde o início da manhã, eles ficaram naquela de “vamos ver”. Não deveria ser preciso nem pedir para suspender o expediente, todo mundo estava vendo a situação. Petrópolis parecia uma cidade fantasma, onde só os bancos abriram, para não atender ninguém”, relata Luiz Claudio da Rocha, presidente da entidade.


Algumas agências não puderam funcionar por problemas estruturais como falta de energia elétrica e interrupção do acesso aos sistemas. Uma agência do BB, uma da Caixa e uma do Itaú não funcionaram porque foram completamente invadidas pela água, que deixaram marcas nas paredes de até 1,5 de altura. Unidades em situação semelhante também não puderam operar, mas o sindicato precisou fazer pressão para que algumas ficassem fechadas por não terem o número de vigilantes exigido por lei. “Não só bancários, mas também o pessoal de apoio teve dificuldade de chegar ao local de trabalho. Mas, se não pressionássemos, as agências teriam sido abertas mesmo sem condições de segurança”, informa Luiz Claudio.


Dois dias depois, na terça-feira, alguns estabelecimentos comerciais abriram, mas a maioria não atendeu o público. Os lojistas passaram o dia limpando as lojas, fazendo inventário das perdas, calculando os prejuízos. “Agora, vamos ver como vão ficar as metas. A cidade teve muitos estragos, o comércio e o turismo sofreram um baque, a economia vai ficar prejudicada. Como os bancários vão vender produtos nesta situação?”, questiona o sindicalista.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Vigilantes de Niterói aprovam proposta patronal e conquistam 22 % de aumento sem greve

Vigilantes de Niterói e regiões aprovaram por unanimidade a proposta de reajuste salarial e ganhos em cláusula sociais na Convenção Coletiva de Trabalho oferecida pelos empresários da segurança privada. A categoria avaliou as conquistas na noite desta segunda-feira, 18, em assembleia geral extraordinária realizada no auditório do Sindicato dos bancários de Niterói. Comandada pelo presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói, Cláudio Vigilante, a reunião serviu também para apresentação de um relatório de todas as etapas da negociação salarial deste ano. A plenária aconteceu com as presenças do presidente da Federação dos Bancários do Rj/ES e presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói, Fabiano Júnior, e dos diretores do Sindicato dos Bancários de Niterói Jorge Antônio “Porkinho” e Haidêe Antunes.


Os vigilantes fecharam o seguinte acordo:



  • Pagamento de 16 % sobre o salário, completando os 30 % de Risco de Vida;

  • Reposição da inflação do período como reajuste salarial;

  • Aumento no mesmo percentual da inflação para o tíquete alimentação;

  • Inclusão da Súmula nº 444 do TST, que assegura a remuneração em dobro dos feriados trabalhados para vigilantes com a escala 12×36;

  • Inclusão na Convenção Coletiva de uma punição com multa para as empresas que atrasarem os pagamentos dos salários dos trabalhadores, respeitando o prazo de três dias após o 5º dia útil já previsto em lei e convencionado. A multa será revertida nos salários seguintes para o próprio vigilante sendo que: a 1ª penalidade será pago ao vigilante um adicional de 20 % , aumentando mais 5 % por mês de atraso chegando no máximo a 50 % ;

  • Mudança na justificação de ausência por motivos de saúde: o atestado médico poderá ser entregue por outra pessoa, por fax, por e-mail ou qualquer outra forma de envio a ser definido na convenção;

  • Reciclagem:
         1)- o vigilante poderá escolher qual empresa será responsável por pagar a sua reciclagem;
         2)- inclusão na CCT da proibição da reciclagem em todos fins de semana na escala 5×2, sendo que poderá ser utilizado apenas um sábado e domingo por mês;

  • Todas as empresas, inclusive as de vigilantes orgânicos serão obrigadas a pagar os 30 % de risco de vida.

As negociações salariais 2013 começaram no fim do mês de janeiro com a apresentação da pauta de reivindicações aos empresários. Com o passar dos dias e a recusa do empresariado em marcar uma nova data de negociação a categoria resolveu apertar o cerco. Em 1º de fevereiro, seguindo orientação nacional, os vigilantes realizaram uma paralisação de 24 horas em protesto pelo pagamento do adicional de periculosidade conquistado com a Lei 12.740/12, sancionada pela presidente Dilma Roussef (PT) em 10 de dezembro passado. A norma aguarda regulamentação do Ministério do Trabalho. Com a paralisação, o Sindesp/RJ (sindicato patronal) ajuizou ação de dissídio coletivo alegando que a categoria estava em greve, agindo de forma errônea já que a greve só poderia acontecer após a data base dos vigilantes que é 1º de março.


Com a judicialização da campanha salarial, os vigilantes resolveram apertar os patrões prometendo novas paralisações. Na semana passada, os empresários apresentaram uma nova proposta para negociação onde ofereceram a complementação do risco de vida e apenas a reposição de 50 % da inflação. A indicação foi totalmente rechaçada pelo presidente do SVNIT que afirmou não aceitar um reajuste abaixo do índice do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Um novo encontro foi agendado e, finalmente, na última sexta-feira, 15, a comissão de negociação patronal apresentou uma nova proposta facilitando o avanço das discussões.


Para Cláudio Vigilante, a categoria deu um importante passo em 2013. “Os patrões já entenderam que nós vigilantes nos organizamos e, por isso, temeram uma nova greve. A greve de 2012 forçou uma nova postura dos empresários. Conquistamos 22,63 % de aumento em cima do salário base da categoria. Avançamos em importantes cláusulas sociais como a inclusão da Súmula 444 que vai beneficiar milhares de trabalhadores e ainda conseguimos incluir em CCT uma multa para os maus empresários que não pagam salários em dia. Essa multa será revertida para o trabalhador. Os vigilantes de Niterói estão de parabéns. Obtivemos todos esses ganhos sem nenhum dia de greve. Isso mostra o amadurecimento da categoria e o reconhecimento pelos empresários do poder de mobilização”, destaca Cláudio Vigilante, presidente do SVNIT.


Em 18 Estados brasileiros os vigilantes já haviam conquistado os 30 % de risco de vida ou periculosidade com algumas ressalvas. No Rio de Janeiro, a batalha foi mais além e ainda buscou outros ganhos para os trabalhadores.


A assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho deve ser acontecer nesta quarta-feira, 20 de março, juntamente com o Sindicato Patronal. Assinado o acordo, ele será encaminhado para o Tribunal Regional do Trabalho para ser homologado. Todos os benefícios conquistados pelos vigilantes são retroativos a 1º de março.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Para economista, críticas do PSDB à Petrobras ecoam interesse de acionistas

Críticas também desconsideram fatores importantes, como a distribuição de
renda e o consequente aumento do consumo de energia e derivados do peróleo


O economista do Dieese Henrique Jager contestou em entrevista à Rádio Brasil Atual as críticas sobre a queda no desempenho econômico-financeiro da Petrobras em 2012. Na semana passada, em seminário no Congresso Nacional, líderes do PSDB criticaram a atual gestão da empresa.


Para o economista, que era o responsável, até dezembro, pela assessoria do Dieese à Federação Única dos Petroleiros (FUP), as críticas feitas pelos tucanos representam interesses de acionistas privados da empresa. “O que está sendo dito é que os preços do mercado interno estão menores do que os preços do mercado externo, o está sendo usado como um componente para segurar a inflação. Mas, antes, quando acontecia exatamente o inverso, ninguém falou nada. Porque tem interesses que representam os acionistas, querem botar mais dinheiro na mão dos acionistas.”


Ele explica ainda que a Petrobras, atualmente, “não ganha, nem perde”. “Neste momento há um equilíbrio entre o que ela ganhou porque os preços já foram maiores, e o que ela perdeu, porque neste momento os preços estão menores.”


Em um compilado de dados, o PSDB divulgou que nos últimos anos a Petrobras perdeu R$ 33 bilhões apenas com a defasagem de preços, apontada a 13 % na gasolina, e a 24 % no diesel. O economista contestou o valor divulgado e lembrou de um fator desconsiderado pelos líderes do PSDB e pela mídia tradicional: o processo de distribuição de renda e consequente aumento do consumo de energia.


Segundo ele, nos últimos cinco anos o consumo de diesel, gasolina, gás de cozinha e derivados de petróleo aumentou. “Há um aquecimento no consumo de energia, que reflete também no consumo de derivados de petróleo. Há muito mais carros nas ruas. Há um aumento do consumo de derivados do petróleo num momento em que os preços internos estão menores que os preços internacionais. Aí surge o discurso de que estão quebrando a Petrobras para controlar a inflação.”

Fonte: Rede Brasil Atual

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Base aliada reage a críticas de “vozes do além” contra Petrobras

Para senador Inácio Arruda (PCdoB), única crise da estatal
ocorreu durante tentativa de privatização por FHC; líder do PT
lamenta que “vozes do além” tentem desestabilizar empresa


A reação de políticos do PT e dos partidos da base aliada às críticas formuladas pelo PSDB contra a queda no desempenho econômico-financeiro da Petrobras em 2012 veio com força hoje (13), um dia depois do debate promovido pelos tucanos no Congresso.


Para o senador Inácio Arruda (PCdoB), desde que foi criada, em 1953, o único momento em que a empresa viveu uma crise foi durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando passou por um processo de abertura de capital e esteve no projeto de privatizações no mesmo momento em que se quebrou o monopólio da estatal na exploração de petróleo.


“A Petrobras está completando 60 anos desde sua homologação e o maior risco que teve foi nos governos neoliberais”, disse o senador. Segundo ele, as críticas sobre aparelhamento e má gestão têm mais objetivos políticos e eleitorais do que preocupação genuína com a saúde econômica da estatal. “Os diretores da empresa são funcionários de carreira e têm feito uma gestão responsável. A Petrobras não é a única empresa do setor que teve quedas nos últimos anos por conta da crise internacional. Outras grandes empresas tiveram quedas maiores.”


A Comissão de Minas e Energia da Câmara aprovou ontem um requerimento convocando a presidenta da Petrotras, Maria das Graças Foster, a prestar informações no Congresso sobre o desempenho econômico-financeiro da estatal em 2012, quando teve queda no lucro em relação aos três anos anteriores, e sobre a construção da refinaria Abreu Lima, em Pernambuco. Esta refinaria é um projeto da Petrobras e a Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), a estatal venezuelana de petróleo.


O líder do PT na Câmara, José Guimarães, afirmou hoje que não há sinal de crise. “É conversa para boi dormir. São as vozes do além, que no passado queriam privatizar a Petrobras. É inacreditável, uma empresa que defende o Brasil e eles entram numa estratégia de desgastá-la. É para atingir as ações da Petrobras, aqui, e lá fora”, disse o deputado.


Segundo ele, o debate sobre a Petrobras com partidos da oposição é importante para o PT. “Vamos comparar quem quis vender a Petrobras e aqueles que a patrocinam.Vamos para cima. Para defender a Petrobras e mostrar que não há nenhuma crise na empresa”, disse.


O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio de Moraes, afirmou hoje (13) que o PSDB não tem “moral” para fazer nenhuma avaliação sobre a Petrobras. “Esta é a primeira ironia deste debate”, disse. Segundo Moraes, no período em que o PSDB esteve à frente do governo federal (1995-2002) houve um “esvaziamento” da empresa. “Naquela época, não só a Petrobras, mas quase todas empresas estatais foram esvaziadas para depois serem privatizadas.”


Segundo o coordenador da FUP, nos últimos anos houve um grande investimento por parte da empresa e um crescimento das operações da Petrobras. “Hoje, pode haver um problema aqui, outro ali, mas dizer que ela está em crise é demais. No ano passado, o lucro da Petrobras foi de R$ 21,8 bilhões. Poucas empresas no mundo tiveram um desempenho semelhante”, disse.


Em seu Twitter, o ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra (2003 – 2005) postou mensagens contestando as denúncias de má gestão e aparelhamento na Petrobras. Dutra foi nomeado para a presidência da estatal pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quando cheguei na Petrobras em 2003 havia três ex-deputados do PSDB ocupando cargos. Não vou dizer os nomes em respeito a eles”, afirmou na rede social.


Dutra também apresentou informações comparando a produção e o lucro da estatal durante os governo tucano e petista e sobre as denúncias feitas pelo PSDB de que o PT teria “quebrado” a Petrobras. “PSDB diz que PT quebrou a Petrobras, mas só compara 2012 com 2010. Por que não comparam com 2002?”, escreveu. “Produção de Óleo no Brasil: 2012 – 1,5 milhões de barris; 2002 – 1,98 milhões de barris. Investimento: 2002 – R$ 19 bi; 2012 R$ 84,1, Lucro: 2002 – R$ 8 bi; 2012 – R$ 21 bi. Valor de Mercado: 2002 – US$ 15 bi, 15ª (empresa) do mundo; 2012 US$ 113bi, 8ª (empresa ) do mundo”.


A Petrobras respondeu hoje (13), por meio de nota divulgada pela assessoria de imprensa, as críticas feitas ontem pelos tucanos à gestão da companhia feitos durante o ato político “Recuperar a Petrobras é o nosso desafio – a favor do Brasil, a favor da Petrobras”, realizado na Câmara dos Deputados.


Lideranças do PSDB acusam o governo de gerir a Petrobras de maneira partidarizada e aparelhada pelo PT. Os tucanos afirmam que o aumento do investimento no refino de petróleo causa prejuízo. “A Petrobras enterra em refino um terço de seu orçamento. Em 2012, foram R$ 32 bilhões. Mas a contribuição da área de refino nos resultados da empresa tem sido negativa”, afirmam, também em nota.


A Petrobras afirma que a equação tucana não leva em consideração a economia do país como um todo e o crescimento da economia verificado nos últimos 12 anos. “Entre os anos de 2000 e 2012 o consumo de gasolina no país cresceu 68 % , o de diesel, 46 % , e o de querosene de aviação (QAV), 58 % , reflexo evidente do crescimento da economia, da melhora das condições de emprego e renda da população e da ascensão das classes sociais”, afirma. “Diante de um mercado que cresce muito mais do que a média mundial, fica clara a necessidade de ampliação do parque de refino, retomando os investimentos em novas unidades, o que não era feito desde 1980, 33 anos atrás”, afirma a companhia.


Segundo a Petrobras, a eficiência de sua gestão nos últimos dez anos se revela no fato de que “o Brasil atingiu a autossuficiência em petróleo em 2006 e a produção de petróleo no país equiparou-se ao volume de derivados consumidos à época”.


A empresa reconhece, porém, que houve um descompasso entre a demanda por derivados e a produção no país. “Entre 2007 e 2012, no entanto, a demanda por derivados cresceu 4,9 % no Brasil, contra um crescimento de 3,4 % na produção de petróleo”, esclarece a nota. A companhia prevê que a partir de 2014 a produção de petróleo no Brasil voltará a “atingir a autossuficiência volumétrica, ou seja, volumes iguais de petróleo produzido e de derivados consumidos, contando a produção da Petrobras + parceiros + terceiros”.


A nota explica ainda que o Brasil “nunca foi autossuficiente em derivados”, “sempre importou e continuará importando derivados até que entrem em operação as novas refinarias previstas no Plano de Negócios e Gestão 2012-16 da Petrobras”. De acordo com as previsões da companhia, sua curva de produção apresentará um crescimento contínuo, até atingir 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em 2020. “A produção de petróleo passará então a superar a produção de derivados, o que dará ao país, também, autossuficiência em derivados”. Em janeiro de 2013, a produção foi de 1,965 milhão de barris/dia.
Confiança e mercado


De acordo com os tucanos, a empresa perdeu em dois anos 47,7 % do seu valor de mercado, e é vista, atualmente, com desconfiança por esse mesmo mercado. A companhia reconhece a queda, mas diz que o valor de mercado da Petrobras era de R$ 398 bilhões e, no último dia 11 (segunda-feira), de R$ 234 bilhões. A perda, portanto, foi de 41,2 % , segundo os cálculos oficiais.


No seminário de Brasília, os tucanos disseram que a Petrobras, hoje, “é a imagem da desconfiança e de prejuízos”.


“Não há desconfiança”, responde a companhia. “A Petrobras tem grande facilidade de acesso ao mercado de dívida, a baixos custos, por meio de diversas fontes. Portanto, são justamente estes investimentos elevados que irão gerar retornos para nossos acionistas. A Petrobras é hoje reconhecida pelo mercado como a empresa que dispõe do melhor portfólio de ativos de petróleo e gás dentre todas as companhias de capital aberto no mundo”.

Fonte: Rede Brasil Atual

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Para Contraf-CUT, padronização de tarifas do BC é positiva mas insuficiente

A decisão do Banco Central de obrigar os bancos a criarem pacotes padronizados de tarifas e serviços bancários, anunciada nesta sexta-feira 15, Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, atende a uma antiga reivindicação da Contraf-CUT, mas é preciso aprofundar a fiscalização do sistema financeiro.


“Essa é uma medida elementar que ajuda a conferir transparência à atividade financeira e dá ao cliente a possibilidade de comparar preços e escolher a melhor opção. Mas ela é insuficiente diante da enormidade de abusos a que os clientes e usuários são submetidos nas instituições financeiras. Apesar das altas taxas cobradas, ainda temos longas filas, clientes impedidos de acessar as agências bancárias para realizar operações rotineiras, pouco investimento para assegurar a vida de clientes e funcionários”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.


Por conta desse cenário, em nome da Contraf, a CUT apresentou no dia 5 de fevereiro à presidenta Dilma Roussef a proposta de convocação de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, na qual a sociedade deve debater o papel dos bancos e do crédito.


O debate sobre padronização de serviços e tarifas bancárias é um dos pontos a ser tratado na relação dos bancos com a sociedade.
A presidenta Dilma acatou a ideia e propôs ampliar o foco da Conferência, de forma a abranger os direitos dos consumidores, inclusive dos serviços financeiros.


 

Fonte: Contraf-CUT