Categorias
Notícias da Federação

Justiça reconhece responsabilidade do Santander por terceirizados da Qualy

Saiu na última sexta-feira, 12, a sentença da Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Trabalho contra a Qualy e o Santander. A melhor notícia é que a juíza incluiu o banco, atribuindo na sentença a responsabilidade solidária pelo pagamento das verbas devidas aos trabalhadores.


A juíza Patrícia Lampert Gomes citou na sentença a súmula 331 do TST, que dispõe sobre a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços. Mas a magistrada também considerou a relação direta do banco com os terceirizados, uma vez que os trabalhadores exerciam suas tarefas nas dependências do Santander, não passando pela sede da Qualy. A juíza destacou que, nestas circunstancias, o banco estava ciente da situação e que deveria “manter vigilância estrita sobre a forma e cumprimento do contrato pela empresa prestadora dos serviços em relação às suas obrigações legais”.


A Qualy, apesar de notificada oficialmente, nunca se fez representar durante o processo. Foi, então, julgada à revelia. Na prática, isso significa que, se a empresa não negou as acusações, admite a culpa.


Até mesmo a negativa em conceder tutela antecipada permitindo o sequestro de bens para garantir o pagamento é uma vitória. “A juíza entendeu que o Santander tem idoneidade financeira e que, não havendo risco do banco não dispor de recursos ou abandonar o país, não há motivo para sequestrar os bens. Isso mostra que a magistrada reconhece a responsabilidade subsidiária, porque, se a Qualy não arcar com o pagamento dos valores devidos, o Santander terá que pagar”, ressalta a advogada Ana Luiza Palmisciano, assessora jurídica da Federação.


Outra vitória para os trabalhadores foi reconhecido de que houve coação para que pedissem demissão. O MPT ouviu os depoimentos dos trabalhadores e anexou estes relatos ao processo. Para a juíza, ficou claro que houve “vício de vontade” nos pedidos de demissão, ou seja, que os funcionários foram forçados a pedir dispensa, para livrar a Qualy das multas rescisórias. A sentença determina que sejam feitos os procedimentos da dispensa sem justa causa: pagamento das multas rescisórias e liberação do saldo do FGTS para saque. Os salários do mês de agosto, também deverão ser pagos, já que os trabalhadores não estavam trabalhando porque o contrato com o Santander já tinha sido suspenso, mas ainda tinham vínculo empregatício com a Qualy. A juíza entendeu que, mesmo não tendo local para trabalhar, os trabalhadores estavam à disposição da empresa.


Igual, mas diferente


O Santander tentou de todas as formas se eximir da responsabilidade sobre a situação dos trabalhadores da Qualy e ainda apelou, tentando convencer a juíza a responsabilizar os sócios da terceirizadora, como pessoas físicas, pelo pagamento das verbas. Mas a magistrada foi firme na determinação da responsabilidade subsidiária. Esta atitude não só demonstra a falta de responsabilidade social do banco, mas também revela que as orientações são diferentes de acordo com o caso. “O Santander tem admitido a responsabilidade subsidiária em ações individuais. Em geral, o banco paga, mas faz acordos com os trabalhadores terceirizados, que aceitam receber um pouco menos do que o valor devido”, informa a assessora jurídica da Federação.


De fora, mas dentro


Todo o processo começou quando dirigentes da Federação, em visita a agências do Santander, ficaram sabendo dos problemas enfrentados pelo pessoal da limpeza. Foram feitas várias reuniões com os trabalhadores na sede da entidade. Foi a atuação dos sindicalistas da Federação junto ao Ministério Público do Trabalho que levou à instauração de procedimento investigatório. “O procurador responsável pelo caso já adiantou que vai continuar recorrendo à Federação para obter informações”, destaca a advogada Ana Luiza Palmisciano.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Categorias
Notícias da Federação

HSBC faz mudança no plano de saúde, mas não garante direitos da lei 9.656

A Contraf-CUT, federações e sindicatos se reuniram nesta quinta-feira (11) com o HSBC, em São Paulo, para discutir as modificações implantadas unilateralmente, em janeiro último, pelo banco inglês no plano de saúde dos funcionários. As mudanças são prejudiciais aos bancários, retirando direitos do pessoal da ativa e dos aposentados.


O banco apresentou detalhadamente as mudanças feitas no plano. Além dos reajustes que encarecerão o custo dos trabalhadores, o banco está criando uma nova divisão entre os bancários: os que são beneficiados pela Lei Federal nº 9.656/98 e têm direito à manutenção do plano de saúde (seis meses a dois anos) em caso de demissão sem justa causa por contribuírem mensalmente e os que não terão a chance de contribuir e, por isso, não poderão usufruir da manutenção para além do que determina a convenção coletiva (máximo de 270 dias).


Os dirigentes sindicais reiteraram a reivindicação da última reunião sobre a necessidade de suspensão das alterações e que se estabeleça um processo negocial sério e efetivo. O HSBC tentou justificar as mudanças utilizando o discurso da sustentabilidade do plano a longo prazo e a manutenção dos benefícios dos trabalhadores. “Sabemos que, com as alterações, o HSBC irá diminuir os custos com provisionamento relativo ao plano de saúde dos não beneficiários da lei 9.656/98”, critica Alan Patrício, funcionário do HSBC e secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT.


“O plano de saúde é o segundo maior custo do RH do HSBC no Brasil. As alterações vieram justamente para minimizar os valores provisionados, com o objetivo de melhorar a chamada eficiência do banco. Assim como os bancos utilizam a rotatividade para a diminuição do salário médio dos trabalhadores, o HSBC está tirando também os benefícios na saúde do trabalhador buscando ainda mais eficiência”, denuncia Alan.


Há mais de sete anos, o banco não negocia melhorias no plano de saúde com o movimento sindical. “Até 2005 havia uma negociação sistemática para discutir temas como reajuste, melhorias e ampliação dos benefícios no plano. De lá para cá, não houve mais negociação e as mudanças são feitas unilateralmente”, critica o diretor da Contraf-CUT.


O banco deve apresentar nova posição até a próxima semana. “Continuaremos mobilizados em todo o país”, ressalta Alan.


Teto máximo de R$ 182


Após mobilizações dos bancários em todo o país, o banco estabeleceu para o plano, durante a reunião desta quinta, o teto máximo de R$ 182, limitando as coparticipações. “Essa foi uma conquista, pois na proposta inicial do HSBC não havia teto: era ilimitado, o que gerava intranquilidade aos bancários”, destaca Alan.


Pressão judicial por acesso às informações do plano


A Contraf-CUT interpôs por intermédio do Sindicato dos Bancários de Curitiba e da Fetec do Paraná uma ação judicial com pedido de tutela antecipada visando obter acesso às informações referentes ao plano de saúde, como contratos, custos e quantidade de vidas.


“O plano é uma caixa preta. Não temos informações para analisar as mudanças feitas pelo banco”, afirma Alan. A liminar foi deferida e o banco tem prazo até o dia 22 de abril para apresentar as informações.



Fonte: Contraf-CUT

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Categorias
Notícias da Federação

BB desmarca reunião e bancários fazem manifestação no edifício-sede


Em mais uma demonstração de desrespeito ao funcionalismo, o BB cancelou em cima da hora a reunião marcada para a manhã da última terça-feira, dia 09. O objetivo do encontro era discutir o novo Plano de Funções Gratificadas, implantado em 28 de fevereiro sem qualquer negociação com o movimento sindical.


Em resposta, os dirigentes sindicais fizeram uma manifestação em frente à sede principal do banco, o Sede I, no horário em que deveria estar começando a reunião cancelada. “O BB só telefonou para desmarcar no início da noite da segunda-feira. Como o encontro estava marcado para as 10h, a maioria dos integrantes da CEE já estava em Brasília, ou a caminho, quando isso aconteceu. Cancelar uma reunião em cima da hora é o cúmulo da falta de respeito. Esta postura vem permeando a relação da diretoria do banco não só com os representantes dos trabalhadores, mas com os todo o corpo funcional”, critica Sérgio Farias, representante da Federação na CEE/BB.


A resposta dos funcionários à intransigência do BB em negociar e ao tratamento desrespeitoso do banco será uma greve de 24 horas marcada para o próximo dia 30. “É importante que os sindicatos filiados façam assembleias para aprovar a paralisação, para que esta paralisação atenda às exigências da lei”, ressalta Sérgio.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Categorias
Notícias da Federação

BB desmarca reunião e bancários fazem manifestação no edifício-sede


Em mais uma demonstração de desrespeito ao funcionalismo, o BB cancelou em cima da hora a reunião marcada para a manhã da última terça-feira, dia 09. O objetivo do encontro era discutir o novo Plano de Funções Gratificadas, implantado em 28 de fevereiro sem qualquer negociação com o movimento sindical.


Em resposta, os dirigentes sindicais fizeram uma manifestação em frente à sede principal do banco, o Sede I, no horário em que deveria estar começando a reunião cancelada. “O BB só telefonou para desmarcar no início da noite da segunda-feira. Como o encontro estava marcado para as 10h, a maioria dos integrantes da CEE já estava em Brasília, ou a caminho, quando isso aconteceu. Cancelar uma reunião em cima da hora é o cúmulo da falta de respeito. Esta postura vem permeando a relação da diretoria do banco não só com os representantes dos trabalhadores, mas com os todo o corpo funcional”, critica Sérgio Farias, representante da Federação na CEE/BB.


A resposta dos funcionários à intransigência do BB em negociar e ao tratamento desrespeitoso do banco será uma greve de 24 horas marcada para o próximo dia 30. “É importante que os sindicatos filiados façam assembleias para aprovar a paralisação, para que esta paralisação atenda às exigências da lei”, ressalta Sérgio.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Categorias
Artigos Notícias da Federação

Ser mulher e Transcender

Giowana Cambrone Araujo *


A escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir, escreveu em certa feita que “Não se nasce mulher, torna-se mulher.” Essa máxima foi e me toca muito. Na época em que foi redigida, a autora traduzia para essas breves linhas que a opinião de que mulher é uma construção social. Se nasce menina, mas não necessariamente se é mulher. Somente com o contato da vida social que vai se aculturando, domesticando, aprendendo os comportamentos, condutas e afazeres que transformariam meninas em mulheres, ou pelo menos, em mulheres como a sociedade vê: mães, donas de casa, boas esposas, femininas, vaidosas e demais comportamentos tidos como femininos.


No entanto ser mulher vai muito além deste padrão. Há mulheres, que não se submetem ao controle do homem, e nem por isso deixam de ser mulheres. Há outras, que são totalmente independentes e não desejam ser esposas ou mães. Há ainda outras, que vivenciam a experiência de uma feminilidade standart, ou em stand by, que foge dos padrões de vaidade e beleza estéticas consideradas femininas, e que a sociedade transforma quase que em uma obrigação – nem todas tem paciência, para aturar horas de salão e compromissos estéticos semanais, para manter essa feminilidade imposta.


E também há aquelas mulheres que não nascem meninas. Sim, falo de travestis e transexuais. E são todas mulheres. Por que não seriam? O sexo biológico é determinado ali, quando o bebê nasce, e a sociedade impõe como se fosse o gênero certo, enquanto na verdade, a identidade de gênero é construída ao longo da vida. Então há mulheres que não nasceram meninas, mas que se tornaram mulheres.


Nascem com um sexo, mas sentem e se apercebem sendo de outro sexo. De outro gênero. Desde crianças não se sentem pertencentes aquele gênero que lhes são submetidas pela definição que lhe atribuem pela genitália. Algumas mais ousadas, logo na adolescência buscam evidenciar o desejo de ser e sentir-se mulher. Outras se aprisionam, naquela figura que não é, num corpo que não lhes pertencem.


Guerreiras, subvertem o gênero que lhes é imposto pela sociedade para buscarem a felicidade. Transformam os corpos, passando por vezes por enormes dores, para expressar a corporalidade com o qual se identificam. Se submetem aos tratamentos hormonais, que alteram o metabolismo do corpo e dos humores, para se aproximar mais da sonhada felicidade. E por muitas vezes, somente a cirurgia de readequação genital – procedimento longo e doloroso – podem transformar o corpo naquele que realmente almeja.


Muitas pessoas podem imaginar que é uma bobagem tudo isso, mas te convido para um exercício simples: imagine-se olhar o seu corpo em um espelho e ver um corpo do gênero diferente do seu. Imagine-se com um corpo invertido, trocado ao que realmente tem, e tente se colocar no lugar dessas mulheres. Ter na mente ser mulher e estar aprisionada em um corpo masculino é um sentimento de tortura, de não reconhecimento de si mesmo, de rejeição de si mesmo e que causa muita dor emocional e psíquica. E somente adequando o corpo ao que se vê, torna-se possível viver em paz e com menos sofrimento.


Digo menos, porque alivia, no entanto a sociedade estigmatiza de tal forma as mulheres trans – travestis e transexuais – que as tornam em seres invisíveis socialmente. A maioria é expulsa de casa, ou renegada pela família, não conseguem concluir os estudos por discriminação, sofrem todas as formas de preconceito e bullying, e violências diversas – psíquicas, de direitos, agressões físicas.


Nesse contexto, sobram a marginalidade social, a invisibilidade, e ganham a calçada para trabalhar, como prostitutas. Não se pode mais ver as mulheres trans como cidadãs de segunda classe, são pessoas dignas e merecedoras de direitos e respeito.


Direitos de mudança de nome e sexo, a tratamentos médicos dignos, ao uso dos nomes femininos e tratamentos adequados – principalmente em repartições públicas – o uso do banheiro feminino, oportunidade de estudo e emprego são somente algumas reivindicações que as mulheres trans lutam.


Mulheres trans, travestis ou transexuais, são ilhas cercadas de violências por todos os lados. Ajude a modificar essas concepções de preconceito e estigma. Travestis e transexuais são mulheres que transitam, transformam e acima de tudo TRANSCENDEM os próprios corpos para serem mulheres, mas sobretudo para serem FELIZES.



* Giowana Cambrone Araujo, é mulher transexual, bacharel em Administração de Empresas e Direito, advogada transexual no Estado do Rio de Janeiro. Pós-graduada em Direito Constitucional e mestranda em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Foi a primeira transexual a integrar o Conselho Nacional de Políticas Culturais.

Fonte: Por Giowana Cambrone Araujo

Categorias
Artigos Notícias da Federação

Ser mulher e Transcender

Giowana Cambrone Araujo *


A escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir, escreveu em certa feita que “Não se nasce mulher, torna-se mulher.” Essa máxima foi e me toca muito. Na época em que foi redigida, a autora traduzia para essas breves linhas que a opinião de que mulher é uma construção social. Se nasce menina, mas não necessariamente se é mulher. Somente com o contato da vida social que vai se aculturando, domesticando, aprendendo os comportamentos, condutas e afazeres que transformariam meninas em mulheres, ou pelo menos, em mulheres como a sociedade vê: mães, donas de casa, boas esposas, femininas, vaidosas e demais comportamentos tidos como femininos.


No entanto ser mulher vai muito além deste padrão. Há mulheres, que não se submetem ao controle do homem, e nem por isso deixam de ser mulheres. Há outras, que são totalmente independentes e não desejam ser esposas ou mães. Há ainda outras, que vivenciam a experiência de uma feminilidade standart, ou em stand by, que foge dos padrões de vaidade e beleza estéticas consideradas femininas, e que a sociedade transforma quase que em uma obrigação – nem todas tem paciência, para aturar horas de salão e compromissos estéticos semanais, para manter essa feminilidade imposta.


E também há aquelas mulheres que não nascem meninas. Sim, falo de travestis e transexuais. E são todas mulheres. Por que não seriam? O sexo biológico é determinado ali, quando o bebê nasce, e a sociedade impõe como se fosse o gênero certo, enquanto na verdade, a identidade de gênero é construída ao longo da vida. Então há mulheres que não nasceram meninas, mas que se tornaram mulheres.


Nascem com um sexo, mas sentem e se apercebem sendo de outro sexo. De outro gênero. Desde crianças não se sentem pertencentes aquele gênero que lhes são submetidas pela definição que lhe atribuem pela genitália. Algumas mais ousadas, logo na adolescência buscam evidenciar o desejo de ser e sentir-se mulher. Outras se aprisionam, naquela figura que não é, num corpo que não lhes pertencem.


Guerreiras, subvertem o gênero que lhes é imposto pela sociedade para buscarem a felicidade. Transformam os corpos, passando por vezes por enormes dores, para expressar a corporalidade com o qual se identificam. Se submetem aos tratamentos hormonais, que alteram o metabolismo do corpo e dos humores, para se aproximar mais da sonhada felicidade. E por muitas vezes, somente a cirurgia de readequação genital – procedimento longo e doloroso – podem transformar o corpo naquele que realmente almeja.


Muitas pessoas podem imaginar que é uma bobagem tudo isso, mas te convido para um exercício simples: imagine-se olhar o seu corpo em um espelho e ver um corpo do gênero diferente do seu. Imagine-se com um corpo invertido, trocado ao que realmente tem, e tente se colocar no lugar dessas mulheres. Ter na mente ser mulher e estar aprisionada em um corpo masculino é um sentimento de tortura, de não reconhecimento de si mesmo, de rejeição de si mesmo e que causa muita dor emocional e psíquica. E somente adequando o corpo ao que se vê, torna-se possível viver em paz e com menos sofrimento.


Digo menos, porque alivia, no entanto a sociedade estigmatiza de tal forma as mulheres trans – travestis e transexuais – que as tornam em seres invisíveis socialmente. A maioria é expulsa de casa, ou renegada pela família, não conseguem concluir os estudos por discriminação, sofrem todas as formas de preconceito e bullying, e violências diversas – psíquicas, de direitos, agressões físicas.


Nesse contexto, sobram a marginalidade social, a invisibilidade, e ganham a calçada para trabalhar, como prostitutas. Não se pode mais ver as mulheres trans como cidadãs de segunda classe, são pessoas dignas e merecedoras de direitos e respeito.


Direitos de mudança de nome e sexo, a tratamentos médicos dignos, ao uso dos nomes femininos e tratamentos adequados – principalmente em repartições públicas – o uso do banheiro feminino, oportunidade de estudo e emprego são somente algumas reivindicações que as mulheres trans lutam.


Mulheres trans, travestis ou transexuais, são ilhas cercadas de violências por todos os lados. Ajude a modificar essas concepções de preconceito e estigma. Travestis e transexuais são mulheres que transitam, transformam e acima de tudo TRANSCENDEM os próprios corpos para serem mulheres, mas sobretudo para serem FELIZES.



* Giowana Cambrone Araujo, é mulher transexual, bacharel em Administração de Empresas e Direito, advogada transexual no Estado do Rio de Janeiro. Pós-graduada em Direito Constitucional e mestranda em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Foi a primeira transexual a integrar o Conselho Nacional de Políticas Culturais.

Fonte: Giowana Cambrone Araujo

Categorias
Notícias da Federação

Moradores do Jardim Botânico querem afastar pobres do Horto

A dramática situação dos moradores da comunidade do Horto, ameaçados de serem expulsos de suas casas, expõe a sanha higienista das classes abastadas da Zona Sul carioca. E o pior: travestida de preocupação ambiental. Trocando em miúdos, esta é a razão ideológica que está por trás da briga que já se arrasta há  mais de 30 anos para remover da região os moradores das casas construídas nas beiradas do Jardim Botânico para abrigar os trabalhadores do Jardim Botânico e do Horto Florestal e suas famílias.


“Todos os moradores, sem exceção, são famílias de antigos funcionários, e o próprio jardim botânico os orientou a construírem as casas”, afirma o deputado estadual Gilberto Palmares (PT), que vem acompanhando a situação. Ao contrário de outras regiões, os moradores são os mesmos, não há o crescimento de uma favela. A maioria é nascida e criada no local, como o Sr. Delton Luiz, de 71 anos, que é funcionário aposentado do parque e filho de um antigo funcionário. No dia 05 de abril a família do Sr. Delton foi removida de sua residência por ordem judicial e se mudou provisoriamente para imóveis cedidos pela Superintendência de Patrimônio da União, gestora das terras ocupadas pela comunidade. (veja abaixo um depoimento do Sr. Delton)



Só que a própria SPU já declarou que é a favor da manutenção das casas e das famílias. A decisão é embasada por uma pesquisa de mapeamento e diagnóstico realizada pela UFRJ em 2010 e apoiada por estudo de 2005 realizado pelo Instituto de Terras e Cartografia do Estado – ITERJ. “A mídia impõe a pecha de invasores a estas pessoas, mas eles foram viver lá por interesse do próprio poder público. Numa época em que ninguém queria trabalhar naquela região, foram oferecidas casas para os funcionários morarem perto de seu local de trabalho”, ressalta Palmares. A razão de tanta implicância com a comunidade é simples: há interesses econômicos – principalmente imobiliários – em jogo. Com a expansão do Jardim Botânico, que alargou seus limites, vários grupos que defendem a remoção das famílias passaram a dizer que as casas estariam em área pertencente ao parque. Só que os imóveis foram construídos antes do Jardim Botânico ampliar sua área. E o empenho dos endinheirados contra a comunidade passou a contar com uma apoio de peso: a mídia carioca, encabeçada pelas Organizações Globo, que têm na vizinhança a sede de seu braço mais poderoso, a Rede Globo de Televisão.


Dois pesos, duas medidas


A virulência dos ataques – que chegaram a envolver o recém-exonerado presidente do Jardim Botânico, Lizt Vieira – contrasta com a leniência do poder público quando a questão das ocupações de áreas verdes envolve endinheirados. O Ministério Público Estadual e da Procuradoria Geral do Município entraram com ação civil pública contra o condomínio Parque Canto e Mello, na Rua João Borges, na Gávea – vizinho ao Horto – que está fincado em área de preservação ambiental. Mas a sentença foi muito mais branda: o desembargador Maurício Caldas Lopes entendeu que a demolição seria mais danosa ao meio ambiente do que manter as casas e permitir que os moradores continuassem vivendo no local. Assim, o magistrado determinou o pagamento de indenizações ao invés de mandar que os moradores fossem removidos, as casas, demolidas e os proprietários dos imóveis, obrigados a fazer o reflorestamento total da área. Muito diferente do que está sendo imposto aos moradores pobres da região vizinha.


No caso da comunidade do Horto, a Justiça Federal passou por cima até mesmo da Superintendência de Patrimônio da União, que é a gestora das terras e entende que é possível manter as famílias regularizar a situação fundiária. Mas a juíza Maria Amélia Almeida Senos de Carvalho concedeu liminar ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, determinando a reintegração de posse. Nos dias 04 e 05 foi feita mais uma ação de remoção, para retirar do lugar a família do Sr. Delton, que é objeto de um dos muitos processos de reintegração que tramitam na Justiça. “Quatro oficiais de justiça, o batalhão de choque da PM e a polícia federal foram até lá com a orientação de retirar todos os objetos e bens que estavam dentro das casas, armazená-los em contêineres, e levar as pessoas para a Fundação Leão XIII”, relata Gilberto Palmares.


O empenho da SPU tem sido importante na luta dos moradores do Horto. O órgão está agindo para minimizar os impactos da ação agressiva da administração do Jardim Botânico e da Associação dos Amigos do Jardim Botânico, entidades que estão à frente do processo de reintegração de posse. Foi a SPU que garantiu ao Sr. Delton e seus familiares as casas para moradia provisória desde que a família deixou o imóvel no Horto, no último dia 05 de abril. (Veja, abaixo, a presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Horto – AMAHOR, Emília Souza, explicando aos moradores o desfecho da situação)



A situação dos moradores do Horto é semelhante à dos antigos funcionários do presídio da Ilha Grande. Localizado num local de difícil acesso – uma ilha – os policiais e agentes penitenciários receberam autorização para construir casas na região. Com o fechamento do presídio, os moradores estão sendo ameaçados de remoção. “Agora o estado quer de volta estas casas. Uma pessoa que mora na Ilha Grande há 30, 40 anos, viu seu filhos crescerem, alguém da família montou uma atividade perto dali. Agora estas pessoas vão morar num lugar distante, onde terão que começar de novo?”, questiona Palmares.


Abastados querem pobres longe de áreas nobres


A história da comunidade do Horto remonta à construção do Jardim Botânico, erguido por escravos. Mais tarde, com a abolição, a região ainda era afastada e não oferecia qualquer infraestrutura de transporte, o que inviabilizava o ir e vir de trabalhadores para cuidarem do parque. Foi então que os funcionários receberam a autorização para construir numa área do horto que, na época, ficava fora dos limites do Jardim Botânico, separada por um bambuzal.


Mais tarde, já na década de 50, um temporal devastou a barreira natural e os moradores foram autorizados pela administração do parque a construírem novas casas mais perto dos limites do Jardim Botânico, na localidade conhecida como Caxinguelê. O reassentamento era tão reconhecido e legítimo que o então presidente, Juscelino Kubitschek fundou uma escola pública, batizada em homenagem à sua mãe, Júlia, para atender às crianças da região. Os ataques têm sido tão intensos que parte do pátio da escola foi desapropriado e integrada ao parque. Em artigo publicado no site da Associação de Moradores e Amigos do Horto – AMAHOR, a historiadora Laura Olivieri descreve com detalhes a história da comunidade e sua relação com o Jardim Botânico e o Horto Florestal (veja aqui http://www.amahor.org.br/5608)


Mas a administração do parque vem forçando a expansão de seus limites, sob argumento de que é necessária uma área maior para aumentar o arboreto e os espaços para pesquisa. O que ninguém admite é que tem havido também um crescimento dos espaços estritamente destinados ao lazer, como restaurantes, lanchonetes e até um teatro, que não atendem aos objetivos do parque. Mas, como geram receita para o instituto, estes estabelecimentos contam com a aprovação dos administradores. Também a Associação de Amigos do Jardim Botânico tem um tratamento especial: seus associados pagam uma mensalidade que lhes dá direito de usufruir do parque em condições especiais, sem necessidade de pagar o salgado preço do ingresso – R$ 6 – que afasta os mais pobres. “Um dos principais adversários das famílias do Horto é esta associação. Eles querem que o parque seja um jardim para seu lazer. O Jardim Botânico já não tem o propósito único de ser um centro de pesquisas”, denuncia o deputado.


Guerra midiática


Com interesses claros na região, o mais poderoso grupo de mídia do país tem massacrado os moradores. A palavra invasor, que carrega o peso da ilegalidade e do abuso, tem sido usada maciçamente para definir as famílias que vivem na região, algumas há mais de um século. Para mostrar o outro lado da história, uma jovem de 17 anos, que adotou o pseudônimo de Flávia, escreveu o livro “Diário de uma invasora”, um relato do que viveu e do que ouviu dos moradores mais velhos. Durante as conversas para escrever o livro – e, sobretudo, a partir do lançamento do volume – a autoestima e a esperança dos moradores foi sendo resgatada.


Para Gilberto Palmares, que começou sua vida política no Sindicato dos Trabalhadores em telecomunicações do Rio de Janeiro – Sinttel-Rio, o movimento sindical tem todos os meios de ajudar a desfazer a impressão que a mídia tradicional vem impondo à sociedade. “Os sindicatos são, dentro dos movimentos sociais, um segmento que tem muita força política e também dispõe de um aparato maior, com jornais e outros veículos de comunicação. O movimento tem que se envolver mais nas discussões sobre transporte e moradia, que são dois dos maiores problemas que vivemos hoje”, provoca o deputado.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Categorias
Notícias da Federação

Federação refunda coletivo de mulheres durante encontro interestadual


As bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo voltam a ter um grupo de discussão permanente das questões das mulheres. Foi refundado na última quarta-feira, dia 10, o Coletivo de Mulheres Bancárias do RJ e ES, reunindo dirigentes sindicais e bancárias de base. A refundação aconteceu durante o II Encontro Interestadual de Mulheres Bancárias do RJ e ES, que aconteceu na sede da Federação.


A participação no coletivo é aberta a qualquer bancária, seja dirigente ou não, mas cada sindicato deverá formalizar sua participação. O encerramento desta reunião inaugural de refundação definiu os nomes das representantes de cada entidade filiada e a data da próxima reuinão: 21 de maio. Neste segundo encontro será formalizada a coordenação do coletivo e a minuta de propostas que a base da Federação vai levar para o Encontro Nacional de Mulheres Bancárias.


Além da refundação do coletivo, o evento contou com palestras proferidas pela técnica do Dieese Carolina Gagliano, que falou sobre emprego bancários, e com a titular da Secretaria de Mulheres da Contraf-Cut, Deise Recoaro. Após a pausa para o almoço, a sindicalista Jô Portilho conduziu uma dinâmica que provocou as bancárias para a criação do coletivo.


O encontro teve ainda uma presença especial: a advogada e ex-bancária do Bradesco Giowana Cambrone Araujo. Mulher transexual, ela foi demitida do banco por sua identidade de gênero. Giowana falou da condição das mulheres trans na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho, que lhes reserva somente duas carreiras: cabeleireira e prostituta. “Não que haja algum problema com estas profissões. Se quer ser cabeleireira, vá ser, e seja feliz. A mesma coisa com a prostituta, que esta é uma profissão como outra qualquer. Mas tem que ser opção, não as únicas profissões possíveis”, defendeu. A prova disso, segundo Giowana, é o espanto das pessoas quando ela se identifica como advogada.


A titular da Secretaria para Questões da Mulher da Federação, Iracini da Veiga, considerou o evento muito produtivo. “Foi dado um importante passo para que, juntas, possamos construir uma grande caminhada na construção de propostas e ações para um mundo mais justo e igualitário”, concluiu Iracini.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Categorias
Notícias da Federação

Federação refunda coletivo de mulheres durante encontro interestadual


As bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo voltam a ter um grupo de discussão permanente das questões das mulheres. Foi refundado na última quarta-feira, dia 10, o Coletivo de Mulheres Bancárias do RJ e ES, reunindo dirigentes sindicais e bancárias de base. A refundação aconteceu durante o II Encontro Interestadual de Mulheres Bancárias do RJ e ES, que aconteceu na sede da Federação.


A participação no coletivo é aberta a qualquer bancária, seja dirigente ou não, mas cada sindicato deverá formalizar sua participação. O encerramento desta reunião inaugural de refundação definiu os nomes das representantes de cada entidade filiada e a data da próxima reuinão: 21 de maio. Neste segundo encontro será formalizada a coordenação do coletivo e a minuta de propostas que a base da Federação vai levar para o Encontro Nacional de Mulheres Bancárias.


Além da refundação do coletivo, o evento contou com palestras proferidas pela técnica do Dieese Carolina Gagliano, que falou sobre emprego bancários, e com a titular da Secretaria de Mulheres da Contraf-Cut, Deise Recoaro. Após a pausa para o almoço, a sindicalista Jô Portilho conduziu uma dinâmica que provocou as bancárias para a criação do coletivo.


O encontro teve ainda uma presença especial: a advogada e ex-bancária do Bradesco Giowana Cambrone Araujo. Mulher transexual, ela foi demitida do banco por sua identidade de gênero. Giowana falou da condição das mulheres trans na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho, que lhes reserva somente duas carreiras: cabeleireira e prostituta. “Não que haja algum problema com estas profissões. Se quer ser cabeleireira, vá ser, e seja feliz. A mesma coisa com a prostituta, que esta é uma profissão como outra qualquer. Mas tem que ser opção, não as únicas profissões possíveis”, defendeu. A prova disso, segundo Giowana, é o espanto das pessoas quando ela se identifica como advogada.


A titular da Secretaria para Questões da Mulher da Federação, Iracini da Veiga, considerou o evento muito produtivo. “Foi dado um importante passo para que, juntas, possamos construir uma grande caminhada na construção de propostas e ações para um mundo mais justo e igualitário”, concluiu Iracini.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Categorias
Notícias da Federação

Rio e em São Paulo fazem manifestações contra o assédio moral



Para protestar contra a forma cada dia mais covarde e desumana com que o Santander tem tratado os funcionários do call center, o sindicato dos bancários do Rio e o de São Paulo realizaram manifestações na última quinta-feira (4/4). As mobilizações, aconteceram na porta dos prédios do call center das duas cidades. A do Rio contou com a participação da Cia de Emergência Teatral que criticou com humor as arbitrariedades do banco espanhol.



Entre os absurdos, o Santander converteu os 10 minutos de pausa para descanso (para evitar lesões por esforço repetitivo) em tempo para usar o toalete e tratar de assuntos pessoais, desrespeitando a lei. Para piorar ainda mais, os funcionários são penalizados com advertência quando ultrapassam os 10 minutos reservados para a ida ao banheiro. Os supervisores do call center sempre exigem mais dos bancários do setor, com ameaças.


Mais abusos


Quando alguém é demitido, o supervisor do call center envia e-mail para os demais funcionários com os nomes dos dispensados em uma clara forma de pressão. Fica subentendido que quem não atingir as metas também terá o mesmo destino. “Os funcionários vivem uma situação de crescente assédio moral. O Sindicato condena esta grave situação e usará de todos os meios para combatê-la, com mais protestos e paralisações, denunciando estes fatos à opinião pública e acionando o Ministério Público do Trabalho”, afirmou a diretora do Sindicato, Fátima Guimarães.


Como se não bastasse, agora muitos funcionários estão proibidos até de frequentar o ambulatório. Se alguém passar mal, os próprios supervisores buscarão o remédio para que o funcionário não deixe sua mesa de trabalho. Diferentemente de outros locais, quando há denúncias de assédio moral no call center, as respostas do banco, nas reuniões com o movimento sindical, são padronizadas, como por exemplo: “o supervisor será reorientado” ou “ninguém confirmou”.

Fonte: Seeb-Rio