Categorias
Notícias da Federação

Bancários definem minuta e temas urgentes para a categoria


Nos três dias da 15ª Conferência Nacional dos Bancários, as discussões foram intensas. O evento é parte da Campanha Nacional e tem como objetivo construir a minuta de reivindicações que será entregue aos patrões, representados pela Fenaban. É com base neste documento que acontecem as negociações.


A conferência tem uma programação extensa que inclui painéis sobre os temas mais importantes, inclusive análises de conjuntura, que servem de embasamento às discussões. Já a construção das cláusulas se dá nos grupos de trabalho, que são divididos em quatro eixos: Remuneração, Emprego, Condições de Trabalho e Reestruturação Produtiva. No último dia as propostas são votadas na plenária final e o que for aprovado entra na minuta.


Depois de construída pelos delegados dos diversos sindicatos e federações durante a conferência, a minuta tem que ser aprovada em assembleias. Todos os sindicatos têm que reunir os bancários de sua base para aprovarem ou não o documento que será a base das negociações. Depois, a comissão de negociação dos bancários, chamada de Comando Nacional, apresenta a minuta e negocia com os patrões. O resultado destas negociações é a Convenção Coletiva Nacional dos Bancários, que tem validade de um ano. A data-base é 1º de setembro.


Assuntos urgentes


Um dos destaques desta 15ª Conferência foi a luta pela derrubada do PL 4330, da terceirização. A mobilização de sindicalistas bancários tem sido fundamental para atrasar a votação, mas é preciso que o projeto seja rejeitado e isso requer ainda mais pressão. “Todos os participantes do grupo que discutiu emprego saíram energizados para ampliar a mobilização dos bancários nas suas cidades, participando, em peso, das atividades propostas pelas centrais sindicais. Precisamos aproveitar a mobilização dos bancários na campanha para envolvermos todos nesta luta”, resalta Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT e coordenador do grupo de Emprego. O sindicalista lembrou, ainda, que Magnus Apostólico, que coordena as negociações pela Fenaban, é o principal articulador dos empresários e atua na campanha para aprovar o PL 4330.


Outro assunto importante foi a reestruturação produtiva do setor bancário. Com a automação e informatização dos bancos, nos anos 90, o trabalho no banco mudou, houve redução dos postos de trabalho e o número de bancários com LER/DORT disparou. Agora, outra mudança tecnológica assusta, ameaçando novamente o emprego: os pagamentos via celular (saiba mais aqui). Apesar do imenso impacto na sociedade, o tema está sendo debatido timidamente, e a principal regulamentação vem acontecendo através do Banco Central. “O Bacen é hoje o principal ‘sindicato’ dos banqueiros”, critica Marcelo Ribeiro, diretor do Sindicato do Rio de Janeiro.


Estes dois assuntos dizem respeito à questão do emprego, que já não é um tema simples, mesmo antes destas mudanças. Somente a Caixa teve aumento do número de postos de trabalho, ao passo que os demais bancos estão demitindo e enxugando cargos. Além da altíssima rotatividade, as instituições financeiras estão adotando uma política de redução no nível de emprego. O Itaú, que é o banco onde esta situação é mais grave, já cortou 14 mil postos de trabalho. Os bancários entendem que é urgente incluir na CCT uma cláusula sobre garantia no emprego.


Muita pressão


Os delegados chegaram à conclusão de que só com muita mobilização será possível resolver alguns dos problemas que os bancários enfrentam. E mobilização não só na sociedade, mas também no esforço junto aos parlamentares e ao Executivo, a exemplo do que já acontece com o PL 4330 e aconteceu na isenção do imposto de renda sobre a PLR.


Foi identificado que é preciso reforçar o debate sobre a regulamentação do artigo 192 da Constituição, que trata do sistema financeiro, para avançar na regulamentação do setor. Só assim será possível discutir o papel dos bancos no fomento à economia e na inclusão social, através da redução de juros e ampliação do crédito. Os bancários entenderam que é necessária a construção de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro para discutir o tema com a sociedade.


A minuta reflete a preocupação dos bancários com as mudanças no modelo de operação dos bancos, mantendo a cláusula, que já entrou no ano passado, que determina a negociação prévia com o movimento sindical no caso de reestruturação administrativa e uso de novos equipamentos e tecnologias.


Saúde, igualdade e segurança


Os bancários perceberam que é preciso incluir na CCT uma cláusula que garanta a qualidade do ambiente de trabalho no caso de obras nas agências. Não são raros os casos de bancários trabalhando em meio a poeira, fiação exposta, cheiros fortes, piso irregular e obstáculos quando uma agência precisa ser reformada. Os delegados que atuaram no grupo de Condições de Trabalho entenderam que é importante que a Convenção Coletiva garanta o remanejamento dos empregados para que ninguém trabalhe num ambiente nesta situação.


Outra proposta nova é a da criação de uma cota de 20 % para negros e negras nos bancos. Num segmento onde a presença de afrodescendentes é ínfima, sobretudo se comparada à proporção na população geral, incluir uma cota de raça é uma demanda importante.


Quanto à segurança bancária, as cláusulas da minuta do ano passado foram ratificadas. Os sindicalistas já haviam construído reivindicações tecnicamente avançadas e foi preciso somente repeti-las. O texto vai incluir, além da descrição dos equipamentos e medidas de segurança, um adicional de risco de morte de 30 % .


O que muda é que, este ano, a Contraf-CUT tem um número alarmante para pressionar os banqueiros a investirem em segurança: somente no primeiro semestre deste ano, 30 pessoas morreram em assaltos a bancos (veja aqui a pesquisa com estes resultados). “Foi um crescimento de 11 % em relação ao mesmo período do ano passado. A proteção da vida tem que ser colocada em primeiro lugar”, argumenta Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.


No bolso


Com todos os problemas que os bancários enfrentam, a remuneração não chega a um patamar satisfatório. O piso salarial está bem abaixo do Salário Mínimo Necessário calculado pelo Dieese, que é de R$ 2.860,21. Este salário seria a remuneração que atende às determinações da Constituição.


O reajuste reivindicado é de 11,93 % , composto pela inflação projetada para 1º de setembro, mais um aumento real de 5 % . A PLR que os bancários querem é de três salários, mais uma parcela fixa de R$ 5.553,15. Para as demais verbas não salariais – vales refeição e alimentação, 13ª cesta e auxílio creche-babá – o valor reivindicado é de um salário mínimo nacional para cada uma.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

Categorias
Notícias da Federação

15ª Conferência dos Bancários aprova reivindicações da Campanha 2013

   Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT


Por Fábio Jammal e José Luiz Frare


 


A 15ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou na plenária final, realizada neste domingo 21 em São Paulo, a estratégia, o calendário e a pauta de reivindicações da Campanha 2013, que terá como eixos centrais reajuste de 11,93 % (inflação projetada do período mais aumento real de 5 % ), valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Diesse (R$ 2.860,21), defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral. A pauta de reivindicações será entregue à Fenaban no dia 30 de julho.


Participaram da Conferência, aberta na sexta-feira 19 no hotel Holiday Inn, 629 delegados de todo o país, dos quais 422 homens e 207 mulheres.


Para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, a Campanha Nacional deste ano será muito forte. “Os bancários estão mais mobilizados que na greve do ano passado, inclusive pelo momento em que estamos vivendo. Esta Campanha não será apenas por questões corporativas, vamos lutar contra o PL 4330 da terceirização e por toda a pauta colocada pelas centrais sindicais. Também batalharemos pelas reformas que o país precisa, sobretudo a política e a tributária. E, claro, vamos continuar lutando pela realização da Conferência Nacional do Sistema Financeiro, pois temos de discutir que bancos queremos para o país. Agora, vamos à luta, pois todas as nossas conquistas só vieram com mobilização”, resumiu Carlão.


Ousadia, unidade e mobilização


O presidente da Contraf-CUT destacou que a Conferência Nacional dos Bancários foi marcada pela unidade e participação. “Todas as forças que compõem o movimento sindical bancário participaram da Conferência, que foi bastante plural e produziu um debate muito rico”, comentou.


Sobre as reivindicações dos bancários, Carlão destacou a valorização dos salários e do piso, a garantia de emprego e a importância de se melhorar as condições de trabalho. “Os bancários não aguentam mais as demissões e as péssimas condições de trabalho. Aliás, este ano, a luta contra o assédio moral e as metas abusivas terá um peso maior. Não podemos admitir que nossa categoria continue adoecendo física e psicologicamente por causa dos bancos”, disse.


Principais reivindicações



  • Reajuste salarial de 11,93 % : 5 % de aumento real, além da inflação projetada de 6,6 % ;
  • PLR: três salários mais R$ 5.553,15;
  • Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese);
  • Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional);
  • Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários;
  • Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que libera geral e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas;
  • Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
  • Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
  • Prevenção contra assaltos e sequestros, com fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários;
  • Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20 % de trabalhadores afro-descendentes;

Agenda política


Os 629 delegados que participaram da conferência também aprovaram uma agenda política, com temas importantes da conjuntura nacional que precisam ser discutidos com os bancários e com a população. São eles:



  • Combate sem tréguas ao PL 4330, que precariza as relações de trabalho;
  • Reforma política, para democratizar o Estado;
  • Reforma tributária, para corrigir injustiças;
  • Marco regulatório da mídia visando democratizar as comunicações;
  • Conferência Nacional do Sistema Financeiro;
  • Investir 10 % do PIB na educação;
  • Investir 10 % do orçamento em saúde;
  • Transporte público de qualidade.

Calendário de luta


A 15ª Conferência aprovou ainda um calendário de luta que mescla o engajamento da categoria tanto na Campanha Nacional dos Bancários quanto na pauta de reivindicações da CUT e demais centrais sindicais. Confira:

























Até 29/07 Realização de assembléias para aprovar a pauta definida na 15ª Conferência
30/07 Entrega da pauta de reivindicações à Fenaban
06/08 Dia Nacional de Luta contra o PL 4330
12 e 13/08 Mobilizações em Brasília para convencer os parlamentares a rejeitarem o PL 4330
22/08 Dia Nacional de Luta dos Bancários, com passeatas no final do dia
28/08 Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização
30/08 Greve de 24 horas, em defesa da pauta geral dos trabalhadores apresentada ao governo e ao Congresso Nacional apresentada pela CUT e demais centrais sindicais

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários

Categorias
Notícias da Federação

Bancários combatem política de metas, assédio moral e insegurança

   Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT


Por Junior Barreto e Renata Silver


O combate à política de metas, assédio moral e insegurança foi o principal foco de discussão do grupo de trabalho sobre Condições de Trabalho, que debateu neste sábado 20 os temas saúde, igualdade de oportunidades e segurança bancária, durante a 15ª Conferência Nacional dos Bancários, que ocorre em São Paulo. As propostas serão submetidas à plenária final na manhã deste domingo 21.


A novidade é a proposta – vinda de uma conferência estadual – de incluir na minuta a regulamentação do processo de obras para reformas nas agências. Os participantes do grupo entenderam que a Convenção Coletiva deve tratar do assunto, definindo que os funcionários da agência a ser reformada sejam remanejados para outros locais de trabalho. Foi proposto também que os bancos fiquem obrigados a informar a realização da obra com 30 dias de antecedência ao sindicato dos bancários, ao CREA e ao Corpo de Bombeiros.


Ficou definido que a cláusula 43, que trata do programa de reabilitação, tenha nova redação para que fique assegurado o direito de os sindicatos acompanharem o processo de retorno do bancário. Os delegados e as delegadas também vão reivindicar a participação na avaliação do trabalho da equipe multiprofissional responsável pela reinserção do trabalhador.


Para o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Walcir Previtale, apesar da complexidade das questões apresentadas, o grupo correspondeu com um debate bastante rico e com muito mais detalhes e informações sobre os temas discutidos.


“Isso demonstra que a saúde e condições de trabalho são um campo de forte atuação sindical. A discussão sobre as reais consequências desse tema está cada vez mais em nossas mãos. Para os bancos, está tudo muito bom. No entanto, precisamos estabelecer um processo negocial com seriedade junto aos bancos para reduzirmos o adoecimento, melhorarmos as condições de saúde e trabalho e a política de metas, entre outras questões”, destaca Walcir.


Igualdade de oportunidades


Na minuta, a novidade do tema é a inclusão de uma cláusula que garanta vagas de estacionamento para funcionários com deficiência. O texto prevê que, caso não seja possível oferecer o espaço na dependência, o banco deve arcar com a despesa de estacionamento em outro local.


Para as bancárias gestantes e adotantes, a novidade na minuta é a reivindicação de que a prorrogação da licença-maternidade seja automática, depois de cumpridos os 120 dias obrigatórios previstos na CLT.


Para Adma Gomes, secretária de Saúde da Fetec/SP e dirigente do Sindicato dos Bancários do ABC, a tarde foi produtiva: “Realizamos um rico debate sobre o tema da igualdade, que é transversal em todas as discussões. É o caso do tema do emprego, já que as demissões e a redução dos postos de trabalho geram sobrecarga, o que leva o trabalhador ao adoecimento”, diz a sindicalista.


“Um dos maiores problemas que identificamos atualmente é a gestão e a violência organizacional, que preocupam o movimento sindical como um todo”, ressalta Adma.


Segurança bancária


Os bancários também discutiram medidas e equipamentos para garantir prevenção contra assaltos e sequestros, bem como assistência às vítimas e adicional de 30 % de risco de morte, dentre outras demandas.


Para o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, “o grupo de trabalho reforçou sobretudo as propostas de segurança que já integram a minuta de reivindicações”.


“Precisamos mais investimentos dos bancos em segurança, especialmente depois da nova pesquisa da Contraf-CUT e CNTV, com apoio do Dieese, que apontou 30 mortes em assaltos envolvendo bancos no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 11 % em relação ao mesmo período do ano passado. A proteção da vida tem que ser colocada em primeiro lugar”, conclui.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários

Categorias
Notícias da Federação

Bancários querem bancos socialmente responsáveis e discutir inovações

   Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT


Por Lucimar Cruz Beraldo


Nesta Campanha Nacional 2013, os bancários vão intensificar a luta por um sistema financeiro socialmente responsável, com atuação voltada para o desenvolvimento do país.


Essa é a síntese dos trabalhos realizados pelo Grupo sobre Reestruturação Produtiva no Sistema Financeiro, na tarde deste sábado 20, durante a 15ª Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo.


Os debates apontam para a luta em defesa da universalização do atendimento bancário. O objetivo é assegurar a inclusão bancária com atendimento em agências e PABs prestados exclusivamente por trabalhadores bancários, visando garantir a qualidade na prestação dos serviços, proteção do sigilo bancário e da vida dos trabalhadores e consumidores.


Para os delegados desta 15ª Conferência, essa é uma reivindicação que fortalece a luta contra a figura do correspondente bancário, amplamente utilizada pelos bancos como forma de diminuir despesas e cuja consequência é a precarização do emprego e o enfraquecimento da categoria bancária.


Os bancários também ratificaram as propostas que já constam da minuta de reivindicações da categoria do ano passado no que diz respeito à instituição de comissão para negociar com os representantes dos bancos todos os casos de reestruturação administrativa e de introdução de novos equipamentos e tecnologias que possam afetar o emprego no setor.


Além disso, os delegados entendem ser fundamental avançar no debate sobre a regulamentação do Artigo 192 da Constituição Federal, sobre o sistema financeiro, de forma a reduzir as taxas de juros e de fomentar investimentos dos bancos em obras e estruturas que contribuam com o desenvolvimento e inclusão social no Brasil.


Nesse sentido, um dos caminhos apontados pelos delegados é a construção da Conferência Nacional do Sistema Financeiro, com realização de conferências regionais, garantindo assim a socialização do debate com a sociedade.


Importância da unidade


Como estratégia para se obter avanço nessa Campanha Nacional 2013, os presentes nesta 15ª Conferência destacam a importância de se intensificar as denúncias sobre os descasos dos bancos para com trabalhadores, clientes e usuários, valendo-se de atividades de mobilização e de campanhas de mídia.


E, sobretudo, os delegados desta 15ª Conferência reforçam a importância da unidade da categoria, sob a organização do Comando Nacional dos Bancários, tendo as assembleias de base como instância máxima de decisão.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários

Categorias
Notícias da Federação

Bancários intensificarão mobilização por emprego e contra terceirização

   Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT


Por Carlos Vasconcellos, Alessandra Mota e Fábio Jammal


As reivindicações sobre emprego deverão estar entre as questões centrais da Campanha Nacional 2013. Com destaque para a luta contra o Projeto de Lei 4330, que, a pretexto de regulamentar a terceirização no Brasil, praticamente acaba com o emprego formal e os direitos trabalhistas. Esse foi o principal debate feito pelos delegados sindicais que, neste sábado 20, participaram do Grupo de Trabalho sobre Emprego, durante a 15ª Conferência Nacional dos Bancários.


Os participantes do debate também destacaram duas questões prioritárias: o combate à rotatividade nos bancos privados e à eliminação de empregos. Segundo o secretário de Organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira, que coordenou os debates, a luta contra o PL 4330 deve ser ampliada pelos bancários durante a campanha.


“Todos os participantes do grupo que discutiu emprego saíram energizados para ampliar a mobilização dos bancários nas suas cidades, participando, em peso, das atividades propostas pelas centrais sindicais. Precisamos aproveitar a mobilização dos bancários na campanha para envolvermos todos nesta luta”, disse Miguel.


Os participantes do grupo defenderam como prioridades fortalecer as estratégias de luta em defesa da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que inibe as demissões imotivadas, e o combate às terceirizações. As propostas que conseguiram mais de 20 % dos votos no grupo vão à plenária final neste domingo 21.


Os debatedores citaram como exemplo da estratégia de mobilização as campanhas contra o Projeto de Lei 4330, que escancara as terceirizações. No dia 6 de agosto será realizado pelas centrais sindicais o Dia Nacional de Luta contra o projeto, que está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados.


Atualmente não há nenhuma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria que trata da garantia no emprego, em função da postura histórica dos bancos contrária a essa reivindicação dos trabalhadores.


“Todos os bancos nesse momento, exceto a Caixa Econômica Federal, têm adotado uma política de eliminação de postos de trabalho. Não é por acaso que Magnus Apostólico, diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, está coordenando a campanha dos empresários para aprovar o PL 4330”, alerta Miguel.


Combate às terceirizações


Os sindicalistas querem suspender quaisquer projetos de terceirização e fazer com que os bancos assumam a chamada responsabilidade solidária. Outra estratégia defendida no debate é a garantia de todos os direitos da categoria para os trabalhadores terceirizados.


Outro item lembrado está relacionado aos riscos ao emprego representado pela resolução do Banco Central que permite operações bancárias via celular. “O Banco Central é hoje o principal ‘sindicato’ dos banqueiros”, criticou o diretor do Sindicato do Rio de Janeiro, Marcelo Ribeiro.


Alta rotatividade


Os participantes do Grupo de Trabalho sobre emprego criticaram também a alta rotatividade nos setor. Miguel Pereira lembra que a presidenta Dilma encaminhou a Convenção 158 ao Congresso Nacional e está tramitando na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara de Deputados.


“Tomamos mais uma paulada no Congresso Nacional, mas é importante tentarmos novamente, aumentando a mobilização e entregando ao governo a proposta para coibir as dispensas não motivadas”, destaca.


O sindicalista disse que há problemas graves nos bancos que envolvem a questão do emprego. “Gerentes que trabalham em quatro ou cinco agências, ampliação do horário de atendimento sem qualquer comunicação aos sindicatos, como fez o Itaú, das 9h às 20h, são situações que precisam ser enfrentadas nessa campanha salarial”, afirma.


Outro item importante discutido trata da contratação de mais funcionários para evitar a sobrecarga de trabalho nas agências e melhorar o atendimento à população, reduzindo o tempo de espera dos clientes nas filas. O problema tem se agravado com a política de demissões impostas pelos bancos privados. Nos bancos públicos há também número insuficiente de bancários para atender às demandas das unidades, apesar do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal não estarem, neste momento, reduzindo postos de trabalho, resultando em saldo positivo na geração de emprego dessas empresas.


Os participantes defenderam ainda a estabilidade provisória no emprego nos casos de gestantes, alistados para serviço militar e trabalhadores vítimas de acidente do trabalho ou doença.


Redução da jornada


Em relação à jornada de trabalho, a proposta do grupo é a mesma aprovada na campanha nacional dos bancários do ano passado: redução da jornada para cinco horas diárias com a criação de dois turnos. A ideia é ampliar o horário de atendimento à população com uma jornada de trabalho menor e sem redução de salários.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bacários

Categorias
Notícias da Federação

Consulta: bancário quer ganho real e fim das metas abusivas e das demissões

   Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT


Por José Luiz Frare


Aumento real de salário, combate ao assédio moral e às metas abusivas e fim das demissões com mais contratações. Essas são as principais expectativas manifestadas pelos 37.097 bancários que responderam à consulta nacional coordenada pela Contraf-CUT e realizada pelos sindicatos em todo o país.


O resultado da consulta foi apresentado pela Confederação neste sábado 20, no segundo dia da 15ª Conferência Nacional dos Bancários, que está sendo realizada em São Paulo.


Veja aqui o resultado completo da consulta. E lei abaixo os principais indicadores:


Remuneração


Dos bancários que responderam ao questionário, 74,7 % querem aumento real de salário, 71,1 % defenderam cesta-alimentação maior e 83,3 % esperam um incremento da PLR.


Em relação ao índice de reajuste que deve ser reivindicado dos bancos, 38,6 % querem reajuste de 5 % a 10 % , incluída a inflação, e 33,1 % preferem reajuste de 10 % a 15 % .


Emprego


Com relação ao emprego, em uma pergunta em que o bancário podia apontar até três opções, 44,9 % defendem como prioridade o combate às demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT), 43,5 % querem mais contratações, 38,7 % pediram jornada de 6 horas para todos, 35,5 % reivindicam igualdade de oportunidades e 24,9 % exigem o fim das terceirizações.


Saúde e condições de trabalho


Em questionamento onde também se podia marcar até três temas, 66,4 % querem o fim das metas abusivas, 58,2 % pedem o combate ao assédio moral e 27,4 % assinalaram segurança contra assaltos e seqüestros.


Além disso, a consulta mostrou um índice alarmante de problemas relacionados a saúde do trabalhador. Nos últimos doze meses, 18 % dos que responderam à consulta declaram ter se afastado do trabalho por motivos de doença e 19 % declararam o uso de medicação controlada.


Formas de participação na campanha


Perguntados sobre que tipo de atividade estão dispostos a se engajar para conquistar essas reivindicações, 44,7 % disseram que participarão de assembléias, 37,6 % farão greve e 25,2 % marcarão presença em protestos.


Regulamentação do sistema financeiro


Dos que responderam à consulta, 72 % dos bancários disseram que é “muito importante” o país regulamentar o SFN e outros 21 % julgam a regulamentação “importante”.


Redução dos juros


Mais de dois terços dos bancários (67 % ) consideram a redução dos juros “muito importante” e outros 25 % acham isso “importante”.


Democratização da mídia


68 % dos bancários que responderam ao questionário consideram a mídia brasileira parcial e 76 % são favoráveis ao debate sobre a adoção de um marco regulatório para as comunicações baseado no interesse público e na democratização da mídia.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários

Categorias
Notícias da Federação

‘Esse é momento de ousar e ir pra luta buscar novas conquistas’, diz Contraf

   Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT


Por Ademir Wiederkehr, Alessandra Mota, Andrea Ponte Souza, José Luiz Frare, Júnior Barreto, Renata Silver e Rodolfo Wrolli


“Esse é o momento de ousar e ir pra luta, de mobilizar, de fazer a disputa na sociedade em defesa dos interesses da classe trabalhadora, que passa pela defesa do emprego, pelo enterro do PL 4330 da terceirização, pela melhoria das condições de trabalho, pelo desenvolvimento econômico e social, por distribuição de renda e pela transformação do Brasil em um país mais justo, democrático e solidário.”


Essa é a avaliação do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, feita na abertura solene da 15ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada nesta sexta-feira 19 no Hotel Holiday Inn, em São Paulo, encerrando o primeiro dia do encontro.


Neste sábado 20, na parte da manhã haverá uma mesa para discutir a conjuntura política, econômica e social do país. Depois, os 630 delegados e 44 observadores presentes se dividirão em quatro grupos para aprofundar a discussão sobre os temas Emprego, Remuneração, Condições de Trabalho e Terceirização e Reestruturação Produtiva do Sistema Financeiro Nacional.


As propostas aprovadas nos grupos serão submetidas à deliberação da plenária final da 15ª Conferência, no domingo 21, que definirá a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários de 2013.


Carlos Cordeiro manifestou a convicção de que a campanha deste ano será vitoriosa. “Acredito em cada sindicato, em cada dirigente sindical e na força da categoria, para aumentarmos a mobilização que tivemos no ano passado, a fim de ampliar as conquistas dos bancários. E tenho certeza de que este ano vamos conquistar novos avanços nos direitos dos bancários.”


‘Cuidado com as arapucas da mídia’


O presidente da CUT, Vagner Freitas, ironizou os banqueiros com um recado dirigido à base da categoria. “Os bancários devem ter percebido que a arapuca já está armada. Leiam os editoriais econômicos dos últimos dias. Por conta da conjuntura econômica que eles estão vivendo, por causa da alta da inflação e no descontrole dos gastos públicos, a política de reajuste salarial dos últimos dez anos não poderia mais ser praticada, pois aumento de salário gera mais inflação. Essa é a teoria que eles vão tentar emplacar.”


O dirigente se referiu às manifestações de junho. “Nós, que estamos lutando há 30 anos, damos as boas vindas a vocês que começaram a lutar agora. Agora não venha a mídia tentar manipular esses manifestantes contra a pauta dos trabalhadores”.


Vagner acrescentou que no dia 6 de agosto haverá novo dia nacional de luta contra o PL 4330, e no dia 30 de agosto paralisação de 24 horas, caso o governo não atenda as reivindicações dos trabalhadores apresentadas pelas centrais sindicais.


‘Bancários são referência para os trabalhadores’


Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e anfitriã da 15ª Conferência, Juvandia Moreira afirmou que a luta dos bancários é uma referência para todos os trabalhadores. “Juntar bancários de todos os estados para discutir uma pauta de reivindicações, estratégias, conjuntura… isso é uma referência. Aqui vamos divergir e debater, mas vamos sair com uma pauta construída. E que começa a ser construída bem antes, a partir do diálogo que mantemos com o trabalhador na base.”


Emanoel de Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e representante da CTB, declarou que “o papel da juventude é a rebeldia. O desafio das centrais e movimentos sociais é construir a unidade na luta e elevar o nível de consciência dos trabalhadores e da população em geral. Só assim poderemos impedir que as vigorosas manifestações das últimas semanas sejam manipuladas pela direita e pela mídia.”


Dirceu Travassos (Didi), da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), destacou a importância do momento histórico que o país atravessa com a força das mobilizações nas ruas, ressaltando que a Campanha Nacional dos Bancários de 2013 precisa incorporar esses novos elementos. “Devemos repensar nossa concepção de organização e estratégia, principalmente porque trabalhamos no setor que é o maior responsável pela crise econômica mundial, que é o sistema financeiro”, afirmou Didi.


O diretor financeiro da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Aparecido Roveroni, o Cidão, destacou que é hora de unidade da categoria de “todas as tendências”. O importante neste ano, nesta Campanha Nacional, é o emprego. E mais: “temos que ousar e inserir a luta contra o PL 4330 em nossa pauta”.


‘Temos de apontar para a mobilização’


Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e representante da Intersindical, Ricardo Luiz Lima Saraiva, o Big, os estudantes apontaram para o movimento sindical que o momento é de unidade e criticou o governo, “que tem de começar a defender o direito dos trabalhadores e deixar de andar de mãos dadas com banqueiros”.


Ele disse que a CUT foi fundamental para barrar a votação do PL 4330 até agora e propôs: “Temos de apontar para a mobilização e no dia 6 ir para Brasília e deflagrar greve geral para impedir a aprovação do projeto da terceirização”.


O vice-presidente da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Nilton Damião Esperança, o Niltinho, também destacou as manifestações recentes. “Estamos vivendo um momento ímpar no nosso país, em que a população está indo às ruas para demonstrar sua insatisfação. E eu entendo que é hora de convencer os bancários a irem para essa luta, principalmente contra os banqueiros, que sugam os recursos do nosso país.”

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários

Categorias
Notícias da Federação

Governo Dilma tem de escolher para quem quer governar, afirma Sicsú

  Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT
Altamiro, Sicsú, os mediadores Rosalina e Alemão e Márcio Monzane


 


Por Andréa Ponte Souza, Fábio Jammal Makhoul, Lucimar Cruz Beraldo e Renata Ortega


Apesar dos incríveis avanços econômicos e sociais que o Brasil alcançou nos últimos dez anos, o povo quer mais. Sem o fantasma do desemprego rondando, renda em ascensão e aumento do consumo, a população quer agora saúde, educação e transporte de qualidade. Quer, enfim, serviços públicos melhores.


Esse é o grande recado das manifestações que tomaram conta do Brasil em junho, na visão do professor João Sicsú, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e ex-diretor de Políticas e Estudos Macroeconômicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Ele participou dos debates sobre análise de conjuntura, que abriram o segundo dia da Conferência Nacional dos Bancários, neste sábado 20. Também participaram o jornalista Altamiro Borges e o coordenador mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane.


João Sicsú disse que o governo Lula assumiu o país, em 2003, com o slogan Brasil para todos. “Esse roteiro levou a ações que garantiram avanços em todas as áreas”, diz, acrescentando que a política econômica do governo, acertada e necessária, expandiu o crédito, que dobrou de tamanho, conseguiu uma drástica redução do desemprego – passando de 12,3 % , em 2013, para menos de 5 % , em 2010 – e ampliou o consumo.


O resultado foram reflexos sociais significativos, com geração de emprego, valorização do salário mínimo, manutenção da inflação sob controle e organização das contas públicas. “Deu quase tudo certo! Pois, para fazer esse tipo de política não é necessário nenhum enfrentamento. Cria-se um ciclo em que não se coloca em conflito o trabalho e o capital”, destacou.


Para Sicsú, o governo precisa, agora, deixar o slogan de lado e escolher para quem quer governar. “Precisa partir para o enfrentamento. Se queremos um sistema de saúde melhor, precisamos enfrentar o lobby dos médicos e das grandes corporações. Se queremos uma reforma política, precisamos enfrentar deputados, senadores, bancos, mídia. Se queremos uma reforma agrária, precisamos enfrentar os ruralistas. Isso vai desagradar os mais poderosos e ricos, mas vamos conseguir avançar em vários pontos que foram colocados pela população nas manifestações de junho.”


Nível de exigência cresce


“Chegamos em um momento em que os próprios trabalhadores perceberam que querem participar amplamente da vida social de suas cidades, não apenas como consumidores; querem acesso ao serviços e equipamentos públicos de qualidade, como transporte, saúde, segurança, urbanidade – e que estão restritos a uma minoria”, apontou Sicsú.


O professor acredita que essa insatisfação da população manifestada nos protestos era de conhecimento do governo. “Mas os governantes não fizeram nada, justamente para evitar o confronto. Mas não adianta evitar o enfrentamento, os mais poderosos continuarão brigando pelos seus interesses. Basta ver que, no ano passado, o governo federal destinou R$ 500 milhões em verbas publicitárias para a TV Globo. E ela continua fazendo oposição ao governo. Imagine o grande avanço que teríamos na saúde se esta verba de meio bilhão de reais fosse investida na área”, disse.


Apesar da falta de enfrentamento, João Sicsú destacou que os avanços conquistados nos governos Lula e Dilma nos últimos dez anos devem ser valorizados. “O Brasil mudou muito e não só em relação ao governo FHC. Mudou muito em relação à história do país”, finalizou.


Democratização da mídia


Também palestrante no painel, o jornalista Altamiro Borges, coordenador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, defende que os movimentos sociais precisam entrar na disputa ideológica para ‘puxar’ para a esquerda a pauta das manifestações de rua no país.


“Esse momento é de desafio para o movimento social, e de nos questionarmos se não nos acomodamos. Temos de disputar as ruas, ter unidade para disputar o simbólico das manifestações”, disse.


Altamiro ressaltou que a mídia tentou fazer isso. Lembrou que, após criminalizar o movimento, buscou pautá-lo com eixos como o combate à PEC 37 e à corrupção. “Num primeiro momento, a grande mídia fez o que sempre faz com as manifestações dos trabalhadores: invisibilizou. Num segundo momento também repetiu o que faz com os atos sociais: criminalizou. Mas depois da violência policial e da solidariedade que adveio disso, a Globo começou a elogiar o movimento e a tentar pautá-lo.”


Grande imprensa investe na despolitização


O jornalista também chamou a atenção para o processo de escandalização e criminalização da política, liderado pela grande imprensa. “O processo de escandalização e de negação da política e da ação coletiva foi muito bem planejado. O primeiro ano do governo Dilma foi o ano da faxina. Caíram sete ministros, num desrespeito à presunção da inocência previsto na Constituição. Em 2012, só se falou em mensalão. O julgamento do núcleo político do mensalão foi na véspera do segundo turno das eleições (municipais), com claros objetivos eleitorais. Foi um conluio cronologicamente organizado entre o supremo (STF) e os barões da mídia”, denunciou.


“O Brasil mudou nesses últimos anos, isso é inegável. Mas também deixou-se de fazer algumas reformas estruturais que são fundamentais, como a reforma agrária, tributária, e a regulamentação da mídia.” Segundo o jornalista, é preciso fazê-las, sob pena de retroceder no projeto de transformação que vem sendo realizado no país há 10 anos.


Durante os debates, o diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi reforçou que o país precisa de reformas política, da mídia e do sistema financeiro. “Temos de debater a reforma política, porque muitas das derrotas que tivemos foram por conta de uma conjuntura desfavorável no parlamento”, disse, referindo-se ao Congresso Nacional, cuja maioria dos deputados são representantes das elites. O dirigente citou ainda a importância da democratização da mídia e da redução das taxas de juros. “São três questões fundamentais e temos de botar o povo nas ruas para lutar por elas, pois sem isso a pauta da esquerda não avança”, concluiu.


O desmonte do Estado de bem-estar social na Europa


O painel de análise de conjuntura contou ainda com a participação de Márcio Monzane, coordenador mundial da UNI Finanças, braço para o setor financeiro da UNI Sindicato Global, entidade que representa cerca de 900 sindicatos e 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços em todo mundo, da qual a Contraf-CUT é filiada. O dirigente apresentou uma análise sobre a atual conjuntura na Europa, a partir das consequências sociais que se instalaram por conta da crise econômica desencadeada em 2008.


Conforme Monzane, brasileiro e ex-diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, hoje vigora na Europa uma nova governabilidade que impacta diretamente sobre a economia mundial, podendo, inclusive, servir de exemplo para a direita no Brasil.


Segundo ele, essa governabilidade europeia praticada por uma aliança de três poderes – Comissão Européia, Banco Central e Fundo Monetário, designada de Troika – analisa semestralmente a situação política de cada país da União Européia, a partir da qual define as prioridades, com o objetivo de justificar a aplicação de pacotes de austeridade voltados ao combate da crise. São os Programas Nacionais de Reforma, com recomendações aos países baseadas em políticas neoliberais voltadas, justamente, para o corte empregos e de direitos trabalhistas.


Denominados de Pactos de Estabilidade e Crescimento, esses programas estabelecem regras, dentre as quais para negociações coletivas, definindo inclusive os pontos que podem ser convencionados e autorizando as empresas a negociarem individualmente. “Definem até mesmo quais sindicatos têm direito à representação. Na Romênia, por exemplo, atualmente a representação só é permitida para o sindicato que tiver 50 % mais 1 de trabalhadores afiliados. Já na Espanha, uma empresa que sofrer queda nos lucros por três meses consecutivos está liberada de cumprir convenções coletivas, podendo negociar individualmente a partir do zero, relatou Monzane.


Inversão de poder


Como exemplo do impacto negativo dessas restrições, o coordenador da UNI Finanças citou Portugal, onde o número de trabalhadores regidos por Convenções Coletivas passou de 1,5 milhões para 300 mil. “Tratam-se de ataques diretos à qualidade do emprego e à proteção social, além das restrições aos gastos públicos. Tudo isso passou a fazer parte de recomendação constitucional nos países europeus, inclusive com a possibilidade de criminalização no caso de descumprimentos”, exemplificou Monzane, ao alertar para os riscos de agravamento ainda maior da crise.


“É um ciclo vicioso, no qual o desemprego cresce desacelerando ainda mais a economia e, consequentemente, ampliando ainda mais os cortes de postos de trabalho. Não é à toa que, hoje, 40 % dos trabalhadores portugueses buscam emprego precário fora do seu país de origem.”


O que se vê hoje na Europa é uma total inversão de poder. O Parlamento foi deixado de lado e quem dita a política é o poder econômico, enquanto os movimentos sociais perdem espaço, dificultando uma contrapartida. “Para mim, o movimento sindical europeu demorou muito a responder a tudo isso. E agora insiste em retomar o diálogo social com vistas a interromper o ataque ao emprego e às entidades sindicais”, analisou.


Brasil e os protestos pelo mundo


“As manifestações ocorridas no Brasil têm elementos parecidos com as Primaveras Árabes, o M16 na Espanha e o Movimento Occupy Wall Street, dentre outros.


“Embora tenham levado às ruas centenas de jovens descontentes e despolitizados, esses movimentos mostraram que, independentemente de todos os avanços decorrentes da política federal nos últimos 10 anos, ainda existem muitos problemas estruturais a serem resolvidos. O ator para colocar em prática a transformação social necessária é o movimento organizado de trabalhadores. Assim, o movimento sindical deve produzir uma carta de entendimento, para cobrar do Estado a sua participação na política, de forma a garantir o bem-estar social. Falo com toda a segurança de quem tem acompanhado de perto a crise mundial, o movimento sindical é o único com capacidade para organizar a luta, com ordem e democracia, para se obter avanços contra os problemas sociais”, enfatizou Monzane.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários

Categorias
Notícias da Federação

PL 4330 e novas tecnologias ameaçam emprego e direitos dos bancários

  Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT


Por: Andrea Ponte Souza e Renata Ortega


A precarização do trabalho, que será inevitável se o projeto de lei 4330 em tramitação na Câmara dos Deputados for aprovado, e intensificação do uso de novas tecnologias pelo sistema financeiro são as grandes ameaças imediatas para o emprego e para os direitos trabalhistas dos bancários. Essas foram, em síntese, as advertências dos palestrantes do painel Terceirização e Reestruturação Produtiva do Setor Financeiro, o terceiro da 15ª Conferência Nacional dos Bancários, que começou nesta sexta 19 e vai até domingo.


Participaram da mesa o secretário de Organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira, o pesquisador Moisés Marques, professor e coordenador do Centro de Pesquisas 28 de Agosto do Sindicato de São Paulo, e a economista Vivian Rodrigues, da subseção do Dieese da Contraf-CUT.


“As transações virtuais já superam em quantidade as transações tradicionais”, destacou Moisés. Segundo dados da própria Febraban, em 2008 18 % das operações bancárias eram feitas nas agências, 33 % nos terminais de autoatendimento e 30 % pela internet. Em 2012, pela primeira vez, as transações via internet (39 % ) superaram até mesmo as realizadas em caixas eletrônicos (26 % ), enquanto que as feitas em agências caíram para 11 % .


Outro dado citado por Moisés mostra que o número de bancários por agência diminuiu: a média era de 36,62 por unidade em 1990; em 2011 foi reduzida para 24,11.


‘Índice de eficiência’ ou corte de custos


O pesquisador destacou ainda a aposta dos bancos no índice de eficiência. “Com a queda da taxa básica de juros, os bancos privados estão apostando no corte de custos”, disse, acrescentando que hoje uma transação via internet custa cerca de 100 vezes menos do que uma transação na agência.


Ele citou ainda o uso de celulares para pagamento de contas, previsto pelo governo por meio de medida provisória (MP 615). Segundo Moisés, essa nova tecnologia permite a “inclusão” financeira sem necessariamente ampliar a inclusão bancária, já que as classes D e E, que têm celular, continuarão com restrições que as impedem de abrir conta em banco.


De acordo com o pesquisador, nesse novo cenário – com maioria de operações virtuais, investimentos em softwares que vão permitir ao banco formatar o perfil de cada cliente sem que o bancário tenha visto seu rosto, agências cada vez menores e menos funcionários -, o emprego já está em transformação. “Acredito que os chamados cargos de front office, ou seja, de bancários que atendem o cliente pessoalmente, vão diminuir consideravelmente, enquanto que haverá crescimento nos cargos de back office, de retaguarda. E o perfil desse bancário, que vai lidar com tecnologia, é jovem e ambicioso, é de um trabalhador que vai querer lidar com as metas determinadas pelo banco. O grande desafio dos sindicatos será mobilizar. Se os bancos estão buscando eficiência operacional, os sindicatos têm de buscar a eficiência na luta e na organização”.


‘PL permite subcontratações infinitas’


O secretário de Organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira, lembrou que, até então, na ausência de uma legislação específica, a referência que se tem sobre a terceirização no Brasil é a Súmula 331 do TST. “Mesmo com todos os problemas que a Súmula apresenta, permitindo a terceirização das atividades-meio, ela ainda põe um limite, proibindo a terceirização das atividades-fim e a intermediação ilegal da mão-de-obra”, afirmou.


“O substitutivo do deputado Arthur Maia (PMDB-BA), atual texto do PL 4330, autoriza toda e qualquer atividade a ser terceirizada, sem limites, seja no setor público ou privado, rural ou urbano. Mesmo com o conceito de empresa especializada – ainda sem conceituação jurídica -, permite subcontratações infinitas. Ou seja, trata-se de uma reforma trabalhista”, esclarece Miguel.


Segundo o dirigente da Contraf-CUT, o PL traz de volta a figura da Pessoa Jurídica (PJ) da vetada Emenda 3 e subdivide os trabalhadores, já que não garante os mesmos direitos da categoria preponderante aos terceirizados, ainda que trabalhando no mesmo ambiente exercendo as mesmas atividades. “Há também no texto uma única exceção à especialização: os correspondentes bancários, que serão legalizados e legitimados”, acrescenta.


Miguel Pereira alertou para as consequências devastadoras da aprovação do PL 4.330/04: “Em primeiro lugar, os 45 milhões de trabalhadores contratados diretamente hoje poderão virar prestadores de serviço, sem garantias de salários e direitos. Mais do que isso, os 12 milhões de terceirizados que já existem continuarão com seus empregos precarizados. Ou seja, trata-se de uma proposta que não atende os trabalhadores em nenhuma escala”.


Por todos estes motivos, o embate político contra a proposta não é nada fácil. De acordo com o secretário da Contraf-CUT, a aprovação é tão estratégica para o empresariado, sobretudo do setor financeiro, que as negociações têm sido conduzidas pelo diretor da Febraban, Magnus Apostólico, que tem se mostrado irredutível em alterar o texto.


‘Só há uma possibilidade de vitória: a mobilização’


Para finalizar, Miguel Pereira relatou a pauta das centrais sindicais e a atuação dos trabalhadores organizados para a sua derrubada, com destaque para a categoria bancária. A pauta é composta por cinco pontos: informação prévia; proibição da terceirização de atividades-fim; igualdade de direitos, tratamento e salarial para os terceirizados; responsabilidade solidária; e punição das empresas infratoras.


Antes de junho, as centrais estavam atuando com a intenção de evitar a votação, negociar alterações e impedir a precarização dos empregos. Após as mobilizações dos trabalhadores, nas quais os bancários tiveram participação de destaque, os esforços foram redobrados na tentativa de derrotar o PL.


“Muita coisa já foi feita neste curto espaço de tempo: fomos a Brasília três vezes, houve três reuniões de negociação da mesa quadripartite e, no dia 10 de julho, conseguimos retirar da pauta da CCJC a votação do projeto”, lembrou.


Com o adiamento da votação, quatro novas rodadas de negociações foram marcadas — para os dias 16, 22 e 29 de julho e 05 de agosto –, as centrais sindicais também agendaram duas novas datas de mobilização: 06 e 30 de agosto. Há ainda a possibilidade do PL 4.330/04 ser votado no dia 13 de agosto. “E nós temos uma única possibilidade de vitória: mobilização neles!”, encerrou Miguel Pereira.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários

Categorias
Notícias da Federação

Pesquisa aponta 30 mortes em assaltos envolvendo bancos no 1º semestre

   Foto: Jailton Garcia – Contraf-CUT
Nova pesquisa nacional revela que 30 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos no primeiro semestre de 2013, uma média de cinco vítimas fatais por mês, o que representa aumentos de 11,1 % em relação aos seis primeiros meses de 2012, quando foram registradas 27 mortes, e de 30,4 % em comparação a igual período de 2011, que teve 23 mortes. O levantamento foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.


O lançamento da pesquisa ocorreu nesta sexta-feira, dia 19, durante a 15ª Conferência Nacional dos Bancários, que está sendo realizada no Hotel Holiday Inn, no Parque Anhembi, em São Paulo, com 674 participantes, que definirá no domingo, dia 21, a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2013.


> Clique aqui para acessar a pesquisa completa.

São Paulo (14), Rio de Janeiro (5), Bahia (3) e Rio Grande do Sul (3) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência (60 % ) foi novamente o crime de “saidinha de banco”, que provocou 18 mortes. Já os clientes foram outra vez a maioria das vítimas (21), seguido dos vigilantes (4). Um gerente do Banco do Brasil foi morto no Piauí.


Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes comprovam, sobretudo, a escassez de investimentos dos bancos na melhoria da segurança. Segundo dados do Dieese, os seis maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) obtiveram lucros de R$ 51,4 bilhões em 2012. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 3,1 bilhões no mesmo período, o que significa 6,1 % , em média, na comparação com os lucros.


“São números preocupantes que apontam a negligência dos bancos na proteção da vida de trabalhadores e clientes, bem como mostram a fragilidade da segurança pública, pois faltam mais policiais e viaturas nas ruas e ações de inteligência para evitar ações criminosas”, avalia o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.


“Essas mortes reforçam a necessidade de atualizar a lei federal nº 7.102/83, que está completando 30 anos e se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. Há um projeto de estatuto de segurança privada, que está em análise no Ministério da Justiça. Precisamos de uma nova legislação que tenha mais equipamentos de prevenção e medidas eficazes para garantir a proteção da vida, eliminar riscos e propiciar segurança para trabalhadores e clientes”, salienta o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.


Mortes por estados


São Paulo registra quase a metade das ocorrências (14), o que representa 46,67 % das mortes. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar com 5 casos (16,67 % ).


Tipos de ocorrências


O levantamento aponta que os crimes de “saidinha de banco” seguem liderando as ocorrências, tendo causado 18 mortes, o que representa 60 % dos casos. Em segundo lugar aparecem as mortes em assaltos a correspondentes bancários, com 5 mortes (17 % ). Na terceira posição estão os assassinatos em assaltos a agências, com 4 vítimas fatais (13 % ).


A Contraf-CUT e a CNTV defendem ações preventivas que visem enfrentar a “saidinha de banco”. Para Carlos Cordeiro, “esse crime tem início dentro dos bancos e, para combatê-lo, é preciso evitar a ação dos olheiros na hora do saque, através de medidas simples e viáveis como a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, e de divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos”. Ele alerta que “proibir o uso do celular nos bancos é uma medida ineficaz, pois não impede a visualização das operações”.


“Além disso, é fundamental a colocação de portas de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras internas e externas de monitoramento em tempo real nos espaços de circulação de clientes e vidros blindados nas fachadas”, reforça Boaventura.


Outra medida defendida por bancários e vigilantes é a isenção das tarifas de transferência de recursos (DOC, TED), como forma de reduzir a circulação de dinheiro na praça. “Muitos clientes sacam valores expressivos para não pagar as altas tarifas dos bancos e viram alvos de assaltantes cada vez mais atrevidos”, justifica o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.


O crescimento das mortes em assaltos a correspondentes não surpreende a Contraf-CUT e a CNTV. “Os bancos estão empurrando cada vez os clientes para esses estabelecimentos que não possuem bancários nem vigilantes, precarizando o atendimento, aumentando o risco e causando a morte de pessoas”, ressalta Boaventura.
Perfil das vítimas


A pesquisa revela que 21 clientes foram mortos no 1º semestre deste ano, sendo as principais vítimas em assaltos envolvendo bancos, o que representa 70 % das ocorrências e um aumento de 40 % em comparação ao mesmo período do ano passado. Quase todos foram assassinados em “saidinhas de banco”.


“Os bancos não podem tratar a ‘saidinha de banco’ como problema de segurança pública ou terceirizar a responsabilidade para os clientes”, ressalta Carlos Cordeiro. “Os bancos têm que adotar medidas concretas para garantir prevenção contra esse crime que está tirando a vida de pessoas porque sacaram dinheiro em condições inseguras e precárias”, alerta.


Os vigilantes ocupam o segundo lugar com 4 vítimas fatais. Um bancário também foi morto. “Os bancos e as empresas de vigilância têm que ampliar equipamentos de prevenção e oferecer melhores condições de trabalho, pois é inaceitável que os trabalhadores continuem morrendo por falta de investimentos na proteção da vida”, enfatiza Boaventura.


Gênero das vítimas


A pesquisa aponta também o gênero das vítimas, mostrando que os homens (28) são os que mais morrem em assaltos envolvendo bancos, o que representa 93,3 % dos casos.


“Geralmente os homens sacam quantias maiores de dinheiro, são também maioria nas atividades de segurança, estão mais expostos ao risco e reagem mais à ação dos assaltantes”, avalia Boaventura. “Os bancos e as autoridades de segurança pública têm que tomar providências para evitar essas tragédias”, alerta.


Faixa etária das vítimas


A pesquisa também revela ainda a faixa etária das vítimas, na sua maioria identificada nas notícias da imprensa. Não há uma faixa que chame mais a atenção, na medida em que os números ficaram muito próximos.


“Esses dados mostram que todas as faixas etárias correm risco de morte em assaltos envolvendo bancos. Além do mais, o atendimento bancário é uma atividade de risco. Os bancos têm que assumir a sua responsabilidade para proteger a vida das pessoas e mudar essa triste realidade”, enfatiza Carlos Cordeiro.


Carência de investimentos dos bancos


Conforme estudo feito pelo Dieese, com base nos balanços publicados de 2012, os seis maiores bancos lucraram R$ 51,4 bilhões e tiveram despesas com segurança e vigilância de R$ 3,1 bilhões. Comparando os números, os bancos gastaram 6,1 % dos lucros em segurança e vigilância.


“Esses dados dos balanços comprovam mais uma vez o que verificamos há muito tempo: os bancos não priorizam a proteção da vida, pois gastam muito pouco com segurança em comparação com os seus lucros gigantescos”, avalia Boaventura.


“Esperamos que essas mortes alertem os bancos para a necessidade de tratar as despesas de segurança e vigilância não como custos e sim como investimentos, colocando a vida das pessoas em primeiro lugar, garantindo atendimento decente para todos os clientes e usuários, o que deve ser prestado em condições seguras e protegidas”, conclui Carlos Cordeiro.


Bancos multados pela Polícia Federal


Além das mortes, os bancos também agem com descaso no cumprimento da lei federal nº 7.102/83. No primeiro semestre de 2013, a Polícia Federal multou 19 bancos em R$ 8,803 milhões por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário, durante reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília.


As principais infrações foram número insuficiente de vigilantes, alarmes inoperantes, planos de segurança não renovados, transporte de numerário feito por bancários, falta de detector de metais portátil e cerceamento da fiscalização de policiais federais, dentre outras itens. Houve também aplicação de multas e penalidades contra empresas de segurança, vigilância, transporte de valores e cursos de formação de vigilantes.

Fonte: Contraf-CUT