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Bancários da base mobilizados contra o PL da terceirização

 


A sede da Firjan, no centro do Rio de Janeiro, foi palco de uma manifestação contra o PL 4330, da terceirização, na tarde da última terça-feira, 6. Sindicalistas ligados a todas as centrais sindicais participaram do protesto contra o projeto de lei que amplia a terceirização. Atos semelhantes, também em frente as sedes de entidades patronais, aconteceram em todo o país.


Os sindicatos cutistas tiveram presença marcante. Além de bancários e petroleiros, as duas categorias mais empenhadas na mobilização no Congresso, também havia enfermeiros, professores da educação privada e trabalhadores da alimentação, entre outros. Da base da Fetraf-RJ/ES compareceram dirigentes dos sindicatos de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Macaé, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Rio de Janeiro, Sul Fluminense e Teresópolis.


O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira – que já está no cargo há 18 anos – recebeu de uma comissão de sindicalistas um documento que explicita os danos que o PL 4330 causará à classe trabalhadora e à sociedade brasileira, caso seja aprovado. Gouvêa Vieira se comprometeu a analisar o material. “O importante é regulamentar a terceirização. Vamos buscar o que for melhor para a competitividade, sem retirar nenhum direito trabalhista”, declarou o empresário.


O que é o PL


O Projeto de Lei 4330 é de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). Mas o projeto original, que já era ruim, sofreu alterações durante a tramitação que o tornaram ainda pior. Ele tramita em caráter terminativo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, o que significa que, se aprovado na comissão, não precisará ser votado em plenário. O texto atual é o substitutivo do deputado Roberto Santiago (PSD-SP), que acrescenta mais detalhes nefastos ao relatório elaborado por Artur Maia (PMDB-BA) ao final dos trabalhos da comissão especial que analisou a proposta original.
De acordo com o projeto, as restrições que existem hoje à terceirização seriam totalmente extintas. Qualquer atividade poderia ser terceirizada, desde que se tratasse de tarefa especializada. Mas o que define a especialização não está detalhado no texto, o que deixaria nas mãos da empresa contratante o poder de definir. Assim, por exemplo, um banco poderia alegar que pagamentos e recebimentos diversos constituem tarefa especializada e contrataria terceirizados, demitindo todos os bancários com função de caixa. Nesta situação, os benefícios e conquistas alcançados pelos bancários durante nove décadas de organização sindical seriam burlados, já que o trabalhador terceirizado, não sendo funcionário do banco, não teria direito a eles.


O PL também facilitaria o processo de “pejotização”, ou seja, a contratação de trabalhadores como pessoa jurídica, com pagamento através de nota fiscal, sem vínculo empregatício. Isso retira direitos trabalhistas, já que o funcionário PJ não tem controle de jornada nem horas-extras, não recebe 13º salário, não tem direito a férias, não recebe tíquetes, nem tem plano de saúde pago pela empresa, entre outros benefícios e direitos. Além disso, o pagamento das contribuições ao INSS é feito somente pelo trabalhador.


Fabiano Júnior, presidente da Fetraf-RJ/ES, gravou um vídeo falando sobre o PL 4330 e a ameaça que representa para a classe trabalhadora. Confira:


Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Evento na CUT-RJ discutiu construção do Ramo da Comunicação

O Seminário do Ramo da Comunicação da CUT aconteceu no Rio de Janeiro nos dias 31 de julho e 1º de agosto e teve como objetivo construir a luta conjunta das categorias ligadas à comunicação. Dirigentes dos trabalhadores em Telecomunicações, Tecnologia da Informação e dos Correios discutiram os rumos de sua organização e as estratégias de luta que serão construídas para enfrentar os desafios impostos pela organização do mercado de informação.


O seminário foi aberto com duas palestras, no dia 31. A primeira foi com Marcos Dantas, professor Titular da Escola de Comunicação da UFRJ, com o tema “Um cenário: o arranjo produtivo do capital no setor”. Dantas discorreu sobre a organização empresarial das empresas de mídia no Brasil, comparando-a com a de outros países, e sobre a necessidade de rever a estrutura. Dantas é uma das figuras proeminentes do movimento pela democratização da comunicação e defende o fim da propriedade cruzada, que é quando um empresário ou família detém várias mídias diferentes, como jornal, rádio e TV. Outra bandeira defendida pelo professor é que a transmissão e a produção de conteúdo não sejam feitas pela mesma empresa, ao contrário do que existe hoje, sobretudo na TV. Dantas destaca que em muitos países a divisão se dá desta forma, sem nenhum prejuízo para o público. No Brasil, isto permitiria, entre outras vantagens, o aumento da diversidade na programação, já que abriria mais espaço ao que se chama de produção independente.


A segunda palestra foi com o jornalista Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Miro, como é conhecido, falou sobre a regulação do setor no Brasil. Com sua fala bem-humorada, o jornalista defendeu a necessidade de se rever a legislação que faz com que se transforme em “liberdade de empresa” o que deveria ser liberdade de imprensa e de expressão. Outro ponto abordado foi a necessidade do governo federal redistribuir as verbas publicitárias oficiais, já que os gastos com propaganda nos grandes veículos são altos, deixando de lado veículos menores, regionais e alternativos, mas isso não impede que a mídia hegemônica desmoralize e combata o governo.


Diante de uma plateia de sindicalistas, o jornalista destacou a necessidade que as entidades sindicais têm de se apropriar das mídias alternativas, sobretudo da internet. Desta forma, seria possível furar o bloqueio da mídia tradicional para fazer chegar aos trabalhadores outra abordagem, que não privilegie os interesses da classe dominante. No vídeo abaixo, Miro dá um recado aos dirigentes sindicais:



O segundo dia do evento foi dedicado a discussões dos sindicalistas sobre a construção do ramo da comunicação. Somente diretores das entidades envolvidas participaram dos debates.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Banerjianos farão manifestação em frente ao Palácio Guanabara


Um ato de rua em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado, no próximo dia 21 foi a forma que os funcionários do extinto banco Banerj encontraram para pressionar o governador Sérgio Cabral. Os bancários querem obter de Cabral o compromisso de sanção integral da lei que permitirá o retorno à Previ-Banerj dos participantes que saíram, sacando sua reserva de poupança.


O Projeto de Lei 3213/2010 foi proposto pelo deputado Gilberto Palmares (PT), com co-autoria de Paulo Ramos (PDT) e Edson Albertassi (PMDB), para permitir que os bancários que abriram mão do fundo de pensão possam retornar. “Naquela época de incerteza, muitos de nós tivemos medo de perder o que já  havíamos acumulado e sacaram o dinheiro. Mas, agora, é interessante para muita gente voltar. O PL 3213 prevê esta possibilidade, desde que o valor sacado, com as devidas correções, seja devolvido”, explica a banerjiana Vera Luiza Xavier, diretora do Seeb-Rio. “Não há motivo nenhum para o governo do estado se opor à lei, já que não haverá prejuízo para os cofres públicos. Mas temos que ter a garantia da sanção do governador”, acrescenta Ronald Carvalhosa, também diretor do sindicato e funcionário do extinto banco.


Deliberação coletiva


A realização do ato foi uma das decisões tomadas pelos bancários durante o VIII Encontro Nacional dos Antigos Funcionários do Banerj, realizado no Rio de Janeiro no último dia 03. Os banerjianos decidiram que vão usar verde, a cor do banco, e protestar em frente ao palácio a partir das 11h. O deputado Gilberto Palmares, autor do PL 3213, esteve presente ao evento e é favorável à mobilização para pressionar o chefe do Executivo estadual. “A mobilização é importante para pressionar o governador Sérgio Cabral”, declarou o parlamentar durante o encontro.


O objetivo é obter o compromisso de que o governador vai sancionar a lei para, então, incluir a votação do PL na pauta da Alerj.


Além de pressionarem pela sanção à lei estadual, os bancários também vão protestar contra o PL 4330, que tramita no Congresso. O projeto prevê a ampliação da terceirização e é uma ameaça aos direitos trabalhistas e à organização das categorias.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Frutos da jornada

Frei Betto *


Em pleno inverno, a presença do papa Francisco no Brasil, para participar da JMJ, foi uma calorosa primavera. Ele trouxe alegria, esbanjou sorrisos, beijou crianças, apertou as mãos do povo.


Os frutos dessa inesquecível visita podem ser resumidos em 15 pontos:


1. Francisco quer uma Igreja “pra fora”, desenclausurada, missionária, engajada na periferia e servidora dos pobres;


2. Na favela de Varginha, ele delineou seu perfil de Igreja: “advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas que clamam ao céu”;


3. Nossa atuação pastoral deve dedicar especial atenção às crianças, aos jovens e aos idosos. Os primeiros, por encarnarem o futuro; os segundos, por guardarem sabedoria;


4. Há que combater a corrupção e, ao mesmo tempo, alentar a esperança em “um mundo mais justo e solidário”;


5. A solidariedade – “quase um palavrão”, disse o papa – deve ser o eixo de nossa pastoral, disposta a “colocar mais água no feijão”;


6. Devemos combater a “cultura do descartável”, que ignora o valor das pessoas e estimula o consumismo e o hedonismo;


7. Precisamos saber “perder tempo” com os pobres, saber escutá-los;


8. A Igreja deve espelhar a simplicidade de Jesus, como Francisco de Assis e o papa Francisco, que dispensou a capa de arminho, os sapatos vermelhos, o anel e a cruz de ouro, os títulos de Sumo Pontífice e Sua Santidade, por preferir ser chamado apenas de papa, bispo de Roma, servo dos servos de Deus;


9. A segurança dos cristãos deve estar na confiança em Deus, e não no excessivo conforto que nos afastam dos pobres e do povo;


10. É preciso recuperar a confiança dos jovens nas instituições políticas, alentá-los na esperança; e “reabilitar a política, uma das formas mais altas de caridade”;


11. A política deve “evitar o elitismo e erradicar a pobreza”, condenando os opressores, como fez o profeta Amós ao denunciar que “vendem o justo por dinheiro e o pobre por um par de sandálias”;


12. Precisamos promover a “cultura do encontro”, favorecendo o diálogo sem preconceitos, combatendo os fundamentalismos e as segregações;


13. A sociedade futura, “mais justa, não é um sonho fantasioso”, mas algo que podemos alcançar.


14. Os jovens devem ser os “protagonistas da história”, construtores do futuro, de um mundo melhor.


15. As manifestações dos jovens nas ruas merecem o nosso apoio, pois eles “saíram nas ruas do mundo para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna.”


Francisco iniciou a reforma da Igreja pelo papado, como quem está convencido de que, para mudar o mundo, é preciso primeiro mudar a si mesmo. Agora, há algo de novo na barca de Pedro, cujas velas são tocadas pelo sopro do Espírito Santo.


 



* Frei Betto é escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org twitter: @freibetto.






Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária (
[email protected])

Fonte: Frei Betto

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Encontro dos banerjianos define realização de ato público no Palácio Guanabara

O VIII Encontro Nacional dos Antigos Funcionários do Banerj aconteceu no último sábado, 03, e definiu a realização de um ato público em frente ao Palácio Guanabara. O objetivo é pressionar o governador Sérgio Cabral a sancionar sem vetos a lei que permitirá o retorno dos antigos participantes à Previ-Banerj, o fundo de pensão do banco extinto.
 
A lei ainda é projeto. O PL 3213/2010, de autoria do deputado estadual Gilberto Palmares (PT), e co-autoria dos deputados Paulo Ramos (PDT) e Edson Albertassi (PMDB), ainda está tramitando na Alerj. “O objetivo é pressionar pela inclusão do projeto na pauta de votação se tivermos o compromisso de que o governador o sancionará integralmente”, informa Ronald Carvalhosa, funcionário do extinto Banerj e diretor do Seeb-Rio. “A mobilização é importante para pressionar o governador Sérgio Cabral. A luta é justa porque os trabalhadores que sacaram sua reserva de poupança o fizeram sob intenso constrangimento e pressão. E não há motivo para o governador vetar, já que a lei não vai trazer prejuízos ao estado. O texto do PL prevê que os participantes que sacaram sua reserva só poderão voltar se fizerem um aporte correspondente ao valor sacado, com as correções”, destaca Gilberto Palmares, que esteve presente ao evento dos banerjianos.
 
O ato público foi marcado para o dia 21 de agosto, às 11 horas, em frente ao Palácio. O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro divulgará mais detalhes sobre a manifestação através de seus meios de comunicação. “A hora é agora. Temos que aproveitar o clima de mobilização e colocar nossa pauta nas ruas também. Ano que vem teremos eleições e fica mais difícil pressionar os parlamentares. O projeto tem que ser posto em votação ainda em 2013 e precisamos ter a garantia de que Cabral não o vetará”, alerta Carvalhosa.
 
Além de reivindicar o não veto ao PL 3213 pelo governador do estado, a manifestação do dia 21 também vai protestar contra o PL 4330, conhecido como PL da terceirização, que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara Federal. “Este projeto de lei que escancara a terceirização vai ser um duro golpe na organização sindical. Sem sindicatos fortes para defender seus interesses, os trabalhadores ficam vulneráveis. E isso afeta a todos, independente da categoria”, esclarece Vera Luiza Xavier, ex-banerjiana e diretora do Seeb-Rio.

Outros temas
 
Outro ponto que rendeu muitos debates foi a atual situação da Caberj. Com a mudança da operadora de plano de saúde pelo Itaú, a caixa de assistência do extingo Banerj enfrenta uma crise. O crescente aumento da idade média dos associados traz problemas de custeio do plano que precisam ser enfrentados o quanto antes, para garantir que a Caberj continue viável. “Hoje, 72 % dos associados têm acima de 60 anos”, alertou o presidente do Conselho Deliberativo da Caberj, Antônio Ferreira. “A Caberj é um problema de todos e devemos fazer um esforço conjunto para mantê-la funcionando para garantir que tenhamos o atendimento de qualidade que sempre tivemos”, defende Ronald Carvalhosa.
 
Foram também prestados esclarecimentos sobre os processos que o Seeb-Rio ajuizou em nome dos banerjianos. Ronald Carvalhosa falou sobre o andamento das ações e respondeu às dúvidas dos presentes.
 
Cerca de 300 empregados e aposentados do antigo banco do estado do Rio de Janeiro estiveram presentes ao encontro. Os sindicatos de Angra dos Reis e da Baixada Fluminense enviaram representantes. A Fetraf-RJ/ES foi representada pelo presidente, Fabiano Júnior, e pela diretora Leonice Pereira. “O estado do Rio de Janeiro perdeu muito com a privatização do Banerj e os trabalhadores receberam um tratamento inaceitável por parte do Itaú. Os empregados do banco lutaram muito para impedir que a venda fosse levada a cabo, mas os neoliberais se empenharam e fizeram do Banerj a ponta de lança das privatizações”, lembra Fabiano. Mas o dirigente ressalta que os sindicatos da base da entidade sempre mostraram muita força e que esta mobilização é fundamental para que sejam garantidos os direitos dos funcionários. “A luta dos banerjianos sempre teve o apoio forte e incondicional da Fetraf-RJ/ES e de todos os filiados. Isso não vai mudar”, conclui o sindicalista.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Paralisação em Campos, reintegração em Angra

O Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes e Região retardou por duas horas a abertura das agências do Santander nesta sexta feira, dia 02. As cinco agências do banco no município-sede só abriram ao meio-dia como forma de protesto pelas péssimas condições de trabalho a que os funcionários do banco estão submetidos.


Hugo Diniz, presidente do sindicato, informa que as agências do Santander estão com falta de funcionários e sobrecarga de trabalho. “O banco fez demissões em massa em dezembro de 2012 e o pior é que, em vez de preencher essas vagas, novas dispensas estão acontecendo. Esse descaso do banco com o emprego, mais as metas abusivas para a venda de produtos, agravaram as condições de trabalho, gerando estresse e adoecimento de funcionários. Isso se reflete na qualidade do atendimento a população”, critica Diniz. O sindicalista acrescenta que esta é a razão dos protestos, que reivindicam o fim das demissões, da rotatividade e das metas abusivas, combate ao assédio moral, melhores condições de saúde, segurança no trabalho, igualdade de oportunidades valorização dos aposentados e contratação de mais funcionários, para acabar com as filas e melhorar o atendimento. “Mas o descaso do banco é tão grande que após a paralisação de 02 horas que fizemos, mais uma funcionária foi demitida”, acrescenta o presidente do sindicato.


O sindicalistas presentes ao ato aproveitaram para esclarecer funcionários e clientes sobre os riscos do PL 4330, conhecido como PL da terceirização, que traz para milhões de trabalhadores formais o risco iminente de se tornarem prestadores de serviços eventuais, em condições precarizadas.


De volta


O Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis comemora a reintegração da bancária Maria Dilza Martins Calado, funcionária do HSBC, que foi demitida em 21 de maio. Portadora de LER/DORT, a bancária acionou o banco através do sindicato e obteve liminar determinando sua reintegração. Maria Dilza reassumiu seu posto na agência na última quinta-feira, 1º de agosto.

Fonte: Fetraf-RJ/ES, com Seeb Campos e Seeb Angra dos Reis

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Negociações com o HSBC sinalizam avanços, mas banco precisa ir além

   Crédito: Dino Santos


Na segunda rodada de negociações específicas da Contraf-CUT, federações e sindicatos com o HSBC, realizada nesta quarta-feira 31 em São Paulo, o banco inglês sinalizou com pequenos avanços econômicos, mas ainda tímidos para satisfazer as expectativas dos bancários. Nova rodada de negociação está marcada para o dia 20 de agosto.


Houve avanços nas negociações a respeito dos seguintes temas:


• Continuidade da bolsa educacional, aumentando de 1.100 para 1.300 bolsistas, com majoração dos valores para R$ 460,00 a partir de janeiro de 2014, que serão acrescidos dos percentuais da Campanha Nacional dos Bancários.
• O banco sinaliza com ajustes no atual modelo do fundo de previdência complementar. Na próxima rodada de negociação, no dia 20, o movimento sindical apresentará proposta para o fundo de pensão, visando a construção conjunta das melhorias no plano de previdência.
• Constituição imediata de uma comissão paritária de saúde e condições de trabalho.
• O banco ratificou a garantia de que não descontará de seus programas próprios de remuneração (PPR) os valores da PLR a serem conquistados na Campanha Nacional dos Bancários.
• Fim das metas para a área de atendimento.
• Manutenção das duas operadoras de planos de saúde e odontológico.
• Treinamento interno (treinet) somente durante a jornada de trabalho.
• Abono das folgas nas datas de aniversário de vida e de tempo de casa.


Banco tem condições de avançar


“Diferentemente do que vinha acontecendo, diante da mobilização do funcionalismo em todo o país o banco finalmente começa a negociar com efetividade. Mesmo alegando as dificuldades por conta de orçamento e da projeção do impacto da Campanha Nacional em suas contas, nós trabalhadores acreditamos que o HSBC tem condições e deve avançar no processo negocial para atender às reivindicações dos bancários”, afirma Alan Patrício, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT. Rubens Branquinho, representante da Federação na COE, entende que o banco tem condições de ceder avanços nos conflitos relacionados à saúde do trabalhador, com a criação do grupo de trabalho e da comissão paritária de saúde. “Também é possível fazer melhorias no fundo de pensão recém-instituído pelo banco”, acredita o sindicalista.


“Para a próxima reunião, em 20 de agosto, esperamos uma resposta positiva do banco nas questões pendentes, como a garantia de benefícios da NR 279 da ANS no plano de saúde, vale-cultura, atualização do CPK, extensão do parcelamento do adiantamento de férias em até dez parcelas, acesso ao sistema de aplicativo do RH para os funcionários afastados e licenciados, participação na discussão dos programas próprios de remuneração, além de garantia no emprego”, afirma Carlos Kanak, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC. “Embora o resultado ainda esteja muito aquém da necessidade dos funcionários, queremos acreditar que esteja encerrada a era das reuniões com café gelado, água quente e nenhum avanço”, conclui Rubens.


A base da Federação foi representada na reunião por Rubens Branquinho, Renata Soeiro e por Marcelo Rodrigues, pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

Fonte: Fetraf-RJ/ES, com Contraf-CUT

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Santander não comparece a mesa redonda sobre homologações

A prática do Santander de enviar terceirizados para homologar demissões foi motivo de uma mesa redonda na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, solicitada pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. Mas o banco ignorou a convocatória e não compareceu, limitando-se a enviar uma correspondência justificando sua ausência.


A alegação do banco foi de que o Comitê de Relações Trabalhistas seria a instância adequada para resolver problemas desta natureza. Mas os representantes dos trabalhadores já haviam acionado o CRT sobre o assunto, sem sucesso.


As homologações por terceirizados têm ocorrido em várias regiões e trazem problemas para os bancários. “Já tivemos casos em nossa base de que o trabalhador demitido foi até a CEF para sacar FGTS e seguro-desemprego, mas não recebeu seu dinheiro. Isso acontece porque o caixa só tem autorização para pagar se a assinatura na homologação for de preposto do empregador. O mediador da SRTE informou que esta prática foi adotada pela CEF para evitar fraudes. Com a homologação por terceirizado, além de demitido, o trabalhador fica sem dinheiro”, critica Paulo Roberto Garcez, diretor do departamento jurídico da Fetraf-RJ/ES.


A Contraf-CUT enviou correspondência às entidades filiadas informando que esta prática é ilegal. Segundo a súmula 377 do Tribunal Superior do Trabalho, somente um empregado com vínculo empregatício pode figurar como preposto em documentos de homologação. O enunciado do TST define que as únicas exceções aceitas são para demissões de empregados domésticos e funcionários de microempresas e empresas de pequeno porte.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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ENTREVISTAS: Rafanele Pereira e Hugo Diniz










Rafanele Pereira: Deixando a casa arrumada

Hugo Diniz: O desafio é continuar avançando


 


 
Foto: Paulo d’Tarso


 


Rafanele Alves Pereira deixa a presidência do Sindicato dos Bancários de Campos na próxima sexta-feira. Foram quatro anos muita atividade, em greves, manifestações e vitórias importantes. Já prestes a entregar o cargo a seu sucessor, Hugo Diniz, Rafanele concedeu esta estrevista à nossa reportagem:


 


Quais foram as situações mais difíceis da sua gestão?
As demissões irregulares, que exigem o esforço do sindicato para reintegrar os bancários. Mas nossos departamentos de saúde e jurídico têm orientado bem os trabalhadores. Ainda há muita dificuldade no INSS, os peritos nem olham para o trabalhador. Tivemos o caso de um banco que pediu uma junta médica para avaliar os casos de LER e o próprio consultor contratado informou que, se não houvesse uma mudança no mobiliário, todos os funcionários ficariam doentes. Chegaram a dizer que nosso sindicato estava se transformando numa indústria de CATs, mas demos a resposta com as reintegrações. O sindicato tem que estar nos locais de trabalho, olhando o bancário. A gente nunca consegue tudo, mas ver o bancário ser reintegrado é a coisa mais importante para o sindicato. Dos que foram demitidos, 90 % foram reintegrados.

Tivemos também a greve dos vigilantes, que nos exigiu muito, foi difícil e recebemos críticas, muitos disseram que agora fazemos greve duas vezes por ano. Mas fomos à imprensa e à rua informar que estávamos ali para defender a segurança dos bancários e da população.

Durante as greves, nós enfrentamos polícia, houve prisões. Foi um mandato de conflito com gestores e a direção do banco. Tivemos anos em que parávamos na delegacia quase todos os dias durante a greve.

Mas toda gestão tem dificuldades. Estamos brigando com os poderosos, as dificuldades são normais. Não é fácil ser presidente de sindicato. Temos que saber conduzir a gestão tanto dentro do sindicato, com o restante da direção, quanto externamente.

O que você considera as maiores vitórias da gestão?
Uma coisa muito importante foi o acordo na ação contra o BB (de equiparação dos salários com os do empregados do Banco Central). Uma das propostas da nossa gestão foi concluir este processo. Foram 22 anos, e durante este período vários advogados vieram ao sindicato propor acordos. Mas sabíamos que o processo já estava quase saindo, tivemos uma excelente assessoria de nossos advogados e da assessoria jurídica da Federação e conseguimos um acordo satisfatório.

Além de recuperar os direitos dos bancários, conseguimos estabilizar as finanças do sindicato. Começamos o mandato sem nenhum dinheiro em caixa – e contamos com ajuda dos demais sindicatos filiados à Federação, principalmente para pagar nossos funcionários e manter o movimento de rua, essas duas coisas não poderiam parar. Tivemos uma enchente que destruiu todos os nossos computadores, tivemos ajuda dos sindicatos. Mas com este acordo do BB agora temos um fundo de reserva.

A ação do BB foi muito importante para nossa base. A assembleia para aprovar o acordo teve 500 pessoas. Às vezes eram os filhos e viúva do bancário, que já havia morrido. Mas todo mundo que chegava para pegar o crachá já tinha o valor bruto, mais os valores líquidos, porque os cálculos já tinham sido feitos e o trabalhador já ficou sabendo, na entrada, quanto ia receber.

A assembleia não foi fácil. Quando entrei no salão, fui rodeado por um grupo que já me avisou que votaria contra. Mas eu ressaltei que já era realidade, fato consumado, que os cheques sairiam em dois dias depois da assembleia. E tudo foi documentado, tivemos quatro câmeras filmando a assembleia. Dos 20 que disseram que votariam contra, só houve 3 votos contra e 1 abstenção.

Outra coisa positiva é que o sindicato tem ido muito às ruas, estamos presentes no dia a dia da cidade, a população já nos conhece. Fizemos distribuição da cartilha do IDEC, que tem tido uma aceitação muito boa. As pessoas é que vêm pedir a cartilha, depois que falamos sobre ela a o microfone.


No dia da posse da nova diretoria, vamos fazer a reinauguração do auditório, que está sendo todo reformado. Vamos também fazer a instalação de equipamentos para o bancário acompanhar a assembleia pela internet.

O que você acha que ainda vai exigir esforços da próxima gestão?
Vamos ter que continuar lutando e falo aos meus colegas sindicalistas para não desistirem de brigar pelos bancários. Temos que reintegrar e dizer para os banqueiros que os bancários estão doentes. Se tivéssemos apoio do INSS, se os peritos vissem que os trabalhadores fazem cirurgias, que estão doentes, reconhecessem as doenças, seria um grande ganho. Os bancos não querem reconhecer doença de ninguém.

Temos brigado muito contra o assédio moral. Somos contra as metas como são feitas. Não contra as metas em si, mas contra as metas abusivas, que estão fora da realidade. Hoje, dentro das agências, vemos colegas brigando entre si, o banco coloca os funcionários um contra o outro por causa das metas.

E essa situação faz os bancários adoecerem, por isso dizemos que 90 % dos bancários estão doentes. Quando visitamos uma das agências do Bradesco em nossa cidade, vemos que os bancários, antes de entrar na unidade para trabalhar, passam na farmácia que fica em frente para comprar medicamentos – são remédios “tarja preta”, antiinflamatórios.

Você percebe o reconhecimento dos bancários?
Não posso “quebrar galho” de banco. A diretoria do sindicato tem que ser respeitada, porque está lutando. Eu não sou radical – sou enérgico. Por isso temos a credibilidade dos bancários. Por isso a chapa teve 99,6 % de aprovação.


Recém-empossado como presidente do Sindicato dos Bancários de Campos, Hugo André Lopes Diniz sabe que a tarefa que tem à frente não é fácil. A amostra do que vem pela frente são as quatro demissões informadas ao sindicato no primeiro dia útil do mandato. Mas Diniz, que já ocupou a presidência e esteve na secretaria geral na gestão anterior, tem experiência e consciência do papel que tem a desempenhar. Entre uma reunião e outra da nova diretoria, ele concedeu à nossa reportagem a seguinte entrevista:


 


Quais situações serão os maiores desafios da próxima gestão?
Antes de mais nada, gostaria de ressaltar a grande personalidade do Rafanele Pereira, que me antecedeu. Ele tem muito reconhecimento junto à categoria e minha intenção é substituí-lo à altura. Temos características diferentes, mas é importante que, independente de quem está na presidência, o sindicato mantenha a força na atuação.

Estamos vivendo mudanças, já que o número de agências em nossa base está aumentando, tanto de bancos privados quanto de públicos. Isso vai nos exigir mais empenho, porque temos a tradição de paralisar 100 % das unidades bancárias quando os bancários fazem greve e pretendemos manter este índice. Queremos manter o padrão de atuação do sindicato que tivemos na gestão anterior e precisamos atuar forte nas paralisações, mobilizando os bancários para participarem das atividades da campanha salarial.

Também vai nos exigir muito o combate às demissões. Já começamos a gestão com três demitidos no Santander e um no Itaú. E a luta pelas reintegrações de bancários demitidos irregularmente também é sempre um desafio. O sindicato tem sido bem sucedido nos processos de reintegração e pretendemos manter este sucesso.

Em que questões será necessário um empenho maior do sindicato?
Principalmente na mobilização da categoria bancária. Hoje temos uma categoria onde é grande o número de bancários muito jovens, que desconhecem a importância dos sindicatos em tudo o que a categoria conquistou. Quando a pessoa entra e não participou da luta para conquistar os benefícios, acha que é dádiva do patrão, e não fruto da mobilização dos trabalhadores. É preciso mostrar a estes novos bancários a trajetória de luta do movimento sindical.

Também vamos precisar ampliar a atuação junto ao pessoal do BB. Já vimos percebendo, desde o ano passado, que muitos estão alheios às lutas do sindicato. A vantagem é que eles são um segmento mais politizado da categoria. O desafio vai ser renovar o discurso para trazer estes bancários para a luta, destacando a importância do BB para a sociedade e o passado do banco, destacando também as conquistas que os bancários antigos do BB tinham e que vêm sendo retiradas.

Qual o projeto para a gestão que se inicia?
Queremos fazer uma gestão transparente e democrática, em que toda a diretoria atue, não só o presidente. Fizemos algumas modificações na diretoria, trazendo novos sindicalistas. Precisamos de renovação, trazer gente nova, com ideias novas.

E também pretendemos ampliar a presença nas agências, não nos prender somente às questões administrativas. Na gestão anterior, como secretário-geral, eu ficava muito preso a estas tarefas, mas minha intenção é atuar mais nos locais de trabalho. É importante estarmos presentes no dia a dia dos nossos colegas. Esse é uma proposta não só para mim, na presidência, mas para toda a diretoria.

E, mesmo tendo um índice de sindicalização de quase 100 % , principalmente em Campos, ainda precisamos avançar. Nos outros municípios da base é mais difícil, temos bancários trabalhando a 110 km de distância da nossa sede, o que dificulta a participação nas atividades. Mesmo assim, temos bancários sindicalizados nestes locais, pessoas que entendem importância da atuação do sindicato. E vamos nos empenhar para aumentar o número de sindicalizados em todos os municípios.

Outra proposta é manter o departamento jurídico forte, ativo, para continuar atuando nos processos em defesa dos bancários.

Mas não podemos deixar de atuar na defesa de todos os trabalhadores. Há alguns dias chegou à nossa sede uma trabalhadora que foi demitida da clínica onde trabalhava. Ela não localizou seu sindicato e veio até nós, pedindo ajuda para fazer seus cálculos. E nós ajudamos, estamos sempre abertos a colaborar. A confiança dos cidadãos em geral no nosso sindicato mostra que estamos atuando com força na nossa região.

Também pretendemos continuar atuando como sindicato cidadão, que participe de todas as discussões importantes para a sociedade como um todo. Não nos prendemos somente às questões trabalhistas. Por exemplo, participamos das discussões sobre saúde pública, mesmo que, na nossa categoria, os trabalhadores tenham plano de saúde. Porque é comum o bancário ter plano, mas seus familiares não terem. A discussão sobre saúde e educação públicas, por exemplo, é do interesse de todo mundo. E nós queremos continuar participando dela, assim como de todas as outras que forem do interesse da sociedade.


Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Sindicalistas discutem plano de saúde do Itaú

Em reunião na sede da Fetraf-RJ/ES na manhã do dia 1º de agosto, os diretores dos sindicatos filiados discutiram a proposta que vão encaminhar ao Itaú sobre o novo acordo do plano de saúde. O plano assinado em 2010 perdeu a validade e o banco propôs um novo modelo que não contempla as necessidades dos trabalhadores.


O novo modelo proposto pelo banco prevê a mesma regra para aposentados e ativos, o que sempre foi uma bandeira do movimento sindical. “Mas a proposta apresentada faz isso da pior maneira. Os funcionários da ativa passariam a pagar um percentual maior e os aposentados manteriam o mesmo modelo e o mesmo custo, que é elevado”, critica Adriana Nalesso, vice-presidente e coordenadora do coletivo do Itaú do Seeb-Rio.


Outra proposta desfavorável é a de incluir os novos funcionários num modelo de plano diferente. Os valores seriam mais elevados e o formato se assemelha ao dos planos de mercado, com planos individuais, por vida assistida, e com subsídio fixo do banco para todos, independente da faixa etária. “Este modelo, além de prejudicial por si só, divide a categoria, criando diferenciação entre os novos e os antigos funcionários. Já informamos que isto não interessa e que não estamos de acordo com estas regras”, explica a dirigente.


Outro ponto negativo do modelo proposto pelo banco é que fica definitivamente vetada a inclusão de agregados. “Isso valeria para todos os empregados, sejam novos ou antigos. Quem já tem agregados, poderá mantê-los. Quem não tem, não poderá incluir”, informa Adriana.


Mais caro e pior


Como se não bastasse a proposta que aumenta o custo para os bancários, o serviço é de péssima qualidade. Desde que o banco passou a oferecer o serviço através da operadora Porto Seguro, em fevereiro, os funcionários têm enfrentado muitas dificuldades. A nova operadora tem rede credenciada pequena e não tem capacidade de atender o contingente de empregados do banco. “A Porto Seguro paga mal aos profissionais e estabelecimentos, abaixo da maioria dos planos. Por isso, tem menos credenciados e não consegue ampliar a rede”, critica Jô Araújo, representante da base da Fetraf-RJ/ES na COE do Itaú.


A operadora também tem uma gestão ineficiente que contribui para piorar o atendimento. “A Porto Seguro costuma atrasar os pagamentos pelos serviços e isso acaba prejudicando o usuário. Já tivemos denúncia de bancário que teve que pagar a consulta e pedir reembolso ao banco depois, porque o profissional tinha medo de demorar muito a receber e se recusou a atender pelo plano”, denuncia a sindicalista.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES