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Paradoxos da qualidade Brasil

Frei Betto *



O Brasil melhora em quantidade e tropeça em qualidade. O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano) de 5.565 municípios brasileiros, divulgado pelo IPEA a 29 de julho, subiu 47,5 % nos últimos 20 anos.


Em 1991, o índice de municípios com IDH “muito baixo” era de 85,8 % . Hoje, apenas 0,6 % . Naquele ano, nenhum município mereceu a classificação de “muito alto”. Em 2000, apenas São Caetano do Sul, no ABC paulista. Agora, 44 municípios brasileiros têm IDH “muito alto”, entre os quais Belo Horizonte, que ocupa a 20ª posição.


Nosso país melhorou na longevidade, no crescimento da renda da população e na educação. Em 20 anos, a vida média do brasileiro passou de 64,7 anos para 73,9. A renda cresceu 14,2 % . Um ganho de R$ 346,31.


Mas é bom não esquecer que, se há dez galinhas e dez pessoas, não significa que há uma galinha para cada pessoa. Uma delas pode ser dona de 9. Nossa distribuição de renda ainda é das piores do mundo. Basta lembrar que o Brasil é a quarta maior fortuna em paraísos fiscais!


Bilionários brasileiros vivem se queixando dos impostos. Da boca para fora. Pesquisa aponta o Brasil como a quarta fortuna mundial em paraísos fiscais: US$ 520 bilhões (mais de R$ 1 trilhão ou quase 1/3 do PIB brasileiro, que foi de R$ 3,6 trilhões em 2010). Tudo dinheiro sonegado.


Nem tudo são rosas também em nosso IDH. Quase 30 % das cidades brasileiras têm IDH “muito baixo” no quesito educação. E apenas 5 cidades merecem o índice “muito alto”.


A educação é o grande entrave da qualidade Brasil. Menos da metade de nossos jovens de 18 a 20 anos termina o ensino médio: 41 % dos alunos. Há 20 anos, apenas 13 % dos alunos não se diplomavam no ensino médio. Nisso o Brasil anda a passo de caranguejo, para trás. Se 59 % dos jovens não possuem ensino médio completo, fica difícil para o nosso país suprir seu atual déficit de profissionais qualificados, como médicos e engenheiros.


“O Brasil avançou na universalização do acesso à educação. Agora é preciso universalizar a aprendizagem”, afirma Priscila Cruz, do Todos pela Educação. E resgatar a qualidade de nossas escola públicas, hoje sucateadas.


O Distrito Federal possui o melhor IDH entre as unidades de nossa federação. Minas ocupa o 9º lugar. Entre as capitais, Belo Horizonte fica em 5º lugar, atrás de Florianópolis, Vitória, Brasília e Curitiba. Alagoas e sua capital, Maceió, amargam o mais baixo IDH brasileiro.


Convém salientar que 99 % dos municípios com IDH em educação “alto” ou “muito alto” ficaram abaixo das notas consideradas satisfatórias, em Língua Portuguesa e Matemática, na Prova Brasil de 2011.


Os problemas de nosso ensino médio são a falta de qualidade (sem tempo integral, informática, laboratórios, e com professores mal remunerados e sem formação contínua) e o abismo entre o que se ensina e a realidade em que vivem os nossos jovens (falta de pedagogia e adequação às novas tecnologias).


Em 2009, o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) classificou o Brasil na 53ª posição entre 65 países, atrás do México, Uruguai e Chile. Raros os alunos de nossas universidades que conseguem escrever uma simples carta sem graves erros de concordância. Falta à maioria o hábito de frequentar a boa literatura.


É preciso ouvir a voz das ruas. De nossos jovens, 85,2 % consideram a educação prioridade. O governo federal não pode continuar, em matéria de educação, em passos de escola de dança, um para frente e dois para trás, como no caso dos cursos de medicina. É urgente a aplicação de ao menos 10 % do PIB na educação, o incremento do ensino profissionalizante e o resgate da escola pública gratuita, em tempo integral e de qualidade.


Em conferência para mais de 5 mil profissionais do ensino, em Brasília, pedi que levantassem as mãos quem era professor. Quase todos o fizeram. Em seguida, pedi que fizessem o mesmo gesto quem sonha em ter o filho ou a filha no magistério. Pouquíssimas mãos se ergueram. Triste o país que não se orgulha de seus professores, concedendo-lhes condições dignas e qualificadas de trabalho.



Frei Betto é escritor, autor de “Alfabetto – autobiografia escolar” (Ática), entre outros livros.
www.freibetto.org     twitter: @freibetto.






Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária (
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Fonte: Frei Betto

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Itaperuna: Dirigente sindical demitido é reintegrado ao cargo


O bancário Joanderson Gomes da Silva foi demitido do Itaú em Bom Jesus do Itabapoana, base do Seeb-Itaperuna, em agosto de 2012. A demissão foi efetuada dias após o registro da chapa única à direção do sindicato, onde Joanderson figurava como candidato. O banco, então, o demitiu por justa causa.


Mas o bancário acionou o Itaú e o banco não conseguiu convencer o juizado de que havia de fato uma justa causa para a demissão. O juiz deu ganho de causa a Joanderson, que foi reintegrado às suas funções na última quinta-feira, por força de liminar.


O banco ainda tentou alegar que Joanderson não teria direito à estabilidade provisória de dirigente sindical uma vez que a demissão já havia sido informada antes do registro da chapa. Mas a dispensa só foi efetuada formalmente após a inscrição, o que garantia a estabilidade ao bancário. Na verdade, aconteceu justamente o contrário: sabendo que a chapa já estava inscrita e que Joanderson era candidato, o banco apelou para a justa causa para dar base legal à dispensa.


Além disso, diante das provas testemunhais apresentadas em favor do bancário, o juiz Admar Lino, da 1ª Vara do Trabalho de Itaperuna, entendeu que o banco havia agido de má-fé não só na demissão, mas no motivo alegado. O Itaú informou que Joanderson havia adulterado documentos, quando o que aconteceu foi apenas problema de documentação incompleta. O magistrado ressaltou que, além da punição ser severa demais para um erro não tão grave, o banco não juntou ao processo as provas da suposta adulteração alegada. Também serviu como parâmetro o tratamento dado a uma colega de agência de Joanderson, muito mais brando, para o mesmo descuido.
 

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Bancários lançam Campanha Nacional na base da Fetraf-RJ/ES

No ES, funcionários do Banestes entregam minuta específica



Com o já tradicional ato-desfile pelo eixo financeiro carioca, os bancários do Rio de Janeiro e do Espírito Santo fizeram o lançamento de sua Campanha Nacional 2013. Além da manifestação de rua, foi feita também a entrega da minuta de reivindicações ao Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro.


Este ano, a performance teatral misturou a representação da Via Crúcis do Bancário com temas que tiveram destaque nas manifestações de rua de junho. Nas fachadas de agências dos principais bancos foram afixados grandes cartazes semelhantes a pergaminhos onde estavam escritas algumas das reivindicações. Entre os personagens da encenação estava o Seu Tranca-Luta, o espírito maligno que assombra os bancários e prejudica a mobilização. Outros atores levavam estandartes com algumas das palavras de ordem da campanha de mídia deste ano, que tem como tema #vempraluta bancário/bancária.



Este ano, além das reivindicações econômicas, das relativas a emprego, saúde e condições de trabalho, outro tema se impõe: a luta contra o PL 4330 que amplia a terceirização. Fabiano Júnior, presidente da Federação, gravou um vídeo falando sobre a Campanha Nacional e a necessidade dos trabalhadores se mobilizarem para lutar contra este projeto de lei que ameaça os direitos dos trabalhadores e a organização sindical. Confira:



Específica capixaba


No Espírito Santo, no mesmo dia, foi feita a entrega da minuta específica do Banestes. Houve um ato em frente ao edifício Palas Center, no centro da Capital, e os sindicalistas subiram, em seguida, para entregar o documento à comissão de negociação do banco.


Entre as principais reivindicações que constam da minuta entregue ao Banestes está a consolidação de um Plano de Cargos e Salários em consonância com os interesses dos trabalhadores. O banco apresentou uma proposta, conhecida por Plano Salto, que feria os direitos já conquistados pela categoria. Após intensa mobilização dos bancários, os representantes do banco na comissão de negociação concordaram em suspender a retirada de direitos, prevista no Salto, até o final da Campanha Salarial deste ano, quando serão retomadas as negociações.


Também fazem parte da minuta de reivindicações a reposição das perdas salariais de 1994 a agosto de 2013, o pagamento de forma linear do percentual de 4 % do lucro líquido apurado no exercício de 2013, o pagamento de auxílio academia no valor de R$ 200, o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) nos moldes da convenção do PRL nacional, sem os limites estabelecidos na mesma, e o abono assiduidade de cinco dias. 

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Bancários da base mobilizados contra o PL da terceirização

 


A sede da Firjan, no centro do Rio de Janeiro, foi palco de uma manifestação contra o PL 4330, da terceirização, na tarde da última terça-feira, 6. Sindicalistas ligados a todas as centrais sindicais participaram do protesto contra o projeto de lei que amplia a terceirização. Atos semelhantes, também em frente as sedes de entidades patronais, aconteceram em todo o país.


Os sindicatos cutistas tiveram presença marcante. Além de bancários e petroleiros, as duas categorias mais empenhadas na mobilização no Congresso, também havia enfermeiros, professores da educação privada e trabalhadores da alimentação, entre outros. Da base da Fetraf-RJ/ES compareceram dirigentes dos sindicatos de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Macaé, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Rio de Janeiro, Sul Fluminense e Teresópolis.


O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira – que já está no cargo há 18 anos – recebeu de uma comissão de sindicalistas um documento que explicita os danos que o PL 4330 causará à classe trabalhadora e à sociedade brasileira, caso seja aprovado. Gouvêa Vieira se comprometeu a analisar o material. “O importante é regulamentar a terceirização. Vamos buscar o que for melhor para a competitividade, sem retirar nenhum direito trabalhista”, declarou o empresário.


O que é o PL


O Projeto de Lei 4330 é de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). Mas o projeto original, que já era ruim, sofreu alterações durante a tramitação que o tornaram ainda pior. Ele tramita em caráter terminativo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, o que significa que, se aprovado na comissão, não precisará ser votado em plenário. O texto atual é o substitutivo do deputado Roberto Santiago (PSD-SP), que acrescenta mais detalhes nefastos ao relatório elaborado por Artur Maia (PMDB-BA) ao final dos trabalhos da comissão especial que analisou a proposta original.
De acordo com o projeto, as restrições que existem hoje à terceirização seriam totalmente extintas. Qualquer atividade poderia ser terceirizada, desde que se tratasse de tarefa especializada. Mas o que define a especialização não está detalhado no texto, o que deixaria nas mãos da empresa contratante o poder de definir. Assim, por exemplo, um banco poderia alegar que pagamentos e recebimentos diversos constituem tarefa especializada e contrataria terceirizados, demitindo todos os bancários com função de caixa. Nesta situação, os benefícios e conquistas alcançados pelos bancários durante nove décadas de organização sindical seriam burlados, já que o trabalhador terceirizado, não sendo funcionário do banco, não teria direito a eles.


O PL também facilitaria o processo de “pejotização”, ou seja, a contratação de trabalhadores como pessoa jurídica, com pagamento através de nota fiscal, sem vínculo empregatício. Isso retira direitos trabalhistas, já que o funcionário PJ não tem controle de jornada nem horas-extras, não recebe 13º salário, não tem direito a férias, não recebe tíquetes, nem tem plano de saúde pago pela empresa, entre outros benefícios e direitos. Além disso, o pagamento das contribuições ao INSS é feito somente pelo trabalhador.


Fabiano Júnior, presidente da Fetraf-RJ/ES, gravou um vídeo falando sobre o PL 4330 e a ameaça que representa para a classe trabalhadora. Confira:


Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Evento na CUT-RJ discutiu construção do Ramo da Comunicação

O Seminário do Ramo da Comunicação da CUT aconteceu no Rio de Janeiro nos dias 31 de julho e 1º de agosto e teve como objetivo construir a luta conjunta das categorias ligadas à comunicação. Dirigentes dos trabalhadores em Telecomunicações, Tecnologia da Informação e dos Correios discutiram os rumos de sua organização e as estratégias de luta que serão construídas para enfrentar os desafios impostos pela organização do mercado de informação.


O seminário foi aberto com duas palestras, no dia 31. A primeira foi com Marcos Dantas, professor Titular da Escola de Comunicação da UFRJ, com o tema “Um cenário: o arranjo produtivo do capital no setor”. Dantas discorreu sobre a organização empresarial das empresas de mídia no Brasil, comparando-a com a de outros países, e sobre a necessidade de rever a estrutura. Dantas é uma das figuras proeminentes do movimento pela democratização da comunicação e defende o fim da propriedade cruzada, que é quando um empresário ou família detém várias mídias diferentes, como jornal, rádio e TV. Outra bandeira defendida pelo professor é que a transmissão e a produção de conteúdo não sejam feitas pela mesma empresa, ao contrário do que existe hoje, sobretudo na TV. Dantas destaca que em muitos países a divisão se dá desta forma, sem nenhum prejuízo para o público. No Brasil, isto permitiria, entre outras vantagens, o aumento da diversidade na programação, já que abriria mais espaço ao que se chama de produção independente.


A segunda palestra foi com o jornalista Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Miro, como é conhecido, falou sobre a regulação do setor no Brasil. Com sua fala bem-humorada, o jornalista defendeu a necessidade de se rever a legislação que faz com que se transforme em “liberdade de empresa” o que deveria ser liberdade de imprensa e de expressão. Outro ponto abordado foi a necessidade do governo federal redistribuir as verbas publicitárias oficiais, já que os gastos com propaganda nos grandes veículos são altos, deixando de lado veículos menores, regionais e alternativos, mas isso não impede que a mídia hegemônica desmoralize e combata o governo.


Diante de uma plateia de sindicalistas, o jornalista destacou a necessidade que as entidades sindicais têm de se apropriar das mídias alternativas, sobretudo da internet. Desta forma, seria possível furar o bloqueio da mídia tradicional para fazer chegar aos trabalhadores outra abordagem, que não privilegie os interesses da classe dominante. No vídeo abaixo, Miro dá um recado aos dirigentes sindicais:



O segundo dia do evento foi dedicado a discussões dos sindicalistas sobre a construção do ramo da comunicação. Somente diretores das entidades envolvidas participaram dos debates.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Banerjianos farão manifestação em frente ao Palácio Guanabara


Um ato de rua em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado, no próximo dia 21 foi a forma que os funcionários do extinto banco Banerj encontraram para pressionar o governador Sérgio Cabral. Os bancários querem obter de Cabral o compromisso de sanção integral da lei que permitirá o retorno à Previ-Banerj dos participantes que saíram, sacando sua reserva de poupança.


O Projeto de Lei 3213/2010 foi proposto pelo deputado Gilberto Palmares (PT), com co-autoria de Paulo Ramos (PDT) e Edson Albertassi (PMDB), para permitir que os bancários que abriram mão do fundo de pensão possam retornar. “Naquela época de incerteza, muitos de nós tivemos medo de perder o que já  havíamos acumulado e sacaram o dinheiro. Mas, agora, é interessante para muita gente voltar. O PL 3213 prevê esta possibilidade, desde que o valor sacado, com as devidas correções, seja devolvido”, explica a banerjiana Vera Luiza Xavier, diretora do Seeb-Rio. “Não há motivo nenhum para o governo do estado se opor à lei, já que não haverá prejuízo para os cofres públicos. Mas temos que ter a garantia da sanção do governador”, acrescenta Ronald Carvalhosa, também diretor do sindicato e funcionário do extinto banco.


Deliberação coletiva


A realização do ato foi uma das decisões tomadas pelos bancários durante o VIII Encontro Nacional dos Antigos Funcionários do Banerj, realizado no Rio de Janeiro no último dia 03. Os banerjianos decidiram que vão usar verde, a cor do banco, e protestar em frente ao palácio a partir das 11h. O deputado Gilberto Palmares, autor do PL 3213, esteve presente ao evento e é favorável à mobilização para pressionar o chefe do Executivo estadual. “A mobilização é importante para pressionar o governador Sérgio Cabral”, declarou o parlamentar durante o encontro.


O objetivo é obter o compromisso de que o governador vai sancionar a lei para, então, incluir a votação do PL na pauta da Alerj.


Além de pressionarem pela sanção à lei estadual, os bancários também vão protestar contra o PL 4330, que tramita no Congresso. O projeto prevê a ampliação da terceirização e é uma ameaça aos direitos trabalhistas e à organização das categorias.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Frutos da jornada

Frei Betto *


Em pleno inverno, a presença do papa Francisco no Brasil, para participar da JMJ, foi uma calorosa primavera. Ele trouxe alegria, esbanjou sorrisos, beijou crianças, apertou as mãos do povo.


Os frutos dessa inesquecível visita podem ser resumidos em 15 pontos:


1. Francisco quer uma Igreja “pra fora”, desenclausurada, missionária, engajada na periferia e servidora dos pobres;


2. Na favela de Varginha, ele delineou seu perfil de Igreja: “advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas que clamam ao céu”;


3. Nossa atuação pastoral deve dedicar especial atenção às crianças, aos jovens e aos idosos. Os primeiros, por encarnarem o futuro; os segundos, por guardarem sabedoria;


4. Há que combater a corrupção e, ao mesmo tempo, alentar a esperança em “um mundo mais justo e solidário”;


5. A solidariedade – “quase um palavrão”, disse o papa – deve ser o eixo de nossa pastoral, disposta a “colocar mais água no feijão”;


6. Devemos combater a “cultura do descartável”, que ignora o valor das pessoas e estimula o consumismo e o hedonismo;


7. Precisamos saber “perder tempo” com os pobres, saber escutá-los;


8. A Igreja deve espelhar a simplicidade de Jesus, como Francisco de Assis e o papa Francisco, que dispensou a capa de arminho, os sapatos vermelhos, o anel e a cruz de ouro, os títulos de Sumo Pontífice e Sua Santidade, por preferir ser chamado apenas de papa, bispo de Roma, servo dos servos de Deus;


9. A segurança dos cristãos deve estar na confiança em Deus, e não no excessivo conforto que nos afastam dos pobres e do povo;


10. É preciso recuperar a confiança dos jovens nas instituições políticas, alentá-los na esperança; e “reabilitar a política, uma das formas mais altas de caridade”;


11. A política deve “evitar o elitismo e erradicar a pobreza”, condenando os opressores, como fez o profeta Amós ao denunciar que “vendem o justo por dinheiro e o pobre por um par de sandálias”;


12. Precisamos promover a “cultura do encontro”, favorecendo o diálogo sem preconceitos, combatendo os fundamentalismos e as segregações;


13. A sociedade futura, “mais justa, não é um sonho fantasioso”, mas algo que podemos alcançar.


14. Os jovens devem ser os “protagonistas da história”, construtores do futuro, de um mundo melhor.


15. As manifestações dos jovens nas ruas merecem o nosso apoio, pois eles “saíram nas ruas do mundo para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna.”


Francisco iniciou a reforma da Igreja pelo papado, como quem está convencido de que, para mudar o mundo, é preciso primeiro mudar a si mesmo. Agora, há algo de novo na barca de Pedro, cujas velas são tocadas pelo sopro do Espírito Santo.


 



* Frei Betto é escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org twitter: @freibetto.






Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária (
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Fonte: Frei Betto

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Encontro dos banerjianos define realização de ato público no Palácio Guanabara

O VIII Encontro Nacional dos Antigos Funcionários do Banerj aconteceu no último sábado, 03, e definiu a realização de um ato público em frente ao Palácio Guanabara. O objetivo é pressionar o governador Sérgio Cabral a sancionar sem vetos a lei que permitirá o retorno dos antigos participantes à Previ-Banerj, o fundo de pensão do banco extinto.
 
A lei ainda é projeto. O PL 3213/2010, de autoria do deputado estadual Gilberto Palmares (PT), e co-autoria dos deputados Paulo Ramos (PDT) e Edson Albertassi (PMDB), ainda está tramitando na Alerj. “O objetivo é pressionar pela inclusão do projeto na pauta de votação se tivermos o compromisso de que o governador o sancionará integralmente”, informa Ronald Carvalhosa, funcionário do extinto Banerj e diretor do Seeb-Rio. “A mobilização é importante para pressionar o governador Sérgio Cabral. A luta é justa porque os trabalhadores que sacaram sua reserva de poupança o fizeram sob intenso constrangimento e pressão. E não há motivo para o governador vetar, já que a lei não vai trazer prejuízos ao estado. O texto do PL prevê que os participantes que sacaram sua reserva só poderão voltar se fizerem um aporte correspondente ao valor sacado, com as correções”, destaca Gilberto Palmares, que esteve presente ao evento dos banerjianos.
 
O ato público foi marcado para o dia 21 de agosto, às 11 horas, em frente ao Palácio. O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro divulgará mais detalhes sobre a manifestação através de seus meios de comunicação. “A hora é agora. Temos que aproveitar o clima de mobilização e colocar nossa pauta nas ruas também. Ano que vem teremos eleições e fica mais difícil pressionar os parlamentares. O projeto tem que ser posto em votação ainda em 2013 e precisamos ter a garantia de que Cabral não o vetará”, alerta Carvalhosa.
 
Além de reivindicar o não veto ao PL 3213 pelo governador do estado, a manifestação do dia 21 também vai protestar contra o PL 4330, conhecido como PL da terceirização, que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara Federal. “Este projeto de lei que escancara a terceirização vai ser um duro golpe na organização sindical. Sem sindicatos fortes para defender seus interesses, os trabalhadores ficam vulneráveis. E isso afeta a todos, independente da categoria”, esclarece Vera Luiza Xavier, ex-banerjiana e diretora do Seeb-Rio.

Outros temas
 
Outro ponto que rendeu muitos debates foi a atual situação da Caberj. Com a mudança da operadora de plano de saúde pelo Itaú, a caixa de assistência do extingo Banerj enfrenta uma crise. O crescente aumento da idade média dos associados traz problemas de custeio do plano que precisam ser enfrentados o quanto antes, para garantir que a Caberj continue viável. “Hoje, 72 % dos associados têm acima de 60 anos”, alertou o presidente do Conselho Deliberativo da Caberj, Antônio Ferreira. “A Caberj é um problema de todos e devemos fazer um esforço conjunto para mantê-la funcionando para garantir que tenhamos o atendimento de qualidade que sempre tivemos”, defende Ronald Carvalhosa.
 
Foram também prestados esclarecimentos sobre os processos que o Seeb-Rio ajuizou em nome dos banerjianos. Ronald Carvalhosa falou sobre o andamento das ações e respondeu às dúvidas dos presentes.
 
Cerca de 300 empregados e aposentados do antigo banco do estado do Rio de Janeiro estiveram presentes ao encontro. Os sindicatos de Angra dos Reis e da Baixada Fluminense enviaram representantes. A Fetraf-RJ/ES foi representada pelo presidente, Fabiano Júnior, e pela diretora Leonice Pereira. “O estado do Rio de Janeiro perdeu muito com a privatização do Banerj e os trabalhadores receberam um tratamento inaceitável por parte do Itaú. Os empregados do banco lutaram muito para impedir que a venda fosse levada a cabo, mas os neoliberais se empenharam e fizeram do Banerj a ponta de lança das privatizações”, lembra Fabiano. Mas o dirigente ressalta que os sindicatos da base da entidade sempre mostraram muita força e que esta mobilização é fundamental para que sejam garantidos os direitos dos funcionários. “A luta dos banerjianos sempre teve o apoio forte e incondicional da Fetraf-RJ/ES e de todos os filiados. Isso não vai mudar”, conclui o sindicalista.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Paralisação em Campos, reintegração em Angra

O Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes e Região retardou por duas horas a abertura das agências do Santander nesta sexta feira, dia 02. As cinco agências do banco no município-sede só abriram ao meio-dia como forma de protesto pelas péssimas condições de trabalho a que os funcionários do banco estão submetidos.


Hugo Diniz, presidente do sindicato, informa que as agências do Santander estão com falta de funcionários e sobrecarga de trabalho. “O banco fez demissões em massa em dezembro de 2012 e o pior é que, em vez de preencher essas vagas, novas dispensas estão acontecendo. Esse descaso do banco com o emprego, mais as metas abusivas para a venda de produtos, agravaram as condições de trabalho, gerando estresse e adoecimento de funcionários. Isso se reflete na qualidade do atendimento a população”, critica Diniz. O sindicalista acrescenta que esta é a razão dos protestos, que reivindicam o fim das demissões, da rotatividade e das metas abusivas, combate ao assédio moral, melhores condições de saúde, segurança no trabalho, igualdade de oportunidades valorização dos aposentados e contratação de mais funcionários, para acabar com as filas e melhorar o atendimento. “Mas o descaso do banco é tão grande que após a paralisação de 02 horas que fizemos, mais uma funcionária foi demitida”, acrescenta o presidente do sindicato.


O sindicalistas presentes ao ato aproveitaram para esclarecer funcionários e clientes sobre os riscos do PL 4330, conhecido como PL da terceirização, que traz para milhões de trabalhadores formais o risco iminente de se tornarem prestadores de serviços eventuais, em condições precarizadas.


De volta


O Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis comemora a reintegração da bancária Maria Dilza Martins Calado, funcionária do HSBC, que foi demitida em 21 de maio. Portadora de LER/DORT, a bancária acionou o banco através do sindicato e obteve liminar determinando sua reintegração. Maria Dilza reassumiu seu posto na agência na última quinta-feira, 1º de agosto.

Fonte: Fetraf-RJ/ES, com Seeb Campos e Seeb Angra dos Reis

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Negociações com o HSBC sinalizam avanços, mas banco precisa ir além

   Crédito: Dino Santos


Na segunda rodada de negociações específicas da Contraf-CUT, federações e sindicatos com o HSBC, realizada nesta quarta-feira 31 em São Paulo, o banco inglês sinalizou com pequenos avanços econômicos, mas ainda tímidos para satisfazer as expectativas dos bancários. Nova rodada de negociação está marcada para o dia 20 de agosto.


Houve avanços nas negociações a respeito dos seguintes temas:


• Continuidade da bolsa educacional, aumentando de 1.100 para 1.300 bolsistas, com majoração dos valores para R$ 460,00 a partir de janeiro de 2014, que serão acrescidos dos percentuais da Campanha Nacional dos Bancários.
• O banco sinaliza com ajustes no atual modelo do fundo de previdência complementar. Na próxima rodada de negociação, no dia 20, o movimento sindical apresentará proposta para o fundo de pensão, visando a construção conjunta das melhorias no plano de previdência.
• Constituição imediata de uma comissão paritária de saúde e condições de trabalho.
• O banco ratificou a garantia de que não descontará de seus programas próprios de remuneração (PPR) os valores da PLR a serem conquistados na Campanha Nacional dos Bancários.
• Fim das metas para a área de atendimento.
• Manutenção das duas operadoras de planos de saúde e odontológico.
• Treinamento interno (treinet) somente durante a jornada de trabalho.
• Abono das folgas nas datas de aniversário de vida e de tempo de casa.


Banco tem condições de avançar


“Diferentemente do que vinha acontecendo, diante da mobilização do funcionalismo em todo o país o banco finalmente começa a negociar com efetividade. Mesmo alegando as dificuldades por conta de orçamento e da projeção do impacto da Campanha Nacional em suas contas, nós trabalhadores acreditamos que o HSBC tem condições e deve avançar no processo negocial para atender às reivindicações dos bancários”, afirma Alan Patrício, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT. Rubens Branquinho, representante da Federação na COE, entende que o banco tem condições de ceder avanços nos conflitos relacionados à saúde do trabalhador, com a criação do grupo de trabalho e da comissão paritária de saúde. “Também é possível fazer melhorias no fundo de pensão recém-instituído pelo banco”, acredita o sindicalista.


“Para a próxima reunião, em 20 de agosto, esperamos uma resposta positiva do banco nas questões pendentes, como a garantia de benefícios da NR 279 da ANS no plano de saúde, vale-cultura, atualização do CPK, extensão do parcelamento do adiantamento de férias em até dez parcelas, acesso ao sistema de aplicativo do RH para os funcionários afastados e licenciados, participação na discussão dos programas próprios de remuneração, além de garantia no emprego”, afirma Carlos Kanak, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC. “Embora o resultado ainda esteja muito aquém da necessidade dos funcionários, queremos acreditar que esteja encerrada a era das reuniões com café gelado, água quente e nenhum avanço”, conclui Rubens.


A base da Federação foi representada na reunião por Rubens Branquinho, Renata Soeiro e por Marcelo Rodrigues, pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

Fonte: Fetraf-RJ/ES, com Contraf-CUT