BICICLETAS EM SÃO PAULO

Desde abril de 2002, um grupo de ciclistas se reúne na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, em São Paulo, toda última sexta-feira do mês. O horário escolhido coincide com o de pior trânsito possível: seis da tarde. O grupo não tem líderes e o percurso geralmente é estabelecido na hora. O objetivo do encontro, conhecido como “Bicicletada”, é reunir o maior número possível de ciclistas, lutar por mais espaço no trânsito, combater a cultura do carro e demonstrar que a bicicleta é a alternativa ideal para o transporte nas saturadas vias urbanas.

Durante o trajeto, os ciclistas distribuem panfletos aos motoristas, com a intenção de mostrar que a bicicleta também tem direito ao seu espaço no mar de carros. O slogan “Nós não atrapalhamos o trânsito – nós somos o trânsito” resume a proposta dos manifestantes.

“A própria presença do grupo de bicicletas entre os carros cria um conflito que, não sendo necessariamente agressivo, evidencia a disputa de espaço e a necessidade de melhores condições para quem usa o transporte não motorizado” , afirma o jornalista Thiago Benicchio, participante do movimento há um ano e meio e criador do blog “Apocalipse Motorizado”.


A Bicicletada é a versão nacional do movimento conhecido mundialmente como Massa Crítica (Critical Mass), que nasceu em 1992 na cidade norte-americana de São Francisco e hoje está presente em mais de 300 cidades de todos os continentes. “Importado” para São Paulo há três anos e meio, o movimento vai crescendo lentamente e já acontece também em Porto Alegre, Florianópolis, Brasília e Curitiba.

Além da Bicicletada, os ciclistas da cidade de São Paulo acabam de trazer para o Brasil uma nova arma para a luta pelo espaço no trânsito. A Coopbike, criada em novembro, foi inspirada na idéia da Bike Church, que, como a Bicicletada, nasceu na cidade norte-americana de São Francisco.

O estudante de Letras Mathias Fingermann, um dos organizadores, explica que a Coopbike é uma oficina comunitária de bicicletas. “A idéia é que as oficinas sejam de todos, de uso livre. O princípio é o do ‘faça você mesmo’: quem não sabe aprende, quem sabe, ensina”, diz.


(Fonte: Reporter Social)

 

 

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