Quem dá mais?

 


Sérgio Cabral tentará, pela terceira vez, dia 18 de abril, leiloar os restos mortais do Banco do Estado do Rio de Janeiro. Espera arrecadar uns R$ 900 milhões.
O pacote inclui uma barra de ouro. É que o banco que comprar terá direito a operar por três anos a folha de pagamentos dos servidores do estado.

Fonte: Blog do Ancelmo – O Globo Online

Privatização da Clin já tem data para acontecer

 




por Renato Onofre


A Prefeitura de Niterói marcou para março o edital de licitação que vai delegar à iniciativa privada os serviços da Companhia de Limpeza Urbana de Niterói (Clin). No entanto, o Executivo ainda não tem data para a audiência pública que havia, segundo representantes da sociedade, se comprometido a realizar antes de iniciar o processo licitatório. Orçada em R$ 1,6 bilhão, a privatização da empresa é alvo de protesto de funcionários e entidades de classe.


Em novembro, O FLUMINENSE informou, com exclusividade, as mudanças que estavam para ocorrer na Clin. Ontem, o Fórum em Defesa da Clin Pública e dos Trabalhadores Contra a Privatização anunciou que vai visitar os distritos para mobilizar os trabalhadores.


“Chegou a hora de mobilizar as bases para protestar contra a privatização da empresa. Estão vendendo uma história para os trabalhadores que não condiz com a realidade. Eles têm que entender que o que está em jogo é o emprego deles”, afirma Vinicius Codeço, membro da coordenação do Fórum.


Apesar das garantias dadas pelo o Executivo no final do ano passado, onde o próprio prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT) garantiu que não haveria demissões, a possibilidade da perda do emprego mobilizou os 2,5 mil funcionários concursados da Clin.


Para o vereador Renatinho (Psol), a forma como a Prefeitura conduz o processo de concessão alimenta o temor na categoria.
“Na suposta audiência pública, onde teriam que ser respondidas questões vitais, a Prefeitura se omitiu de abrir o debate. Um absurdo”, protestou o parlamentar.


A audiência, realizada no dia 3 de janeiro, é uma das maiores reclamações dos representantes do Fórum. Eles não reconhecem a reunião como oficial, alegando que nenhum questionamento foi respondido na ocasião, e afirmam que o representante da Clin confirmou que haveria outra audiência antes que o processo de licitação fosse aberto.


A possibilidade de uma nova consulta popular está registrada na ata da sessão. O representante do município, Samuel de Souza Junior, admitiu aos cerca de 200 funcionários e representantes sociais que poderia haver outra audiência, se necessário.


Procurada, a Clin não confirmou a possibilidade de realização de uma nova audiência. A empresa limitou-se a afirmar que “todos os trâmites necessários estão obedecendo rigorosamente as legislações pertinentes, inclusive tendo sido realizada Audiência Pública”. Já a Prefeitura voltou a afirmar que não haverá nenhum corte de funcionários, inclusive comissionados. E declara que a concessão visa otimizar a gestão dos serviços da Clin. 


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Comentários

Esta matéria possui 8 comentário(s)


  1. Alex M Fontes – 31/01/2011 – 21:31

    O JRS é fantástico !!! A cidade e as pessoas ainda não se recuperaram das chuvas de Maio/2010, dado que a prefeitura é de uma inércia que rivaliza a sua própria incompetência e irresponsabilidade (criminosa) e lá vem ele dar mais um prejuízo a cidade, num total descaso e falta de respeito ao cidadão-eleitor-contribuinte. Se a audiência pública ainda não foi marcada mas o Edital já tem data de lançamento marcada pressupõem-se que não importa o que o cidadão ache ou deixe de achar a CLIN será privatizada … Logo, a audiência é uma farsa, pró-forma para “inglês ver”.


  2. Visitante – 01/02/2011 – 08:59

    Os serviços de coleta de lixo da Clin pioraram muito. Aliás estão horríveis. Mas acredito que estão licitando mais serviços além da coleta de lixo, já que esse custo (R$ 1,6 bi/ano) é uma loucura de alto só para coleta de lixo!


  3. algusto – 01/02/2011 – 09:25

    ele sabe que ja esta de saida e quer afundar ainda mais a cidade!


  4. luciano – 01/02/2011 – 13:37

    O DITADOR DO EGITO ESTÁ POR UM FIO POR MUITO MENOS. POR QUE ENTÃO JORGE ROBERTO CONTINUA SENDO PREFEITO SE JÁ ESTÁ MAIS DO QUE PROVADO QUE ELE É INCOMPETENTE E IRRESPONSÁVEL PARA TAL CARGO? PREPAREM-SE PARA UM DRAMA DO LIXO SIMILAR AO DAS CIDADES ITALIANAS VITIMADAS PELA AÇÃO DE MÁFIAS BEM PARECIDAS COM AS NOSSAS. JÁ ESTOU ACHANDO QUE UMA BOMBA NUCLEAR FARIA MENOS ESTRAGOS NA CIDADE DO QUE ESSE PREFEITO E SEUS LACAIOS…


  5. andrea – 01/02/2011 – 13:42

    A cidade de Niterói está entregue as baratas! O senhor Jorge Roberto Silveira tem como objetivo destruir a cidade sorriso. Parebéns, está conseguindo!


  6. Ermes Lucas – 01/02/2011 – 14:08

    Essa criatura que impede que Niterói tenha um prefeito tentou privatizar o Campo de São Bento, a Praça Getúlio Vargas, a Praia de Icarai, uma rua de Icaraí, o acesso de Jurujuba ao Cafubá através de um túnel e agora tenta privatizar a CLIN.
    Parece que o único objetivo dele, além de impedir que Niterói tenha um prefeito, é privatizar tudo que é público por aqui.


  7. Visitante – 01/02/2011 – 14:33

    É lamentável o descontrole do dinheiro publico,e o prefeito só achar saída transferido sua concessão para o particular, no final quem paga as contas são os funcionários e os moradores de Niterói.


  8. Felipe – 08/02/2011 – 18:33

    E o pessoal que passou no concurso público no meio de 2010???pelo visto o concurso foi feito só para arrecadar dinheiro!isso é uma vergonha!!



O conteúdo deste campo é privado não será exibido ao público.




Fonte: O Fluminense

CUT retoma defesa do fim do imposto sindical

 



No encontro de hoje (11/03) no Palácio do Planalto entre a presidente Dilma Rousseff e as centrais sindicais, a CUT vai retomar a proposta de se acabar com o imposto sindical obrigatório, que seria substituído por uma contribuição negociada com os trabalhadores de cada sindicato.



Além da redução da jornada de trabalho, do fim do fator previdenciário e da correção da tabela do Imposto de Renda, a CUT, na contramão das outras centrais sindicais, principalmente da Força Sindical comandada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), cobrará da presidente Dilma o envio ao Congresso de projeto acabando com a cobrança compulsória do imposto sindical.


Nos últimos três anos, as principais centrais receberam mais de R$ 200 milhões do imposto. A CUT, como maior central, ficou com a maior fatia: R$ 26,7 milhões em 2009. Mas a central quer tirar poder da Força, que depende muito mais do imposto obrigatório. A CUT também não perderia muitos recursos, com o novo tipo de imposto (chamado de negocial), já que tem uma rede de sindicatos mais fortes que as centrais menores.


É em março que todo trabalhador com carteira assinada tem descontado um dia de trabalho, independentemente de ser sindicalizado ou não. Em 2008 a arrecadação foi de R$ 1,3 bilhão.


Parceira da Força Sindical em 2008, quando acabou aderindo ao pesado lobby pela aprovação da cobrança compulsória, a CUT quer agora retomar o assunto -isso depois de três anos recebendo o repasse automático do imposto. Mas está isolada.


Hoje, a CUT cobrará de Dilma o cumprimento do acordo fechado em agosto de 2008 entre governo e dirigentes sindicais, por ocasião da aprovação no Congresso do repasse automático do imposto para as centrais.


O acordo, defendido pela CUT na ocasião, previa o envio de projeto do Executivo ao Congresso para acabar com o imposto sindical e criar a contribuição da negociação coletiva, a ser aprovada em assembleia.


Fonte: Jornal O Globo

Fonte: SISEJUFE e O Globo

A má aula da London School of Economics

 




ELIO GASPARI

QUAL A DIFERENÇA entre a Maison Dior e a London School of Economics? Uma delas mostrou que é rápida e séria. Ambas são casas de grife. Uma ensina os povos a se vestir. A outra ensina as nações a gerir suas economias. Depois da Segunda Guerra, Dior mandou as mulheres vestirem saias longas, rodadas, e assim elas fizeram, da duquesa de Windsor a Evita Perón.


Com 16 prêmios Nobel no currículo, a London School of Economics era a casa de Friedrich Hayek quando ele escreveu “O Caminho da Servidão” ensinando que o planejamento central da economia levava os países à ditadura e à ruína. Infelizmente, não o ouviram logo. Passaram pela LSE John Kennedy, José Guilherme Merquior e o atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. FHC ganhou um título de doutor honoris causa e Mick Jagger, matriculado, caiu fora.


Nas últimas semanas, tanto a Maison Dior como a LSE foram confrontadas com maus passos. O estilista John Galliano (uma espécie de Tiririca da alta-costura), deu-se a comentários antissemitas e, em duas semanas, foi suspenso e posto na rua. Já a LSE teve que explicar por que deu um titulo de doutorado a Saif al Islam, o filho querido de Muammar Gaddafi, e levou dois anos para comprovar que ele praticara pelo menos 17 plágios.


Em 2009, depois de ter diplomado o moço, a LSE aceitou uma promessa de US$ 2,45 milhões feita por Gaddafi e Saif deu à escola mais US$ 488 mil. Se isso fosse pouco, o professor David Held, orientador do herdeiro, fez uma viagem à Líbia às custas de um programa do papai.


O diretor da LSE, Sir Howard Davies, amealhou US$ 50 mil assessorando o fundo soberano líbio. Levou o capilé em 2007, mas se esqueceu de contar. Na sexta-feira, apanhado, pediu demissão, dizendo que “foi um erro”. Erro nada, foi cobiça colonial.


A LSE anunciou que devolveria o dinheiro líbio. Demitir gente como a Maison Dior fez com Galliano, nem pensar. Investigar os critérios que a escola usa para receber doações, muito menos. Fez-se tudo à moda dos clubes. Gaddafi sempre foi Gaddafi, a LSE é que não era exatamente o que se pensava.


Quando a poeira da Líbia assentar, talvez se comece a discutir as relações incestuosas entre universidades, centros de pesquisa e órgão de imprensa com ditadores. Príncipes sauditas espargem dinheiro em instituições americanas como se fossem tâmaras.


O Cazaquistão abarrota publicações respeitáveis com parolagens autocongratulatórias que elas classificam como “informes especiais”. Isso para não se falar nos seminários de fancaria frequentemente montados nas capitais do circuito Elizabeth Arden. Se cada seminário desses anunciar quanto custa cada sábio-palestrante, lances como o da LSE dificilmente se repetirão.


A sabedoria convencional ensina que na Jordânia e na Síria funcionam governos policiais e corruptos. Está entendido que o rei Abdula 2º e o presidente Assad são ditadores, mas suas mulheres parecem Cinderelas de um novo tempo. A rainha Rania é ambientalista e tuiteira, com MBA pela Universidade Americana do Cairo, passagens pelo Citibank e pela Apple. É amiga de Nicole Kidman e da infalível Naomi Campbell. Festejou seus 40 anos com 600 convidados globais. Eles brindaram no deserto, pisando em areias umedecidas por jorros de pipas d’água.


Na Síria reina Asma, mulher do presidente Assad. Estudou no King’s College de Londres e passou pelo fundo de derivativos do Deutsche Bank e pelo JP Morgan.


Ela se dedica a amparar o desenvolvimento rural. É o rosto cosmopolita do governo. Seu marido tem outros interesses: com tecnologia pirata paquistanesa e assistência da Coreia do Norte, montava um reator nuclear que produziria plutônio, e, com ele, umas bombinhas. Em setembro de 2007, a aviação israelense detonou-o.


Os ditadores de todo o mundo sabem que universidades ilustres e empresários endinheirados gostam de polir celebridades. O filho de Gaddafi só se tornou um quindim azedo para a London School of Economics porque ela aceitou seu dinheiro na época errada. Seus doutores precisam de uma consultoria da Maison Dior.


MEMÓRIA


O Itamaraty diz que foi surpreendido porque Muammar Gaddafi listou o Brasil entre os eternos amigos da sua Líbia. Gaddafi pode ser louco, mas devia ter motivos para achar que a diplomacia brasileira estava ao seu lado.


Noves fora ter sido chamado por Lula de “amigo, irmão e líder”, Gaddafi deve saber do que Nosso Guia estava falando quando afirmou o seguinte, em dezembro de 2003: “Quero dizer ao presidente Gaddafi que, ao longo dessa trajetória política, assumi muitos compromissos políticos. Fizemos alguns adversários e muitos amigos. Hoje, como presidente da República do Brasil, jamais esqueci os amigos que eram meus amigos quando eu ainda não era presidente da República”.


Do que Lula não esqueceu, e hoje ninguém quer lembrar, só ele e Gaddafi sabem.

O SONHO DA PRAIA


Se e quando o companheiro Obama vier ao Brasil, ele gostaria de passar alguns momentos numa praia do Rio. Tarefa aparentemente fácil, exigirá atenção do Itamaraty, pois em 2004 o presidente russo Vladimir Putin tinha o mesmo interesse e, enfurecido, perdeu o programa.


Ele foi retido por Nosso Guia no Planalto, chegou ao almoço no Itamaraty com duas horas de atraso, comeu batatas fritas frias e só desceu no Rio à noitinha.


Putin, como muitos turistas russos, queria realizar o sonho do personagem do romance satírico “As 12 Cadeiras” obcecado por uma caminhada pela praia do Rio, todo vestido de branco.
Bender foi retido pelo regime soviético. Putin, pela etiqueta retardatária de Nosso Guia.

REPRISE


Se os fuzileiros americanos desembarcarem na Líbia, estarão revivendo uma ação militar lembrada todas as vezes em que é cantado o hino dos “marines”. Sua letra começa louvando os soldados que ocuparam “dos salões de Montezuma às praias de Trípoli”.


Em 1801, o presidente Thomas Jefferson atacou a Líbia, enfrentando os piratas que infestavam o sul do Mediterrâneo. Pela primeira vez, a bandeira americana foi hasteada no estrangeiro. O trecho do hino incomoda até hoje os nacionalistas árabes e mexicanos, por conta da referência à tomada de sua capital, em 1847.

Fonte: Blogo do JAM

Bilionários brasileiros: dos 12 novos, dez são banqueiros

A lista da revista Forbes com as pessoas mais ricas do mundo inclui trinta bilionários brasileiros. Eike Batista, o multiempresário, continua na 8ª posição, com um aumento de R$ 3 bi em sua fortuna em relação ao ano anterior.


Dos doze novos brasileiros listados pela publicação, apenas dois não são ligados a empresas do ramo financeiro: o casal Edson e Dulce Godoy Bueno, da Amil. Todos os outros são banqueiros ou herdeiros de banqueiros. Só o grupo Itaú/Unibanco contribui com sete nomes para esta seleta lista.


No topo da lista ficou, pelo segundo ano seguido, o empresário mexicano Carlos Slim, que, no Brasil, detém parte da operadora de TV por assinatura Net e controla a Claro e a Embratel. O segundo lugar ficou com Bill Gates, da Microsoft. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, pulou da 212ª para a 52ª posição na lista. O brasileiro naturalizado americano Eduardo Saverin, co-fundador da rede social, entrou na lista pela primeira vez este ano.


Confira a lista bilionários brasileiros:
































































































































































 


Nome


Patrimônio


Fonte de receita



Eike Batista


US $ 30 Bi


Mineração e petróleo


55º


Jorge Paulo Lehman


US $ 13,3 Bi


AmBev


68º


Joseph Safra


US $ 11,4 Bi


Banco Safra


158º


Marcel Herrmann Telles


US $ 6,2 Bi


AmBev


173º


Dorothea Steinbruch & família


US $ 5,8 Bi


CSN


185º


Carlos Alberto Sicupira


US $ 5,5 Bi


AmBev


193º


Antonio Ermirio de Moraes & família


US $ 5,3 Bi


Grupo Votorantim


247º


Aloysio de Andrade Faria


US $ 4,3 Bi


Banco Alfa


323º


Abilio dos Santos Diniz


US $ 3,4 Bi


Pão de Açúcar


347º


Alfredo Egydio Arruda Villela Filho


US $ 3,2 Bi


Itaú


347º


Ana Lucia de Mattos Barretto Villela


US $ 3,2 Bi


Itaú


376º


Antonio Luiz Seabra


US $ 3,0 Bi


Natura


376º


Andre Esteves


US $ 3,0 Bi


Banco Pactual/Panamericano


376º


Fernando Roberto Moreira Salles


US $ 2,6 Bi


Unibanco


440º


Joao Moreira Salles


US $ 2,6 Bi


Unibanco


440º


Pedro Moreira Salles


US $ 2,6 Bi


Unibanco


440º


Walther Moreira Salles


US $ 2,6 Bi


Unibanco


459º


Rubens Ometto Silveira Mello


US $ 2,5 Bi


Cosan/açúcar e álcool


488º


Moise Safra


US $ 2,4 Bi


setor bancário


564º


Elie Horn


US $ 2,1 Bi


Cyrela (setor imobiliário)


595º


Jayme Garfinkel & família


US $ 2,0 Bi


Porto Seguros


595º


Maria de Lourdes Egydio Villela


US $ 2,0 Bi


Itaú


595º


Edson de Godoy Bueno


US $ 2,0 Bi


Amil


651º


Dulce Pugliese de Godoy Bueno


US $ 1,9 Bi


Amil


736º


Guilherme Peirão Leal


US $ 1,7 Bi


Natura


782º


Liu Ming Chung (chinês naturalizado brasileiro)


US $ 1,6 Bi


Nine Dragons (Papel)


879º


Joao Alves de Queiroz Filho


US $ 1,4 Bi


Hypermarcas (bens de consumo)


879º


Lina Maria Aguiar


US $ 1,4 Bi


Grupo Bradesco (herdeira)


938º


Julio Bozano


US $ 1,3 Bi


Banco Bozano, Simonsen


1 057º


Lia Maria Aguiar


US $ 1,1 Bi


Grupo Bradesco (herdeira)

Fonte: Forbes


 


Com informações da Forbes 


 

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

: : : A R T I G O : : : As mulheres não são homens

Boaventura de Sousa Santos *


 


No passado dia 8 de março celebrou-se o Dia Internacional da Mulher. Os dias ou anos internacionais não são, em geral, celebrações. São, pelo contrário, modos de assinalar que há pouco para celebrar e muito para denunciar e transformar. Não há natureza humana assexuada; há homens e mulheres. Falar de natureza humana sem falar na diferença sexual é ocultar que a “metade” das mulheres vale menos que a dos homens. Sob formas que variam consoante o tempo e o lugar, as mulheres têm sido consideradas como seres cuja humanidade é problemática (mais perigosa ou menos capaz) quando comparada com a dos homens. À dominação sexual que este preconceito gera chamamos patriarcado e ao senso comum que o alimenta e reproduz, cultura patriarcal.


 


A persistência histórica desta cultura é tão forte que mesmo nas regiões do mundo em que ela foi oficialmente superada pela consagração constitucional da igualdade sexual, as práticas quotidianas das instituições e das relações sociais continuam a reproduzir o preconceito e a desigualdade. Ser feminista hoje significa reconhecer que tal discriminação existe e é injusta e desejar activamente que ela seja eliminada. Nas actuais condições históricas, falar de natureza humana como se ela fosse sexualmente indiferente, seja no plano filosófico seja no plano político, é pactuar com o patriarcado.


 


A cultura patriarcal vem de longe e atravessa tanto a cultura ocidental como as culturas africanas, indígenas e islâmicas. Para Aristóteles, a mulher é um homem mutilado e para São Tomás de Aquino, sendo o homem o elemento activo da procriação, o nascimento de uma mulher é sinal da debilidade do procriador. Esta cultura, ancorada por vezes em textos sagrados (Bíblia e Corão), tem estado sempre ao serviço da economia política dominante que, nos tempos modernos, tem sido o capitalismo e o colonialismo. Em Three Guineas (1938), em resposta a um pedido de apoio financeiro para o esforço de guerra, Virginia Woolf recusa, lembrando a secundarização das mulheres na nação, e afirma provocatoriamente: “Como mulher, não tenho país. Como mulher, não quero ter país. Como mulher, o meu país é o mundo inteiro”.


 


Durante a ditadura portuguesa, as Novas Cartas Portuguesas publicadas em 1972 por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, denunciavam o patriarcado como parte da estrutura fascista que sustentava a guerra colonial em África. “Angola é nossa” era o correlato de “as mulheres são nossas (de nós, homens)” e no sexo delas se defendia a honra deles. O livro foi imediatamente apreendido porque justamente percebido como um libelo contra a guerra colonial e as autoras só não foram julgadas porque entretanto ocorreu a Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974.


 


A violência que a opressão sexual implica ocorre sob duas formas, hardcore e softcore. A versão hardcore é o catálogo da vergonha e do horror do mundo. Em Portugal, morreram 43 mulheres em 2010, vítimas de violência doméstica. Na Cidade Juarez (México) foram assassinadas nos últimos anos 427 mulheres, todas jovens e pobres, trabalhadoras nas fábricas do capitalismo selvagem, as maquiladoras, um crime organizado hoje conhecido por femicídio. Em vários países de África, continua a praticar-se a mutilação genital. Na Arábia Saudita, até há pouco, as mulheres nem sequer tinham certificado de nascimento. No Irão, a vida de uma mulher vale metade da do homem num acidente de viação; em tribunal, o testemunho de um homem vale tanto quanto o de duas mulheres; a mulher pode ser apedrejada até à morte em caso de adultério, prática, aliás, proibida na maioria dos países de cultura islâmica.


 


A versão softcore é insidiosa e silenciosa e ocorre no seio das famílias, instituições e comunidades, não porque as mulheres sejam inferiores mas, pelo contrário, porque são consideradas superiores no seu espírito de abnegação e na sua disponibilidade para ajudar em tempos difíceis. Porque é uma disposição natural. não há sequer que lhes perguntar se aceitam os encargos ou sob que condições. Em Portugal, por exemplo, os cortes nas despesas sociais do Estado actualmente em curso vitimizam em particular as mulheres. As mulheres são as principais provedoras do cuidado a dependentes (crianças, velhos, doentes, pessoas com deficiência). Se, com o encerramento dos hospitais psiquiátricos, os doentes mentais são devolvidos às famílias, o cuidado fica a cargo das mulheres. A impossibilidade de conciliar o trabalho remunerado com o trabalho doméstico faz com que Portugal tenha um dos valores mais baixos de fecundidade do mundo. Cuidar dos vivos torna-se incompatível com desejar mais vivos.


 


Mas a cultura patriarcal tem, em certos contextos, uma outra dimensão particularmente perversa: a de criar a ideia na opinião pública que as mulheres são oprimidas e, como tal, vítimas indefesas e silenciosas.


 


Este estereótipo torna possível ignorar ou desvalorizar as lutas de resistência e a capacidade de inovação política das mulheres. É assim que se ignora o papel fundamental das mulheres na revolução do Egipto ou na luta contra a pilhagem da terra na Índia; a acção política das mulheres que lideram os municípios em tantas pequenas cidades africanas e a sua luta contra o machismo dos lideres partidários que bloqueiam o acesso das mulheres ao poder político nacional; a luta incessante e cheia de riscos pela punição dos criminosos levada a cabo pelas mães das jovens assassinadas em Cidade Juarez; as conquistas das mulheres indígenas e islâmicas na luta pela igualdade e pelo respeito da diferença, transformando por dentro as culturas a que pertencem; as práticas inovadoras de defesa da agricultura familiar e das sementes tradicionais das mulheres do Quénia e de tantos outros países de África; a resposta das mulheres palestinianas quando perguntadas por auto-convencidas feministas europeias sobre o uso de contraceptivos: “na Palestina, ter filhos é lutar contra a limpeza étnica que Israel impõe ao nosso povo”.


 


* Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

Fonte:

: : : A R T I G O : : : Heloneida Studart, o vento leste do feminismo

Gilson Caroni Filho*


 


Um sopro de vento percorreu o saguão da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, onde, na tarde de 3 de dezembro de 2007, foi velado o corpo da parlamentar, jornalista, escritora e ativista Heloneida Studart. Três anos antes da eleição da primeira mulher para a Presidência da República, o Brasil perdeu uma militante que sempre agiu a descoberto, cabeça erguida no espaço das intempéries, desdenhando, com um humor desconcertante, os que a ela se opunham nas diversas frentes em que combateu.


 


O feminismo de Heloneida, como ação política concreta, englobava teoria, prática e ética, tomando a mulher como sujeito histórico de transformação da sua própria condição social. Sabia que a luta pela emancipação feminina, e pela afirmação de todos seus direitos à igualdade com o homem, é uma das grandes causas de nossa época. Ao abraçá-la, rejeitou falácias e equívocos que tendem, na prática, a produzir desvirtuamentos e atrasos. Não atribuiu graus de prioridade às diferentes lutas por uma sociedade mais justa. Se por um lado a dominação do homem sobre a mulher não é uma criação do capitalismo, nem resulta da divisão da sociedade em classes, o ideal socialista só pode ser qualificado de genuíno e real à medida que proponha a libertação do conjunto social.


 


A divisão igualitária das posições de poder e prestígio, da cultura e da produção, assim como a distribuição equitativa das tarefas, tanto na vida social como no âmbito doméstico, entre homens e mulheres, é um objetivo que requer tenacidade e desassombro, duas características que nunca faltaram a essa cearense, mãe de seis filhos e cozinheira de mão cheia.


 


Helô, como gostava de ser chamada pelos amigos, sabia apreender dialeticamente à luta das mulheres nos países periféricos. Seria um equívoco completo afirmar que todas as militantes que, na América Latina e na África, lutam por seus direitos tenham como meta final a construção do socialismo. Mas é possível afirmar que a maioria delas se constitui como sujeitos históricos relevantes, a partir de movimentos sociais e políticos, que levantam plataformas de luta e programas de trabalho questionadores do status quo, postulando a criação de uma sociedade baseada na igualdade e na justiça social.


 


Com seu fino senso de humor, a militante incansável registrava, em ensaio publicado no Livro da Cabeceira da Mulher (Civilização Brasileira, 1975): “Não há movimento sério que não tenha suas alas radicais. São militantes que não só desconhecem a realidade, como encampam idéias que apenas servem para expressar suas neuroses […] o que elas querem é que as mulheres mudem seus hormônios, abram mão de suas leis biológicas ditadas por suas glândulas. Ou seja: que lancem fora a lei física que lhes deu útero, vagina, seios e a par disso o impulso profundo em direção ao macho. Querem não uma mudança política, mas uma mudança de metabolismo.” Definitivamente, Heloneida nunca calou divergências para evitar confrontos.


 


Sua lucidez a levava a compreender o feminismo como parte de uma transformação geral no mundo inteiro, em que a libertação das mulheres diz respeito à libertação dos homens em geral. É um processo molecular, atravessado por avanços e recuos, mas que se configura com força cada vez maior.


 


A participação das mulheres no primeiro escalão do governo da presidente Dilma pode ser creditada à luta de ativistas como Heloneida. Ambas, embora com perspectivas distintas, partilham a mesma poética do espaço. Em algum ponto de equilíbrio, o vento leste do saguão sopra no Palácio do Planalto. Dilma e a doce cearense finalmente se encontraram.


 


 


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* Sociólogo, mestre em ciências políticas e professor titular de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha).

Fonte: Carta Maior

HSBC: dirigentes da base se preparam para encontro da COE

Em reunião na Federação no último dia 02, os dirigentes sindicais do HSBC apresentaram uma série de problemas e reivindicações que serão encaminhados à COE nacional. A reunião da comissão de empresa do banco seria no último dia 03 foi adiada para depois do carnaval, no dia 10 de março.


 


Como era de se esperar, um dos assuntos mais discutidos foi a PLR anunciada pelo banco. O descontentamento dos empregados é grande, principalmente entre o corpo gerencial, já que a antecipação do programa próprio consumiu quase toda a PLR negociada com o movimento sindical. A insatisfação é maior em razão da expectativa gerada pela diretoria regional do banco que, em reuniões, antecipou o bom desempenho do banco no Brasil, induzindo os empregados a pensarem que receberiam a justa recompensa por seus esforços. Os problemas são maiores para os gerentes que não têm carteira de clientes porque, como não têm metas pré-definidas, também não recebem a PSV – Participação Semestral Variável. Foi apontado ainda, durante a reunião, que os critérios de definição da PLR dos dirigentes sindicais liberados não são claros. Diante da situação, a COE interestadual concluiu que é preciso realizar uma campanha emergencial, nacional e estruturada pela valorização dos funcionários do HSBC, com calendário programático de ações sindicais e campanha de mídia. “Nossa situação urge uma forte campanha de resgate da luta no HSBC, para dar um basta na falta de reconhecimento do banco pelo alto valor agregado de seus empregados”, exorta Rubens Branquinho, representante da Federação na COE do HSBC.


 


Outras questões


 


Um problema que tem preocupado os dirigentes do Sindicato do Rio de Janeiro é a situação dos cerca de 30 funcionários lotados na Secon, o setor de compensação. Como houve mudança nas regras de compensação bancária, a maior parte do serviço passará a ser realizada através de equipamentos de leitura. Com a implantação do novo sistema, somente os cheques que apresentem algum problema serão lidos manualmente, eliminando muitos postos de trabalho em todo o país. O sindicato procurou a direção do banco para negociar o remanejamento dos empregados do setor. Mas o prazo para a extinção do serviço antigo se encerra em 25 de março e não houve avanços na realocação dos empregados.


 


Outros problemas também foram citados pelos dirigentes do banco na base da Federação. Preocupam os sindicalistas as agências com escassez de funcionários, o que gera sobrecarga de trabalho; também foi relatado que há funcionários com mesmo cargo e função recebendo salários diferentes; o sistema papa-fila, usado para reduzir o tempo de permanência dos clientes e usuários nas dependências do banco, está sendo aplicado com o uso de mão de obra terceirizada, ainda que as operações realizadas sejam estritamente bancárias; e há também o problema dos gestores que monitoram os funcionários afastados e os assediam a voltar ao trabalho antes do fim de sua licença.


 


Quanto à ajuda aos bancários atingidos pelas chuvas na região serrana, os dirigentes apontaram que houve ações pontuais logo após a tragédia, mas o banco não tomou mais nenhuma providência. Por se tratar de uma situação muito específica, foi acordado entre os dirigentes que o movimento sindical vai propor ao banco que negocie o problema em separado.

Fonte: Da Redação – FEEB RJ/ES

: : : NOTA DE FALECIMENTO : : :

Faleceu na manhã de domingo, dia 06, Severino Pereira Sobrinho, de 87 anos, pai da diretora da Federação Leonice Pereira. Seu Biu, como era conhecido, sofria de diabetes e estava internado no hospital Quinta D’Or para tratamento de complicações decorrentes da doença.

 

A missa de 7º dia em memória de Seu Biu será realizada no próximo domingo, dia 13, às 09:30, na Igreja de Santa Luzia e São Raimundo Nonato, à Av. dos Campeões, 700, Ramos (próximo ao conjunto habitacional da Cohab).

 

Os diretores e funcionários da Federação enviam suas condolências à família da companheira.

Fonte: Da Redação – FEEB RJ/ES

Previdência é coisa séria

Roquiran Miranda Lima é funcionário da CEDAE, mas, hoje, sua especialidade é previdência. Diretor regional e secretário do Conselho Deliberativo da Anapar – Associação Nacional dos Participantes dos Fundos de Pensão, Roque, como é conhecido, tem se dedicado a compreender tudo sobre aposentadoria e pensões. Falando sobre o regime geral, do INSS, ou sobre a complementação da previdência privada, Roque insiste numa tecla: o brasileiro precisa de educação previdenciária.


Para Roque, a maioria dos problemas que os trabalhadores encontram no momento de se aposentar é decorrente de uma displicência com o assunto. “O trabalhador é imediatista”, constata. O impacto de classificações de risco e níveis de periculosidade e insalubridade das profissões se verifica não só sobre o salário mensal, mas também sobre a previdência. “Quando uma atividade apresenta níveis de periculosidade ou insalubridade, as alíquotas da contribuição patronal aumentam. O perfil profissiográfico determina a nocividade do trabalho que incide sobre o empregador e define quanto a empresa paga a mais”, explica Roque. Ele informa, ainda, que esta definição também é importante em razão do fator previdenciário, já que vai incidir também sobre o benefício se a insalubridade não for integral.


O conceito de insalubridade e periculosidade pode ser subjetivo, difícil de definir, e por isso, muitas vezes, a classificação é negada a algumas profissões de maneira indevida, como é o caso dos rodoviários. “Eles têm que lidar com o público, estão submetidos ao stress do trânsito e à violência. Esta situação provoca sequelas no trabalhador, mas a profissão não é considerada insalubre porque não há exposição a substâncias perigosas. Mas esta é considerada uma das categorias mais agredidas”, pondera Roque.


O imediatismo do brasileiro pode, algumas vezes, levar os trabalhadores a barganhar com a classificação de risco. “É comum uma categoria negociar com o patrão e acabar abrindo mão desta definição em troca de um reajuste maior ou de um abono, por exemplo. Há também casos das regiões dominadas por uma empresa grande, em torno da qual gira toda a economia, em que se fazem concessões para manter a perenidade dos empregos, para que a empresa não deixe o município”, esclarece o dirigente.


Guarda agora, para usar depois


Uma questão que é mal esclarecida pelos brasileiros diz respeito à previdência complementar. Para começar, muita gente acha que os fundos de pensão pagam a aposentadoria dos participantes, o que não é verdade. O que acontece é que a previdência privada complementa a aposentadoria do INSS para que o aposentado receba o mesmo salário da ativa para sua função. Além disso, o dinheiro dos fundos tem a mesma origem daquele que está no INSS:  o trabalhador. “Previdência complementar não é privilégio, é renúncia do poder de consumo”, ressalta Roque. O trabalhador que participa de um fundo de pensão da empresa em que trabalha desembolsa mensalmente a contribuição para compor seu saldo que será usado para a complementação da aposentadoria. No Brasil, a maioria das empresas que oferecem previdência complementar a seus funcionários também patrocinam o fundo, fazendo contribuições para cada um dos empregados, do mesmo modo que o fazem para o regime geral do INSS. Os trabalhadores que optam por adquirir um plano de previdência complementar privado, não vinculado ao empregador – como é o caso dos oferecidos por diversos bancos – serão os únicos responsáveis pela formação deste saldo. Para garantirem uma complementação que chegue ao valor do salário na ativa, são obrigados a fazer contribuições maiores.


Mas a iniciativa de adquirir um plano de previdência complementar é rara. “Não há educação previdenciária no Brasil. O trabalhador brasileiro só pensa em aposentadoria quando precisa”, constata Roque. Para o dirigente, é necessário que a educação previdenciária focasse, principalmente, nos jovens, que estão entrando agora no mercado de trabalho, para que se crie uma atitude preventiva com relação à previdência. Para Roque, o ideal seria que a questão fosse discutida nas escolas. “Se os professores não estiverem preparados para passar conceitos de previdência para os alunos, vai ser difícil colocar isso na cabeça de um homem de 30 anos”, pondera.


Rombo


O tão comentado déficit da previdência tem várias explicações. Um dos fatores que geraram o rombo foi o longo período em que o Brasil teve altas taxas de desemprego e elevado número de cidadãos trabalhando na informalidade. Com pouca gente contribuindo para a previdência e os aposentados e pensionistas – que contribuíram em outra época, mas recebem agora – a conta ficou mesmo no vermelho. Roque aponta, também, outro problema, bem específico: o da aposentadoria rural. Os trabalhadores do campo, muitas vezes, se aposentam sem terem contribuído por tempo suficiente, já que, na maioria esmagadora das vezes, os empregadores os contratam sem nenhum direito trabalhista. É socialmente justo que o camponês “bóia-fria”, que labutou de sol a sol a vida toda, receba aposentadoria. Mas, como não contribuiu, seu benefício vai dilapidando o caixa do INSS. “O setor rural é responsável por 20% do PIB do Brasil, mas a contribuição patronal está completamente distorcida, não corresponde nem à importância econômica do setor, nem ao número real de trabalhadores que emprega”, esclarece Roque.


Outra razão para o déficit tem relação com os regimes próprios dos servidores públicos e militares. “Existe uma diferença de tratamento. O mesmo caixa remunera melhor algumas categorias”, explica o dirigente. Estes regimes próprios são regidos por uma lei específica e ligados ao Executivo, abrangendo os servidores públicos estatutários ou militares, sendo patrocinados pelo ente federativo – União, estados ou municípios – que emprega estes trabalhadores.


Fator desastre


O fator previdenciário, invenção dos tempos neoliberais do governo Fernando Henrique Cardoso, não é muito bem compreendido pela maioria dos trabalhadores. “Muita gente foi induzida a pensar que o fator foi uma espécie de bônus por permanência, para aumentar o valor da aposentadoria para quem trabalhar mais tempo. Mas o que acontece é que o fator é um redutor. O fator calcula o valor da aposentadoria com base nos salários de cada trabalhador desde julho de 1994. Como, em geral, o salário do início da carreira é mais baixo, a média cai. Sobre esse valor ainda incide o redutor”, explica Roque. Hoje, para um homem ter direito à aposentadoria integral, tem que trabalhar até os 64 anos, o que já encosta na aposentadoria por idade, que é aos 65. E a tendência é a piorar, já que a expectativa de vida é corrigida anualmente pelo IBGE, o que gera impacto nas tábuas de expectativa de sobrevida que a previdência usa. “Mas a expectativa de vida não é a mesma em todo o país, chega a haver diferenças até dentro de um mesmo município. O cidadão vive mais quando suas condições de moradia, alimentação, acesso a saúde, saneamento, etc. são melhores. Esta média é desfavorável ao trabalhador de baixa renda”, pondera Roque.


As mulheres também são penalizadas pelo fator previdenciário, na opinião de Roque, porque, muitas vezes, se vêem obrigadas a trabalhar tanto ou mais que os homens para terem direito à aposentadoria integral. “Muita gente pensa que isso é até justo, já que, no Brasil, a mulher costuma viver mais que o homem. Mas existe a jornada dupla, a do cuidado da casa e da família, que desgasta duplamente a mulher trabalhadora. E essa expectativa de vida maior das mulheres tende a se reduzir, vivia mais a mulher que não trabalhava fora do lar. Mas, com a presença cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, começa a aumentar, na população feminina, o número de casos diversas doenças, como as cardiopatias e os AVCs, que, antes, eram predominantes entre os homens”, pondera Roque.


Segundo o dirigente, até mesmo em alguns fundos de pensão as mulheres recebem o mesmo tratamento dispensado aos homens, com base nesta crença de que a população feminina tem sobrevida maior.


Dia do Aposentado


Roquiran Miranda esteve em Angra dos Reis no último dia 24 de janeiro, Dia do Aposentado, a convite do Sindicato dos Bancários local. O evento aconteceu na sede do Sindicato dos Arrumadores e contou com a presença de diversas entidades da sociedade civil organizada angrense.

Fonte: Da Redação – FEEB RJ/ES