Os funcionários do Itaú Unibanco ampliaram as mobilizações, diante da negativa do banco em suspender o processo de demissões em massa, iniciado em 2010 e intensificado este ano. Na quinta-feira (7) foi armado um acampamento em frente ao prédio do Itaú da Avenida Rio Branco, 123 e, promovida uma caravana que passou pelas principais agências da avenida e ruas adjacentes. O protesto teve como intenção pressionar os representantes do Itaú, que negociavam no mesmo dia com a Comissão de Organização dos Empregados (COE), em São Paulo, a suspensão das dispensas.
Durante a manifestação diretores do Sindicato distribuíram panfletos e jornais aos bancários e clientes denunciando a covardia das demissões, principalmente se tratando de um banco que vem batendo recordes de lucro a cada ano. Em 2010 a empresa faturou R$ 13,3 bilhões, o melhor resultado da história do sistema financeiro nacional. No primeiro trimestre deste ano o lucro líquido foi de R$ 3, 5 bilhões, o maior já alcançado por um banco neste período.
As demissões no município do Rio de Janeiro continuam, mesmo depois que o movimento sindical começou a pressionar o banco. Na última segunda-feira, dia 11, houve seis demissões nos departamentos lotados no prédio 123 da Av. Rio Branco. Na manhã da terça-feira, dia 12, enquanto os dirigentes sindicais montavam acampamento em frente à agência 123 no Centro, acontecia em São Cristóvão, no prédio da Cancela, uma reunião com os trabalhadores do teleatendimento do segmento Personalité. “Os funcionários foram informados de que o serviço será transferido para São Paulo. O banco informou que os empregados do setor seriam realocados em agências, mas não temos nenhuma garantia disso. São 70 funcionários — e suas famílias — que passaram a viver, a partir da reunião, uma situação de incerteza”, informa Cida Cruz, representante do Rio de Janeiro na COE do Itaú/Unibanco.
Greve
Os documentos denunciavam, também, a falta de respeito do Itaú Unibanco com os clientes, já que sabe que as demissões de milhares de bancários farão cair a qualidade do atendimento. Segundo a diretora do Sindicato Adriana Nalesso, caso não seja interrompido o processo de demissões, os bancários vão intensificar ainda mais as mobilizações, podendo entrar em greve. “Se a intransigência continuar, o Sindicato convocará uma grande assembleia, e não está afastada a possibilidade de decretação de greve”, afirmou.
A queda na qualidade no atendimento e a sobrecarga de trabalho geradas pelas demissões em massa ficam claras quando se constatam vários casos de desvio de função. O caso mais grave é o dos gerentes operacionais colocados para trabalhar como caixas, o que desmente a argumentação do Itaú Unibanco de que está contratando mais do que demitindo.
Fonte: Seeb-Rio, com FEEB-RJ/ES