Categorias
Artigos

Um grito mudo

Frei Betto


 


 


A foto do jornal me causou horror. A criança somali lembrava um ET desnutrido. O corpo, ossinhos estufados sob a pele escura. A cabeça, enorme, desproporcional ao tronco minguado, se assemelhava ao globo terrestre. A boca – ah, a boca! – escancarada de fome emitia um grito mudo, amargura de quem não mereceu a vida como dom. Mereceu-a como dor.


 


Ao lado da foto, manchetes sobre a crise financeira do cassino global. Em dez dias, as bolsas de valores perderam US$ 4 trilhões. Estarrecedor! E nem um centavo para aplacar a fome da criança somali? Nem uma mísera gota de alívio para tamanho sofrimento?


 


Tive vergonha. Vergonha da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que reza que todos nascemos iguais, sem propor que vivamos com menos desigualdades. Vergonha de não haver uma Declaração Universal dos Deveres Humanos. Vergonha das solenes palavras de nossas Constituições e discursos políticos e humanitários. Vergonha de tantas mentiras que permeiam nossas democracias governadas pela ditadura do dinheiro.


 


US$ 4 trilhões derretidos na roleta da especulação! O PIB atual do Brasil ultrapassa US$ 2,1 trilhões. Dois Brasil sugados pelos desacertos dos devotos do lucro e indiferentes à criança somali.


 


Neste mundo injusto, uma elite privilegiada dispõe de tanto dinheiro que se dá ao luxo de aplicar o supérfluo na gangorra financeira à espera de que o movimento seja sempre ascendente. Sonha em ver sua fortuna multiplicada numa proporção que nem Jesus foi capaz de fazê-lo com os pães e os peixes. Basta dizer que o PIB mundial é, hoje, de US$ 62 trilhões. E no cassino global se negociam papéis que somam US$ 600 trilhões!


 


Ora, a realidade fala mais alto que os sonhos e a necessidade que o supérfluo. Toda a fortuna investida na especulação explica a dor da criança somali. Arrancaram-lhe o pão da boca na esperança de que a alquimia da ciranda financeira o transformasse em ouro.


 


À criança faltou o mais básicos de todos os direitos: o pão nosso de cada dia. Aos donos do dinheiro, que viram suas ações despencarem na bolsa, nenhum prejuízo. Apenas certo desapontamento. Nenhum deles se vê obrigado a abrir mão de seus luxos.


 


Sabemos todos que a conta da recessão, de novo, será paga pelos pobres. São eles os condenados a sofrerem com a falta de postos de trabalho, de crédito, de serviços públicos de qualidade. Eles padecerão o desemprego, os cortes nos investimentos do governo, as medidas cirúrgicas propostas pelo FMI, o recuo das ajudas humanitárias.


 


A miséria nutre a inércia dos miseráveis. Antevejo, porém, o inconformismo da classe média que, nos EUA e na União Europeia, acalentava o sonho de enriquecer. A periferia de Londres entra em ebulição, as praças da Espanha e da Itália são ocupadas por protestos. Tantas poupanças a se volatilizarem como fumaça nas chaminés do cassino global!


 


Temo que a onda de protestos dê sinal verde ao neofascismo. Em nome da recuperação do sistema financeiro (dirão: “retomada do crescimento”), nossas democracias apelarão às forças políticas que prometem mais ouro aos ricos e sonhos, meros sonhos, aos pobres.


 


Nos EUA, a derrota de Obama na eleição de 2012 revigorará o preconceito aos negros e o fundamentalismo do “tea party” incrementará o belicismo, a guerra como fator de recuperação econômica. A direita racista e xenófoba assumirá os governos da União Europeia, disposta a conter a insatisfação e os protestos.


 


Enquanto isso, a criança somali terá sua dor sanada pela morte precoce. E a Somália se multiplicará pelas periferias das grandes metrópoles e dos países periféricos afetados em suas frágeis economias.


 


Ora, deixemos o pessimismo para dias melhores! É hora de reacender e organizar a esperança, construir outros mundos possíveis, substituir a globocolonização pela globalização da solidariedade. Sobretudo, transformar a indignação em ação efetiva por um mundo ecologicamente sustentável, politicamente democrático e economicamente justo.


 







Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de “O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade” (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org twitter:@freibetto.


 


Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

Lançamento da Campanha Nacional dos Bancários 2011 no Rio de Janeiro e Espírito Santo

OS PIRATAS DO BRASIL OU O BRASIL DOS PIRATAS?


Os banqueiros que pilham a economia nacional, cobram juros e tarifas abusivos de seus clientes e exploram impiedosamente seus empregados são representados como piratas no ato-desfile de lançamento da Campanha Nacional 2011 dos Bancários no Rio de Janeiro e Espírito Santo. Comandados pelo Capitão Fenaban, os donos dos bancos, singram mares calmos a bordo de seu navio pirata. A alegoria, com quatro metros de altura e oito de comprimento vai ganhar a Avenida Rio Branco no início da tarde do próximo dia 18.


A performance que desce a Av. Rio Branco terá, além da alegoria de navio pirata, oito atores, bateria de escola de samba, carro de som e faixas. Representantes dos 13 sindicatos filiados à Federação dos Bancários do RJ/ES estarão presentes. O Capitão Fenaban, um pirata típico, com papagaio, luneta e gancho no lugar da mão, berra, do alto do navio, “lucro à vista”, enquanto canta marchinhas de carnaval com letras adaptadas. Uma atriz representando a economia nacional é perseguida por seis atores vestidos de piratas que fazem referência aos maiores bancos em atuação no Brasil. A concepção artística é de Marco Aurélio Hamellin e a realização é da Companhia de Emergência Teatral.


O lançamento da Campanha Nacional dos bancários com um ato-desfile é uma tradição da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Antes da perfomance, será feita a entrega da minuta de reivindicações dos bancários ao Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro. Assim que os presidentes dos 13 sindicatos filiados retornarem, começa o ato, com uma queima de fogos. Em seguida os sindicalistas, atores, a bateria e a Cia. de Emergência Teatral começam a passeata, que segue pela Av. Rio Branco até a Praça Mário Lago (Buraco do Lume).


 


Ato-desfile de lançamento da
Campanha Nacional dos Bancários 2011


18 de agosto, a partir do meio-dia


Concentração nos fundos da Igreja da Candelária


Realização: Federação dos Bancários do RJ e ES e
Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Encontro reúne banerjianos no Rio de Janeiro

O VI Encontro Nacional dos Antigos Funcionários do Banerj reuniu, no último dia 13, cerca de 300 banerjianos na sede da Abanerj, em Jacarepaguá. O evento, anual, é a única oportunidade que muitos dos empregados do extinto banco têm de buscar respostas para suas dúvidas e esclarecimentos sobre as muitas pendências que ficaram depois da privatização do banco de fomento estadual.


Um dos assuntos debatidos foi o Projeto de Lei 3213/2010, de autoria do deputado estadual Gilberto Palmares, com co-autoria de Paulo Ramos e Edson Albertassi. O PL prevê que os banerjianos que sacaram sua reserva de poupança do PreviBanerj possam retornar ao fundo, desde que depositem novamente o valor sacado. A tônica deste debate foi a solidariedade, já que nem todos fizeram o saque, mas é preciso que a mobilização pela aprovação do projeto seja maciça.


Também foram dados informes sobre a ação contra o acordo assinado pela Contec e outras demandas judiciais.


Ronald Carvalhosa, diretor do Seeb-Rio, fez uma observação para um grupo específico de Banerjianos: os deficientes auditivos. Eles eram lotados no departamento de digitação do antigo banco, mas, com a privatização, foram espalhados pelas unidades. O Itaú parece querer se livrar destes bancários e já procurou alguns para fazer acordos de demissão. “Não assinem nenhum acordo sem, antes, procurar o sindicato”, recomenda Ronald. O sindicalista ressalta que um dos pontos mais negativos destes acordos é que, como encerram o contrato de trabalho, também excluem outros benefícios, como o direito ao plano de saúde. Os surdos presentes puderam acompanhar os debates e participar através de uma intérprete de Libras – Linguagem Brasileira de Sinais.


Outro informe importante foi sobre as eleições da Caberj, que estão se aproximando. Mais uma vez Ronald Carvalhosa fez um alerta: para que os bancários fiquem atentos às candidaturas de chapas que se apresentarem, para terem certeza de dar seu voto a um grupo realmente comprometido com os interesses do funcionalismo.


O clima do encontro é de reunião e ajuda não só a esclarecer dúvidas, mas a manter a mobilização. “À medida que perdemos nossas referências dentro do banco, este encontro passa a ser nossa referência”, ressalta Antônio Leite, diretor da Federação e ex-banerjianos.


A participação foi expressiva, com presença de membros de todas as entidades associativas do Banerj. Bancários de Angra dos Reis se fizeram presentes, bem como representantes da Federação e do Dieese.


Para o ano de 2012 o calendário do encontro muda: o evento será realizado no primeiro fim de semana de agosto.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Categorias
Artigos

Retiro espiritual (e literário)

 


Frei Betto

Passei a terceira semana de  julho em retiro espiritual com meus confrades dominicanos. No feriado de  Corpus Christi, fiz o mesmo, durante três dias, com grupos de oração  integrados por leigos.


 


Nesse mundo atordoado, notícias nos  perseguem em todos os cantos e recantos. Solicitações se multiplicam.  Retirar-se, recolher-se à solidão, estar consigo mesmo, é uma exigência  espiritual e intelectual. Muitos indígenas o fazem ao passar da adolescência à  idade adulta. Os esportistas se concentram nos dias precedentes a jogos e  disputas.


 


Se logro produzir tantos artigos e livros (53 títulos  em 35 anos. O 54o, um romance, sai no final deste mês) não é devido à equipe  de fradinhos que, como sugere Ricardo Kotscho, ocupa-se, no porão do convento,  a redigir, dia e noite, textos que assino. É graças a retiros literários. Pelo  menos 120 dias do ano reservados à criação literária. Evito a agitação urbana  e mantenho o celular desligado e a ansiedade contida.


Escrever,  como diria Thomas Edison, não é mera questão de inspiração, e sim de  transpiração. (João Ubaldo Ribeiro opina que a melhor inspiração é um fornido  cheque do editor…).


 


Para criar há que ralar. Ter a disciplina  de renunciar a convites, festas, atrações, viagens. E dedicar-se seriamente ao  trabalho de ler, escrever e pesquisar. Basta abrir as correspondências de  Balzac e Flaubert para se ter uma ideia de como se entregavam ciosamente ao  ofício literário.


 


Ah, quantas narrativas jamais nos chegaram por  ficarem retidas na imaginação de escritores que não se empenharam em virar  autores! Quantas obras-primas literárias sorvidas em tulipas de chope nos  bares da noite!


 


A preguiça é um dos sete pecados capitais. Nome  inadequado. Nada a ver com sombra, água fresca e jornal sem letras. Prefiro o  termo sugerido pelo monge Cassiano (370-435): acídia, latinização do grego  acédia.


 


Acídia é o desânimo de cultivar a vida espiritual. De  orar. De ler e meditar a Palavra de Deus. De praticar a virtude e superar o  vício. De abraçar os ensinamentos dos mestres espirituais.


 


Esta a  importância do retiro espiritual: distanciar-se do burburinho cotidiano,  livrar-se por uns dias da hipnose televisiva e do magnetismo internético,  deixar o celular desligado e conectar-se ao silêncio, ao íntimo de si mesmo,  para escutar melhor a voz divina e, assim, dilatar a capacidade de  amar.


 


Muitas vezes a resistência em retirar-se deriva do medo  (inconfessado) de encontrar a si mesmo. De  escutar a própria intuição, ouvir a voz do silêncio. É semelhante à  resistência à terapia. Assim como há quem julgue que ela “é para loucos”, há  quem considere que retiro “é para monges”.


 


Tenho amigos com  imensa dificuldade de desconectar-se do dia a dia. São compulsiva e  compulsoriamente antenados em tudo. Na verdade, ficam ligados no varejo. Não  conseguem se empenhar no atacado. Deixam escapar por entre os dedos os  talentos que possuem. Tornam-se, assim, presas fáceis da ansiedade e vítimas  do estresse. São aptos ao infarto, pois nem sequer conseguem mastigar devagar  o que ingerem.


 


Ainda que não haja oportunidade de fazer um retiro  espiritual, ao menos a manhã ou tarde de um domingo do mês deveria ser  reservada ao isolamento. Bastaria visitar uma igreja, desfrutar a  tranquilidade de um parque ou mesmo trancar-se em casa e  meditar.


 


Para o artista, retirar-se é imprescindível. A criação  exige distanciamento. Krajcberg refugia-se no sul da Bahia. Manoel de Barros,  numa fazenda do Mato Grosso. Adélia Prado, em Divinópolis (MG). João Gilberto  se impõe uma vida monástica em seu apartamento no Rio.


 


Talvez  por isso Javé, em sua sabedoria, tenha primeiro criado a luz e, por fim, os  seres humanos… Nossa excessiva tagarelice teria prejudicado a obra da  Criação. E como narrador invisível, Deus prefere ser conhecido por sua palavra  e obra. Assim como nós, leitores, conhecemos Camões, Machado de Assis e  Dostoiévski.


 


 





Frei Betto é escritor, autor, em parceria  com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de “Conversa sobre a fé e a ciência”  (Agir), entre outros  livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.


 


Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

Categorias
Artigos

Terrorista louro de olhos azuis


 


Frei Betto

Preconceitos, como mentiras, nascem da falta de informação (ignorância) e excesso de repetição. Se pais de uma criança branca se referem em termos pejorativos a negros e indígenas, judeus e homossexuais, dificilmente a criança, quando adulta, escapará do preconceito.


 


A mídia usamericana incutiu no Ocidente o sofisma de que todo muçulmano é um terrorista em potencial. O que induziu o papa Bento XVI a cometer a gafe de declarar, na Alemanha, que o Islã é originariamente violento e, em sua primeira visita aos EUA, comparecer a uma sinagoga sem o cuidado de repetir o gesto numa mesquita.


 


Em qualquer aeroporto de países desenvolvidos um passageiro em trajes islâmicos ou cujos traços fisionômicos lembrem um saudita, com certeza será parado e meticulosamente revistado. Ali reside o perigo… alerta o preconceito infundido.


 


Ora, o terrorismo não foi inventado pelos fundamentalistas islâmicos. Dele foram vítimas os árabes atacados pelas Cruzadas e os 70 milhões de indígenas mortos na América Latina, no decorrer do século 16, em decorrência da colonização ibérica.


 


O maior atentado terrorista da história não foi a queda, em Nova York, das torres gêmeas, há 10 anos, e que causou a morte de 3 mil pessoas. Foi o praticado pelo governo dos EUA: as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Morreram 242.437 mil civis, sem contar as mortes posteriores por efeito da contaminação.


 


Súbito, a pacata Noruega – tão pacata que, anualmente, concede o Prêmio Nobel da Paz – vê-se palco de dois atentados terroristas que deixam dezenas de mortos e muitos feridos. A imagem bucólica do país escandinavo é apenas aparente. Tropas norueguesas também intervêm no Afeganistão e deram apoio aos EUA na guerra do Iraque.


 


Tão logo a notícia correu mundo, a suspeita recaiu sobre os islâmicos. O duplo atentado, no gabinete do primeiro-ministro e na ilha de Utoeya, teria sido um revide ao assassinato de Bin Laden e às caricaturas de Maomé publicadas pela imprensa escandinava. O preconceito estava entranhado na lógica ocidental.


 


A verdade, ao vir à tona, constrangeu os preconceituosos. O autor do hediondo crime foi o jovem norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, branco, louro, de olhos azuis, adepto da fisicultura e dono de uma fazenda de produtos orgânicos. O tipo do sujeito que jamais levantaria suspeitas na alfândega dos EUA. Ele “é dos nossos”, diriam os policiais condicionados a suspeitar de quem não tem a pele suficientemente clara nem olhos azuis ou verdes.


 


Democracia é diversidade de opiniões. Mas o que o Ocidente sabe do conceito de terrorismo na cabeça de um vietnamita, iraquiano ou afegão? O que pensa um líbio sujeito a ser atingido por um míssil atirado pela OTAN sobre a população civil de seu país, como denunciou o núncio apostólico em Trípoli?


 


Anders é um típico escandinavo. Tem a aparência de príncipe. E alma de viking. É o que a mídia e a educação deveriam se perguntar: o que estamos incutindo na cabeça das pessoas? Ambições ou valores? Preconceitos ou princípios? Egocentrismo ou ética?


 


O ser humano é a alma que carrega. Amy Winehouse tinha apenas 27 anos, sucesso mundial como compositora e intérprete, e uma fortuna incalculável. Nada disso a fez uma mulher feliz. O que não encontrou em si ela buscou nas drogas e no álcool. Morreu prematuramente, solitária, em casa.


 


O que esperar de uma sociedade em que, entre cada 10 filmes, 8 exaltam a violência; o pai abraça o filho em público e os dois são agredidos como homossexuais; o motorista de um Porsche se choca a 150km por hora com uma jovem advogada que perece no acidente e ele continua solto; o político fica indignado com o bandido que assaltou a filha dele e, no entanto, mete a mão no dinheiro público e ainda estranha ao ser demitido?


 


Enquanto a diferença gerar divergência permaneceremos na pré-história do projeto civilizatório verdadeiramente humano.


 





Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de “Conversa sobre a fé e a ciência” (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.


 


Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

Filiados comemoram Dia do Bancário

Em Niterói a festa terá dois motivos: do Dia do Bancário, comemorado em 28 de agosto, e do aniversário do sindicato, que completa 65 anos em 05 de setembro. A festa vai ser no dia 02 de setembro, a partir das 21h, na Associação Brasil, na Vila Progresso (Av. Thomas Edson de Andrade Vieira, 71 – Pendotiba). É preciso comparecer pessoalmente à sede do sindicato para fazer a inscrição. Cada bancário sindicalizado pode levar um dependente. Haverá coquetel e música ao vivo, com a banda Pingos e Gotas.


 


O Sindicato dos Bancários de Petrópolis convida para a festa do Dia do Bancário, que terá também a posse da nova diretoria da entidade. A cerimônia comemorativa será no dia 03 de setembro no clube Petropolitano (Av. Roberto Silveira, 82, Centro), a partir das 20h. Os interessados devem confirmar presença até o dia 26 de agosto, para que a organização possa dimensionar corretamente a festa.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Seeb-Rio e CUT/RJ promovem seminário sobre diversidade

Acontece no próximo dia 26, a partir das 10h, o Seminário “Direito à diversidade: entender e respeitar, sim, discriminar, não”, organizado pela CGROS – Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Pessoas com Deficiência no auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. O evento, que acontece no auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, pretende discutir diferentes tipos de discriminação e falar também sobre as mobilizações e tramitação de projetos de lei que combatem esta prática. Entre os palestrantes haverá parlamentares, acadêmicos e dirigentes sindicais e ativistas de organizações que combatem a discriminação.


 


Para participar é preciso inscrever-se pelo e-mail [email protected].

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Bancárias capixabas fazem encontro estadual

O Sindicato dos Bancários do Espírito Santo realiza nos dias 12 e 13 de agosto (sexta e sábado) o II Encontro Estadual da Mulher Bancária. A programação inclui debates, oficina de biodanza e atividades culturais. O encontro terá também uma exposição de fotografias feitas pelas próprias bancárias, retratando seus ambientes de trabalho no banco e em casa. Cento e dez mulheres bancárias capixabas se inscreveram para participar.


Logo no primeiro dia, a historiadora e professora Virgínia Fontes faz uma exposição sobre o tema dá nome ao evento: “Mulheres, nosso trabalho sustenta o mundo”. Na manhã do segundo dia, Liliana Rolfsen Petrilli Segnini, professora da Unicamp, fala sobre “Relações de gênero no trabalho bancário informatizado”. Após o almoço haverá o debate “Igualdade de oportunidades: uma luta de todas e de todos”, com Antonio Lopes (coordenador do curso “Gênero e Diversidade na Escola”, que integra a Rede de Educação para a Diversidade da Ufes, e um dos coordenadores do Fórum Estadual LGBT) e Lídia Campos Cordeiro (integrante do Coletivo Santa Sapataria – Lésbicas e Bissexuais do Espírito Santo e diretora de Combate às Opressões do DCE da UFES). Além de informar e debater, o evento também tem como objetivo consultar as bancárias capixabas para construir coletivamente propostas para a política de gênero do Seeb-ES.


A diretora de Políticas Públicas da Contr/CUT, Deise Recoaro, e a diretora para Questões da Mulher da Federação, Iraciny da Veiga, já confirmaram presença.


Longa história de lutas


A primeira edição do Encontro Estadual da Mulher Bancária do Espírito Santo foi em 1993. O evento fez parte do esforço da ala feminina do movimento sindical da categoria para dar visibilidade às questões de gênero e teve como ponto culminante um Encontro Nacional, realizado pela CNB, a antiga Confederação dos Bancários. Esta movimentação fez surgir o embrião do que é, hoje, a Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Pessoas com Deficiência da Contraf/CUT. No Espírito Santo, o primeiro encontro foi responsável também pelo surgimento do informativo Mulher 24 Horas, que foi publicado pela primeira vez com o nome de Mulher Bancária, como material preparatório para o evento. O informativo completa este ano 18 anos de publicação.


Nestas quase duas décadas, as mulheres viram algumas mudanças, mas outras tantas questões permanecem. “Conseguimos que fosse instituída a Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades e também incluímos o tema na Campanha Nacional. Foi um grande avanço colocarmos as questões de gênero como tema da campanha salarial e das negociações”, avalia Lucimar Barbosa, diretora do Seeb-ES. “Mas ainda vemos, por exemplo, a discriminação às mulheres no momento da contratação, por idade ou por aparência. Essa discriminação é velada, mas existe”, completa a sindicalista.


Ao longo dos anos, as mulheres foram conquistando avanços. Lucimar Barbosa cita, por exemplo, a inclusão do marido como dependente das mulheres funcionárias do Bradesco. “Os homens podiam incluir as esposas, mas as mulheres não podiam ter o marido como dependente. Houve uma forte mobilização e o banco mudou a circular interna, permitindo a inclusão”, lembra Lucimar. A dirigente lembra ainda conquistas recentes como a ampliação da licença maternidade, garantida pela Convenção Coletiva antes mesmo da lei entrar em vigor, e a inclusão do parceiro do mesmo sexo no plano de saúde. “Mas ainda há muita discriminação, machismo, a dupla jornada. E as mulheres continuam ganhando menos que os homens e crescendo mais lentamente na carreira”, pondera.


Mudança geral


As discussões sobre gênero no movimento sindical estão cada vez mais extrapolando o corporativismo. Não só se discute a situação da mulher no trabalho fora de casa, mas também seu papel no lar. “Fomos para o mercado de trabalho, mas não saímos de casa, ainda arcamos com todo o trabalho doméstico”, argumenta Lucimar. A dirigente relata que, quando visitaram os locais de trabalho convidando as bancárias para o encontro, as sindicalistas ouviram muitas responderem que tinham que buscar filhos na creche ou voltar para casa para dispensar a babá. “Nós nos preparamos para oferecer creche durante o encontro, mas não houve nenhuma inscrição. Isso mostra o quanto as mulheres estão presas às tarefas da casa”, analisa a dirigente.


A postura de muitos homens já está mudando, com os parceiros ajudando na manutenção da casa e no cuidado com os filhos. Mas algumas vezes a cultura de muitas mulheres, que ainda estão presas ao modelo antigo, também dificulta as mudanças. “Se queremos um mundo que inclui, temos que mudar também nossas ações. Se a casa é de todo mundo, todo mundo tem que ajudar”, defende Lucimar.


E, já que a mudanças tem que ser de todos, nada mais natural que ampliar a participação: “Os homens também estão convidados, porque o debate tem que ser feito em toda a sociedade”, estimula a dirigente.


 


 



Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Contraf/CUT e Fenaban avaliam acordo de combate ao assédio moral

Aconteceu na manhã da última sexta-feira a primeira reunião entre o Comando Nacional e a Fenaban para avaliar a aplicação do Acordo para Prevenção de Conflitos no Local de Trabalho. A avaliação está prevista no texto e teve a apresentação de dados sobre as ocorrências de assédio registradas pelos bancos.


 


Os representantes dos bancários não ficaram totalmente satisfeitos com o material apresentado pelos banqueiros. “Por exemplo, se há várias denúncias contra um mesmo assediador, é contada somente uma. O movimento sindical só concorda com isso se todas as denúncias relatarem a mesma situação”, esclarece Nilton Damião Esperança, representante da Federação no Comando Nacional. Outra crítica dos sindicalistas é que a Fenaban apresenta os números, mas não especifica os tipos, nem detalha as situações relatadas.


 


Os sindicalistas não ficaram satisfeitos com o prazo de apuração, que tem sido maior que os 60 dias previstos no acordo. O relatório final das denúncias encaminhadas também deixou a desejar. “As respostas às denúncias encaminhadas pelos sindicatos são apuradas e muitas respostas são genéricas, do tipo ‘medidas foram tomadas’, mas não há detalhamento destas medidas. 


 


Mas a reunião serviu para inaugurar a prática de avaliação constante que poderá trazer o aprimoramento necessário. “Este encontro foi um ponto de partida e serviu para medir a importância do acordo. Tanto nós, do movimento sindical quanto os representantes dos bancos entendemos que este programa ainda tem muito que melhorar e todos vamos insistir para que estas melhorias sejam feitas.”, relata o dirigente.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Na contramão, Itaú e Santander fecham 3.304 postos de trabalho no 2º trimestre

Enquanto o sistema financeiro continua gerando empregos, muito embora bem abaixo do restante da economia brasileira, o Itaú e o Santander fecharam 3.304 postos de trabalho no segundo trimestre deste ano, segundo a Subseção do Dieese da Contraf-CUT. A informação consta nos balanços semestrais publicados nos últimos dias. O Itaú cortou 2.290 empregos e o Santander, 1.014.


 


“Estamos com razões de sobra para cobrar emprego decente dos bancos, principalmente do Itaú e do Santander, porque é injustificável esse corte de postos de trabalho, no momento em que o Brasil vai crescendo e criando novas vagas”, afirma o funcionário do Itaú e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Além disso, os dois bancos lucraram juntos mais de R$ 11 bilhões no primeiro semestre, o que revela a falta de compromisso com o Brasil e os brasileiros”, aponta.


 


O dirigente sindical destaca que o emprego decente será o tema central da Campanha Nacional dos Bancários de 2011. A pauta de reivindicações será entregue na próxima sexta-feira, dia 12, para a Fenaban.


 


Itaú


 


Apesar de ganhar o prêmio de banco mais sustentável do mundo, conferido pelo jornal britânico Financial Times, o Itaú encerrou o mês de junho com 107.546 trabalhadores. Isso significa uma redução de 2.290 empregos em relação aos 109.836 que a instituição tinha no mês de março. “O banco não devia ter recebido tal condecoração, uma vez que ao reduzir postos de trabalho fragilizou a principal sustentabilidade de uma empresa, que são os seus funcionários”, destaca Carlos Cordeiro.


 


No primeiro semestre, o Itaú lucrou R$ 7,133 bilhões, um crescimento de 11,5 % em comparação ao mesmo período de 2010. “O banco devia ter seguido no caminho da geração de empregos, como vinha ocorrendo nos trimestres anteriores”, lamenta.


 


“Esse corte inaceitável, somada à política de rotatividade que praticou no mesmo período e às precárias condições de trabalho, confirma totalmente as denúncias das entidades sindicais, que tomaram as ruas nas últimas semanas em todo país e protestaram contra cerca de 4 mil demissões, cobrando emprego decente, respeito, saúde e dignidade”, salienta o presidente da Contraf-CUT.


 


Santander


 


O banco espanhol fechou o mês de junho com 53.361 trabalhadores. Isso representa uma redução de 1.014 postos de trabalho diante dos 54.375 que o Santander tinha no mês de março. “A instituição devia ter mantido o rumo da criação de empregos, como vinha ocorrendo até dezembro do ano passado, quando chegou a 54.406 empregados”, aponta o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.


 


No primeiro semestre, o Santander lucrou R$ 4,154 bilhões, um crescimento de 17,7 % frente ao mesmo período de 2010. Isso significa que o banco no Brasil passou a responder por 25 % do resultado mundial do grupo, superando a participação de 13 % da matriz na Espanha.


 


“Essa perda de empregos é também inaceitável e revela o desrespeito ao empenho e à dedicação dos trabalhadores, submetidos à pressão no trabalho com metas abusivas e assédio moral, além de falta de pessoal na rede de agências”, frisa Ademir. “Queremos que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros”, conclui.

Fonte: Contraf/CUT