Contraf-CUT e CNTV abrem nova agenda sobre segurança com Polícia Federal

  Foto: Augusto Coelho – Contraf/CUT

 Trabalhadores entregam documento ao novo titular da CGCSP da PF

A Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) se reuniram pela primeira vez nesta quarta-feira, dia 3, com o novo titular da Coordenação-Geral de Controle da Segurança Privada (CGCSP) da Polícia Federal (PF), delegado Clyton Eustáquio Xavier, em Brasília. O encontro havia sido solicitado pelas entidades sindicais.

O delegado, que também passou a coordenar a Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), conheceu os representantes dos trabalhadores, ouviu as suas preocupações, projetos e expectativas. Ele se dispôs a mediar a busca de soluções com os bancos e as empresas de segurança.

Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, foi o representante da Contraf-CUT. O presidente José Boaventura Santos representou a CNTV.

Também participaram vários dirigentes sindicais bancários e integrantes do Coletivo Nacional: Daniel Reis (Sindicato de São Paulo), André Pires (Sindicato do Rio de Janeiro), Leonardo Fonseca (Sindicato de Belo Horizonte e Fetraf-MG), Raimundo Dantas (Sindicato de Brasília), Lúcio Paz (Sindicato de Porto Alegre e Fetrafi-RS), Valdir Oliveira (Fetec-SP), Danilo Anderson (Feeb SP-MS), Carlos Copi (Fetec-PR) e Pedro Batista (Feeb RJ-ES).

Um documento conjunto, entregue ao delegado pela Contraf-CUT e a CNTV, traz uma pauta de demandas para melhorar a segurança e o trabalho da PF. As entidades também solicitaram a marcação de reuniões, começando em agosto, para discutir os temas apresentados e estudar medidas para garantir a aplicação da lei vigente, a proteção da vida das pessoas e o enfrentamento aos desafios presentes.

“Abrimos uma nova e importante agenda para dialogar sobre questões que busquem a melhoria e o fortalecimento do papel da PF no controle da segurança privada”, afirmou o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. A PF é responsável pela fiscalização do plano de segurança das agências e postos de atendimento bancário, bem como do controle da segurança privada, envolvendo empresas de vigilância, transporte de valores e centros de formação profissional de vigilantes.

Atualização da lei federal nº 7.102/83

Um dos principais assuntos debatidos foi a lei federal nº 7.102/83, que trata da segurança nos estabelecimentos bancários. “Ela tem cumprido importante papel de controle e definição de responsabilidade da segurança privada, contribuindo para a proteção da vida das pessoas. Entretanto, encontra-se desatualizada, diante do crescimento da violência e da criminalidade, sendo necessária adequá-la à realidade”, destacou Boaventura.

Durante audiência pública, no dia 1º de julho do ano passado, na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, a Contraf-CUT e a CNTV apresentaram um modelo de projeto de lei de segurança privada, elaborado a partir da primeira versão do Estatuto de Segurança Privada da PF. Dias depois, o presidente da Comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), protocolou a proposta como Projeto de Lei nº 7592/2010. Cópia da iniciativa foi entregue para Clyton.

Combate à “saidinha de banco”

Outro tema discutido foi o crescimento do crime da “saidinha de banco”, que provocou mais duas mortes na terça-feira, dia 2, em Guarulhos. “O problema já foi debatido este ano em duas reuniões da Mesa Temática de Segurança Bancária com a Fenaban, mas o único avanço foi a ampliação das câmeras nas agências. Os sindicatos também estão levando o modelo de projeto de lei municipal, lançado pela Contraf-CUT e CNTV, para todas as cidades, buscando a melhoria da estrutura dos estabelecimentos e a instalação de equipamentos que assegurem o sigilo dos saques em dinheiro”, disse Ademir.

Os bancários e vigilantes defendem biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas, e as divisórias individualizadas nos terminais de autoatendimento. “Não apoiamos a proibição do uso do celular nas agências, como defendem os bancos, pois a medida é inócua, não resolve o problema da visualização das operações por olheiros e significa a transferência da responsabilidade de segurança para os clientes”, frisou Boaventura. Para Pedro Batista, representante da Federação na comissão, a discussão é oportuna. “Durante a reunião, mencionamos que, como muitos municípios têm aprovado leis que obrigam os bancos a instalarem barreiras visuais para impedir a visualização das operações, o momento é bom para  tentarmos construir um acordo sobre esta medida”, relatou o sindicalista.

As entidades também propõem a isenção das tarifas de transferência de recursos (TED, DOC, ordens de pagamento), como forma de reduzir a circulação de dinheiro na praça e evitar que clientes sejam alvos de assaltantes.

“Ainda queremos o fim da triagem que ocorre na entrada de muitas agências, onde clientes que pretendem depositar menos de R$ 2 mil são mandados para lotéricas e correspondentes bancários, ficando completamente expostos, o que traz insegurança e exclusão”, observou Ademir.

Pauta dos trabalhadores

O documento da Contraf-CUT e CNTV traz importantes contribuições para a melhoria da segurança, apontando problemas como a expansão dos correspondentes, a retirada descabida da porta giratória em várias agências, o transporte ilegal de valores feito por bancários, os locais inseguros para estacionamento dos carros-fortes e a contagem de dinheiro por vigilantes no abastecimento de caixas eletrônicos.

A pauta também repudia a parceria entre a Febraban e Polícia Militar de São Paulo, que teve ronda policial dentro de agências e estacionamentos dos bancos, o que é função da segurança privada. As entidades reiteram a preocupação com o papel da polícia e com a efetiva responsabilidade das instituições financeiras.

Há também demandas para qualificar a fiscalização da PF, visando evitar o arquivamento e a prescrição de processos punitivos, as alterações irregulares nos planos de segurança e os casos de favorecimentos aos infratores. Ainda há proposta para identificar policiais armados nas unidades e evitar conflitos.

“O propósito é contribuir para melhorar a atuação da PF e garantir segurança para vigilantes, bancários, clientes e usuários”, ressaltou Boaventura.

“Os bancos, que lucraram mais de R$ 12 bilhões somente no primeiro trimestre deste ano, têm condições financeiras para dotar seus estabelecimentos de melhores instalações de segurança, bem como contratar empresas de vigilância e transporte de valores que assegurem condições adequadas de segurança para os trabalhadores e a população”, concluiu Ademir.

Fonte: Contraf/CUT com CNTV

Nota de falecimento

Faleceu na noite do dia 28 o bancário Gilberto Soares Amado, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. Gilberto era funcionário do Bradesco, lotado na agência Pólo Rio. A Federação lamenta a morte do companheiro e envia suas condolências à família e aos amigos do sindicalista.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Dia do Jongo pode se tornar data oficial

No último dia 26 uma audiência pública promovida pela Comissão de Cultura da Alerj, realizada no auditório do Palácio Gustavo Capanema, discutiu a criação do Dia Estadual do Jongo. A discussão sobre a instituição da data no calendário oficial do estado do Rio de Janeiro já vem de longe, e o 26 de julho já é considerado dia do jongo pelas comunidades jongueiras há mais de um século. Mas somente depois de ser abraçada pelo deputado Robson Leite (PT), que está à frente da Comissão de Cultura da Alerj, a data tem chances de ser oficializada. O jongo já é considerado como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio histórico Nacional desde 2005.


Considerado um ancestral do samba, o jongo sobreviveu escondido em quilombos e comunidades carentes do campo e das cidades onde havia descendentes de escravos. O Jongo da Serrinha, grupo do subúrbio carioca de Oswaldo Cruz, foi o primeiro a se organizar e ajudou a dar visibilidade nacional a esta manifestação cultural. O grupo é hoje uma referência até entre os jongueiros, que reconhecem sua importância para a divulgação do jongo em todo o país. Sua principal liderança é Tia Maria do Jongo, ativa e animada, mesmo prestes a completar 91 anos. Ela foi homenageada com a Medalha Tiradentes, a maior comenda do estado, como forma de reconhecimento por seu trabalho de resistência cultural. O Jongo da Serrinha se destaca não só pela divulgação, mas também pelo empenho em preservar, principalmente entre crianças e jovens, a tradição jongueira.


O dia foi marcado por uma programação diversificada. Às 14h houve exibição do documentário “Passados Presentes”, produzido pelo Labhoi/UFF e Pontão do Jongo. Em seguida, aconteceram os debates e a entrega da medalha. O encerramento foi com uma Grande Roda, com o Jongo da Serrinha e mais 16 grupos de vários estados, que se apresentaram no pilotis do palácio Gustavo Capanema.


  Foto: Paulo d´Tarso

 Robson Leite, Tia Maria do Jongo e a Medalha Tiradentes


 Duas perguntas para ». Deputado Robson Leite


Qual a importância do reconhecimento do jongo como patrimônio cultural para o estado do Rio de Janeiro?
O jongo sofre de um preconceito muito grande, porque a sociedade o vê como um fenômeno simplesmente religioso e não é. É uma manifestação cultural importantíssima que resgata nossa tradição, nossa história, por isso a criação do dia do jongo é uma de nossas metas. Esta é também a razão de entregarmos a Medalha Tiradentes, que é a maior comenda do estado, à Tia Maria do Jongo. Este ato tem todo um simbolismo, uma vez que a gente entende que cultura é uma política pública importante desde que seja um instrumento de protagonismo e empoderamento da população, em especial aquela que é pobre e discriminada, que é a população negra. Queremos acabar com o preconceito e nada melhor que o poder do estado para proporcionar este tipo de construção política.


A tradicional roda de chorinho Choro da Feira, que acontece todos os sábados na Praça General Glicério, em Laranjeiras, corre risco de ser proibida pela Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura. O que a Alerj pode fazer para evitar que a roda acabe?
Esta é uma questão que diz respeito mais à Camara dos Vereadores, já que as ações do choque de ordem são da alçada da Prefeitura. Mas nós podemos fazer um debate na Comissão de Cultura e pedir informações à prefeitura. Vamos nos articular também com vereadores da bancada do PT para usar o mecanismo oficial, que é a Câmara Municipal, que tem o poder de fiscalizar o executivo do município.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Prazo para inscrição na ANPEC é até dia 10 de agosto de 2011









A Universidade Global do Trabalho (Global Labour University – GLU) – UNICAMP, Brasil – convida sindicalistas e ativistas envolvidos com o movimento sindical e a se inscreverem no programa de mestrado em Economia Social e do Trabalho para a turma de 2012. A GLU oferece uma oportunidade única para estudar discutir os desafios da globalização, juntamente com um grupo de sindicalistas internacionais. Estágios realizados em centrais, sindicatos e instituições de pesquisa com foco nas questões do trabalho oferecem a oportunidade do aluno se envolver com o movimento dos trabalhadores no Brasil e a nível internacional. O curso é ministrado em inglês.


O prazo final para candidaturas para o programa brasileiro, ministrado pela Universidade Estadual de Campinas é 15 de Agosto de 2011.

GLU oferece um número limitado de bolsas de estudo.Os candidatos precisam ter o endosso de um sindicato para solicitar uma bolsa de estudos.

Informações mais detalhadas sobre os perfis específicos do programa e o formulário de inscrição estão disponíveis na Internet http://www.global-labour-university.org/2.html


Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo se preparam para a 13ª Conferência Nacional

Foto: Gianne Carvalho

  Nilton (de pé) na abertura da 13ª Conferência Interestadual do RJ e ES


A delegação do Rio de Janeiro e Espírito Santo que vai representar a base da Federação na 13ª Conferência Nacional já está de malas prontas. Na bagagem, a proposta que vem norteando a atuação dos nossos sindicalistas nos últimos anos. “Na nossa conferência interestadual colocamos como prioridade que nossa delegação tenha como palavra de ordem a unidade. Conseguimos respeitar todas as forças políticas, entidades e centrais sindicais. Vamos levar a proposta de manter a negociação unificada, que tem alcançado resultados positivos para a categoria desde que foi adotada”, anuncia Nilton Damião Esperança, representante da Federação no Comando Nacional e coordenador da delegação.


A Conferência Nacional vai construir a minuta de reivindicações que será entregue à Fenaban em agosto. Haverá debates sobre os quatro temas-macro definidos pelo Comando Nacional: emprego e remuneração; saúde e condições de trabalho; igualdade de oportunidades; e sistema financeiro nacional. “Nosso movimento sempre foi pioneiro, alcançando conquistas que serviram de modelo e inspiração para outras categorias. A nossa expectativa é de que a Conferência Nacional defina mais reivindicações que venham a beneficiar os bancários”, deseja Nilton.


O assunto que mais desperta interesse dos bancários é sempre o mesmo: índice de reajuste. E a categoria bancária deve insistir na reivindicação dos últimos anos. “Estamos, mais uma vez, reivindicando aumento real e rechaçamos a ideia de que salário pressiona inflação. Este é um argumento ultrapassado que foi usado muitas vezes para conter a evolução salarial dos trabalhadores brasileiros. Mas nos últimos anos mostramos que foi justamente o contrário: com o aumento do poder de compra do trabalhador, toda a economia cresceu”, argumenta o dirigente. A questão da remuneração dos bancários tem merecido destaque não só no que diz respeito ao índice, mas também na valorização da categoria através da remuneração. “No ano passado já conquistamos um aumento do piso salarial e vamos insistir nesta posição. O piso melhorou, mas ainda não recompôs o poder de compra do bancário que foi reduzido a partir da década de 90”, defende o coordenador da delegação.


A questão da remuneração está intimamente ligada à do emprego, principalmente nesta época de fusões. As demissões estão acontecendo e os banqueiros garantem que se trata apenas de ajustes. Mas os bancários na base estão sofrendo diariamente não só com a sobrecarga de trabalho, mas com o fantasma do desemprego que lhes assombra diariamente. “Os bancos dizem que estão contratando, mas o que há é uma imensa rotatividade, com salários menores para os que são contratados para substituir bancários antigos, com salários mais altos. O número de postos de trabalho se mantém, mas a massa salarial da categoria está diminuindo”, esclarece Nilton.


Regra, saúde e igualdade


A organização do sistema financeiro nacional é uma questão que parece menor – ou tão grande que escapa à influencia do movimento sindical – mas, cada vez mais, tem merecido atenção do movimento. “Precisamos dar ênfase à luta pela regulamentação do artigo 192 da Constituição, que trata do sistema financeiro nacional. o que temos hoje, como Banco Central legislando, não pode continuar. A mudança da legislação sobre correspondentes bancários que pode trazer consequências graves para os bancários”, alerta Nilton. A resolução 3954/11 do Banco Central preocupou os sindicalistas, já que derruba as restrições que havia à criação de correspondentes bancários.


O problema do adoecimento da categoria também preocupa. Além das LER/DORT, que continuam maltratando os bancários, os transtornos mentais também têm se alastrado. “Apesar do acordo assinado no ano passado, continuamos com muitos problemas com relação ao assédio moral. As metas inatingíveis e a pressão das chefias, com conhecimento e aprovação dos executivos, estão levando os bancários a recorrerem a medicamentos de uso controlado, conforme contatamos em pesquisas realizadas com os trabalhadores”, informa o dirigente.


Outro ponto que, apesar de avanços no papel, ainda tem muito a melhorar é a questão da igualdade de oportunidades. “Conquistamos para os companheiros homoafetivos a inclusão dos parceiros nos planos de saúde, mas a discussão sobre igualdade de oportunidades, de maneira gral, não tem se desenvolvido como gostaríamos. Queremos que os bancos façam novamente a pesquisa do Mapa da Diversidade, desta vez incluindo a questão da orientação sexual. Mas é preciso que o formulário não identifique o bancário, para que o trabalhador não se sinta intimidado na hora de preencher a pesquisa”, defende Nilton. A mesa de Igualdade de Oportunidades, que discute este e outros temas, é a que avança mais lentamente, em razão da resistência dos banqueiros à discussão.


Arregaçar as mangas


A programação da 13ª Conferência Nacional é intensa e, desta vez, os trabalhos começam já na tarde do primeiro dia. Os grupos de trabalho vão elaborar as cláusulas da minuta e os pontos polêmicos serão apreciados na plenária final. O documento, construído democraticamente, é o ponto de partida para as negociações. “Nosso objetivo é, mais uma vez, fazer a melhor campanha da história. Temos que esquecer vaidades e divergências em nome do esforço para conquistar cada vez mais para a nossa categoria”, defende Nilton Damião Esperança.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Seeb Campos revitaliza sede campestre


 O homenageado, Joaquim de Faria Pereira (ao centro, de boné)


O Sindicato dos Bancários de Campos fez festa em sua sede campestre no dia 23 de julho para reinaugurar o espaço conhecido como Varandão. O novo nome do espaço homenageia o ex-diretor Joaquim de Faria Pereira que, emocionado, descerrou a placa que leva seu nome. A sede campestre do sindicato está passando por reformas que incluíram a revitalização do parque infantil Nilce Jóia, também reinaugurado no último sábado. A festa teve ainda churrasco com música. Os bancários campistas contribuíram com as entidades de apoio aos necessitados, doando um total de meia tonelada de alimentos não perecíveis. Entre as instituições assistidas está a Casa de Solidariedade de Campos, que ampara portadores do HIV.


Na véspera, à noite, a entidade realizou sua tradicional festa julina, com música ao vivo. Entidades assistencialistas do município montaram barracas de comidas típicas, cuja renda foi revertida para a manutenção de suas atividades.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Doação de sangue

O bancário Luiz Carlos Viana Pacheco, irmão de Vitor Pacheco, dirigente do Sindicato dos Bancários de Campos, está internado no hospital da Beneficência Portuguesa e precisa receber transfusões de sangue. O hospital não faz exigências quanto ao tipo sanguíneo, mas o doador precisa estar bem de saúde. Para mais informações sobre as condições para doação, ligue para 2224-0945.


Hospital Beneficência Portuguesa
Rua Santo Amaro, 80 – Glória
Paciente: Luiz Carlos Viana Pacheco
Prontuário nº: 66312
Informações: 2224-0945

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Sindicalismo no berço da humanidade

Foto: Gianne Carvalho

Edwin (de pé, falando ao microfone) na abertura da 13ª Conferência Interestadual dos Bancários do RJ e ES


O tanzaniano Edwin Richard Mwakyembe é funcionário da central sindical TUCTA – Trade Union Congress of Tanzânia e está no Brasil fazendo o estágio do curso de mestrado em Social Economy and Labour. O programa, oferecido pela Universidade Global do Trabalho – GLU, ligada à Organização Internacional do Trabalho, já contou com a participação de vários sindicalistas brasileiros, entre os quais Jô Portilho, diretora da Contraf/CUT, que integrou a primeira turma. Edwin está cursando o programa no Brasil, na Unicamp, e está fazendo estágio sob orientação de Jô, que já orientou também a indiana Nair Vijayalakshmi Manilal no segundo semestre de 2010.


A pesquisa de Edwin envolve uma questão que aflige vários países: a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Com expectativa de vida de pouco mais de 52,5 anos e um sistema previdenciário mal estruturado, a Tanzânia é um país onde a aposentadoria é rara e os postos de trabalho são ocupados por trabalhadores mais velhos. Como a geração de novos empregos é lenta, o acesso dos jovens que concluem os cursos universitários é difícil.


Nação jovem


As leis trabalhistas na Tanzânia são recentes, como recente é a organização autônoma do país, que conquistou a independência política somente em 1961, sob a liderança de Julius Nyerere, idealizador do chamado Socialismo Africano. O regime socialista unipartidário foi instaurado em 1977 e mantido até 1995, quando houve eleições livres e democráticas com a participação de mais de um partido político. Estas mudanças, que coincidiram com a onda neoliberal que varreu o mundo e trouxe a globalização, também modificaram a organização sindical.


O sindicalismo na Tanzânia teve três fases: colonial, entre 1920 e 1961, quando todas as leis do país, inclusive as trabalhistas, vieram prontas da metrópole, a Inglaterra. O controle britânico começou quando a Alemanha, primeiro colonizador, entregou o controle da Tanzânia em consequência da derrota na I Guerra Mundial. Nesta época de pouca liberdade, o sindicalismo era incipiente.


Com a instauração do regime socialista unipartidário, os sindicatos se tornaram braços do partido que controlava o governo. “Tudo era estatal e o movimento sindical era engessado por sua relação com o partido”, conta Edwin.


O enfraquecimento do regime socialista, consequência do desmoronamento do bloco comandado pela União Soviética, e a ascensão do neoliberalismo varreram as antigas leis. Em 1998 houve a primeira grande reforma nas leis trabalhistas e a edição do Trade Union Act, a legislação que define a organização sindical. Os sindicatos, não mais atrelados ao partido único do governo, conquistaram independência, mas tiveram que enfrentar as consquências da onda de privatizações que tomou conta da Tanzânia. Os países da Comunidade da África Oriental – Quênia, Uganda e Tanzânia, e mais recentemente, Burúndi e Ruanda – instauraram legislações de mercado e trabalhistas semelhantes, para promover a integração.


Crescendo aos poucos


No setor bancário, por exemplo, os bancos deixaram de ser estatais e passaram a adotar um modelo semelhante ao de economia mista, como é o caso, no Brasil, do BB e da Petrobras, que têm ações no mercado, mas o controle acionário é do governo federal. Dos cinco bancos estatais que havia antes da década de 90, três permanecem sob o controle acionário do governo, atendendo às atividades de microcrédito, fomento e banco comercial. Não há nenhum banco privado nacional e os estrangeiros Barclays (britânico), Citibank (norte-americano), Exim Bank (sul-africano) e alguns indianos respondem pelo serviço bancário no país. Na Tanzânia os serviços bancários são precários e apenas 1 % dos correntistas têm acesso a cartões de crédito. “Tudo é feito em dinheiro, pouquíssima gente usa cartão”, informa Edwin. Os caixas eletrônicos foram introduzidos recentemente e até cinco anos atrás somente podiam ser usados para saque. A tecnologia é baixa e há muitas fraudes que geram prejuízos aos bancos. Mesmo assim, o sistema financeiro é o terceiro maior empregador da Tanzânia, ficando atrás da agricultura e do setor de comércio e serviços não bancários.


Mas a economia tanzaniana já está mudando. A exploração de petróleo no mar e a mineração estão sendo fomentadas desde que o então presidente Lula assinou acordos de cooperação Brasil-Tanzânia e promoveu a aproximação da Petrobras e da Vale. Estes acordos vieram depois da descoberta de uma enorme bacia de petróleo. Também foi descoberto que a Tanzânia está sentada sobre uma grande jazida de urânio, metal radioativo usado como combustível nuclear, o que está fazendo os olhos do mundo se voltarem para o país africano. “O presidente Bush veio à África e passou por vários países em visitas rápidas. Mas na Tanzânia, ele passou quatro dias”, lembra Edwin.


A Tanzânia é considerada o berço da humanidade, já que fica na região onde foi encontrada a maior quantidade de vestígios de antepassados da espécie humana. Mas é uma nação jovem e com muitos desafios pela frente. Num país que passa por transformações, resta saber como as mudanças vão beneficiar os trabalhadores, principalmente aqueles que estão fazendo a transição entre os bancos das universidades e o mercado de trabalho. Esta é resposta que Edwin veio procurar no Brasil.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Agenda das mulheres



  • Na sexta-feira, dia 29, a partir das 10h, acontece uma reunião ampliada do Coletivo Estadual de Mulheres da CUT. Em pauta, organização, inscrições e infraestrutura para a Marcha das Margaridas; a plenária estadual de mulheres da CUT, que acontece em agosto; e discussões sobre calendários municipais e estadual da 3ª Conferência Nacional de Mulheres, que será realizada em dezembro, em Brasília.


  • O movimento das mulheres de Cabo Frio já está organizando a 3ª Conferência de Políticas Públicas para Mulheres do município. O evento acontece no dia 11 de agosto. A dirigente do Seeb Niterói e Região, Genir Vicente, é delegada e representa também o sindicato no evento.


  • Nos dias 12 e 13 acontece o II Encontro Estadual da Mulher Bancária do Espírito Santo. A programação inclui debates e painéis e também atividades culturais. Na abertura, será inaugurada uma exposição de fotografias feitas por bancárias capixabas em seus locais de trabalho no banco e em casa. As inscrições serão encerradas no dia 08 de agosto.


  • Acontece dia 26 de agosto, das 14h às 17h a Plenária Estadual de Mulheres, na sede da CUT-RJ. A programação inclui avaliação da pauta de gênero e da atual conjuntura. O evento será seguido da abrtura da Plenária Estadual da CUT-RJ.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

“Luta de classes médias” ou “FT desqualifica ascenção social brasileira”

 










Editorial do FT , de 27 de outubro de 2010, afirmando que “Serra é a melhor escolha para presidente”

“O sucesso da economia brasileira” ou “A crítica contumaz do Financial Times a Lula”
Um dos grandes capitais políticos do presidente Lula foi promover a ascenção de milhões de pessoas para a classe média, a que comumente é conhecida como a nova classe média brasileira, frutos do acerto econômico e das políticas de valorização salarial e incremento do mercado de trabalho.


O sucesso da economia possibilitou a transformação da pirâmide social, onde a base representada pela grande maioria mais pobre e o topo pela minoria mais rica, para uma espécie de barril, em que o meio está mais povoado, justamente pelas classes médias, e a base e topo estão agora menores. 


Pois bem, o jornalão britânico Financial Times, contumaz crítico do modelo de desenvolvimento econômico e social do Brasil, a partir de 2003, publicou uma matéria em que afirma que apesar de mais de 3 dezenas de milhões de pobres terem ascendidos socialmente, a “classe média tradicional”, segundo a publicação um contingente humano de cerca de 20 milhões, com renda mensal maior que R$ 5.174, foi por demais penalizada por esta política de priorizar a redução da miséria e desigualdade, considerados “o lado perdedor”. 


Enumera que os preços de produtos que consumiam, como carne e combustíveis, tiveram aumento acima da inflação, penalizando por demais este grupo social. Ignoram que isto também afeta a nova classe média, logo o sofrimento não exclusivo.
Afirmam que “o processo tem sido em parte impulsionado pelo maior acesso à educação”, com o aumento da oferta de cursos universitários privados à nova classe média, que passou a competir com a classe média tradicional por empregos. Logo a partir deste ponto percebe-se uma defesa de um nicho de mercado de trabalho incrementado pela competitividade de novos postulantes as vagas, uma queixa de que isso penaliza quem detinha, sem competição, empregos de maior remuneração e qualidade apenas para si.

“Reparação social para um país de todos” ou “Luta de classes médias”

O Financial Times cita ainda o economista da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Neri, pesquisador da classe média, que observou que a renda dos 50 % mais pobres cresceu 68 % em termos reais nos últimos dez anos, enquanto os 10 % mais ricos cresceu somente 10 % no mesmo período.

Neri destaca ainda outro dado importante que mostra que a renda média dos analfabetos brasileiros cresceu 37 % entre 2003 e 2009, enquanto aqueles com estudo universitário tiveram uma perda de 17 % na renda no mesmo período.

O que o jornalão esqueceu de dizer, em sua defesa dos mais ricos e apologia de uma reserva de mercado para quem sempre gozou dos privilégios da economia nacional, é que o objetivo do governo era exatamente este mesmo: reduzir as desigualdades e oferecer novas oportunidades para milhões de pessoas, que só viam a prosperidade crescer no andar de cima, ou melhor, no topo da pirâmide e que ascender socialmente era algo muito difícil de acontecer em suas vidas.

A citação do crescimento da renda dos analfabetos em oposição das pessoas de nível superior, parece ser talhada para desqualificar um período de grandes avanços sociais do Brasil, mas visto por quem defende a mão invisível do mercado e os interesses dos mais ricos, como algo nefasto.

Mas creio estar aí, neste contraponto, somado ao fato de milhões de pessoas puderam também ter acesso ao ensino superior, uma das excepcionais transformações do Novo Brasil, que deve seguir adiante, reparação social, aprofundando ainda mais tais políticas.

Não se trata de uma “luta de classes médias”, tradicionais contra emergentes, mas de justiça social, de reparação de séculos de privilégios para alguns e exclusão para muitos, um país de todos precisa incluir dezenas de milhões de pessoas ao mercado de trabalho e oferecer condições de ascenção social, com possibilidades reais de sucesso, a cada década. Como bem avaliou Neri, ao dizer que as mudanças representam um reordenamento da riqueza no país que estava pendente desde a abolição da escravatura, em 1888.

O jornal afirma ainda que Dilma Rousseff lançou recentemente um programa para retirar mais 16 milhões de brasileiros da pobreza, o Brasil Sem Miséria, para manter apoio e votos entre os mais pobres, mas que, em contrapartida, isso não lhe garantirá os votos da classe média tradicional, concentrada nos Estados industrializados do sul do país, especialmente em São Paulo.

“A coerência editorial do Financial Times” ou “apoiaram Serra em 2010”

Sublinham tal discurso elitista com frases, repletas de preconceitos de classe, como as que ouvimos de políticos da oposição, de jornalões brasileiros e da elite mais insensível do Brasil: “Alguns reclamam que o governo ajuda os pobres por meio de benefícios e aumentos salariais e os ricos por meio de empréstimos subsidiados para suas empresas”.

Ou, como os monetaristas que atualmente culpam os salários dos mais pobres como causa, única e exclusiva da inflação, que diga-se de passagem permanece dentro da meta do governo, e, consequentemente, das altas taxas de juros para combatê-la: “Isso inunda a economia com dinheiro, levando à inflação, a qual o Banco Central tenta então combater com aumentos de juros, penalizando a classe média”.

Concluem afirmando, com tom pessimista, que “enquanto muitos nas classes médias tradicionais do Brasil concordam com a distribuição de renda, eles estão temerosos sobre o quanto isso está lhes custando”.

O Financial Times tenta desqualificar o sucesso construído pelo governo Lula e mantido pelo governo Dilma, ao montar uma matéria em que trata somente do “sofrimento da classe média tradicional” hoje, como se isso de fato ocorresse e não fosse apenas um brado de parcelas sociais que saúdam o Estado para poucos, esquecendo de analisar que o Brasil era apenas um país governado para cerca de um terço da população, a mais rica.


Mas não se deve esquecer que a publicação britânica, às vésperas da eleição de 2010, declarou, em editorial, seu apoio a José Serra, como “a melhor opção para o Brasil”. Em um esforço comovente para legitimar Serra internacionalmente e tentar influenciar a opinião pública brasileira, principalmente, claro e coerentemente, dos cerca de 20 milhões da classe média “tradicional” e dos mais ricos.



Com informações da BBC Brasil

 

 

Fonte: Blog Palavras-Diversas