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BARTÔ, O MAGO DA PALAVRA

O coração de Bartolomeu Campos de Queirós (1944-2012),  pleno de amor e arte, parou na madrugada de 16 de janeiro. Meu querido amigo  Bartô transvivenciou. Entrou em “encantamento”, diria Guimarães  Rosa.


Bartô tinha 67 anos e mais de 70 livros  publicados. A ele dediquei meu mais recente romance, Minas do ouro:  “Para Bartolomeu Campos de Queirós nascido, como eu, na mesma terra mineira,  no mesmo ano, no mesmo mês, no mesmo dia, e condenado, como eu, à mesma sina:  escrever.”


Em 2003, mereci dele a dedicatória do  livro Menino de Belém. Era um mago da palavra. Não fazia poesia, não  escrevia prosa – criava proesia. Sua prosa é arrebatadoramente poética,  como o comprova seu último romance Vermelho amargo, de forte conotação  autobiográfica.


Sua mãe morreu aos 33 anos, de câncer, quando ele  tinha 6. Lembrava-se que ela sofria dores atrozes, a ponto de o bispo  autorizar que se apressasse a morte dela com uma injeção. Às vezes a dor era  tanta que ela se punha a entoar canto lírico. Bartô, por vezes, ligava para  sua amiga Maria Lúcia Godoy, cantora lírica, para que ela cantasse para ele ao  telefone.


Equivocam-se os que classificam sua obra  de literatura infantil, embora tenha angariado os mais importantes prêmios  nacionais e internacionais neste gênero. Sua escrita é universal, encanta  crianças e adultos. Como artesão da palavra, trabalhava cuidadosamente cada  vocábulo, cada frase, até extrair toda a polissemia possível, assim como a  abelha suga o néctar de uma flor.


Bartô morava em Belo Horizonte, no apartamento que  pertenceu à poeta Henriqueta Lisboa – cuja estátua se ergue à porta do prédio,  na Savassi. Gostava da solidão. Precisava dela para escrever. Chegava a pedir  à cozinheira que saísse mais cedo. E só admitia que o silêncio fosse quebrado  pela música, que ele escutava deitado no chão.


Nos últimos anos, mais lia do que escrevia. E o fazia  com um prazer quase luxurioso. Narrou-me como se deleitava em abrir um novo  livro, reformular suas ideias e conceitos, adquirir novos conhecimentos… 


Tornou-se escritor por acaso. Estudava comunicação e  expressão em Paris, quando lhe pediram enviar um texto a um concurso, que o  premiou. Mas custou a se assumir como autor. Para ele, isso era secundário. A  prioridade era o emprego no MEC, num departamento de investigação de qualidade  de ensino, que o obrigava a viajar Amazônia afora. Seu chefe, Abgar Renault,  lhe dava toda liberdade.


Nos últimos anos, pouco saía de casa. Desde que se viu  obrigado a fazer hemodiálise três vezes por semana, caminhava a passos miúdos,  os ombros curvados e, no rosto, a perplexidade diante dos mistérios da vida. A  fala era contida, proverbial, mesmo quando fazia palestras. Seus silêncios  ecoavam.


Fazia questão de não abandonar o cigarro  e tomar um chope antes de submeter-se à hemodiálise. Dizia que, assim, o  tratamento seria compensado…


Seu ponto de encontro era a Livraria Quixote, na rua  Fernandes Tourinho, onde há um espaço em homenagem a ele. Ali revia amigos,  lançava livros, tomava café da manhã. Foi ali que nos vimos pela última vez,  na véspera do Ano-Novo, quando me deu de presente o romance epistolar A  sociedade literária e a torta de casca de batata, de Ann Shaffer e Annie  Barrows.


Há três anos ele me propusera um projeto  literário a quatro mãos: uma troca de correspondência sobre literatura,  conjuntura política, vivências. Nunca o efetivamos. Em nosso encontro de fim  de ano respondeu-me quando indaguei o que andava escrevendo: “Cartas para mim  mesmo.”


Bartô contava que, quando criança, ficava  intrigado com o mistério de como pouco mais de vinte letras podem registrar na  escrita tudo que a cabeça pensa… Orgulhoso, disse que aprendera a escrever  com o avô, marceneiro, que morava em Pitangui (MG). Tirara a sorte grande na  loteria e, assim, trocou a madeira pela literatura. Ao se sentir inspirado,  tomava em mãos o lápis próprio para marcar medidas na madeira e redigia suas  histórias nas paredes da casa. Quando o avô morreu, tiraram da parede da sala  o relógio em forma de oito. Era o único espaço vazio de  textos…


Bartô era um artista profundamente  espiritualizado. Desde que morou em Paris tornou-se devoto de São Charbel  (1828-1898), libanês, canonizado em 1997. Disse que o escolhera porque é um  santo de poucos devotos e, portanto, mais disponível para atender às suas  preces…  E mostrou-me a estampa do monge de longas barbas  brancas.


Meu único consolo é a certeza de que  Bartolomeu Campos de Queirós vive, agora, imortalizado em suas obras  literárias. Reproduzo aqui o que escrevi a ele, em maio de 1998, após ler  Escritura: “Sua escrita é canto, luz, vereda e afago. Cada frase  lindamente esculpida! Proíba-se de tudo o mais para só escrever, porque é a  sua única e irrecorrível sentença de vida.”

Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear  estrelas” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.

 
Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

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MEU NOME É MEDO

      Meu propósito é dominar corações e mentes. Incutir em cada um o medo do outro. Medo de estender a mão, tocar em cumprimento a pele impregnada de bactérias nocivas.
      Medo de abrir a porta e receber um intruso ansioso por solidariedade e apoio. Com certeza ele quer arrancar-lhe algum dinheiro ou bem. Pior: quer o seu afeto. Melhor não ceder ao apelo sedutor. Evite o sofrimento, tenha medo de amar.
      Quero todos com medo da comunidade, do vizinho, do colega de trabalho. Medo do trânsito caótico, das rodovias assassinas, dos guardas que intimidam e achacam. Medo da rua e do mundo.
      Convém trancar-se em casa, fazer-se prisioneiro da fragilidade e da desconfiança. Reforce a segurança das portas com chaves e ferrolhos; cubra as janelas de grades; espalhe alarmes e  eletrônicos por todos os cantos.
      Faça de seu prédio ou condomínio uma penitenciária de luxo, repleta de controles e vigilantes, e no qual o clima de hostilidade reinante desperte, em cada visitante, uma ojeriza ao prazer da amizade.
      Tema o Estado e seus tentáculos burocráticos, os pesados impostos que lhe cobra, as forças policiais e os serviços de informação e espionagem. Quem garante que seu telefone não está grampeado? Suas mensagens eletrônicas não são captadas por terceiros?
      O mais prudente é evitar ser transparente, sincero, bem humorado. Sua atitude pode ser interpretada como irreverência ou mesmo ameaça ao sistema.
      Fuja de quem não se compara a você em classe, renda, cultura e cor da pele; dos olhos invejosos, da cobiça, do abraço de quem pretende enfiar-lhe a faca pelas costas.
      Tenha medo da velhice. Ela é prenúncio da morte. Abomine o crescimento aritmético de sua idade. Jamais empregue o termo “velho”; quando muito, admita “idoso”.
      Tema a gordura que lhe estufa as carnes, a ruga a despontar no rosto, a celulite na perna, o fio branco no cabelo. É horrível perder a juventude, a esbeltez, o corpo desejado!
      Tenha medo da mais terrível inimiga: a morte. Ela se insinua quando você fica doente. Saiba que ninguém está interessado em sua saúde. Em seu bolso, sim. Basta adoecer para verificar como haverão de humilhá-lo os serviços médicos e os planos de saúde.
      Não se mova! Por que viajar, abandonar o conforto doméstico e se arriscar num acidente de ônibus, navio ou avião? Nunca se sabe quando, onde e como os terroristas atacarão. Quem diria que numa bucólica ilha da pacífica Noruega o terror provocaria um genocídio?
      Meu nome é medo. Acolha-me em sua vida! Sei que perderá a liberdade, a alegria de viver, o prazer de ser feliz. Mas darei a você o que mais anseia: segurança!
      Em meus braços, você estará tão seguro quanto um defunto em seu caixão, a quem ninguém jamais poderá infligir nenhum mal, nem mesmo amedrontá-lo.
 
Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do poder” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.



 


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Fonte: Frei Betto

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SALVAR VIDAS OU O CAPITAL?

 O melhor Papai-Noel do mundo mereceram 523 instituições financeiras europeias quatro dias antes do Natal: 489 bilhões de euros (o equivalente a R$ 1,23 trilhão), emprestados pelo BCE (Banco Central Europeu) a juros de 1 % ao ano!


 Curiosa a lógica que rege o sistema capitalista: nunca há recursos para salvar vidas, erradicar a fome, reduzir a degradação ambiental, produzir medicamentos e distribui-los gratuitamente. Em se tratando da saúde dos bancos, o dinheiro aparece num passe de mágica!


 Há, contudo, um aspecto preocupante em tamanha generosidade: se tantas instituições financeiras entraram na fila do bolsa-BCE, é sinal de que não andam bem das pernas…


 Quais os fundamentos dessa lógica que considera mais importante salvar o Mercado que vidas humanas? Um deles é este mito de nossa cultura: o sacrifício de Isaac por Abraão (Gênesis 22, 1-19).


 No relato bíblico, Abraão deve provar a sua fé sacrificando a Javé seu único filho, Isaac. No exato momento em que, no alto da montanha, prepara a faca para matar o filho, o anjo intervém e impede Abraão de consumar o ato. A prova de fé fora dada pela disposição de matar. Em recompensa, Javé cobre Abraão de bênçãos e multiplica-lhe a descendência como as estrelas do céu e as areias do mar.


 Essa leitura, pela ótica do poder, aponta a morte como caminho para a vida. Toda grande causa – como a fé em Javé – exige pequenos sacrifícios que acentuem a magnitude dos ideais abraçados. Assim, a morte provocada, fruto do desinteresse do Mercado por vidas humanas, passa a integrar a lógica do poder, como o sacrifício “necessário” do filho Isaac pelo pai Abraão, em obediência à vontade soberana de Deus.


 Abraão era o intermediário entre o filho e Deus, assim como o FMI e o BCE fazem a ponte entre os bancos e os ideais de prosperidade capitalista dos governos europeus – que, para escapar da crise, devem promover sacrifícios.


 Essa mesma lógica informa o inconsciente do patrão que sonega o salário de seus empregados sob pretexto de capitalizar e multiplicar a prosperidade geral, e criar mais empregos. Também leva o governo a acusar as greves de responsáveis pelo caos econômico, mesmo sabendo que resultam dos baixos salários pagos aos que tanto trabalham sem ao menos a recompensa de uma vida digna.


 O deus da razão do Mercado merece, como prova de fidelidade, o sacrifício de todo um povo. Todos os ideais estão  prenhes de promessas de vida: a prosperidade dos bancos credores, a capitalização das empresas ou o ajuste fiscal do governo. Salva-se o abstrato em detrimento do concreto, a vida humana.


 O espantoso dessa lógica é admitir, como mediação, a morte anunciada. Mata-se cruelmente através do corte de subsídios a programas sociais; da desregulamentação das relações trabalhistas; do incentivo ao desemprego; dos ajustes fiscais draconianos; da recusa de conceder aos aposentados a qualidade de uma velhice decente.


 A lógica cotidiana do assassinato é sutil e esmerada. Aqueles que têm admitem como natural a despossessão dos que não têm. Qualquer ameaça à lógica cumulativa do sistema  é uma ofensa ao deus da liberdade ocidental ou da livre iniciativa. Exige-se o sacrifício como prova de fidelidade. Não importa que Isaac seja filho único. Abraão deve provar sua fidelidade a Javé. E não há maior prova do que a disposição de matar a vida mais querida.


 A lógica da vida encara o relato bíblico pelos olhos de Isaac. Este não sabia que seria assassinado, tanto que indagou ao pai onde se encontrava o cordeiro destinado ao sacrifício. Abraão cumpriu todas as condições para matar o filho. Subjugou-o, amarrou-o, colocou-o sobre a lenha preparada para a fogueira e empunhou a faca para degolá-lo.


 No entanto, inspirado pelo anjo, Abraão recuou. Não aceitou a lógica da morte. Subverteu o preceito que obrigava os pais a sacrificarem seus primogênitos. Rejeitou as razões do poder. À lei que exigia a morte, Abraão respondeu com a vida e pôs em risco a sua própria, o que o forçou a mudar de território.


 Se não mudarmos de território – sobretudo no modo de encarar a realidade -, como Abraão, continuaremos a prestar culto e adoração a Mamom. Continuaremos empenhados em salvar o capital, não vidas, e muito menos a saúde do planeta.

Frei Betto é escritor, autor de “Sinfonia Universal – a cosmovisão de Teilhard de Chardin” (Vozes), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.



 
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Fonte: Frei Betto

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DITADURA ECONÔMICA

A pobreza já afeta 115 milhões de pessoas nos 27 países da União Europeia. Quase 25 % da população. E ameaça mais 150 milhões de habitantes.
 Na Espanha, a taxa de desemprego atinge 22,8 % . Grécia e Itália encontram-se sob intervenção branca, governados por primeiros-ministros indicados pelo FMI. Irlanda e Portugal estão inadimplentes. Na Bélgica e no Reino Unido, manifestações de rua confirmam que “a festa acabou”.
 Agora, o Banco Central da União Europeia quer nomear, para cada país em crise, um interventor de controle orçamentário. É a oficialização da ditadura econômica. Reino Unido e República Tcheca votaram contra. Porém, os outros 25 países da União Europeia aprovaram. Resta saber se a Grécia, o primeiro na lista da ditadura econômica, vai aceitar abrir mão de sua soberania e entregar suas contas ao controle externo.
 A atual crise internacional é muito mais profunda. Não se resume à turbulência financeira. Está em crise um paradigma civilizatório centrado na crença de que pode haver crescimento econômico ilimitado num planeta de recursos infinitos… Esse paradigma identifica felicidade com riqueza; bem-estar com acumulação de bens materiais; progresso com consumismo.
 Todas as dimensões da vida – nossa e do planeta – sofrem hoje acelerado processo de mercantilização. O capitalismo é o reino do desejo infinito atolado no paradoxo de se impor num planeta finito, com recursos naturais limitados e capacidade populacional restrita.
 A lógica da acumulação é mais autoritária que todos os sistemas ditatoriais conhecidos ao longo da história. Ela ignora a diversidade cultural, a biodiversidade, e comete o grave erro de dividir a humanidade entre os que têm acesso aos recentes avanços da tecnociência, em especial biotecnologia e nanotecnologia, e os que não têm. Daí seu efeito mais nefasto: a acumulação ou posse da riqueza em mãos de uns poucos se processa graças à desposessão e exclusão de muitos.
 A questão não é saber se o capitalismo sairá ou não da enfermaria de Davos em condições de sobrevida, ainda que obrigado a ingerir remédios cada vez mais amargos, como suprimir a democracia e trocar o voto popular pelas agências de avaliação econômica, e os políticos por executivos financeiros, como ocorreu agora na Grécia e na Itália.
 A questão é saber se a humanidade, como civilização, sobreviverá ao colapso de um sistema que associa cidadania com posse e civilização com paradigma consumista anglossaxônico.
 Estamos às vésperas da Rio+20. E ninguém ignora que esta casa que habitamos, o planeta Terra, sofre alterações climáticas surpreendentes. Faz frio no verão e calor no inverno. Águas são contaminadas, florestas devastadas, alimentos envenenados por agrotóxicos e pesticidas.
 O resultado são secas, inundações, perda da diversidade genética, solos desertificados… Há na comunidade científica consenso de que o efeito estufa e, portanto, o aquecimento global, resulta da ação deletérea do ser humano.
 Todos os esforços para proteger a vida no planeta têm fracassado até agora. Em Durban, em dezembro de 2011, o máximo que se avançou foi a criação de um grupo de trabalho para negociar um novo acordo de redução do efeito estufa… a ser aprovado em 2015, e colocado em prática em 2020!
 Enquanto isso, o Departamento de Energia dos EUA calculou que, em 2010, foram emitidas 564 milhões de toneladas de gases de aquecimento global. Isto é, 6 % a mais do que no ano anterior.
 Por que não se consegue avançar? Ora, a lógica mercantil impede. Basta dizer que os países do G8 propõem, não salvar a vida humana e do planeta, mas criar um mercado internacional de carbono ou energia suja, de modo a permitir aos países desenvolvidos comprar cotas de poluição não preenchidas por outros países pobres ou em desenvolvimento.
 E o que a ONU tem a dizer? Nada, porque não consegue livrar-se da prisão ideológica da lógica do mercado. Propõe, portanto, à Rio+20 uma falácia chamada “Economia Verde”. Acredita que a saída reside em mecanismos de mercado e soluções tecnológicas, sem alterar as relações de poder, reduzir a desigualdade social e criar um mundo ambientalmente sustentável no qual todos tenham direito ao bem-estar.
 Os donos e grandes beneficiários do sistema capitalista – 10 % da população mundial – abocanham 84 % da riqueza global e cultivam o dogma da imaculada concepção de que basta limar os dentes do tubarão para que ele deixe de ser agressivo…
 
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de “O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade” (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.



 


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Fonte: Frei Betto

Direção do Itaú chama sindicato de Niterói para negociação

 

A forte mobilização do Sindicato que fechou agências do Itaú em Niterói e São Gonçalo, na quarta e quinta-feira, 25 e 26 de janeiro, resultou num convite pela direção do Banco Itaú para uma reunião de negociação e discussão sobre a paralisação em São Paulo no dia primeiro de fevereiro.

O contato foi realizado pela Diretoria de Recursos Humanos em São Paulo e também pelo Diretor de RH do Rio de Janeiro, Bruno. O encontro está agendado para 11 horas da manhã de quarta-feira, 01 de fevereiro, na capital paulista.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói e regiões, Fabiano Júnior, viajará até São Paulo para discutir com os banqueiros os problemas das demissões em massa que vem ocorrendo nos últimos meses.

Em dois dias, o Seeb-Niterói fechou cerca de 30 agências do Itaú no Centro de Niterói, em São Gonçalo e em Alcântara em forma de protesto contra a política de demissões do banco.

A diretoria da entidade afirma que apesar das negociações, o sindicato está atento aos futuros acontecimentos. Nas demissões, há casos de bancários com mais de 25 anos de serviços prestados ao banco que perderam seus empregos. Outros casos envolvem funcionários que adquiriram com o trabalho doenças por lesão por esforço repetitivo.

A paralisação das dezenas de agências demonstrou que o Sindicato não tolerará os desmandos das instituições sem respeitar as leis e o mínimo de consciência social envolvendo seu quadro de funcionários. O Seeb-Niterói foi o primeiro sindicato no Estado a paralisar agências bancárias em 2012.

Da redação Seeb-Niterói
Crédito/Foto: Willian Chaves – Antiga agência do Banerj no Centro de São Gonçalo na tarde desta quinta-feira,26.

Fonte: Da Redação – Seeb Niterói

São Gonçalo amanhece com agências do Itaú fechadas



As paralisações em protesto contra as demissões do Banco Itaú continuam. Nesta quinta-feira, 26, dezessete agências de São Gonçalo e Alcântara amanheceram fechadas pelo Sindicato dos Bancários de Niterói. A diretoria da entidade permanece em campanha nas portas das agências. Apenas os caixas eletrônicos estão funcionando para atendimento aos clientes.

Para o presidente do Seeb-Niterói, Fabiano Júnior, a greve continua até que o banco interrompa a onda de demissões.

“O Sindicato dos Bancários de Niterói, São Gonçalo e regiões continuará com a paralisação por tempo indeterminado enquanto o Itaú não parar as demissões. Estamos dispostos a dialogar e a negociar com o banco. Enquanto a direção do Itaú não nos procurar para resolver os problemas das dispensas a greve vai continuar”, disse o presidente da entidade, Fabiano Jr.

O Seeb-Niterói promete parar outras agências em outras localidades para pressionar ainda mais o banco a voltar atrás em suas decisões arbitrárias. Nesta quarta-feira, 25, cerca de 12 agências ficaram fechadas durante todo o dia no centro de Niterói. A mobilização teve o apoio de populares que compreenderam a importância do movimento.

Funcionários do Itaú trabalham sob forte pressão e medo, já que a direção do banco havia prometido que não haveriam demissões na instituição. No entanto, o banco tem cometido abusivas dispensas sem critérios e a revelia.

Fonte: Da Redação – Seeb Niterói

Sindicato fecha agências do Itaú em Niterói



O Sindicato dos Bancários de Niterói e regiões decidiu paralisar as agências do Itaú localizadas no centro de Niterói, nesta quarta-feira, 25, em forma de protesto contra o alto número de demissões praticadas pelo banco. São mais de 10 agências lacradas com cartazes escritos “Estamos em greve” e com a presença de diretores em suas portas. A interrupção nos serviços acontecerá durante todo o dia. Só em janeiro de 2012 foram dezenas de demissões sem justificação, desestruturando famílias inteiras e deixando a mercê da sorte funcionários que dedicaram anos de suas vidas à instituição. Há casos de bancários que chegavam a ter cerca de 30 anos de serviços dedicados ao banco.

A diretoria do Seeb-Niterói não se conforma com a prática abusiva do Itaú e, por isso, resolveu protestar. O Sindicato considera intransigente e sem critérios a política abusiva de demissões sem claras justificativas praticada pelo Itaú.

“Pressão psicológica, metas abusivas, pouca mão-de-obra, sobrecarga de trabalho e não valorização do empregado comprometem o serviço prestado ao cliente e provoca lesões e doenças nos trabalhadores. Onde está o lado social de uma instituição que adora gastar em publicidade demonstrando ser comprometido com a causa?”, posição da diretoria do Seeb-Niterói.

A intransigência e arbitrariedade sem justificativa do conglomerado bancário, que a cada ano acumula milhões e milhões de reais em lucros graças aos esforços de seus funcionários e pagamentos de altas taxas pelos clientes, hora alguma se digna a pensar em seus trabalhadores.

O Sindicato dos Bancários de Niterói questiona os reais motivos das demissões e, principalmente, que tipo de assistência será oferecido a estes funcionários que serviram por décadas ao Itaú e já solicitou uma reunião com a direção do Banco para solucionar os problemas.

Os caixas eletrônicos estão abertos aos clientes. A direção do banco já entrou em contato com o Sindicato.

Confira as agências fechadas:

– Agências da Avenida Amaral Peixoto
– Agência da Rua da Conceição
– Niterói Shopping
– Rua Visconde do Uruguai
– Praça do Rink
– Prefeitura de Niterói (prefeitura velha)
– Rua Maestro Felício Toledo

Da redação do Seeb-Niterói

Fonte: Da Redação do seeb Niterói

Aniversariantes do mês: entidades

Janeiro é o mês de fundação de muitas entidades sindicais. Na base da Federação, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, fundado em 17 de janeiro de 1930, completou 82 anos. No Espírito Santo, o aniversário foi dia 12, de 78 anos. O Seeb Campos faz 76 anos no dia 22. E a Contraf, a caçula, completa seis anos em 26/01.

Os sindicatos do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Campos são veteranos de um movimento sindical organizado e antigo. Sua atuação, bem como de outras entidades bancárias septuagenárias e octogenárias, garantiu conquistas para a categoria que acabaram se estendendo a todos os trabalhadores. É o caso do auxílio-creche e do tíquete-alimentação, que foram conquistados pelos trabalhadores do ramo financeiro e acabaram adotados por empresas de outros segmentos.

A Contraf, com apenas seis anos, já nasceu grande. Motivada por questões jurídicas com a outra confederação, a fundação da entidade contou com a participação da esmagadora maioria dos sindicatos e todas as federações bancárias do país. Herdou de sua antecessora, a CNB, dirigentes qualificados e a trajetória bem sucedida que resultou na negociação nacional unificada, a única no país que abrange trabalhadores de diferentes empresas. Conquista inédita e, por enquanto, única, a Convenção Coletiva Nacional serve de exemplo para outras categorias e é uma das bandeiras na CUT. Mesmo nova, a Contraf é influente e tem peso nacional no sindicalismo.

A Federação parabeniza as entidades e suas diretorias pelos aniversários e espera que continuem firmes na luta, por muitas e muitas décadas.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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PAUTA 2012

Frei Betto

Tudo indica que não teremos pela frente um ano fácil. A crise do capitalismo, que não é apenas financeira, mas estrutural, começa a afetar as economias emergentes, inclusive a do Brasil. Nada indica que os países da zona do euro vão deter a corrosão de suas economias e manter a mesma moeda.

Se a China, os EUA e a União Europeia reduzirem suas importações, o PIB brasileiro, que já chega ao patamar de R$ 4 trilhões (= US$ 2,5 trilhões) cairá junto com o crescimento do país. O governo Dilma dará tratos à bola para aquecer o mercado interno, segurar a inflação e favorecer o crédito. Tomara que consiga. Mas tudo indica que nessa viagem rumo ao desenvolvimento o Brasil enfrentará sérias turbulências.

Os próximos meses terão, como pauta prioritária, as eleições municipais de outubro. De novo, muita baixaria vai rolar… O importante é o eleitor não torcer o nariz para o processo eleitoral. Lembre-se: quem tem nojo de política é governado por quem não tem.

Deixo uma sugestão: faça uma lista de 10 prioridades que você e sua comunidade (associação, sindicato, ONG etc) consideram urgentes ao seu município. Tire cópias. Toda vez que um candidato a prefeito ou vereador vier pedir voto, pergunte, sem mostrar a lista, se concorda com os 10 pontos. Se disser que sim, apresente a lista e exija que ele assine. Se não assinar, alerte os eleitores.

Para que os candidatos se comprometam com metas e prazos, consulte as propostas da Rede Nossa São Paulo:www.nossasaopaulo.org.br

Outro assunto que dominará o ano são as obras da COPA. Haja esforço para que terminem antes de a bola rolar e haja fiscalização para evitar (ou ao menos reduzir) a corrupção via superfaturamento!

Entre 4 e 6 de junho, o Brasil sediará o megaevento ambiental conhecido como Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável) – vinte anos após a Eco 92, que reuniu líderes mundiais, inclusive Fidel Castro. A proposta de realização deste evento foi de Lula, em 2007.

A Eco 92 rendeu frutos importantes, como a Agenda 21, a Carta da Terra, e as convenções do Clima e da Biodiversidade.

A diplomacia brasileira terá de fazer muito esforço para trazer à Cidade Maravilhosa ao menos meia dúzia de chefes de Estado do G8, os países que governam o planeta. Isso porque o G8 está cada vez menos interessado em preservação ambiental, e mais em tirar suas nações da recessão.

Paralela à Rio+20 haverá a Cúpula dos Povos, que reunirá ONGs e empresas, universidades e associações, enfim, segmentos da sociedade civil interessados na questão ambiental.

E atenção: o Calendário Maia termina em 2012. Há quem encare isso como anúncio do fim do mundo! Há quem afirme ser o início de novo ciclo cósmico! Não se afobe. Faça de 2012 o fim de tudo isso que reduz sua qualidade de vida e o início do que pode melhorá-la. Garanto que você terá um feliz ano novo!

Frei Betto é escritor, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.



 


    Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

SEEB-RIO: Assembleia elege Comissão Eleitoral

Fernanda Carisio (BB, aposentada), José Ferreira (Caixa), Jorge Couto (Bradesco, aposentado), Leonice Costa (Federação RJ/ES) e Tadeu Soares (Federação RJ/ES). Estes são os integrantes da Comissão Eleitoral que vai organizar o processo de escolha da diretoria que comandará os destinos do Sindicato no período de 2012/2015. Eles foram eleitos por maioria esmagadora em assembleia, terça-feira (17), no auditório do Sindicato.


 


A assembleia, com 450 participantes registrados em ata, definiu ainda a data da votação: 10 a 13 de abril de 2012, em primeiro escrutínio ou de 17/4 a 20/4, em segundo escrutínio, ou de 24/4 a 27/4, em terceiro e último escrutínio, segundo reza o estatuto da entidade.


 


Registre-se também a comunicação, no auditório, da morte do bancário aposentado Waldemar Bianco, que exercia a diretoria de Relações Públicas do Departamento de Aposentados. O presidente Almir Aguiar foi prontamente atendido em seu pedido de um minuto de silêncio em reverência ao companheiro.

Fonte: Seeb-Rio