Assembleia rejeita proposta rebaixada do BNDES

Os empregados do BNDES rejeitaram, por ampla maioria, a proposta de acordo rebaixada apresentada pelo banco. Foram 1.026 votos contra e 776 pela aprovação, 12 em branco e nove nulos, num total de 1.823 votos. Desta forma, o funcionalismo deixou claro que quer a retomada das negociações com o objetivo de melhorar a proposta de acordo coletivo específico.



Ao mesmo tempo em que rejeitou a proposta de acordo, a assembleia decidiu não seguir a orientação das entidades sindicais, entre elas a Contraf-CUT, sindicatos, AFBNDES e Comissão dos Funcionários de entrar em greve por tempo indeterminado. A greve teria como objetivo fazer com que a diretoria do BNDES avance nas negociações. Votaram contra entrar em greve 1.368 empregados, a favor, 340, 99 em branco e 16 nulos, num total de 1.823 votos. Estiveram presentes pelo Sindicato os diretores José Henrique Rocha e Ricardo Correa, e, pela Fetraf-RJ/ES, Ricardo Maggi.



Banco quer rebaixar direitos



A proposta do banco achata os salários ao não contemplar as conquistas dos acordos específicos dos bancários de bancos federais que estabelecem reajuste de 9 % no piso, com repercussão em todo PCS, e 12,6 % no tíquete-refeição previsto na Convenção Coletiva de Trabalho para todos os bancários. No BNDES o índice é 8,5 % para todas as verbas, inclusive o tíquete-refeição. Retira, ainda, a cláusula que garantia a Gratificação Salarial Extraordinária e a implantação da GEP Carreira. Em relação ao primeiro, transforma esse direito até então coletivo em individual, tornando incerto o pagamento do passivo a todos. Com relação ao GEP Carreira, a cláusula do acordo, vencido em 31 de outubro de 2014, trazia garantias de direitos e princípios muito mais eficazes, como, por exemplo, a gratificação de senioridade. Agora, com a proposta atual, volta-se ao campo dos compromissos, expectativa de direitos e direitos sob condições. Ou seja, troca-se o mais certo pelo muito mais duvidoso.



A rejeição do acordo a esta altura do ano, sobretudo com a mudança de governo, é um risco para os empregados. “Agora o pessoal do BNDES está num momento delicado. Há grande chance de haver uma troca da diretoria e, se isso acontecer, a negociação volta à estaca zero. Sem acordo assinado, os funcionários estão sem nenhuma garantia”, pondera Ricardo Maggi, diretor de Bancos Federais da Fetraf-RJ/ES.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES