Acordão com candidato fascista faz Temer suspender nomeações na Caixa

Depois de aprovadas pelo Conselho de Administração da Caixa, as nomeações de quatro vice-presidentes – Habitação, Governo, Corporativa e Loterias – foram suspensas por Michel Temer. Houve também suspensão da nomeação de diretores de agências reguladoras. O motivo é o mesmo: pressão de colaboradores do candidato Bolsonaro, que dá como certa sua vitória nas urnas e já está agindo para influenciar as ações do governo atual.

A ideia do candidato do PSL é que Temer não nomeie ninguém, nem tome nenhuma decisão importante neste fim de mandato. Em troca, o presidente ilegítimo assegura cargos para aliados e até uma possível nomeação para cargo diplomático.

No caso específico da Caixa, o grande problema desta atitude é que três das quatro as vice-presidências estão sob comando de interinos desde janeiro – José Henrique Marques da Cruz, inocentado, retornou ao cargo. Os executivos foram afastados por suspeita de envolvimento em irregularidades investigadas pelas operações Greenfield e Sepsis, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. O Conselho de Administração – que passou a ter poder para indicar nomes para as vice-presidências desde a reforma estatutária – aprovou em janeiro o recrutamento de profissionais para ocuparem os cargos vagos. Foi contratada uma consultoria de RH para recrutar e selecionar candidatos.  Aprovados pelo Conselho em agosto, os novos executivos aguardavam apenas a nomeação pelo presidente. Com a suspensão, os cargos ficarão praticamente um ano sem titular.

Golpe e mais golpe

A representante dos funcionários no Conselho de Administração é crítica da nova política de contratação de executivos, que privatiza a gestão da Caixa. Para Maria Rita Serrano, é importante que os cargos sejam ocupados por funcionários de carreira, e não por profissionais oriundos do mercado. “Esse é o caminho mais justo e mais transparente, dificultando a influência de interesses privados na gestão”, declarou Serrano em nota. A conselheira foi contra a contratação dos executivos recrutados pela consultoria, mas foi voto vencido.

Novo golpe foi dado em setembro, com outra mudança referente à contratação de executivos. As áreas Jurídica e Autoria e Corregedoria passam foram transformadas em diretorias. Com isso, também passam a atender ao mesmo critério para escolha do executivo responsável: contratação de profissionais do mercado. “O que eu proponho é que tanto os cargos de diretoria quanto os de vice-presidentes sejam ocupados pelos empregados, que são concursados e têm rígidos critérios para ascensão na carreira. Esse é o caminho mais justo e mais transparente, dificultando a influência de interesses privados na gestão”, avalia a representante dos empregados. Segundo Rita, o argumento de que essas alterações acabariam com as influências políticas no comando banco é “totalmente falacioso, porque os cargos de diretoria sempre foram ocupados por empregados concursados”, defende Maria Rita, em boletim informativo de seu mandato.

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES