Chefes abusivos prejudicam a vida familiar de seus subordinados

Ana Cláudia Xavier

Chefes abusivos complicam não apenas a vida profissional, mas também a vida pessoal de empregados. Uma nova pesquisa aponta que trabalhar com uma pessoa que apresenta esse comportamento pode causar tanto estresse a ponto de prejudicar o relacionamento familiar dos colegas.

Supervisores que são rudes, publicamente críticos e que frequentemente ignoram o bem estar de seus subordinados fazem com que seja mais difícil para esses empregados terem interações positivas com colegas de trabalho ou membros da família.

A pesquisadora Dawn Carlson, da Universidade Baylor (EUA), explica que “essas descobertas têm implicações importantes para organizações e seus gerentes. A evidência realça a necessidade de que organizações mandem uma mensagem clara para aqueles em posições de supervisão (alertando que) esses comportamentos hostis e danosos não serão tolerados”.

Fonte: Blog de Boa Saúde – boasaude.uol.com.br

BMB negocia, mas conversa não anda

A reunião que aconteceu no último dia 25 entre a direção do BMB e os dirigentes sindicais foi uma novidade, já que o banco dificilmente atendia às solicitações de negociação. Mas a reunião foi pouco produtiva. A notícia boa é que um novo encontro foi marcado para a primeira quinzena de fevereiro. A expectativa dos sindicalistas é de que algumas das demandas apresentadas sejam respondidas neste encontro.

Uma das situações apresentadas pelos sindicalistas diz respeito ao desconto da co-participação do plano de saúde. Bancários de várias bases estão relatando que está sendo feita de uma só vez a cobrança de vários procedimentos, espalhados por muitos meses. Isso faz com que o montante descontado seja muito alto, comprometendo o orçamento doméstico do bancário no mês em que é feito o desconto. O banco alegou que o problema é a demora no repasse da despesa pelos hospitais. Os sindicalistas apresentaram uma proposta de que o montante descontado em cada mês a título de co-participação não passe de 5 % do salário. Caso os valores sejam superiores, que o desconto seja feito em parcelas que não excedam este limite.

Os representantes dos trabalhadores reivindicaram também que o cônjuge e os agregados sejam incluídos no plano de saúde sem custo para o funcionário. O banco já adiantou que isto implicaria em aumento do custo e que atender a este pleito seria inviável.

Sobre o plano odontológico, o banco lavou as mãos. Bancários de várias bases vêm reclamando que os profissionais estão se recusando a realizar alguns procedimentos que são cobertos pelo convênio. Mas a direção do BMB informou que não tem como resolver o problema se limitou receber denúncias e enviá-las à ANS.

Ainda foi discutida a contratação do programa próprio de remuneração variável, que o banco negou. Nos últimos anos, o que tem acontecido é que o banco apresenta a proposta com prazo curto para aprovação, o que impede que os termos sejam negociados. Os bancários apenas têm tempo de realizar assembleias para aprovação. Foi reivindicado que a empresa disponibilize um profissional para apresentar detalhadamente a proposta e esclarecer as dúvidas dos bancários. O banco ficou de apresentar o novo modelo e responder às reivindicações dos trabalhadores na próxima reunião, em fevereiro.

Segurança e contato

Outro problema apresentado pelos sindicalistas foi o abastecimento de numerário dos guichês de autoatendimento. As máquinas do banco são abastecidas pela parte da frente, o que deixa o funcionário vulnerável, já que todo o público que está no hall eletrônico pode vê-lo. Os trabalhadores querem que estes equipamentos sejam substituídos por outros, que sejam abastecidos pela parte de trás.

Veio da base da Federação a denúncia de que o banco está impedindo os bancários de atenderem a ligações telefônicas particulares. Uma central telefônica localizada em Belo Horizonte, sede do banco, atende aos telefonemas feitos para as agências e não transfere aos bancários. O diretor da Federação Edilson Cerqueira, que representou a entidade na reunião, recebeu e comprovou as denúncias. “Eu ouvi a reclamação de vários colegas e um dia, liguei de dentro da agência, pelo celular, e pedi para falar com o funcionário que estava à minha frente. A telefonista perguntou se podia ajudar e, quando eu disse que era só com o trabalhador, ela disse que não podia transferir a ligação para não atrapalhar o trabalho”, relata o dirigente. No entender de Edilson, este impedimento é muito ruim e pode até gerar problemas pessoais graves. Como há uma lei que proíbe o uso de celulares nas dependências bancárias, ninguém pode se comunicar com um bancário que estiver na agência. “Imagina se um funcionário precisar ser informado de um problema com seus filhos, por exemplo?”, pondera Edilson. O banco informou que há, sim, um sistema de atendimento de ligações para facilitar o serviço ao público, mas que a orientação não é esta, e ficou de averiguar.

Vale e PCS

Os sindicalistas denunciaram que tem havido cobranças a maior no desconto do vale-transporte de muitos funcionários e pediu uma solução ao banco. Os representantes da empresa não se mostraram interessados em buscar uma forma negociada de resolver o problema e disseram que todas as pendências serão resolvidas na Justiça Trabalhistas. “A orientação é que os sindicatos ajuízem ações coletivas contra o banco para reivindicar a devolução dos valores cobrados a maior”, recomenda Edilson Cerqueira.

Quanto ao encarreiramento na empresa, a direção adiantou que não tem interesse em definir um PCS. O banco argumenta que somente bancos públicos dispõem deste tipo de plano e que utiliza um programa datado de 1999. “Mas ninguém conhece este PCS e pedimos que o banco apresente os documentos na próxima reunião”, relata Edilson Cerqueira. Quanto à contratação de mais funcionários, outra demanda apresentada pelos sindicalistas, o banco já adiantou que as contratações dependem de demanda das agências.

Para Edilson Cerqueira, a reunião foi uma boa notícia por reabrir o canal de diálogo. “Mesmo não tendo ouvido respostas satisfatórias, saímos do encontro parcialmente satisfeitos, não só porque o banco finalmente concordou em sentar-se à mesa para negociar, mas também porque já temos um novo encontro pré-agendado”, avalia o sindicalista.

Além de Edilson, o diretor do Seeb Campos Paulo Robson também representou a base da Federação na reunião.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

1º Fórum sobre Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro assume compromisso de combate ao racismo

O 1º Fórum Nacional: A invisibilidade Negra no Sistema Financeiro terminou nesta terça-feira (29), em Salvador, com a aprovação de uma carta compromisso reunindo objetivos e ações a serem implementadas pelas entidades sindicais no combate à discriminação de negros e negras nos bancos.

A mesa final do evento foi presidida por Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, e contou com a participação de Júlia Nogueira, secretária de Combate ao Racismo da CUT, e Valmira Luiza, secretária de Combate ao Racismo da CTB. Também estiveram presentes o secretário-geral e o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Marcel Barros e Miguel Pereira, respectivamente.

“Essa carta não pretende trazer constrangimentos às entidades sindicais, ao contrário. É uma forma de estímulo à reflexão sobre o tema para as entidades que não tiveram a oportunidade de presenciar as discussões do Fórum, que foram bastante ricas. Esperamos intensificar as ações em todas as entidades na luta contra o racismo”, afirma Deise.

A secretária de Combate ao Racismo da CUT elogiou o evento. “Quando reunimos trabalhadores de um setor para debater a discriminação de forma responsável, com números e pesquisas, isso dá subsídios para formular políticas sobre o tema. Chega de ficar falando sem ter ações concretas”, defende Júlia Nogueira.

O evento foi integralmente transmitido ao vivo pelo site da Contraf-CUT, graças à parceria com o Sindicato dos Bancários de Brasília.

Veja abaixo a íntegra da carta compromisso:

CARTA COMPROMISSO

1º Fórum Nacional: A Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro

A categoria bancária tem um compromisso de longa data no combate às discriminações de qualquer espécie por entender que esta prática não é benéfica para a classe trabalhadora independentemente do sexo, da cor da pele, da orientação sexual, de ter ou não uma deficiência e independentemente da idade. Está provado ao longo da história que as discriminações favorecem apenas aqueles que detêm o capital, aqueles que concentram as riquezas, aqueles que querem segregar os trabalhadores e trabalhadoras.

Considerando também o acúmulo e patamar que alcançamos com a temática de combate ao racismo na categoria, entendemos que este processo não tem mais volta, ou seja, que os bancos, denunciados pelo movimento sindical e pressionados pelos movimentos sociais, terão que abrir suas portas para uma parcela importante da população eles querendo ou não.

Acreditamos que para que a classe trabalhadora possa viver uma democracia plena é necessário que todos e todas possam exercer cidadania e que entre nós não haja trabalhadores de segunda ou terceira classe. Para que os sindicatos sejam verdadeiramente representativos dos anseios de classe, devemos intensificar as ações em curso neste país através das ações afirmativas. Orientamos e assumimos publicamente o compromisso com as seguintes ações e orientações:

– Promover formação sindical sobre a questão racial;


– Realizar atos e manifestações com material específico sobre a temática em datas comemorativas;


– Criar coletivos temáticos nas entidades e assim fortalecer a Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) através das representações;


– Ampliar parcerias com os movimentos sociais;


– Fazer a verificação da inserção da população negra nos locais de trabalho, tanto na admissão como na carreira, através de pesquisa ou outras formas de verificação;


– Dar também visibilidade aos/as dirigentes afrodescentes nos materiais sindicais, a fim de criar uma identificação com os bancários na base;


– Pautar na mesa temática de igualdade de oportunidades as ações afirmativas que visem ampliar a contratação de negros, negras e indígenas;


– Propor audiências públicas junto aos parlamentares sobre a temática e as situações que perpassam a questão da discriminação;


– Fazer uma articulação com a agenda das centrais;


– Promover qualificação profissional nos termos das certificações focada na população negra;


– Participar ativamente das ações governamentais através dos protocolos de intenções com a SEPPIR, SPM e MEC;


– Garantir a transversalidade de gênero, raça, orientação sexual e pessoa com deficiência na elaboração da minuta e na mesa de negociação;


– Desenvolver campanhas pela efetivação das Convenções 100 e 111 da OIT;


– Manifestamos nossa posição contrária à fusão da SEPPIR, SPM e Secretaria Nacional da Juventude em um único Ministério porque isso retira o protagonismo e a visibilidade para as mulheres, os negros e os jovens;


– Defendemos a regulamentação do Estatuto da Igualdade Racial para dar sequência ao processo virtuoso de promoção de igualdade de oportunidades iniciado nos últimos anos.

Salvador (Bahia), 29 de novembro de 2011.

Fonte: Contraf-CUT

Sindicalistas do Itaú, Santander, HSBC e BBVA se reúnem no Chile

Acontece nos dias 05, 06 e 07 de dezembro na capital do Chile, Santiago, a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais. O evento reúne os dirigentes sindicais de quatro bancos internacionais com atuação no continente Americano – Itaú, Santander, HSBC e BBVA. O encontro é promovido pela Uni América Finanças e pelo Comitê de Finanças da CCSCS – Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul.

O objetivo é fortalecer a organização dos trabalhadores das Américas para contribuir com a luta pela construção de acordos-marco globais, ou seja, acordos coletivos que sejam adotados pelos bancos internacionais em todos os países do mundo onde atuem. O BB já assinou um acordo-marco com a Uni América Finanças e a Contraf-CUT, em junho deste ano, garantindo direitos iguais a todos os funcionários da instituição no continente americano.

Dos quatro bancos cujos dirigentes se reúnem, somente o BBVA não atua no Brasil – entrou em 1998, comprando o Excel Econômico e saiu em 2003, vendendo seus ativos para o Bradesco. Mas o banco é forte nos países de língua espanhola e já é o segundo maior da Espanha, atrás apenas do Santander. Os demais estão se fortalecendo cada vez mais no continente, inclusive o brasileiro Itaú.

Integrantes das COEs e da Contraf-CUT representam o Brasil e a Federação também vai enviar dirigentes.

Programação:

5 de dezembro: segunda-feira

Noite:


Plenária com os representantes de todos os bancos (os participantes devem chegar na maioria no período da manhã e tarde do dia 5).

– Abertura da 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais;
– Avaliação das atividades das Redes.

6 de dezembro: terça-feira

Manhã:


Plenária em que os representantes dos bancos discutirão:

– Visão do governo chileno sobre o Sistema Financeiro;
– Visão dos bancos sobre o Sistema Financeiro;

Tarde:


Continuidade da plenária em que os representantes de todos os bancos discutirão:

– Visão dos trabalhadores sobre o Sistema Financeiro e a elaboração de um documento.


 


7 de dezembro: quarta-feira

Manhã:


– Plenária com os representantes de todos os bancos para orientações das Redes;
– Reunião por bancos: Santander, BBVA, HSBC e Itaú.

Tarde:


– Reunião por banco: Santander, BBVA, HSBC e Itaú;
– Plenária geral com apresentação de propostas, avaliação e encerramento das atividades.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Contraf-CUT participará de debates com Seppir sobre protocolo com Febraban

O combate à discriminação de negros e negras deve se tornar prioridade do movimento sindical e eixo de desenvolvimento nacional. Essas algumas conclusões da mesa “A experiência da categoria bancária no combate à discriminação”, ocorrida na manhã desta terça-feira (29), no 1º Fórum Nacional: A Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro, em Salvador.

O debate reuniu o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e a diretora de Programas da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas (SPAA) e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Ângela Nascimento, que assumiu o compromisso de incluir o movimento sindical bancário nas discussões do protocolo de intenções entre governo e Febraban.

O painel contou ainda com a apresentação de Bárbara Vallejo, da subseção do Dieese na Contraf-CUT, que trouxe dados de diversas pesquisas realizadas sobre a situação dos negros e negras no sistema financeiro.

Lucros, rotatividade e discriminação nos bancos

Carlos Cordeiro chamou a atenção para o papel dos dirigentes sindicais frente aos desafios da exclusão e da discriminação racial. “Fizemos opção de sermos dirigentes, estamos à frente de nossas entidades e cabe a nós, brancos, negros e pardos, termos ação forte para modificar essa realidade”, declarou. “O Brasil está crescendo economicamente e será em breve a 5ª economia do mundo, mas continua entre os dez piores em termos de distribuição de renda. Isso é uma prova da exclusão, que atinge principalmente o negro e mais ainda a mulher negra”, denunciou.

O presidente da Contraf-CUT destacou os lucros do sistema financeiro, que têm rentabilidade de até 25 % sobre o patrimônio. “Isso quer dizer que a cada 3 ou 4 anos, o banco dobra de tamanho. Mas temos piso baixo, alta rotatividade e discriminação”, afirmou.

Outro ponto é a diferença de tratamento dos bancos entre os funcionários de cada país. “O lucro mundial do Santander veio 45 % das Américas, sendo 25 % do Brasil. Mesmo assim, o banco continua demitindo, paga baixos salários. Enquanto isso, na Espanha, o piso salarial é muito maior e não tem rotatividade. O Itaú comprou bancos no Chile, Argentina, Uruguai e pratica nestes países pisos maiores e lá também não tem rotatividade – que aqui atinge principalmente os negros”, comparou.

O dirigente sindical lembrou que uma alegação dos bancos para justificar a ausência de negros nos bancos caiu por terra: a grande diferença educacional. “Os bancos sempre usaram esse argumento, e antes isso era verdade. Mas os dados do Mapa da Diversidade mostram que hoje negros e brancos têm o mesmo grau de instrução. Mas o sistema financeiro continua discriminando e não tem ações para mudar isso. E aí entendemos por que a Febraban, mesmo convidada, não está aqui nesta mesa hoje”, criticou. “O sistema financeiro que temos hoje gera discriminação e sabemos hoje que essa discriminação tem rosto: ele é negro e feminino”, completou.

Desenvolvimento com inclusão social e sem discriminação

Para ele, isso é uma demonstração de que o Brasil tem muito que avançar e os dirigentes sindicais têm o desafio de se tornarem referência dos trabalhadores. “Temos que transformar o debate hoje colocado do crescimento econômico e pautar o desenvolvimento com inclusão social e sem discriminação. Não podemos terceirizar esse papel”, afirmou.

“No tema da reforma tributária, por exemplo, a referência dos trabalhadores são os empresários, que colocam lá o impostômetro. E temos dificuldade para entrar nesse debate que é fundamental, pois discute o tamanho do Estado, de quem arrecada e com quem gasta. Se não entrarmos nesse debate não vamos sair do lugar.”

Outro ponto fundamental para o presidente da Contraf-CUT é a reforma política. “Os negros são 51 % da população e apenas 5 % do Congresso Nacional. Se não levarmos isso em consideração, o trabalho que estamos fazendo aqui pode não significar nada, se chegarmos ao Congresso e perdermos.”

Carlos Cordeiro propôs uma autocrítica do movimento sindical, que não coloca o tema como prioridade. “Estamos abrindo espaços importantíssimos como este, mas não priorizamos esse tema. Temos que fortalecer, e muito, a ação sindical, colocando o tema como prioridade nos sindicatos e federações, fortalecendo a Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) em todas as entidades e fazer um planejamento focado no tema racial. Temos a radiografia do sistema e vamos agora ver o tamanho das nossas pernas e até onde a gente pode ir. Tenho certeza de que podemos ir mais longe do que fomos até hoje”, avaliou.

Protocolo com a Febraban

A representante da SPAA/Seppir, Ângela Nascimento, falou sobre as discussões entre a Secretaria e a Febraban para o estabelecimento de um compromisso para o combate à discriminação no setor financeiro. Segundo ela, a Seppir está revendo compromissos de diversos setores assumidos com o governo à luz do Estatuto da Igualdade Racial, inclusive o protocolo com a Febraban.

“Quando vemos os percentuais de invisibilidade da mulher negra no sistema financeiro, evidenciados pelo Mapa da Diversidade, e comparamos com o crescimento de mulheres chefiando famílias na população brasileira, que atingiu 36,5 % , e no caso das mulheres negras, que são famílias que aglutinam o maior numero de crianças e adolescentes, é grande a preocupação e interesse da Seppir em reverter essa situação nos bancos”, afirmou.

Cobrada pelos dirigentes sindicais, a representante do governo afirmou que irá incluir a Contraf-CUT nas discussões das ações a serem tomadas pelos bancos, que deverão recomeçar no início de 2012. Ela destacou que, entre as medidas propostas pela Seppir, está a divulgação de indicadores com pesquisas a cada dois anos, garantindo um conjunto de dados que permita o acompanhamento das políticas adotadas.

“É de nosso interesse que ação seja articulada com os trabalhadores. É a realidade dos trabalhadores negros e negras que tem permitido que o governo e a sociedade assumam outra pauta. Nosso compromisso é deixar de ver a questão racial como questão dos negros e passar a trata-la como eixo do desenvolvimento nacional. Ela não é uma particularidade, mas um elemento que constitui as relações de poder, socioeconômicas e o próprio acesso à vida”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

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Dimensão Holística da Ética

Frei Betto


 


Sócrates foi condenado à morte por heresia, como Jesus. Acusaram-no de pregar novos deuses aos jovens. Tal iluminação não lhe abriu os olhos diante do céu, e sim da Terra. Percebeu não poder deduzir do Olimpo uma ética para os humanos. Os deuses do Olimpo podiam explicar a origem das coisas, mas não ditar normas de conduta.

A mitologia, repleta de exemplos nada edificantes, obrigou os gregos a buscar na razão os princípios normativos de nossa boa convivência social. A promiscuidade reinante no Olimpo, objeto de crença, não convinha traduzir-se em atitudes; assim, a razão conquistou autonomia frente à religião. Em busca de valores capazes de normatizar a convivência humana, Sócrates apontou a nossa caixa de Pandora: a razão.


 


Se a moral não decorre dos deuses, então somos nós, seres racionais, que devemos erigi-la. Em Antígona, peça de Sófocles, em nome de razões de Estado, Creonte proibiu Antígona de sepultar seu irmão Polinice. Ela se recusou a obedecer “leis não escritas imutáveis, que não datam de hoje nem de ontem, que ninguém sabe quando apareceram”. Foi a afirmação da consciência sobre a lei, da cidadania sobre o Estado.


 


Para Sócrates, a ética exige normas constantes e imutáveis. Não pode ficar na dependência da diversidade de opiniões. Platão trouxe luzes ensinando-nos a discernir realidade e ilusão.  Em República, lembrou que para Trasímaco a ética de uma sociedade reflete os interesses de quem ali detém o poder. Conceito retomado por Marx e aplicado à ideologia.


 


O que é o poder? É o direito concedido a um indivíduo ou conquistado por um partido ou classe social de impor a sua vontade aos demais.


 


Aristóteles nos arrancou do solipsismo ao associar felicidade e política. Mais tarde, Santo Tomás de Aquino, inspirado em Aristóteles, nos deu as primícias de uma ética política, priorizando o bem comum e valorizando a soberania popular e a consciência individual como reduto indevassável.


 


Maquiavel, na contramão, destituiu a política de toda ética, reduzindo-a ao mero jogo de poder, onde os fins justificam os meios.


 


Para Kant, a grandeza do ser humano não reside na técnica, em subjugar a natureza, e sim na ética, na capacidade de se autodeterminar a partir da própria liberdade. Há em nós um senso inato do dever e não deixamos de fazer algo por ser pecado, e sim por ser injusto. E nossa ética individual deve se complementar pela ética social, já que não somos um rebanho de indivíduos, mas uma sociedade que exige, à boa convivência, normas e leis e, sobretudo, cooperação de uns com os outros.


 


Hegel e Marx acentuaram que a nossa liberdade é sempre condicionada, relacional, pois consiste numa construção de comunhões, com a natureza e os nossos semelhantes. Porém, a injustiça torna alguns dessemelhantes.


 


Nas águas da ética judaico-cristã, Marx ressaltou a irredutível dignidade de cada ser humano e, portanto, o direito à igualdade de oportunidades. Em outras palavras, somos tanto mais livres quanto mais construímos instituições que promovam a felicidade de todos.


 


A filosofia moderna fez uma distinção aparentemente avançada e que, de fato, abriu novo campo de tensão ao frisar que, respeitada a lei, cada um é dono de seu nariz. A privacidade como reino da liberdade total. O problema desse enunciado é que desloca a ética da responsabilidade social (cada um deve preocupar-se com todos) para os direitos individuais (cada um que cuide de si).


 


Essa distinção ameaça a ética de ceder ao subjetivismo egocêntrico. Tenho direitos, prescritos numa Declaração Universal, mas e os deveres? Que obrigações tenho para com a sociedade em que vivo? O que tenho a ver com o faminto, o excluído e o meio ambiente?


 


Daí a importância do conceito de cidadania. Os indivíduos são diferentes e numa sociedade desigual são tratados segundo sua importância na escala social. Já o cidadão, pobre ou rico, é um ser dotado de direitos invioláveis, e está sujeito à lei como todos os demais.


 


O capitalismo associa liberdade ao dinheiro, ou seja, ao consumo. A pessoa se sente livre enquanto satisfaz seus desejos de consumo e, através da técnica e da ciência, domina a natureza. A visão analítica não se pergunta pelo significado desse consumismo e pelo sentido desse domínio.


 


Agora, a humanidade desperta para os efeitos nefastos de seu modo de subjugar a natureza: o aquecimento global faz soar o alarme de um novo dilúvio que, desta vez, não virá pelas águas, e sim pelo fogo, sem chances de uma nova Arca de Noé.


 


A recente consciência ecológica nos amplia a noção de ethos. A  casa é todo o Universo. Lembrem-se: não falamos de Pluriverso, mas de Universo. Há uma íntima relação entre todos os seres visíveis e invisíveis, do macro ao micro, das partículas elementares aos vulcões. Tudo nos diz respeito e toda a natureza possui a sua racionalidade imanente.


 


Segundo Teilhard de Chardin, o princípio da ética é o respeito a todo o criado para que desperte suas potencialidades. Assim, faz sentido falar agora da dimensão holística da ética.


 


O ponto de partida da ética foi assinalado por Sócrates: a polis, a cidade. A vida é sempre processo pessoal e social. Porém, a ótica neoliberal diz que cada um deve se contentar com o seu mundinho.


 


Mas fica a pergunta de Walter Benjamin: o que dizer a milhões de vítimas de nosso egoísmo?


 


Frei Betto é escritor, autor  de “Sinfonia universal – a cosmovisão de Teilhard de Chardin”  (Vozes), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.


 



Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

De olho nos lucros da filial brasileira, Santander ameaça cortar benefícios dos empregados

O presidente do Grupo Santander, Emílio Botín, veio ao Brasil para assistir ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 e aproveitou para vistoriar as operações do banco e conversar com a Presidenta Dilma Roussef. A filial brasileira responde por 25 % dos resultados do banco, enquanto a matriz, na Espanha, contribui com apenas 10 % . Mesmo assim, a empresa cortou 1.636 postos de trabalho em 2011 e demorou a cumprir a promessa de abrir as negociações do Acordo Aditivo de Trabalho com os funcionários. Depois de passado mais de um mês do prazo prometido, a primeira reunião de negociação foi marcada para o próximo dia 1º.

Além de patrocinar o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, o Santander também patrocina a mais importante competição de futebol do continente, e uma das mais destacadas do mundo, a Copa Libertadores da América. A competição entre os clubes de futebol da América do Sul e México homenageia os vultos históricos que lutaram pela libertação do continente, colonizado e explorado por espanhóis e portugueses durante quase quatro séculos. Sendo o Santander um grupo espanhol é, no mínimo, uma ironia patrocinar este evento e ainda mudar-lhe o nome – agora é Copa Santander Libertadores da América.

Cavando dinheiro

A crise na Europa está levando o banco a procurar dinheiro em todos os lugares. Já foi divulgado que a empresa poderá vender parte das ações de sua operação brasileira, o que seria bom para a matriz, mas péssimo para o Santander Brasil. Poucos dias depois, o banco anunciou que tem intenção de negociar 7,8 % da filial do Chile. No mesmo dia o anúncio repercutiu mal nos mercados latinos e os papéis do Santander recuaram 8 % no pregão da Bovespa. O receio é que o banco se desfaça de ações em vários países para capitalizar a matriz e evitar as consequências da crise na Europa. A Espanha é um dos países que tiveram seu grau de investimento rebaixado em função dos problemas que a chamada Zona do Euro vem enfrentando.

Durante sua audiência com a presidente Dilma Roussef no Palácio do Planalto, Emílio Botín – chamado, dentro do banco, de D. Emílio – declarou que o mercado brasileiro é “muito interessante para a Espanha”. O presidente do grupo financeiro espanhol também declarou que o país tem “grandes empresas muito bem administradas e em processo de internacionalização”. Além dos resultados da operação brasileira, a boa vontade do empresário para com o Brasil tem outro motivo: o governo concedeu isenção fiscal de R$ 4 bilhões devidos sobre o ágio da operação de compra do Banespa, ocorrida em 2000.

Mesmo com todas estas facilidades, o Santander não respeita o Brasil e os brasileiros principalmente seus próprios funcionários. Além de adotar práticas antissindicais como a perseguição a dirigentes e o uso de interditos proibitórios para impedir as greves, o banco ameaçou não renovar o acordo aditivo que garantia benéficos extras aos empregados. A promessa feita em agosto foi de que as negociações seriam abertas assim que a Convenção Coletiva negociada com a Fenaban fosse assinada, o que aconteceu em 21 de outubro. Mas só depois de mais de um mês e muita pressão dos sindicatos de todo o país a direção do Santander marcou uma reunião para tratar do Aditivo.

Fraude e quebra de promessa

Os esforços desesperados para salvar o grupo Santander da crise já levaram o banco a fraudar documentos contábeis na Espanha. O rombo não relatado se refere à companhia de energia elétrica Iberdrola, que tem operações no Brasil. Segundo o jornal madrilenho El Pais, o banco teria registrado valores diferentes dos verdadeiros e justificado a diferença em razão da queda do valor dos papéis da empresa no mercado. A fraude é de aproximadamente R$ 720 milhões.

Mas o Santander não é o único banco espanhol em crise. Um programa semelhante ao Proer, adotado pelo governo Fernando Henrique Cardoso a partir de 1995, foi feito na Espanha e já injetou recursos em quatro bancos. Com o sistema financeiro da Espanha em colapso, a tendência é de que a crise se agrave e é possível que o Santander tome medidas ainda mais drásticas em suas operações estrangeiras para salvar o grupo. E isso vai ter impacto direto sobre os funcionários da empresa, inclusive no Brasil.

Isto já pode ser sentido no tom das conversas entre o movimento sindical e a direção de RH do banco. A empresa faz ameaças veladas de não renovar o acordo aditivo específico, o que põe em risco vários benefícios dos empregados. A PCR, por exemplo, é um dos programas que está em risco. Como suprimir estes benefícios e programas implicaria em redução de gastos com pessoal, o lucro da operação brasileira seria maior. Com melhores resultados, sobraria mais dinheiro para enviar à matriz e ajudar a tapar o buraco provocado pela crise europeia.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

AGENDA NPC 2012: a importância da comunicação na disputa de hegemonia




O tema da Agenda do NPC de 2012 é a Comunicação dia a dia. Este é um dos assuntos fundamentais trabalhados pelo Núcleo Piratininga de Comunicação, entidade que há 17 anos vem defendendo a centralidade da mídia na disputa diária de hegemonia e na construção de uma sociedade outra: igualitária,  socialista, de e para todos. Além desse tema, a publicação já tratou de outros assuntos, como as lutas das mulheres e a história da luta dos trabalhadores do Brasil.


 


Já faz muito tempo que as agendas do NPC têm sido procuradas por estudantes, professores e militantes de lutas sociais do Brasil inteiro. Mais do que organizar as tarefas em dias, semanas e meses, o livro-agenda tem servido como um importante instrumento político de formação e de conscientização. Todos os dias são apresentadas duas ou mais notícias relacionadas ao tema principal. Há, por exemplo, registro de lançamentos de jornais, livros, cartilhas, revistas e programas de rádio ou TV que tenham contribuído para uma maior circulação das ideias da esquerda em todo o Brasil. Também são noticiados comícios, manifestações e protestos organizados para defender a democratização do acesso e da produção de informações.


 


Na abertura de cada mês, a agenda traz textos sobre diversas áreas da comunicação contra-hegemônica, como as imprensas sindical, anarquista, comunista e alternativa; as rádios e jornais comunitários; e materiais do movimento negro e das mulheres. Também são apresentadas publicações da esquerda brasileira, como o Jornal Sem Terra, do MST; a revista Caros Amigos; e as charges do ilustrador Carlos Latuff, conhecido por dedicar sua arte às lutas sociais e sindicais do mundo inteiro. A publicação destaca, ainda, importantes mudanças na área da comunicação em curso na América Latina. Enquanto no Brasil muito pouco tem sido feito para combater a concentração dos meios, países vizinhos como a Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina vêm combatendo frontalmente o monopólio privado da mídia, fortalecendo a comunicação estatal. A criação do canal Telesul é um importante exemplo neste sentido, como reforça um dos textos da agenda.


 


A apresentação esclarece que “esta agenda quer ser um instrumento para os que disputam hegemonia na sociedade, a serviço da classe trabalhadora. De todos os trabalhadores: do bancário ao metalúrgico, do engenheiro ao ambulante, do funcionário público ao camponês”. Agindo em conjunto com jornais, cartilhas, programas de rádio e páginas na Internet, a Agenda NPC 2012 é mais um instrumento para a construção da Comunicação, dia a dia, dos trabalhadores.


 


A Agenda NPC de 2012 custa R$ 20,00. Informações pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (21)2220-5618 e 2220-4895.

Fonte: NPC

Troca de cadeiras

A Secretaria de Imprensa e a Secretaria de Formação da Federação trocaram de titulares. Luiza Mendes assume interinamente a Imprensa e Paulo de Tarso, a Formação.


 


A troca de cadeiras foi aprovada e anunciada no dia 31 de outubro, em reunião da Secretaria Executiva da Federação.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Sindicato de Niterói faz operação Fecha-Banco no Itaú

O horário do fechamento das agências do Itaú está sendo fiscalizado pelo Sindicato devido à ameaça do banco de manter as portas abertas até as 19 horas, em decisão arbitrária e unilateral, para renegociar dívidas dos clientes. O banco nem ao menos comunicou oficialmente essa decisão ao Sindicato, que não vai deixar que a extrapole a jornada de trabalho dos bancários sem pagamento de hora extra.

Nesta terça-feira, 22 de novembro, a diretoria está impondo o fechamento normal, às 16 horas, nas agências de São Gonçalo, porque é feriado municipal em Niterói. Na segunda-feira, dia 21, a fiscalização do Sindicato foi feita em Icaraí e no Centro de Niterói. Inicialmente o Itaú chegou a anunciar que abriria as agências aos sábados, intenção que foi imediatamente repelida pelo Sindicato. O prolongamento do expediente não pode ser uma decisão isolada da empresa, sem acordo com o Sindicato, conforme determina norma do Ministério do Trabalho.

A intenção do banco é um feirão de renegociação para todos os clientes inadimplentes do banco com dívida superior a R$ 500 e com atraso entre 30 dias e 5 anos. O Itaú pretende fazer esse atendimento especial, até as 19h, em duas parte: de 21 a 26 de novembro e de 12 a 17 de dezembro. As horas extras serão devidamente computadas e pagas. Os valores recuperados serão contabilizados na remuneração do funcionário.

Qualquer irregularidade no horário de funcionamento das agências do Itaú deve ser denunciada ao Sindicato pelo telefone (21) 2717-2157.

Fonte: Seeb-Niterói