A quarta-feira, 23, foi marcada por paralisações e manifestações em agências do Itaú nas bases dos sindicatos filiados à Federação no estado do Rio de Janeiro. As atividades foram realizadas em cumprimento ao calendário nacional que marcou para esta data um Dia Nacional de Luta contra as demissões. Somente na base da Federação, entre janeiro e maio, o número de bancários demitidos chega a 548.
Na Baixada Fluminense houve paralisação de 24 horas nas agências Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti; em Campos o sindicato retardou a abertura das três principais agências no banco no município-sede, com assembleia dos funcionários pela manhã. Ao longo do resto do dia, houve manifestação com o material produzido pela Contraf-CUT; o Sindicato dos Bancários de Niterói fez paralisação de 24 horas das agências do município de São Gonçalo; em Petrópolis houve manifestação na maior agência da cidade, onde ocorreu a maior parte das demissões. Um jogador de futebol foi contratado para fazer embaixadas durante a manifestação, numa referência à campanha publicitária “Vamos jogar bola”; no município do Rio de janeiro houve paralisação de 24 horas em sete agências na Avenida Rio Branco, centro financeiro da cidade; no Sul Fluminense a maior agência de Volta Redonda teve sua abertura retardada até as 13 horas. Depois da abertura da unidade os sindicalistas fizeram caravana pelas demais agências do município. Os sindicatos de Angra dos Reis, Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo, Teresópolis e Três Rios fizeram manifestação e caravanas pelas agências do município-sede, usando o boletim específico produzido pela Contraf-CUT.
Na rua
O número de dispensas no município do Rio de Janeiro é maior que o dobro das demissões homologadas no interior do estado e no Espírito Santo. Ao todo, 368 bancários dispensados entre 1º de janeiro e 15 de maio. O sindicato fez greve de 24 horas em sete agências do Itaú no centro da cidade não só para cumprir a agenda nacional. A paralisação também denunciou mais uma onda de demissões que ocorreu na semana anterior, deixando desempregados 17 bancários. Dos demitidos, 14 ocupavam o cargo de Chefe de Serviço e três eram Gerentes Operacionais.
No interior do estado, o número de demissões chegou a 170. O segundo lugar ficou com a Baixada Fluminense, com 58 dispensas, seguido de Niterói, com 53. Em Macaé chegou a
haver uma demissão por justa causa, do total de cinco dispensas no período. Na base de Petrópolis, das 08 demissões, uma foi irregular – já que o bancário é portador de doença ocupacional – e está sendo contestada pelo sindicato. No Espírito Santo, 10 bancários foram demitidos e outros cinco pediram demissão. Somente na base do sindicato de Teresópolis não foi registrada nenhuma demissão no Itaú em 2012.
Menos funções
As demissões de chefes de serviço têm acontecido porque o banco está extinguindo a função. As mudanças começaram com a extinção do AG – Assistente de Gerência do
Unibanco, com promoção a gerente ou a chefe de serviço. A figura do tesoureiro já não existe mais no banco. “Entre o caixa e o Gerente Operacional, a única função intermediária é a de supervisor operacional, mas este cargo só existe em algumas agências de maior porte”, informa Leonice Costa, diretora da Federação e funcionária do Itaú, oriunda do Unibanco.
Enquanto o banco enxuga o quadro de pessoal, é mais que comum o desvio de função, com GOs e supervisores operacionais abrindo guichês de caixa. Esta situação não acontece somente nos dias de pico, mas cotidianamente, já que em muitas unidades o movimento é grande durante a maior parte do mês. E ainda há a pressão imposta pelo uso da famigerada “papeleta” ou “pasta”, que é entregue aos clientes com o horário de entrada na agência e apresentada ao caixa no instante do atendimento. Este recurso é usado para medir o tempo de fila e obriga estes profissionais a assumirem os guichês. “A papeleta deveria ser usada para verificar se as agências conseguem cumprir as leis da fila que existem em vários municípios de nossa base. O que defendemos é que unidades que não cumprem a legislação contratem mais bancários para melhorar o atendimento. Mas o controle de fila é mais uma maneira de pressionar os bancários para que atendam cada vez mais rápido”, pondera Leonice.
Veja, abaixo, os números das demissões no Itaú:
Angra dos Reis: |
05 |
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Baixada Fluminense: |
58 |
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Campos dos Goytacazes: |
13 |
|
Espírito Santo: |
10 |
(+ 5 a pedido) |
Itaperuna: |
03 |
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Macaé: |
05 |
(sendo1 por justa causa) |
Niterói: |
53 |
|
Nova Fribrugo: |
06 |
|
Petrópolis: |
08 |
(uma irregular) |
Rio de Janeiro: |
368 |
|
Sul Fluminense: |
14 |
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Teresópolis |
— |
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Três Rios |
05 |
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TOTAL |
548 |
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Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES