Comissão da Alerj discute fechamento das agências do BB no estado

Nova reunião já está marcada para o fim do mês

Aconteceu na manhã desta quinta-feira uma audiência pública na Alerj para discutir o impacto social e econômico do fechamento de agências do BB. A reunião foi convocada pelas comissões de Economia Indústria e Comércio; de Trabalho Legislação Social e Seguridade Social; e pela Comissão Especial criada para acompanhar o fechamento das agências do BB e da Caixa.

O BB não enviou representantes, o que prejudicou as discussões. Mas os sindicalistas presentes destacaram os problemas que o encerramento de atividades de 40 agências do banco em todo o estado – 28 só na capital – já está causando. “A maioria das agências fechadas fica nos bairros da Zona Sul e na Barra da Tijuca, que são locais que concentram pessoas com poder aquisitivo alto. Isso leva o BB a perder clientes de alta renda, que são interessantes para qualquer banco. Por outro lado, foram fechadas agências no Morro do Alemão e na Cidade de Deus, que atendem à população de baixa renda, sempre prejudicada quanto ao acesso a serviços bancários”, relata Marcello Azevedo, funcionário do BB e diretor da Contraf-CUT.

O deputado Gilberto Palmares, presidente da Comissão Especial, destaca que a população sofre com a redução do número de unidades. “As agências Leme e Lido foram fechadas e os idosos da região, que são muitos, terão que se deslocar quase dois quilômetros para serem atendidos. Enquanto isso, há uma agência do Itaú na redondeza e muitos antigos clientes do BB poderão ser atraídos para o banco privado. Já na Cidade de Deus a agência fechada, que era a única da área, ficava num centro comercial. Os comerciantes vão precisar se deslocar transportando valores, e passam a ficar expostos. No Morro do Alemão também não há mais agência do banco, e a que era mais próxima, em Bonsucesso, também fechou. A agência de Macaé ficava num local movimentado e vai fazer falta”, aponta o parlamentar. “Não faz sentido fechar unidades e vamos questionar o banco sobre isso na próxima reunião”, adianta Palmares.

Além de prejudicar a população, o fechamento de agências também causa problemas para os bancários, já que muitos postos de trabalho foram encerrados. Mesmo com a redução do número de empregados provocada pelo último Plano de Aposentadoria Incentivada, a situação dos bancários é delicada. Houve muitos descomissionamentos, com redução significativa de salário, e há empregados que ainda não têm nova lotação definida. “O sindicato está acompanhando vários problemas de realocação dos funcionários e, principalmente, os muitos casos de perda de remuneração”, informa José Henrique, diretor para Bancos Públicos do Seeb-Rio.

Nova reunião

A próxima audiência pública foi marcada para 30 de março e, desta vez, é esperado que o BB envie representante. A Comissão Especial precisa de mais dados sobre o impacto do fechamento das agências em todo o estado. Para tanto, os representantes dos sindicatos devem fazer levantamentos para saber quantas unidades foram encerradas e quantos bancários foram atingidos.

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES