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Federação realiza 15ª Conferência Interestadual dia 29


Será realizada no próximo dia 29 de junho, no Sesc Guarapari, no Espírito Santo, a 15ª Conferência Interestadual dos Bancários do RJ e ES. O evento faz parte da Campanha Nacional dos Bancários e servirá para definir as propostas da base da Federação que serão enviadas à Conferência Nacional. Também será definida, durante o evento, a delegação que representará os bancários dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo na conferência nacional.


A minuta de reivindicações que é entregue à Fenaban para servir de base para as negociações é construída a partir das conferências. A nacional será entre 19 e 21 de julho, em São Paulo, e as federações poderão realizarem seus eventos regionais até quinze dias antes. As reivindicações da base de cada federação serão apreciadas na conferência nacional e as que forem aprovadas serão reunidas na minuta da categoria.


Seguindo a tradição de realizar a conferência regional em diferentes cidades, para contemplar todos os sindicatos filiados, a Federação realiza o evento em 2013 na cidade de Guarapari, no Espírito Santo.

Confira, abaixo, a programação do evento (sujeita a alterações):


8h às 12h – Credenciamento


8h às 11h – Café da manhã


9h – Abertura cultural – Exibição do vídeo “As danças pelo mundo”, que aborda e denuncia as diversas formas de violência contra a mulher no mundo contemporâneo. Apresentação de Iracini Veiga, Diretora para Questões da Mulher da FEEB RJ e ES


9:30 às 9:50 – Abertura: Mesa composta pelo presidente da FEEB RJ/ES, representante do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo e representantes das Centrais Sindicais presentes


9:50 às 10h – Discussão e aprovação do Regimento Interno


10h às 10:30 – Palestra do Prof. Iuri Ramos, ex funcionário do Banco do Brasil, Mestre em ciências sociais pela UFBA e prof. de Sociologia do Trabalho da UNEB, sobre reestruturação produtiva no BB, por meio de uma análise do Programa de Qualidade Total, o PQTBB


10:30 às 11:30 – Abertura de inscrições de 3 minutos para perguntas e posicionamento dos/as delegados/as sobre a exposição do prof. Iuri


11:30 às 12h – Respostas e réplica do prof. Iuri


12h às 13:30 – Almoço


13h30min às 14h – Palestra sobre Terceirização, proferida por Miguel Pereira, diretor da Contraf


14h às 14:30 – Apresentação de teses/propostas


14:30 às 16h – Debate e votação das propostas


16h às 16:30 – Apresentação de chapas e eleição dos/as delegados/as à 15ª Conferência Nacional


16:30 – Encerramento

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Contraf-CUT chama Dia Nacional de Luta contra PL da terceirização no dia 11

A Contraf-CUT convoca Dia Nacional de Luta na próxima terça-feira, dia 11, contra a aprovação do substitutivo do deputado Artur Maia (PMDB-BA) ao PL 4330, que a pretexto de regular a terceirização amplia a precarização ao abrir espaço para o trabalho terceirizado até mesmo nas atividades-fim.


A Confederação orienta todas as entidades filiadas a enviarem delegações a Brasília na terça-feira. Está prevista concentração na sede da CUT Nacional, na capital federal, a partir das 13h, para na sequência a delegação da CUT se dirigir para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados.


A votação está prevista para ocorrer às 14h30, no Anexo II, Plenário 1 da Câmara.


“Além de consagrar a precarização do trabalho no Brasil, a proposta atende desejo dos banqueiros e legaliza de forma absurda a figura do correspondente bancário, mesmo com a definição do PL de empresa especializada para terceirização”, denuncia Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT. “Estão cumprindo direitinho a determinação da CNI e da Fenaban, mesmo que para isso arrebentem com os direitos dos trabalhadores.”


Manobra regimental


Apesar do pedido de retirada de pauta na sexta-feira 31 de maio pelo presidente da CCJC da Câmara, deputado Décio Lima (PT/SC), o substitutivo do deputado Artur Maia (PMDB-BA), relator do PL 4330, quase voltou à pauta na tarde de terça-feira 4, na reunião ordinária da CCJC.


Utilizando de medida prevista no regimento interno da Câmara, mas raramente adotada, Arthur Maia apresentou requerimento para inclusão como extra pauta do PL 4330 e assim trazê-lo de volta para a votação. Porém, o pedido de inclusão não teve votos suficientes para aprovação do requerimento.


Para a Contraf-CUT, a manobra regimental adotada prova a pouca vontade do parlamentar, relator da matéria, em dialogar e buscar consensos. “Fica evidente a pressão do capital sobre o Legislativo, uma vez que o relator desconsiderou a reunião que as centrais sindicais já tinham acertado com o governo federal para a próxima terça-feira 11, quando vamos buscar um entendimento sobre o tema. A reunião estava agendada desde o dia 30 de maio”, diz Miguel Pereira.


O diretor da Contraf-CUT lembra que, durante a sessão de terça-feira, ao não ter aprovado o requerimento, os deputados Laércio Oliveira (PR-SE) e Artur Maia se pronunciaram, afirmando que não esmorecerão até a concluir a votação do PL 4330 e seu substitutivo.


“Esperamos que o governo federal cumpra seu papel de Estado e intervenha nessa tentativa de prejudicar os trabalhadores, fazendo cumprir o disposto da Constituição Federal, que são basicamente a valorização do trabalho e a defesa da dignidade humana do trabalhador”, conclui Miguel.


Reforma política necessária


“Apesar de parecerem temas distintos, é urgente uma reforma política para que a composição do Congresso Nacional possa de fato representar os interesses da sociedade como um todo, hoje majoritariamente formada por empresários e grandes capitalistas”, propõe Miguel.


Prova disso é a postura de Arthur Maia que, no último dia 20 de maio, rejeitou todas as emendas propostas pelas centrais sindicais. Entre as proposições estavam a proibição da terceirização para atividades-fim (a principal da empresa), igualdade de tratamento entre os trabalhadores terceirizados, os contratados diretamente e a responsabilidade solidária, situação em que a empresa contratante pode ser acionada, caso a terceirizada não cumpra com suas obrigações trabalhistas.


O parlamentar eliminou ainda as emendas 85 e 24, que propunham a substituição completa do PL por um projeto elaborado pelas centrais.


Essas medidas trariam algum marco civilizatório para o que hoje comumente se denominou de terceirização, mas na prática representa a maior precarização de direitos.


‘A mobilização é fundamental’


“A mobilização em Brasília, na próxima terça-feira, será fundamental para impedirmos essa barbárie, que está sendo consumada contra a classe trabalhadora brasileira, pois, se aprovada, essa proposta do deputado, muito brevemente os trabalhadores terão os seus contratos de trabalho substituídos por aqueles eventuais e temporários como prestadores de serviços terceirizados, com direitos reduzidos e diferenciados e aumentando, e muito, o lucro das empresas”, convoca Miguel.



Fonte: Contraf-CUT

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Nota de falecimento

A Federação comunica o falecimento de Maria Fernanda Mello Pereira, 34 anos, filha da dirigente sindical Ana Maria Mello Pereira, do Sindicato dos Bancários de Teresópolis. Maria Fernanda estava trabalhando na manhã desta quinta-feira, na Secretaria de Governo da Prefeitura, quando sofreu um infarto. Ela chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para a UPA, mas não resisitiu. Nanda, como era conhecida, deixa um filho de 3 anos.


O velório está acontecendo na prefeitura de Teresópolis e o sepultamente será realizado na sexta-feira, 07/06, às 09h, no cemitério municipal.


A diretoria e os funcionários da Federação enviam condolências à companheira e sua família e lhe desejam força e serenidade neste momento de dor.


Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Inscrição de chapas para eleição da Fundação Itaú Unibanco começa dia 3

A Fundação Itaú Unibanco, que abriga os diversos planos de previdência complementar da instituição financeira, divulgou calendário para que os participantes ativos e assistidos possam eleger seus representantes nos conselhos Deliberativo e Fiscal e para os comitês dos respectivos fundos de pensão. As inscrições dos candidatos ocorrem entre os dias 3 e 7 de junho e a eleição de 13 a 22 de julho.


“A previdência complementar auxilia na manutenção do poder aquisitivo quando o funcionário se aposenta. Por isso, uma das nossas principais reivindicações da campanha de valorização é que todos tenham acesso a esses fundos e que a gestão seja paritária, com a participação de representantes em todas as esferas de gestão, inclusive na diretoria executiva”, afirma a dirigente sindical Valeska Pincovai, que integra a Comissão Eleitoral, representando o Sindicato dos Bancários de São Paulo.


O pleito ocorrerá de forma distinta entre ativos e assistidos. Dessa forma, haverá inscrição de chapas para os conselhos Deliberativo e Fiscal dos ativos, cujo número de eleitores é de cerca de 37 mil.


Nos conselhos Deliberativo e Fiscal dos assistidos vota o segmento de aposentados que corresponde a 11 mil eleitores. Ou seja, quem está na ativa vota nas chapas dos ativos, aposentado vota nas chapas dos assistidos. Nas duas situações serão eleitos dois titulares e dois suplentes para cada um dos conselhos.


No que se refere aos comitês, será eleito um titular e um suplente dos ativos e dos assistidos, respectivamente. Ao todo são seis comitês: Itaubanco CD, PAC; Futuro Inteligente e Itaubank; Itaulam Básico, Itaulam Suplementar, Franprev, Itaú BD e Itaú CD; Prebeg; e Benefícios 002.


“Ocupar esses conselhos e comitês é essencial para lutar pela democratização plena da gestão. Por isso é importante que os funcionários votem em chapas e candidatos comprometidos com a defesa dos direitos dos participantes da ativa e aposentados”, acrescenta Valeska.


A integra do regulamento da eleição está disponibilizada no site da Fundação Itaú-Unibanco (clique aqui).

Fonte: Contraf-CUT com Seeb-SP

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Balé de corpos

Frei Betto *



Na festa do Corpo de Cristo, deixarei meu corpo flutuar em alturas abissais. Acariciarei uma por uma de minhas rugas, cantarei hinos ao alvorecer da velhice, desvelarei histórias do futuro, apreenderei, na ponta dos dedos, meu perfil interior.


Não recorrerei ao bisturi das falsas impressões. Nem ao espectro da magreza anoréxica. O tempo prosseguirá massageando meus músculos até torná-los flácidos como as delicadezas do espírito.


Suspenderei todas as flexões, exceto as que aprendo na academia dos místicos. Beberei do próprio poço e abrirei o coração para o anjo da faxina atirar pela janela da compaixão iras, invejas e amarguras.


Pisarei sem sapatos o calor da terra viva. Bailarino ambiental, dançarei abraçado à Gaia ao som ardente de canções primevas. Dela receberei o pão, a ela darei a paz. E aguardarei suas manhãs como quem empina pipas ao som de cítaras.


Acesas as estrelas, contemplarei na penumbra do mistério esse corpo glorioso que nos funde, eu e Gaia, num único sacramento divino. Seu trigo brotará como alimento para todas as bocas, suas uvas farão correr rios inebriantes de saciedade, seu Espírito haverá de se impregnar em todas as ranhuras do humano.


Na mesa cósmica, ofertarei as primícias de meus sonhos. De mãos vazias, acolherei o corpo do Senhor no cálice de minhas carências. Dobrarei os joelhos ao mistério da vida e contemplarei o rosto divino na face daqueles que nunca souberam que cosmo e cosmético são gregas palavras gêmeas, e deitam raízes na mesma beleza.


Despirei os meus olhos de todos os preconceitos e rogarei pela fé acima de todos os preceitos. Como Ezequiel, contemplarei o campo dos mortos até ver a poeira consolidar-se em ossos, os ossos se juntarem em esqueletos, os esqueletos se recobrirem de carne e a carne inflar-se de vida no Espírito de Deus.


Proclamarei o silêncio como ato de profunda subversão. Desconectado do mundo, banirei da alma todos os ruídos que me inquietam e, vazio de mim mesmo, serei plenificado por Aquele que me envolve por dentro e por fora, por cima e por baixo.


Suspenderei da mente a profusão de imagens e represarei no olvido o turbilhão de ideias. Privarei de sentido as palavras. Absorvido pelo silêncio, apurarei os ouvidos para escutar a brisa de Elias e, os olhos, para admirar o que extasiou Simeão.


Não mais farei de meu corpo mero adereço estranho ao espírito. Serei uma só unidade, onda e partícula, verso e reverso, anima e animus. O pão, e não mais a cruz, será o símbolo de minha fé, pois ele é grávido de vida, sacramento de ressurreição.


Recolherei pelas esquinas todos os corpos indesejados para lavá-los no sangue de Cristo, antes que se soltem de seus casulos para alçar o voo das borboletas.


Curarei da cegueira os que se miram no olhar alheio e besuntarei de cremes bíblicos o rosto de todos que se julgam feios, até que neles transpareça o esplendor da semelhança divina.


Arrancarei do chão de ferro os pés congelados da dessolidariedade e farei vir vento forte aos que temem o peso das próprias asas. Ao alçarem o topo do mundo, verão que todos somos um só corpo e um só espírito.


Farei do meu corpo hóstia viva; do sangue, vinho de alegria. Ébrio de efusões e graças, enlaçarei num amplexo cósmico todos os corpos e, no salão dourado da Via Láctea, valsaremos até que a música sideral tenha esgotado a sinfonia escatológica.


Na concretude da fé cristã, anunciarei aos quatro ventos a certeza de ressurreição da carne e de todo o Universo redimido pelo corpo místico de Cristo. Então, quando a morte transvivenciar-nos, o que é terno tornar-se-á, nos limites da vida, eterno.



* Frei Betto é escritor, autor de “Aldeia do Silêncio” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org     twitter: @freibetto






Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])


 

Fonte: Frei Betto

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Partido e democracia interna

Frei Betto *



“Quem diz  organização, diz tendência para a oligarquia. Em cada organização, quer se  trate de um partido, de uma união de ofícios etc., a tendência aristocrática  manifesta-se de forma bastante pronunciada. O mecanismo da organização, ao  mesmo tempo que dá a esta uma estrutura sólida, provoca graves modificações na  base organizada. Inverte completamente as respectivas posições dos chefes e  das bases. A organização tem como efeito dividir todo partido ou sindicato  numa minoria dirigente e numa maioria  dirigida.


 “Quanto mais o  aparelho de uma organização se complica, isto é, quanto mais vê aumentar o  número de seus filiados, seus recursos crescerem e sua imprensa  desenvolver-se, mais terreno perde o poder diretamente exercido pela base,  suplantado pelo crescente poder das  comissões.


“Teoricamente o chefe  não é mais do que um empregado, submisso às instruções que recebe da base. Sua  função consiste em receber e executar as ordens desta última, do qual ele é  apenas um órgão executivo.


“Mas, na realidade, à medida  que a organização se desenvolve, o direito de controle reconhecido às bases  torna-se cada vez mais ilusório. Os filiados têm de renunciar à pretensão de  dirigir ou mesmo supervisionar todos os assuntos administrativos. 


“É assim que a esfera do  controle democrático se retrai progressivamente, para, afinal, ficar reduzida  a um mínimo insignificante. Em todos os partidos socialistas, o número de  funções retiradas das assembleias eleitorais e transferidas para os conselhos  de direção aumenta sem cessar. Ergue-se dessa forma um enorme edifício de  complicada estrutura. O princípio da divisão de trabalho impondo-se cada vez  mais, as jurisdições se dividem e subdividem. Forma-se uma burocracia  rigorosamente delimitada e  hierarquizada.


“À medida que o  partido moderno evolui para uma forma de organização mais sólida, vemos  acentuar-se a tendência de substituir os chefes ocasionais pelos chefes  profissionais. Toda organização de um partido, mesmo sendo pouco complexa,  exige certo número de pessoas que a ele se consagrem inteiramente. 


“Pode-se completar essa crítica  do sistema representativo com a seguinte observação política de Proudhon: os  representantes do povo, dizia ele, mal alcançam o poder, já se põem a  consolidar e a reforçar sua força. Incessantemente envolvem suas posições com  novas trincheiras defensivas, até conseguirem libertar-se completamente do  controle popular. É um ciclo natural percorrido por todo o poder: emanado do  povo, acaba por se colocar acima do  povo.”


Todos os textos acima não  são de minha autoria. Foram escritos em 1911 pelo sociólogo alemão Robert  Michels (1876-1936), de convicções socialistas, que deu aulas em universidades  da Alemanha, França e Itália.


Esses textos foram publicados no livro Sociologia dos partidos  políticos (Editora Universidade de Brasília, 1982). A última cátedra de  Robert Michels foi na Universidade de Turim, onde ensinou economia, ciências  políticas e sociologia. Decepcionado com a falta de democracia nos partidos  progressistas, faleceu acusado de conivência com o  fascismo.


O que Michels  denunciou há 102 anos infelizmente é praxe ainda hoje. A direção do partido é  progressivamente ocupada por um seleto grupo profissionalizado que, a cada  eleição, distribui entre si as diferentes funções. Os caciques são sempre os  mesmos, sem que as bases tenham condições de influir e renovar os quadros de  direção.


À medida que o partido  ganha espaço de poder, menos se interessa em promover o trabalho de base. A  mobilização é trocada pela profissionalização (incluídos aqueles que ocupam  cargos eletivos), a democracia cede lugar à autocracia, a ampliação e  preservação dos espaços de poder tornam-se mais importantes que os princípios  programáticos e ideológicos.


A  Igreja Católica, por exemplo, é uma típica instituição que absorveu a  estrutura imperial e vertical do Império Romano e ainda hoje dela não se  livrou. E tenta justificá-la sob o pretexto de que essa estrutura decorre da  vontade divina…


Enquanto  tateamos em busca da democracia real, na qual a vontade do povo não significa  mais do que uma retórica demagógica, temos o consolo de uma invencível aliada  dos que criticam a perpetuação de políticos no poder: a morte. Ela, sim, faz a  fila andar, promove a dança das cadeiras, abre espaço aos novos  talentos.



* Frei Betto é escritor, autor de “A mosca azul –  reflexão sobre o poder” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org     twitter: @freibetto.






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Fonte: Frei Betto

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O que é arte?

Frei Betto *



Sabemos, hoje, reconhecer uma obra de arte? O que conta mais, a fama do artista ou a qualidade da obra? Quem decide o valor de uma obra, o prestígio alcançado por ela na mídia ou seus atributos estéticos?


O jornal Washington Post decidiu testar gosto e cultura artísticos do público. Levou um violinista para uma estação de metrô da capital dos EUA. Durante 45 minutos, ele tocou Partita para violino no. 2 de Bach; Ave Maria de Schubert; e peças de Manuel Ponce, Massenet e, de novo, Bach.


Eram oito horas de uma manhã fria. Milhares de pessoas circulavam pelo metrô. Quatro minutos após iniciar o concerto subterrâneo, o músico viu cair a seus pés seu primeiro dólar, atirado por uma mulher que não parou. Quem mais lhe deu atenção foi um menino que teria entre três e quatro anos de idade. Porém, a mãe o arrastou, embora ele mantivesse o rosto virado para o violinista enquanto se distanciava.


Durante todo o tempo do concerto improvisado, apenas sete pessoas pararam um instante para escutar. Cerca de vinte jogaram dinheiro sem deter o passo. Ao todo, trinta e dois dólares e dezessete centavos no pote a seus pés. Quando cessou a música, ninguém aplaudiu.


O músico era o estadunidense Joshua Bell que, dois dias antes, havia dado um concerto no Teatro de Boston, lotado de apreciadores que pagaram US$ 100 por um ingresso. Seu violino era um Stradivarius fabricado em 1713 e adquirido por quase US$ 4 milhões. Bell é professor no Massachusetts Institute Technology e na Royal Academy of Music de Londres.


Bell fez, em solo, a trilha sonora dos filmes O violino vermelho, que mereceu o Oscar, e Mulheres de lavanda. Sua primeira gravação, em 2003, pela Sony Classical, foi Romance of the violin, que vendeu 5 milhões de cópias.


Bell é um músico de prestígio internacional. No entanto, nessa sociedade neoliberal hegemonizada pelo paradigma do mercado, ele era um “produto” colocado na prateleira errada. Estava no metrô. Como se o fato de estar em local público tornasse sua música de menos qualidade. Estivesse um músico medíocre no palco do Teatro de Boston com certeza teria sido ovacionado.


Fica uma pergunta: temos prestado atenção na qualidade das coisas? Ou nossas cabeças são feitas pela mídia estimuladora do consumismo, que nos impõe gato por lebre?


Van Gogh jamais vendeu uma tela enquanto viveu, exceto a que seu irmão Theo, que era marchand, comprou na tentativa de ajudá-lo. Sem dinheiro para pagar o médico, o pintor presenteou-o com a tela Rapaz de quepe. O doutor, do alto de seu preconceito elitista, considerou que nada de valor poderia sair dos pincéis de um louco… Aproveitou o quadro para tapar um buraco no galinheiro de sua casa… Há pouco esta tela foi vendida por US$ 15 milhões!



* Frei Betto é escritor, autor do romance “Aldeia do Silêncio” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org     twitter: @freibetto






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Fonte: Frei Betto

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Eleições para Caref vão até sexta-feira, 07

Começou neste dia 03 e vai dia 07, sexta-feira, o primeiro turno das eleições para Caref, o representante dos funcionários do BB no Conselho Administrativo do banco. O representante da Federação na Comissão de Empresa do BB, Sérgio Farias, recomenda o voto em Rafael Matos — F8369846.


Esta eleição é de suma importância para o funcionalismo do BB, porque é a reconquista de um direito que foi retirado. “Até 2000 tínhamos um representante nosso no Conselho, mas FHC, numa canetada arbitrária e sem nenhum diálogo com os empregados, extinguiu o cargo. Isto aconteceu na esteira do processo de enxugamento do banco, que estava sendo preparado para a privatização”, recorda Sérgio Farias. 


  


A eleição é baseada na lei Lei nº 12.353/2010, que entrou em vigor com a publicação da portaria 026, datada de março de 2011. A legislação garante o espaço para a representação dos funcionários no conselho de administração de qualquer empresa pública ou de economia mista – caso do BB – com mais de 200 empregados. O Conselho do BB tem sete membros, sendo um deles o presidente do banco.


Todos os funcionários da ativa podem votar. A eleição é feita através do SisBB e basta informar a matrícula do candidato ou seu nome para efetivar o voto. Caso nenhum candidato obtenha maioria absoluta, haverá um segundo turno, que será realizado de 24 a 28 de junho.


O candidato


Rafael Matos é bancário do BB há 13 anos e foi dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo por dois mandatos. Atualmente está cedido à Previ. Ele foi assessor do último representante dos funcionários – antes chamado de Garef – até o fim do mandato e a extinção do cargo, em 2000.


Para saber mais sobre o candidato Rafael Matos – F8369846, acesse o blog de sua candidatura e seu perfil do Facebook.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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PALESTRA: o desafio da internacionalização


A Federação realizou no último dia 28 um evento que tratou de dois temas ainda novos para alguns sindicatos: a internacionalização das ações sindicais e a aproximação com os trabalhadores jovens.


Para falar da atuação das redes de bancos multinacionais e da internacionalização do movimento sindical bancário, foi convidado o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Mário Raia. O sindicalista, que é funcionário do Santander, oriundo do Banespa, esclarece que este modelo de organização em redes é uma necessidade. “O capital se organiza mundialmente, as empresas se organizam mundialmente. Nós, trabalhadores, também temos que nos organizar assim para darmos conta das necessidades. As redes surgem quando os trabalhadores entendem isso e começam a se organizar além das fronteiras de seus países”, defende Mário.


Esta organização, segundo o dirigente, tem um desafio inicial que é a compreensão das diferenças. “Há culturas sindicais diferentes, legislações trabalhistas diferentes. Por exemplo, no Uruguai não há demissões como aqui, o trabalhador tem uma certa estabilidade no emprego, garantida por lei. Então, a questão do emprego, que é urgente para os bancários brasileiros, não mobiliza em outros países”, exemplifica Mário. Segundo o sindicalista, os temas mais quentes nas reuniões das redes são outros. “Os assuntos mais discutidos foram saúde e condições de trabalho e liberdade de organização. Há muitos relatos de assédio moral, metas abusivas e adoecimento de bancários. E também de práticas anti-sindicais, que estão se intensificando em todos os países. Estes temas vão surgindo quando os trabalhadores de cada banco vão trocando experiências sobre o que acontece em seus países”, relata.


Aprendendo e ensinando


Esta troca de experiências permite reconhecer onde o movimento brasileiro está acertando e no que ainda precisa avançar. “Nossa organização e o modelo de atuação dos bancários brasileiros são exemplos do que podemos oferecer aos colegas dos países vizinhos. E podemos aprender com eles como construir acordos mais longos e como atuar para a construção de uma legislação que dê proteção ao emprego”, aponta Raia.


Outro objetivo é a definição de ações a partir desta colaboração. “Pretendemos unificar as estratégias de lutas. Para começar, vamos elaborar um banco de dados com todos os benefícios, direitos e legislações trabalhistas de todos os países das redes. Isso nos dará condições de buscar nivelar por cima, buscando a garantia dos mesmos direitos e condições de trabalho, buscando a assinatura de Acordos Marco globais. Tïvemos um acordo marco para o BB nas Américas, que vence neste dia 31. Nosso objetivo é que, no momento da renovação, possamos estendê-lo aos trabalhadores do banco em todo o mundo”, relata Mário.


Todo este esforço tem um objetivo final que vai além das questões meramente trabalhistas, na mesma linha que os sindicatos cutistas já seguem de buscarem estar na vanguarda das mudanças sociais para além da categoria que representam. “Esta discussão permite aumentar mais o sentimento de solidariedade de classe internacional. Vamos percorrer as entidades filiadas à Contraf-CUT em todo o país para sensibilizar os dirigentes para esta iniciativa”, anuncia Mário Raia. “Este é o caminho para tornarmos realidade o velho slogan ‘Trabalhadores do mundo, uni-vos!’”, acredita o sindicalista.


Resposta rápida


Durante a reunião das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, realizada no início de maio em Assunção, no Paraguai, a pesada ofensiva anti-sindical do Santander contra sindicatos e contra a Contraf-CUT foi denunciada. Estarrecidos, os sindicalistas latino-americanos, coordenados pela UNI-Finanças, decidiram realizar uma campanha contra esta postura do banco. A primeira ação foi no dia 23, em que a maioria dos sindicatos cutistas do país fizeram algum tipo de atividade, com panfletagem ou com suspensão parcial ou total do expediente bancário.


No dia 29 outra ação foi lançada, com a disponibilização de cartas para o presidente do banco no Brasil, Jesús Zabalza, e o CEO do banco, Emílio Botín. Através deste link é possível enviar a correspondência para ambos, aproveitando o texto em Espanhol ou enviando outro. A UNI-Finanças também encaminhou cartas específicas para Zabalza (aqui) e Botín (aqui).

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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PALESTRA: Rejuvenescer a representação


A constatação de que a categoria bancária está cada vez mais jovem preocupa os sindicalistas, que não vêem esta tendência se reproduzir na representação sindical. Mas uma iniciativa inovadora desenvolvida pelo Sindicato dos Engenheiros de Minas Gerais traz alento e muitas ideias aos dirigentes bancários. Esta experiência foi apresentada durante um evento realizado na Federação no último dia 28. A coordenadora do projeto Senge Jovem, Karla Gonçalves, esteve na sede da entidade demonstrando o projeto.


Karla já havia apresentado o Senge Jovem a sindicalistas de toda a América Latina durante a 3ª Conferência Regional da UNI-Américas realizada em Montevideo, Uruguai, em dezembro de 2012. Na ocasião, o vice-presidente da Federação, Nilton Damião Esperança, ficou impressionado com a iniciativa e percebeu o quanto ela poderia ser inspiradora para os bancários. “Sabemos que é preciso atrair os jovens para as discussões sindicais e políticas, mas ainda não conseguimos definir a maneira de fazer isso. A experiência do Senge Jovem nos traz algumas ideias interessantes e considerei importante convidar a coordenadora do projeto para expor o projeto aos nossos sindicalistas”, esclarece Nilton.


A coordenadora do projeto é estudante de Engenharia Civil e faz estágio numa grande empreiteira. Mas não descuida do Senge Jovem, que tem núcleos espalhados em vários pontos do estado de Minas Gerais. “Percorremos todas as faculdades de engenharia. Onde conseguimos sensibilizar estudantes montamos núcleos. E hoje temos reuniões regulares que reúnem bastante gente”, relata Karla.


A via encontrada pelo Senge-MG para atrair os jovens foi se aproximar dos estudantes de engenharia. “Nós oferecemos cursos e oficinas que oferecem capacitação profissional e também promovemos visitas técnicas a empresas importantes. Como os estudantes têm dificuldade de conseguir estas oportunidades, principalmente no interior, isso facilita nossa aproximação” relata Karla. A partir do primeiro contato, os futuros engenheiros podem se filiar ao sindicato como sócios-aspirantes, sem pagar nenhuma taxa, mas com acesso a todos os benefícios e convênios que são oferecidos aos profissionais formados. “Quando se formam, se quiserem, os jovens podem continuar filiados, como sócios efetivos”, acrescenta Karla.


Esforço de renovação


Mas nem só de cursos se faz o projeto. “Desde agosto de 2012 começamos a investir na formação política dos participantes do Senge Jovem. E o plano para 2013 é continuar investindo nesta linha, para renovar o movimento sindical dos engenheiros no estado”, relata a coordenadora. Embora seja sócia-aspirante, por ser responsável pela coordenação do projeto Karla tem assento nas reuniões da diretoria do sindicato.


Outra iniciativa que o Senge-MG adotou para renovar o movimento foi incluir no estatuto a garantia de reserva de 10 % de vagas na diretoria para jovens. “Foi estabelecido um critério para garantir que os recém-formados possam se candidatar. E a diretoria atual já está contactando jovens engenheiros para comporem a chapa para as próximas eleições”, informa Karla.


O exemplo do Senge-MG é interessante e já produziu frutos: o sindicato do Paraná também está montando seu projeto jovem. “Sabemos que as características de nossa categoria são diferentes e trazem desafios que não são resolvidos pelo modelo dos engenheiros mineiros. Cabe ao movimento sindical bancário encontrar um caminho para atrair os jovens trabalhadores dos bancos para participarem efetivamente dos sindicatos”, provoca Paulo de Tarso, diretor da Federação.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES