BASTIDORES DA POLÍTICA VIRAM DOCUMENTÁRIO

O documentário “Vocação do Poder”, de Eduardo Escorel e José Joffily, em cartaz no Rio e em São Paulo, mostra o dia-a-dia de seis candidatos a vereador de primeira viagem, desde as convenções partidárias até o resultado das eleições municipais de 2004, no Rio de Janeiro. Os seis personagens foram selecionados através de uma pesquisa na internet, onde, dos setenta questionários respondidos, os cineastas procuraram escolher pessoas de diferentes partidos e áreas de atuação na cidade.

Felipe Santa Cruz, advogado do escritório Machado e Silva e um dos candidatos que participou do documentário, conversou com o UNIDADE e revelou que a busca por diferentes perfis – como o clientelista, o evangélico, o esquerdista etc – foi para favorecer a comparação. “Na verdade, eles queriam saber se existe essa história de vocação para o poder, vocação para fazer política, e o que precisa para ser candidato. E eles chegaram à conclusão de que precisa de dinheiro, de obsessão. Muito pouco se precisa de vocação, propriamente dita, de espírito público, de discussão de política, porque isso não aparece na eleição”, ressalta Felipe.

Sobre a relação com a equipe, o candidato lembra que não é muito simples: “Você se expõe. Você está na rua, pedindo voto, às vezes passando por situações complicadas, ouvindo grosseria, agitado, cansado. E você assinou um documento dizendo que você não tem qualquer controle sobre o que vai ser feito com aquele material. Mas eles foram super leais”. Quanto ao resultado, Felipe afirma que “a leitura das pessoas que fizeram a campanha é de que o documentário é o que ficou de melhor dela”.

Com relação à crise política, a opinião de Felipe é que “a democracia brasileira é muito frágil. O processo de escolha dos representantes é completamente viciado”. E ele completa afirmando não acreditar que seja possível “melhorar isso sem uma profunda reforma política, uma reforma do sistema”.

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