Bancário e vigilante são feridos em assalto no Santander

Em tentativa de assalto à agência do Santander no número 295 do Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, um gerente foi baleado no rosto e um vigilante levou um tiro no braço no início da tarde do último dia 19. Foi a segunda agência do Santander na mesma rua a ser assaltada neste mês de outubro. No dia 05 houve um assalto – consumado – numa unidade que fica no início da via. Nos dois casos as agências estavam abertas ao público.

Os dois trabalhadores baleados foram levados ao hospital do Andaraí. O bancário foi liberado somente no dia seguinte, mas terá que retornar para remover a bala. Com o local muito inchado, não foi possível fazer a cirurgia de remoção do projétil.

Um assaltante também foi ferido e acabou preso horas mais tarde, ao procurar atendimento no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Um dos seguranças do banco o reconheceu como integrante da quadrilha.

Muitos tiros

Segundo informações dos funcionários, quatro assaltantes participaram da ação. Dois que estavam desarmados entraram na unidade. Um terceiro tentou passar pela porta giratória com uma arma, mas o equipamento detectou o metal e travou. Neste momento, o quarto assaltante, que estava ainda no hall eletrônico, disparou contra os vidros, que se espatifaram. Os vigilantes reagiram e houve troca de tiros. A entrada da agência ficou destruída e o chão ficou manchado com o sangue dos feridos. Há marcas de balas em paredes e peças de mobiliário da agência.

Dirigentes do Sindicato dos Bancários foram ao local no mesmo dia e já não encontraram a maior parte dos funcionários. Havia na agência, no momento da visita, apenas um gerente geral e uma coordenadora da unidade, mais um superintendente regional, além de muitos policiais.

Assistência

A preocupação dos sindicalistas é com a saúde emocional dos trabalhadores. O banco chegou a enviar uma psicóloga para conversar com os empregados, mas não é suficiente. “O superintendente disse que emitiria CAT para todos os bancários, mas vamos ficar atentos, porque a praxe do Santander é emitir o documento só para os funcionários que ficaram feridos”, informa Adriano Garcia, empregado do banco e diretor do Seeb-Rio. “A agência só abre depois que os vidros novos forem instalados, o que é previsto para segunda-feira. O RH informou que, até a reabertura da agência, os bancários ficam em casa”, acrescenta Fátima Guimarães, também bancária do Santander e dirigente do sindicato.

Além de pressionar o banco para emitir a CAT de todos os funcionários presentes no momento do assalto, o sindicato orientou os bancários a procurarem assistência especializada e indicou uma médica psiquiatra para atendê-los.

O preferido

As duas agências do Santander da 28 de Setembro já haviam sido alvo de bandidos recentemente. Em março a unidade Maracanã também foi assaltada em horário de funcionamento. Houve também arrombamentos.

O que chama atenção é que há unidades de todos os grandes bancos na mesma rua, mas o Santander tem sido o preferido dos assaltantes. A menos de dez metros da porta da agência assaltada nesta quarta-feira há uma unidade do Itaú e do outro lado da rua, praticamente em frente, há uma do Bradesco e uma da Caixa. “Alguma coisa os bandidos sabem sobre a segurança do Santander que o torna mais vulnerável que os outros bancos. Se eles já sabem, o banco também já deve saber. E agora não são mais somente arrombamentos e assaltos a caixas eletrônicos. São assaltos durante o expediente, com trabalhadores e clientes nas agências. São vidas que estão em risco por causa da irresponsabilidade do banco”, critica Fátima Guimarães.

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES