Avaliadores de penhor mobilizam-se contra a retirada do adicional de insalubridade

Empregados da Caixa de todo o país mobilizam-se, na próxima quarta-feira, 20 de julho, contra a retirada de direitos dos trabalhadores, promovida pela diretoria da Caixa nos últimos meses, a exemplo da retirada do pagamento do adicional de insalubridade dos avaliadores de penhor.

Futuramente, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) deverá divulgar uma carta aberta aos empregados, que será encaminhada para as unidades e também disponibilizada eletronicamente. Nas manifestações do dia 20 será também distribuída aos clientes uma carta de esclarecimento, informando as condições inadequadas de trabalho dos avaliadores de penhor.

Após a mobilização das entidades dos trabalhadores, a Caixa Econômica Federal recuou e manteve em julho o pagamento do adicional de insalubridade dos avaliadores de penhor, dando prazo até 11 de agosto para que as entidades apresentem argumentos pela manutenção do mesmo. Essa garantia provisória foi negociada na mesa permanente, realizada no dia 12 de julho, em Brasília, entre o banco e a CEE/Caixa.

O anúncio do fim do pagamento do adicional de insalubridade foi feito pela Caixa no dia 5 de julho, sob alegação de que laudos das empresas contratadas consideram que a manipulação dos produtos químicos pelos avaliadores não representa risco à saúde e que, portanto, os empregados da área não teriam mais direito ao correspondente a 40% do salário mínimo (R$ 352). Na oportunidade da reunião da CEE/Caixa do dia 11 de agosto, as entidades deverão apresentar contra-laudo sobre as condições de trabalho dos avaliadores.

“ O fato nos preocupa porque ainda não há garantias de que os avaliadores de penhor realmente deixaram de ficar expostos aos produtos químicos que eles manipulam no trabalho”, esclarece a coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Matheus, lembrando que a reivindicação é que nenhuma unidade ofereça risco aos trabalhadores.

Luiz Maggi, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/Caixa, destaca que o dia a dia dos avaliadores é marcado por más condições de trabalho. “A Caixa peca por não fornecer EPI – Equipamento de Proteção Individual apropriado. As luvas, por exemplo, são inadequadas. Os ácidos e produtos químicos usados para avaliar as peças também não vêm em frascos adequados e o serviço não é feito da maneira mais apropriada”, informa. Maggi destaca que a reivindicação vai além da manutenção do adicional. “O que os trabalhadores querem é que a função de avaliador seja mantida, com reconhecimento da condição insalubre e condições de trabalho dignas”, acrescenta o sindicalista.

Em comunicado enviado pela Contraf-CUT, a CEE/Caixa destaca que “discorda do posicionamento da empresa, uma vez que os relatos que chegam às entidades sindicais é de que as condições de trabalho são precárias”. Ainda segundo o documento, o presidente da Associação Nacional dos Avaliadores, João Ramalho, afirmou categoricamente que há inadequação dos EPIs e que o ambiente de trabalho é insalubre. A Comissão também apresentou, durante a reunião com a Caixa, análise preliminar feita pela Fundacentro que apontou problemas no processo de avaliação feito pelos peritos contratados pela Caixa para analisar os locais de trabalho.

 

 

Fonte: Fenae e Fetraf-RJ/ES