Subsidiárias de bancos europeus no País sentem crise

 


 


A crise na Europa não afetou as operações dos bancos somente na região. Algumas instituições europeias estão com baixa capitalização também nas subsidiárias brasileiras, o que as impede de crescer na oferta de crédito. O francês Société Generale, o português Banif, o italiano Fides e, em menor escala, o inglês HSBC estão com níveis de capital próximo ao mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil.


 


A baixa capitalização decorre do crescimento das próprias operações dos bancos no País, principalmente da carteira de crédito, somada ao alto custo de captação no Brasil. Os bancos estrangeiros, quando precisavam de recursos, recorrerem às matrizes lá fora. O problema, desta vez, é que as próprias matrizes estão precisando de dinheiro.


 


Com baixa capitalização, esses bancos têm pouco ou nenhum espaço para expandir as operações de crédito no Brasil.


 


O BC brasileiro é mais conservador que seus pares internacionais e exige que os bancos que operam no mercado local tenham índice de Basileia mínimo de 11 % , bem acima dos 8 % exigido em outros países. O Basileia é um indicador de solvência que mede quanto o banco pode emprestar no crédito sem comprometer o capital próprio. A média dos dez maiores bancos brasileiros é de 17 % .


 


Entre os bancos estrangeiros operando no Brasil, o caso mais urgente de necessidade de capitalização é o do português Banif, que tem Basileia de apenas 10,4 % de acordo com dados de junho do BC. De Lisboa, o executivo responsável pela comunicação institucional do Banif, Nuno da Rocha Correia, falou à Agência Estado e informou que a situação será revertida.


 


O banco está fazendo um aumento de capital no Brasil de R$ 30 milhões e os dados referentes ao terceiro trimestre já vão mostrar um índice de Basileia maior, destaca o executivo.


 


Já o francês Société Generale, além de ter aqui um índice de Basileia apertado, de 11,1 % , teve prejuízo no Brasil de R$ 317 milhões no primeiro semestre e, na França, teve o rating rebaixado por agências de classificação de risco.


 


As ações estão caindo na Bolsa de Paris, acumulando perda de 55 % no ano, por conta da baixa capitalização do banco, que tem títulos do governo grego na carteira. No Brasil, o Société comprou em 2007 o banco Cacique, focado em crédito consignado e crédito pessoal. É um tipo de operação que, para crescer rápido, exige Basileia alto. Procurado pela Agência Estado, o banco preferiu não se pronunciar.


 


No Fides, que é controlado pela matriz da Fiat na Itália, o índice de Basileia no Brasil teve queda rápida nos últimos meses em razão da nova estratégia do banco. A unidade brasileira da montadora italiana vendeu a carteira de crédito ao varejo para o Itaú em 2003. Pelo acordo feito na época, não podia operar no financiamento de pessoa física em sua rede Fiat até 2013. Por isso, o Fides financiava apenas as operações das concessionárias.


 


Mais recentemente, passou a financiar as vendas da Iveco, que fabrica caminhões, e da marca Chrysler. A operação cresceu rápido e o Basileia passou da casa dos 14 % para 13 % nos últimos dois anos e no fechamento do balanço do segundo trimestre estava em 11 % . Procurado pela AE, o banco não se pronunciou.


 


Com um índice de Basileia um pouco mais folgado, de 12,8 % , o HSBC ainda está abaixo de seus concorrentes, como Santander, Itaú e Bradesco, e prevê uma nova capitalização. Na avaliação de João Augusto Salles, analista de bancos da consultoria Lopes Filho, com o nível atual de capitalização o HSBC não conseguiria manter suas altas taxas de expansão do crédito por muito tempo.


 


Por meio de nota, o HSBC informa que considera seu índice de Basileia adequado e que seu novo presidente mundial, Stuart Gulliver, veio ao Brasil na semana passada e anunciou ao comitê executivo que haverá uma capitalização da subsidiária no Brasil até o final do primeiro trimestre de 2012.

Fonte: Estado de São Paulo – IG

Nota do Comando Nacional: Silêncio dos bancos amplia greve nacional dos bancários

Os bancos estão agindo de forma irresponsável ao permanecerem em silêncio e ignorarem a disposição dos bancários para retomar o processo de negociações. Essa postura das instituições financeiras irá ampliar ainda mais a greve nacional da categoria, que completa nesta terça-feira (4) oito dias de paralisações em bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

Desde segunda-feira (3), o Comando Nacional dos Bancários esteve reunido em São Paulo avaliando a paralisação, o que foi amplamente divulgado pela imprensa. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também enviou uma carta à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), comunicando que os integrantes do Comando Nacional estavam de plantão, na capital paulista, aguardando a retomada das negociações.

No documento, foi cobrado o compromisso público assumido pela Fenaban em pronunciamento divulgado na última quinta-feira, dia 29 de setembro, onde promete “disposição em dar continuidade às negociações com as representações dos bancários”. Entretanto, nenhuma negociação foi marcada até agora, contradizendo o discurso dos bancos para os bancários, os clientes e a sociedade brasileira.

A intransigência dos bancos aumenta ainda mais a insatisfação da categoria e incentiva o crescimento da greve em todo Brasil. Os bancários rejeitaram o reajuste de 8 % , que representa apenas 0,56 % de aumento real, e reivindicam 12,8 % (5 % de aumento real mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento aos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.

As reivindicações são justas, principalmente em face dos lucros estrondosos dos bancos nos últimos anos. Somente nos primeiros seis meses de 2011, as maiores instituições acumularam R$ 27,4 bilhões. É um dos setores mais rentáveis de economia e tem a obrigação de valorizar seus funcionários, gerar empregos, distribuir renda e contribuir para o desenvolvimento do país.

Os bancários reiteram que permanecem abertos ao diálogo e manifestam a disposição para a retomada imediata das negociações com a apresentação pelos bancos de uma proposta decente que venha a atender as reivindicações da categoria.

A culpa da greve é dos bancos. Os bancários querem respeito, dignidade e compromisso com o Brasil e os brasileiros.

São Paulo, 4 de outubro de 2011.

Comando Nacional dos Bancários Contraf-CUT, Sindicatos e Federações de Bancários

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Seeb – SP apresenta denúncia de contingenciamento ao MTE

São Paulo – As diversas denúncias de contingenciamento e de outras práticas adotadas pelas instituições financeiras para tentar desmobilizar a categoria durante a paralisação nacional estão sendo levadas pelo Sindicato à Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo, do Ministério do Trabalho e Emprego. A entidade está exigindo que sejam tomadas medidas contra as empresas que estão desrespeitando o direito de greve. As informações de abusos cometidos pelo Banco do Brasil e pelo Itaú Unibanco foram protocoladas na quarta 28.


 


No conteúdo do documento é relatado que a direção do BB criou o Local Alternativo de Continuidade (LAC), para onde os funcionários são pressionados a se deslocar e a trabalhar nos dias de greve. Além disso, é anexado comunicado interno da empresa com orientações do banco de como proceder antes, durante e após a greve. Entre as determinações da direção da empresa – e que constrangem os empregados – está que os gestores confeccionem listas de endereços e telefones dos funcionários e avaliem a tendência de aderirem ao movimento.


 


No caso do Itaú Unibanco, reivindicam-se providências em relação às alterações na jornada de trabalho dos bancários e no que se refere à transferência unilateral de trabalhadores da capital para a contingência montada na Rua Londrina, em Rudge Ramos, em São Bernardo.


 


“É a partir dos relatos feitos pelos funcionários, que o Sindicato tem condição de agir. Além das denúncias que estamos fazendo no Ministério do Trabalho, graças à unidade nacional da categoria estamos aumentando a pressão nos bancos. O Sindicato dos Bancários do ABC, por exemplo, protestou no contingenciamento do Itaú em Rudge Ramos, assegurando a adesão dos bancários ao movimento”, afirma o diretor executivo do Sindicato, Daniel Reis.


 


Jair Rosa – 03/10/2011

Fonte: Seeb-SP

Zé Raymundo? Presente!

Bancário do Banco do Brasil, José Raymundo da Silva era casado com a professora Terezinha do Menino de Jesus Pessoa da Silva há 63 anos, mãe de seus seis filhos: Frederico, Alexandre, Ana Célia, Ricardo, Agliberto e Carmem Lúcia. Nasceu no dia 30 de dezembro de 1924 em São José do Egito, agreste pernambucano.

Em 1950 ingressou na Juventude Comunista e a seguir no Partido Comunista Brasileiro ao qual dedicou o melhor de sua vida como militante e dirigente. Militante e dirigente sindical bancário a partir de 1955 fundou e foi o primeiro presidente da Federação dos Bancários do Norte e Nordeste que à época reunia os sindicatos da categoria da Bahia ao Amazonas. Junto com sindicalistas bancários de todo o Brasil fundou a Confederação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito – CONTEC, em 1958.

No mesmo ano integrou a Frente do Recife que reunia partidos e personalidades democráticas que possibilitaram as vitórias de Cid Sampaio e Miguel Arraes de Alencar governadores de Pernambuco. Frente igualmente patrocinadora das vitórias de Miguel Arraes, Pelópidas da Silveira e Artur Lima Cavalcante para a Prefeitura de Recife.

Junto com Clodomir Moraes e outros militantes foi brutalmente espancado, torturado e preso em 1954 no Comício do Zumbi, organizado pelo PCB. Em 1961 foi preso (junto com David Capistrano da Costa, Gilberto Azevedo, João Barbosa de Vasconcelos e Cícero Targino Dantas) e enviado para o Presídio de Fernando de Noronha por ordem dos militares golpistas que tentavam impedir a posse do presidente João Goulart.

O golpe militar de 1964 o encontrou na Secretaria Geral do Conselho Sindical dos Trabalhadores – CONSINTRA, a intersindical pernambucana. Perseguido e condenado a 19 anos de prisão José Raymundo mergulhou na clandestinidade para, inicialmente, reorganizar o PCB em Pernambuco e, em 1965, integrar a Seção Sindical do Comitê Central do PCB.

Membro da Executiva do Comitê Estadual do PCB na Guanabara foi preso em outubro de 1970 pelo DOI-CODI/RJ quando outra vez foi submetido a bárbaras torturas, recusando-se a prestar qualquer depoimento. Transferido para Recife (onde deveria cumprir a Sentença dos 19 anos) foi absolvido pelo STM e retornou ao Presídio Militar da Ilha das Flores (mantido pela Marinha) onde permaneceu até 1973.

De volta à vida legal dedicou-se à reorganização do PCB no antigo Estado da Guanabara até o final dos anos 80 quando foi eleito para o Comitê Central do PCB em seu VII Congresso. Desde então integrou o Secretariado Nacional do PCB, ao mesmo tempo que desenvolvia intensa militância entre os bancários do Rio de Janeiro.

Aposentado, nos últimos anos atuava no Departamento dos Aposentados do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e na Associação dos Funcionários Aposentados do Banco do Brasil.

*  *  *

José Raymundo faleceu na noite de sexta-feira, dia 30, após passar uma semana internado no hospital Quinta D´Or, em coma induzido. Ele sofreu uma grave arritmia, seguida de parada cárdio-respiratória na manhã do dia 23 quando ia começar sua caminhada matinal diária.


 


Zé Raymundo trabalhou na quinta-feira à noite numa fala que apresentaria na reunião do Grupo de Reflexão Socialista. Na manhã de sexta-feira, preparou a o café da manhã para a esposa e a filha, mediu pressão arterial e temperatura – que apresentaram resultados normais – e deixou o apartamento. No elevador, sentiu-se mal e perdeu os sentidos.
O velório e o sepultamento foram realizados no sábado, dia 1º, no cemitério São João Baptista, em Botafogo, Rio de Janeiro.


 


A Federação envia suas condolências à família, amigos e companheiros de militância de Zé Raymundo.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Sindicalistas flagram bancários da Caixa nas agências, sem atender o público

Um grupo de diretores da Federação e do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro percorreu agências no bairro da Tijuca, na Zona Norte, e constatou a realização de contingência em algumas unidades. Numa delas, dos 22 funcionários lotados, somente quatro aderiram à greve. Em outra, havia trabalhadores que são lotados em prédio administrativo. Nas agências visitadas, os bancários estavam fazendo apenas trabalho interno, embora houvesse clientes e usuários nos salões de autoatendimento.

Diante desta situação, a postura dos sindicalistas foi a de defender que as unidades fossem abertas ao público. “O trabalhador pode aderir à greve ou não, é uma escolha de cada um. Mas, se entrou, tem que atender. Vimos clientes sendo atendidos, mas somente para alguns serviços. A Caixa presta serviços à população menos favorecida, pagando seguro-desemprego, FGTS, PIS e outros benefícios, e tem uma função social a cumprir. Não podemos admitir que haja discriminação de clientes e usuários”, ressalta Ricardo Maggi, diretor e representante da Federação na mesa de negociação.

Numa das unidades visitadas os sindicalistas fizeram uma reunião com os trabalhadores e esclareceram detalhes sobre a greve e a importância da adesão maciça do funcionalismo. “Se pouca gente adere, perdemos força. E se isso acontecer, vamos precisar ficar parados por mais tempo, já que, sem greve, não temos como pressionar a direção da Caixa para nos conceder o que reivindicamos” argumentou Maggi com os colegas. O dirigente ressaltou, ainda, que a próxima semana será crítica, com os pagamentos de benefícios do INSS. “Na segunda-feira, vamos voltar aqui. Se houver bancários nas agências, vamos pressionar para que a população seja atendida”, adianta o sindicalista.

À mesa

Após visitar as agências, os dirigentes sindicais estiveram com o superintendente regional para a área da Zona Norte, Tarcísio Dalvi, para tentar buscar uma solução. “Eu não tenho como impedir que o funcionário entre para trabalhar num local diferente daquele em que está lotado”, defendeu-se o executivo. Mas um dos sindicalistas, que também é cipeiro, ressaltou que até a questão da segurança do trabalho fica comprometida, já que o trabalhador estaria desamparado por estar fora de seu local de lotação. Também foi cobrado do superintendente que verifique a possibilidade de haver fraude no ponto eletrônico, com revezamento de bancários ao longo da semana, marcando ponto para os colegas. Tarcísio negou esta última situação, não apresentou nenhuma solução para os problemas relatados e se limitou a informar que a situação não é de sua competência. Mas os sindicalistas não aceitaram os argumentos do superintendente, que já foi informado da ação que será realizada na próxima semana, para pagamento dos aposentados e pensionistas.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Seeb-Rio derruba interdito do Banco do Brasil

Atendendo à ação movida pelo Sindicato, o juiz Marcelo Moura, da 19ª Vara do Trabalho, cassou o interdito proibitório que havia sido concedido por uma juíza de plantão na última terça-feira a pedido do Banco do Brasil. A derrubada deste artifício judicial truculento usado pelo BB fortalece a paralisação geral dos bancários, ao garantir que a categoria faça uso do direito de greve, previsto pela Constituição Federal.


O presidente do Sidicato, Almir Aguiar, comemorou a vitória obtida pela Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato. Condenou a postura do BB, um banco público, que se utilizou, pela primeira vez na história, de um artifício como este para atacar a greve bancária. O diretor do Sindicato Carlos de Souza criticou, também, o governo federal. “Ele é acionista majoritário do BB e tem responsabilidade, tanto na imposição de políticas antissindicais, como o interdito, quanto no endurecimento das negociações”, afirmou. Sérgio Farias, representante da Federação na Comissão de Empresa do BB, lamenta a atitude do banco. “É uma vergonha um banco paraestatal, de economia mista, neste governo, adotar uma postura de coação ao funcionalismo igual ou pior que a das direções dos bancos privados”, critica Sérgio.


A diretora do Jurídico do Sindicato Cleyde Magno disse que o banco será oficialmente comunicado hoje sobre a decisão judicial. Lembrou que o interdido proibitório é um instrumento jurídico utilizado em casos de reintegração de posse de propriedades ocupadas, sendo uma artimanha dos bancos pedir a sua aplicação em casos de greve em que a posse da agência não está ameaçada.

Fonte: Seeb-Rio com FEEB-RJ/ES

Negociação não avança e bancários deflagram greve a partir de terça

A Fenaban frustrou o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, na quinta rodada de negociação ocorrida nesta sexta-feira, dia 23, em São Paulo. Os bancos apresentaram nova proposta de índice de reajuste de 8 % em todas as verbas, uma elevação de apenas 0,2 % em relação à proposta de 7,8 % , rejeitada pelos trabalhadores em assembleias realizadas pelos sindicatos na quinta-feira, dia 22, em todo o país.

Dessa forma, os bancários mantém a decisão de deflagrar greve nacional por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira, dia 27. Novas assembleias estão agendadas para segunda-feira, dia 26, para organizar a paralisação em todo país.

“O índice de 8 % significa um aumento real de apenas 0,56 % , muito abaixo da reivindicação de 12,8 % (5 % de ganho real mais a inflação). A proposta também não contempla valorização do piso da categoria e não aumenta a Participação nos Lucros e Resultados (PLR)”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. “É uma proposta muito baixa, especialmente se comparada aos elevados lucros alcançados pelos bancos no primeiro semestre, que chegaram a mais de R$ 27 bilhões no primeiro semestre”, salienta Cordeiro.

Além disso, a nova proposta também não traz avanços em relação às reivindicações de emprego e melhoria das condições de trabalho. “Queremos mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança e melhoria do atendimento aos clientes, dentre outros pontos”, destaca o dirigente sindical.

“Desde o início apostamos no processo de negociação, mas, com essa nova proposta, vamos intensificar a mobilização da categoria em todo o país para realizar uma greve ainda mais forte, a fim de arrancar dos bancos uma proposta decente”, defende. “É uma vergonha dizer que conceder um reajuste melhor aos trabalhadores é um custo alto para os bancos. E os lucros? E a valorização dos trabalhadores? É um desrespeito convocar uma negociação para apresentar isso”, revolta-se Nilton Damião Esperança, representante da Federação no Comando Nacional.

Mais vezes

A única sinalização positiva foi a concordância dos banqueiros em aumentar a freqüência das reuniões da mesa temática de segurança bancária. Na rodada anterior, realizada no último dia 20, a Fenaban propôs que as mesas de igualdade de oportunidades, terceirização e saúde do trabalhador tivessem reuniões trimestrais, mas a de segurança bancária só se reuniria a cada seis meses. O Comando Nacional deixou claro que os encontros para discutir um tema desta importância deveria acontecer com intervalos menores. Na sexta-feira, os banqueiros sinalizaram que podem concordar em realizar estas reuniões com a mesma frequência das demais, mas este ponto ainda não está definitivamente fechado.

Fonte: ContrafCUT com FEEB-RJ/ES

Assembleias aprovam greve a partir do dia 27

Os sindicatos da base da Federação realizaram assembleias na noite desta quinta-feira, 22, para submeter a proposta da Fenaban à aprovação dos bancários. A orientação do Comando Nacional foi seguida, com rejeição da proposta e aprovação de greve a partir do dia 27. Nova consulta à base será feita na noite do dia 26 para organização do movimento. Caso, na reunião desta sexta-feira, 23, a Fenaban apresente nova proposta, será submetida à aprovação da categoria.





































Baixada Fluminense

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Campos dos Goytacazes

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Espírito Santo

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Itaperuna

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Niterói

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Nova Friburgo

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Petrópolis

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Rio de Janeiro

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Sul Fluminense

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Teresópolis

Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Três Rios Proposta rejeitada. Deflagração de greve a partir do dia 27

Fonte: ContrafCUT com FEEB-RJ/ES

Banqueiros oferecem pouco e greve pode começar dia 27

 



Um aumento real de apenas 0,37 % , PLR igual à do ano passado,avanços irrisórios nas cláusulas sociais e nenhuma proposta para o tema empregotornam fraca e insuficiente a contraproposta da Fenaban às reivindicações dosbancários. Foram três rodadas de negociação, mais de um mês para a federaçãopatronal analisar a minuta de reivindicações dos bancários, mas a propostadecepcionou. E os banqueiros ainda esperavam fechar o acordo sem greve.



A avaliação do Comando Nacional é de que a proposta não é suficiente.Além do reajuste rebaixado de 7,8 % para todas as verbas e benefícios – tíquete-refeição,cesta-alimentação e 13ª cesta, auxílio-creche/babá – os bancos oferecem uma PLRincompatível com a lucratividade do setor. Enquanto o Sistema Financeiro tevelucros da ordem de R$ 27,4 bilhões e oferece bônus altíssimos para seusexecutivos – às vezes, 400 vezes maior que o salário-base – os bancários quegeram riqueza têm que se contentar com um aumento irrisório. A falta deproposta sobre o fim da rotatividade e garantias no emprego também é um pontonegativo. “AContraf indicaria rejeitar a proposta, mas a Fenaban decidiu marcar mais umanegociação, nesta sexta feira (23) às 14 horas em São Paulo. Estão mantidas asassembléias no dia 22, para apreciar a proposta que recebemos hoje (20). Na segunda-feira,dia 26, os sindicatos devem realizar novas assembleias para apreciar o que osbanqueiros oferecerem no encontro do dia 23,” anuncia Nilton Damião Esperança,representante da Federação no Comando Nacional.



As cláusulas sociais também ficaram sem proposta satisfatória.A Fenaban se propôs a realizar encontros trimestrais das mesas sobre saúde dotrabalhador, igualdade de oportunidades e terceirização. Já para a mesa desegurança bancária, os patrões indicaram reuniões semestrais. “Claro que esseganho real é irrisório, além da PLR não refletir o crescimento do setorbancário. Mas não são apenas as cláusulas econômicas que estão insuficientes. OItaú e HSBC são os bancos que mais demitem, e ao lado de outros como o BB,estão com o lucro e a rentabilidade crescendo muito” pondera Nilton.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Bancários, petroleiros e trabalhadores dos Correios se unem por ganho real

 


 Duas das maiores categorias do país, que negociam no segundo semestre – os bancários e petroleiros -foram às ruas nesta quarta-feira. Os trabalhadores dos Correios, que já estão em greve e enfrentam a intransigência da direção da companhia, também organizaram o ato e participaram ativamente. Havia também trabalhadores de várias categorias e até um representante dos petroleiros bolivianos. Foi um grande ato unificado para mostrar a disposição de luta de várias categorias contra o arroxo salarial que algumas empresas estão tentando impor a seus funcionários. O ato também teve como mote a luta por melhores condições de trabalho e respeito à vida, uma vez que os acidentes de trabalho continuam vitimando trabalhadores de várias categorias. “É muito importante a unidade de todas as categorias para mostrar e chamar a atenção da sociedade que nós não vamos aceitar a visão de alguns economistas, inclusive do BACEN, de que salário causa inflação. A melhor forma de enfrentar a crise é aumentando os salários, a renda, fortalecendo o mercado interno e é por isso que estamos nas ruas para defender salário, emprego, saúde e condição de segurança”, esclareceu Artur Henrique, presidente da CUT.

Construir a mobilização

Os bancários, que estão numa semana decisiva das negociações da Campanha Nacional, levaram às ruas a proposta de índice rebaixado, que supera a inflação do período em menos de meio ponto percentual. Os sindicalistas também deixaram claro que o assédio moral, as metas abusivas e a sobrecarga de trabalho estão adoecendo os trabalhadores. Também foi denunciada à população a alta rotatividade no setor, que demite trabalhadores para contratar outros por um salário mais baixo.

A proposta apresentada pelos banqueiros na última reunião, dia 20, nem se aproxima da reivindicação dos bancários. Ainda vai acontecer uma nova rodada no dia 23, mas os bancários já estão se preparando para uma possível greve. “A sinalização foi positiva porque a proposta apresentada pelos banqueiros zerou a inflação e deu 0,37 % de aumento real. Mas isso é insuficiente e, para mudarmos esta realidade, só com mobilização, assembleias cheias. É importante que todos os bancários e bancárias dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, a base da nossa Federação, junto com seus sindicatos, mobilizem toda a categoria para as assembleias do dia 22. E no dia 26 vamos ter novas assembleias para avaliar o resultado da reunião do dia 23”, anuncia Fabiano Júnior, presidente da Federação. As expectativas dos sindicalistas são de que a Fenaban faça uma proposta mais próxima do que foi reivindicado na rodada da próxima sexta-feira, mas sabem, pela experiência, que isso só acontece se houver muita pressão. “Já sabemos que, só com uma greve organizada da categoria vamos conseguir que a Fenaban apresente uma proposta melhor”, pondera Fabiano.

Problemas comuns

Mobilizados estão também os ecetistas, que estão em greve desde o último dia 13 e lidam com a ameaça de desconto dos dias parados, já que a empresa já anunciou que só vai abrir negociação se a paralisação for suspensa. Além de reajuste, os trabalhadores dos correios reivindicam aumento do piso. “Estamos pedindo a incorporação de R$ 400 e piso salarial de três salários mínimos para retomarmos o rumo da recomposição salarial”, informa Ronaldo Martins, presidente do SintECT-RJ. Também entrou na pauta de reivindicações o aumento do número de trabalhadores da empresa, já que nos últimos três anos não houve contratações. Um PDV recente também ajudou a piorar a situação e os Correios têm atualmente um déficit de 11 mil trabalhadores no país.

Em comum com os bancários, os ecetistas têm o problema dos correspondentes bancários. Depois de terminado um contrato de dez anos com o Bradesco para operar o Banco Postal, o governo acaba de fechar contrato com o BB para explorar o serviço. Mas o banco só entra no processamento de documentos, já que todo o serviço de caixa é feito pelos atendentes dos correios. “Hoje o Banco Postal dos Correios é um serviço bancário, mas os atendentes não recebem a quebra de caixa. Temos também a luta pela jornada de seis horas para estes trabalhadores. Hoje paga-se todas as contas, paga-se aposentadoria, mas não há segurança nas agências, não se paga a quebra de caixa aos atendentes. Nossa luta também vai na direção dos Correios terem seu próprio banco nesse novo modelo, para que tenha mais recursos para a empresa”, defende Ronaldo Martins.

A segurança também é um problema para os trabalhadores dos Correios. Carteiros, motoristas e atendentes são vítimas de assaltos com muita frequencia. “Nas agências não há câmeras de monitoramento, falta o profissional de segurança, falta a porta giratória. Os trabalhadores ficam expostos e há muitos trabalhadores afastados por problemas psicológicos. Isso acontece muito também com carteiros. A empresa, aqui no estado do Rio de Janeiro, só tem 12 carros de escolta. Dá para cobrir, muito mal, o município de São Gonçalo. Temos áreas onde fazemos entrega de valores, em que os trabalhadores são assaltados quase diariamente”, denuncia o dirigente ecetista.

Defesa da vida

Para os petroleiros, a manifestação também teve um mote específico: os acidentes do trabalho, que já vitimaram 15 trabalhadores – sendo a maioria terceirizados – em 2011, sendo 8 só no mês de agosto. Os manifestantes levaram cruzes simbolizando os 309 petroleiros e prestadores de serviço mortos no exercício de suas atividades profissionais desde 1995. Quando a passeata chegou à sede da Petrobras, as cruzes foram fincadas no gramado ou colocadas na calçada em frente ao edifício. “Há dois pilares que são as causas das mortes na Petrobras: primeiro, a terceirização. Depois, a redução dos efetivos, tanto próprio, quanto de terceirizados. E nós temos grandes propostas que já apresentamos à empresa, e vamos continuar insistindo para que haja uma mudança”, informa João Moraes, presidente da Federação Única dos Petroleiros – FUP.

Além dos acidentes, os petroleiros lutam para derrubar a determinação do governo de não conceder aumento real aos empregados das estatais. “Vamos mostrar que o caminho é o da recomposição salarial, de melhoria de condições de trabalho para o povo. Se o Brasil entrar nessa lógica de que salário causa inflação, vamos acabar como a Europa, como os EUA, sem mercado consumidor e em derrocada total”, avalia Moraes. O sindicalista petroleiro também lembra que a situação da Petrobras é excelente, já que atua num mercado em expansão, e que a empresa tem planos de investir US$ 170 bilhões nos próximos anos. “Os resultados disso vão ser estrondosos; os lucros, imensos e crescentes. Nada justifica que a Petrobras não apresente ganho real para esta categoria. E, se ela insistir em seguir esta orientação do governo – e a gente espera que o governo a reveja – a nossa resposta vai ser a mobilização e, se for necessário, a greve, a parada de produção”, anuncia o dirigente.

Em comum com os bancários, os petroleiros têm a luta contra as terceirizações, sobretudo o combate ao PL 4.330/04, do deputado Sandro Mabel (PR-GO), que amplia a legislação permitindo o trabalho terceirizado até mesmo nas atividades-fim. “O projeto do deputado Mabel vai na contramão da história, piora e precariza ainda mais as condições de trabalho. É um desserviço o que este deputado presta ao nosso país”, avalia Moraes.

Representatividade

Sindicalistas de várias bases estiveram presentes. Pelos bancários, compareceram diretores da Federação e representantes dos sindicatos da Baixada Fluminense, Petrópolis, Rio de Janeiro e Sul Fluminense, na base da Federação. A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Leite, e o presidente da ContrafCUT, Carlos Cordeiro, também participaram, ressaltando o caráter nacional do ato.

Pelos petroleiros, além de dirigentes da FUP, compareceram representantes de vários sindicatos do estado e do Sindipetro-BA, além do secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros da Bolívia, David Ruella. Pelos ecetistas, participaram o sindicato do Rio de Janeiro e a federação nacional da categoria, a FentECT. Representantes da Confederação Nacional dos Químicos – CNQ e da Federação Nacional dos Portuários (FNPortuarios) também compareceram. O ato teve ainda a presença de representantes dos metalúrgicos, eletricitários, radialistas e trabalhadores das telecomunicações do estado, além de integrantes da direção da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES. O vereador Reimont Otoni (PT) e o deputado estadual Gilberto Palmares (PT) levaram seu apoio ao ato dos trabalhadores.


 







À mesa com a Fenaban

Carlos Cordeiro, presidente da ContrafCUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, concedeu à nossa reportagem uma breve entrevista. Confira:


 


Como está o clima das negociações?
A negociação entre os bancários e a Fenaban está entrando num momento importante do processo. Depois de quatro rodadas de negociação a Fenaban apresentou uma proposta que eles chamam de global, diferente do ano passado, quando, na primeira proposta, os banqueiros não apresentaram nada. Estamos vendo claramente que é insuficiente a proposta apresentada porque oferece apenas 0,37 % de aumento real e isto está muito longe do lucro e da rentabilidade do banco. Não houve proposta de valorização do piso e, como nossa campanha não é meramente econômica, estamos preocupados porque a questão do emprego, da rotatividade, da falta de funcionários foi um tema que debatemos muito na mesa. Queremos que esta campanha, esta convenção coletiva possa apontar alguma solução. O que os bancários hoje mais reclamam é das péssimas condições de trabalho, do assédio moral, da pressão pelo cumprimento de metas e neste ponto também não avançou nada.


 


Estamos diante da possibilidade de greve?
A mobilização está crescendo. Já rejeitamos a proposta na mesa, mas vamos submetê-la às assembleias do dia 22, já sinalizando a possibilidade de iniciarmos uma greve a partir do dia 27. A Fenaban está apontando para uma negociação antes disso e nós esperamos que, de fato, eles possam apresentar uma proposta boa para que o bancário possa se sentir contemplado frente aos lucros dos bancos. Mas, a persistir esta proposta ruim que os bancos estão colocando eu não tenho dúvidas de que nós vamos fazer uma greve talvez até maior que a que fizemos no ano passado.


 


A proposta da Fenaban de mandar a negociação de todas as cláusulas sociais para mesas temáticas tem alguma chance de passar?
Temos um modelo de negociação em que negociamos o ano inteiro. Algumas coisas importantes são fruto das negociações que nós fizemos. Falamos que queríamos colocar peso maior nos temas não econômicos. Conquistamos, por exemplo, a não publicação dos rankings individuais de atingimento de metas, o que é um avanço que temos. Fora isso, estamos colocando a periodicidade de reuniões das mesas, apontando um calendário de negociação de temas importantes como a terceirização, por exemplo, a questão do call center. Estamos fazendo o debate de segurança bancária – infelizmente já são 31 mortes este ano!. Mas nada disso está fechado.


 


A proposta de periodicidade para as reuniões das mesas é trimestral, exceto para a de segurança bancária, que seria semestral. O Comando vai pressionar para que haja um intervalo menor entre as reuniões?
Nós já batemos nisso. Os bancos, inclusive, já anotaram esta demanda e estão propondo rever. Esperamos que na próxima negociação eles já proponham uma frequencia maior para as reuniões.


 

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES