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PAUTA 2012

Frei Betto

Tudo indica que não teremos pela frente um ano fácil. A crise do capitalismo, que não é apenas financeira, mas estrutural, começa a afetar as economias emergentes, inclusive a do Brasil. Nada indica que os países da zona do euro vão deter a corrosão de suas economias e manter a mesma moeda.

Se a China, os EUA e a União Europeia reduzirem suas importações, o PIB brasileiro, que já chega ao patamar de R$ 4 trilhões (= US$ 2,5 trilhões) cairá junto com o crescimento do país. O governo Dilma dará tratos à bola para aquecer o mercado interno, segurar a inflação e favorecer o crédito. Tomara que consiga. Mas tudo indica que nessa viagem rumo ao desenvolvimento o Brasil enfrentará sérias turbulências.

Os próximos meses terão, como pauta prioritária, as eleições municipais de outubro. De novo, muita baixaria vai rolar… O importante é o eleitor não torcer o nariz para o processo eleitoral. Lembre-se: quem tem nojo de política é governado por quem não tem.

Deixo uma sugestão: faça uma lista de 10 prioridades que você e sua comunidade (associação, sindicato, ONG etc) consideram urgentes ao seu município. Tire cópias. Toda vez que um candidato a prefeito ou vereador vier pedir voto, pergunte, sem mostrar a lista, se concorda com os 10 pontos. Se disser que sim, apresente a lista e exija que ele assine. Se não assinar, alerte os eleitores.

Para que os candidatos se comprometam com metas e prazos, consulte as propostas da Rede Nossa São Paulo:www.nossasaopaulo.org.br

Outro assunto que dominará o ano são as obras da COPA. Haja esforço para que terminem antes de a bola rolar e haja fiscalização para evitar (ou ao menos reduzir) a corrupção via superfaturamento!

Entre 4 e 6 de junho, o Brasil sediará o megaevento ambiental conhecido como Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável) – vinte anos após a Eco 92, que reuniu líderes mundiais, inclusive Fidel Castro. A proposta de realização deste evento foi de Lula, em 2007.

A Eco 92 rendeu frutos importantes, como a Agenda 21, a Carta da Terra, e as convenções do Clima e da Biodiversidade.

A diplomacia brasileira terá de fazer muito esforço para trazer à Cidade Maravilhosa ao menos meia dúzia de chefes de Estado do G8, os países que governam o planeta. Isso porque o G8 está cada vez menos interessado em preservação ambiental, e mais em tirar suas nações da recessão.

Paralela à Rio+20 haverá a Cúpula dos Povos, que reunirá ONGs e empresas, universidades e associações, enfim, segmentos da sociedade civil interessados na questão ambiental.

E atenção: o Calendário Maia termina em 2012. Há quem encare isso como anúncio do fim do mundo! Há quem afirme ser o início de novo ciclo cósmico! Não se afobe. Faça de 2012 o fim de tudo isso que reduz sua qualidade de vida e o início do que pode melhorá-la. Garanto que você terá um feliz ano novo!

Frei Betto é escritor, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.



 


    Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

SEEB-RIO: Assembleia elege Comissão Eleitoral

Fernanda Carisio (BB, aposentada), José Ferreira (Caixa), Jorge Couto (Bradesco, aposentado), Leonice Costa (Federação RJ/ES) e Tadeu Soares (Federação RJ/ES). Estes são os integrantes da Comissão Eleitoral que vai organizar o processo de escolha da diretoria que comandará os destinos do Sindicato no período de 2012/2015. Eles foram eleitos por maioria esmagadora em assembleia, terça-feira (17), no auditório do Sindicato.


 


A assembleia, com 450 participantes registrados em ata, definiu ainda a data da votação: 10 a 13 de abril de 2012, em primeiro escrutínio ou de 17/4 a 20/4, em segundo escrutínio, ou de 24/4 a 27/4, em terceiro e último escrutínio, segundo reza o estatuto da entidade.


 


Registre-se também a comunicação, no auditório, da morte do bancário aposentado Waldemar Bianco, que exercia a diretoria de Relações Públicas do Departamento de Aposentados. O presidente Almir Aguiar foi prontamente atendido em seu pedido de um minuto de silêncio em reverência ao companheiro.

Fonte: Seeb-Rio

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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2012

Porto Alegre abrigará, de 24 a 29 deste mês de  janeiro, o FSM (Fórum Social Mundial) centrado no tema “Crise capitalista –  justiça social e ambiental”. O evento é uma das atividades preparatórias da  Cúpula dos Povos da Rio+20, que se reunirá na Cidade Maravilhosa entre 20 e 21  de junho de 2012.


    O FSM se realiza no momento em que vários povos se  movimentam por liberdade e democracia, como ocorre no mundo árabe. No  Ocidente, a crise do capitalismo suscita o movimento Ocupem Wall Street. As  duas manifestações têm em comum clareza quanto ao que não se quer, sem,  no entanto, apresentar propostas alternativas viáveis.


    No último 15 de outubro, houve mobilizações em quase 1  mil cidades de 82 países! No mundo andino, povos indígenas questionam o modelo  capitalista de desenvolvimento e resgatam os valores do bem viver – sumak  kawsay.


    Como resultado da incompetência de um  sistema que prioriza a acumulação privada da riqueza em detrimento dos  direitos humanos, sociais e ambientais, o capitalismo conhece, agora, nova  crise. Diante dela, a reação dos donos do poder é o samba de uma nota só:  austeridade, cortes, aumento de impostos e desemprego, flexibilização das leis  trabalhistas, congelamento de salários.


    Salvam-se os bancos e dane-se a população. Mais  miséria à vista; jovens sem perspectiva de futuro, condenados à droga e ao  crime; fluxos migratórios desordenados.


    Do lado da esperança, e após três décadas de  globocolonização neoliberal, as manifestações sinalizam valores positivos como  a empatia pelo sofrimento alheio, a solidariedade, a defesa da igualdade, a  busca de justiça, o reconhecimento da diversidade e a preservação ambiental.  Sem esse universo ético não há esperança de se construir um outro mundo  possível.


    É preciso reinventar a convivência  humana. E, da parte dos donos do poder, não há nenhuma proposta fora da  preocupação de não refrear a roleta do cassino global. A crise ambiental é  ignorada pela ONU, pelos governos dos EUA e da União Europeia, e nada garante  que a Rio+20 conseguirá reunir, como na Eco-92, chefes de Estado dos países do  G8.


    Mercantiliza-se a vida, destroem-se os  ecossistemas, reduz-se rapidamente a biodiversidade. Em todo o planeta,  acentuam-se os empreendimentos extrativistas, sem nenhuma preocupação com seus  impactos sociais e ambientais. Áreas fundiárias são descaradamente  transnacionalizadas em países do Terceiro Mundo.


    Em Belém 2009 e Dakar 2011, o FSM deu passos  significativos na busca de alternativas ao desenvolvimentismo e ao consumismo,  tendo em vista a preservação ambiental. Agora, a luta social é oxigenada pela  busca de democracia e soberania nos países árabes, e as amplas manifestações,  na Europa e nos EUA, contra a lógica necrófila do neoliberalismo. 


    Se outro mundo é possível, isso se dará a  partir da convergência de todas essas mobilizações, da sincronia entre todos  que lutam pela preservação ambiental, do diálogo entre as forças sociais e  políticas convencidas de que dentro do capitalismo não há salvação para o  futuro da humanidade.


    O FSM de Porto Alegre 2012 deverá ser o ponto de  encontro de sujeitos políticos capazes de apontar uma saída para a crise e as  bases de construção de um novo modelo civilizatório, no qual predomine a  globalização da solidariedade. E dele poderão brotar propostas temáticas para  abastecer aqueles que, em junho, se encontrarão na Cúpula dos Povos  (Rio+20).


    A dinâmica do FSM 2012 será à base de  grupos temáticos, de modo a acolher experiências e contribuições dos  participantes em torno de quatro eixos transversais: 1. Fundamentos éticos e  filosóficos: subjetividade, dominação e emancipação; 2. Direitos humanos,  povos, territórios e defesa da Mãe-Terra; 3. Produção, distribuição e consumo:  acesso à riqueza, bens comuns e economia de transição; 4. Sujeitos políticos,  arquitetura de poder e democracia.


    Mais informações: http://www.fstematico2012.org.br/index.php?link=48www.dialogos2012.org <http://www.dialogos2012.org> ;  [email protected][email protected]



    Frei Betto é escritor, autor, em parceria com  Marcelo Barros, de “O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade”  (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.

    Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

FINEP: A greve continua

NOTA DA AFIN:

CONTINUA
A GREVE POR TEMPO INDETERMINADO

O Sindicato dos Bancários e a AFIN realizaram assembléia na manhã de sexta-feira, 13, para apreciar a proposta apresentada na véspera pela Direção da Empresa. A comissão de negociadores da FINEP ofereceu apenas um pequeno aumento na PLR, que ainda mantinha o valor abaixo da Convenção Coletiva de Trabalho – CCT da categoria bancária. Os funcionários, então, rejeitaram a proposta e aprovaram por ampla maioria a manutenção da greve por tempo indeterminado.

No terceiro dia de greve o movimento cresceu, com aumento da adesão. Isto demonstra a indignação do funcionalismo com a falta de respeito que a Direção da FINEP vem demonstrando ao longo de todo o processo negocial. Esta manifestação de unidade e determinação levou a Direção da Empresa a propor a reabertura das negociações, com uma reunião para o final da tarde.


 


Nesta reunião ficou claro que a FINEP ainda não tem o que apresentar. Os negociadores da Empresa pediram um intervalo para discutir uma nova proposta, mas, até as 19:30 não procuraram os representantes dos empregados para retomar a reunião.

Vale ressaltar que um dos principais pontos reivindicados pelo funcionalismo é o aumento do piso, que está defasado em relação ao do restante da categoria. O piso praticado pela FINEP se refere a uma jornada de 8 horas, enquanto que os demais bancários têm jornada de 6 horas. Veja o comparativo entre os pisos do BB e da Caixa e o piso atual da FINEP.


 

 




















 


6 horas


Projeção p/ 8 horas


Piso atual
da FINEP


Piso oferecido
pela FINEP *


BB (06 horas)


1.760


2.347


1.744


2.000


Caixa (06 horas)


1.826


2.435










* Esta proposta foi colocada na mesa e, em seguida, retirada pela comissão de negociação da
Empresa, conforme ata da reunião nº 5, disponibilizada pela AFIN em 12/01.


 


 


Conclamamos todos os finepianos a se manterem mobilizados e unidos até que a Empresa apresente uma proposta aceitável.


 



TODOS À PORTA DA FINEP NESTA 2ª FEIRA
ASSEMBLEIA AO MEIO-DIA


O Colegiado

Fonte: AFIN

Finep entra em greve

A partir da zero hora de quarta-feira, dia 11, os funcionários da FINEP iniciaram uma greve por tempo indeterminado. A adesão no primeiro dia foi de 70 % do corpo funcional. Além de cruzarem os braços, os empregados fizeram uma assembleia na portaria do prédio onde funciona a empresa e decidiram manter a paralisação. A Cia de Emergência Teatral encenou um esquete fazendo o enterro da intransigência, simbolizada pelo presidente da Finep, Glauco Arbix – no texto teatral, chamado de Glauco Asterix.

Aviso e paciência não faltaram. A decretação do estado de greve foi feita em 14 de dezembro, um dia após as negociações serem unilateralmente suspensas, por parte da comissão de negociadores nomeada por Arbix. Desde então, a Afin – Associação dos Funcionários da Finep e o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro vêm realizando assembleias e solicitando à direção da empresa que retome as negociações. Mas os negociadores patronais ficaram desacreditados depois de voltarem atrás de promessas e compromissos assumidos em mesa e ficaram sem ter o que apresentar. A justificativa para as negativas e para a retirada de propostas já feitas são supostas limitações impostas pelo DEST, o órgão do governo federal que regula as estatais. Mas a direção da Afin e o Seeb-Rio entraram em contato com o órgão e foram informados de que nenhuma consulta formal foi feita pela direção da Finep sobre as possibilidades de atender às reivindicações do funcionalismo.

Centralizador

A direção da Afin e o Seeb-Rio entendem que o único responsável pelo atual estado das coisas é Glauco Arbix. Foi ele quem nomeou uma comissão de negociação à qual não deu autonomia para decidir e desautorizou repetidas vezes. O presidente da empresa também já declarou publicamente que é contrário ao pagamento linear de PLR e abono aos funcionários, alegando que a maioria não faz jus a estes benefícios. “Foi Arbix quem empurrou o funcionalismo da Finep para a greve”, avalia Ronald Carvalhosa, representante do Sindicato na comissão de negociação dos empregados.

A postura de Arbix demonstra não só desrespeito pelos empregados, mas também uma profunda falta de compromisso com o futuro da própria empresa. “Tem gente que acha que o mundo passa a existir quando eles nascem. E tem aqueles que pensam que a empresa começou quando eles chegaram. A Finep tem quase 45 anos e uma tradição de olhar para o futuro. A postura do presidente está ameaçando esta tradição e o próprio futuro da empresa ao desrespeitar os funcionários”, avalia José Amálio, diretor da Afin.

Evasão

A preocupação do veterano dirigente da associação procede. Com expertise em financiamento de pesquisas nas mais diversas áreas, a Finep tem visto seus técnicos irem embora em busca de melhores salários e perspectivas profissionais. A política de pessoal tem afastado trabalhadores especializados que, depois de treinados dentro da empresa, vão para outras organizações. A solução do impasse e a valorização do funcionalismo são fundamentais para a sobrevivência da Finep.

Para José Amálio, a adesão de 70 % do funcionalismo à greve é uma prova da insatisfação dos empregados. O dirigente também ressalta que o presidente da empresa tem tomado medidas equivocadas para tentar resolver a crise. Primeiro, foi procurar a direção nacional do PT para reclamar da atuação do Seeb-Rio na negociação. Mais recentemente, procurou a Fenaban, entidade que não tem nenhuma relação com a Finep. “Estas atitudes do Arbix são reveladoras do quanto ele está sendo incomodado por nossa mobilização. E também demonstram desorientação. Tudo isso é prova de que estamos no caminho certo e devemos manter a pressão”, conclui Amálio.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Eleições sindicais: Seeb-Rio define comissão em assembleia

O Seeb-Rio realiza assembleia no próximo dia 17, às 18h, em seu auditório para definir a comissão que vai cuidar das eleições para a nova diretoria.

EM TEMPO: Dia 17 o Seeb-Rio completa 82 anos de luta.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

A Privataria Tucana: Seeb-Rio faz lançamento e debate

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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FELIZ 2012

         Desejo  um Feliz Ano-Novo onde, se Deus quiser, todas as crianças, ao ligarem a TV,  recebam um banho de Mozart, Pixinguinha e Noel Rosa; aprendam a diferença  entre impressionistas e expressionistas; vejam espetáculos que reconstituem a  Balaiada, a Confederação do Equador e a Guerra dos Emboabas; e durmam após  fazer suas orações. 
 
         Quero um  Ano-Novo em que, no campo, todos tenham seu pedaço de terra, onde vicejem  laranjas e alfaces, e voejem bem-te-vis entre vacas leiteiras. Na cidade, um  teto sob o qual haja um  fogão com panelas cheias, a sala atapetada por  remendos coloridos, a foto do casal exposta em moldura oval sobre o sofá. 
 
         Espero um  Ano-Novo em que as igrejas abram portas ao silêncio do coração, o órgão  sussurre o cantar dos anjos, a Bíblia seja repartida como pão. A fé, de mãos  dadas com a justiça, faça com que o céu deixe de concentrar o olhar daqueles  aos quais é negada a felicidade nesta  terra.


         Um Feliz  Ano-Novo com casais ociosos na arte de amar, o lar recendendo a perfume, os  filhos contemplando o rosto apaixonado dos pais, a família tão entretida no  diálogo que nem se dá conta de que o televisor é um aparelho mudo e cego num  canto da  sala.
 
         Desejo  um Ano-Novo em que os sonhos libertários sejam tão fortes que os jovens, com o  coração a pulsar ideais, não recorram à química das drogas, não temam o futuro  nem expressem-se em dialetos ininteligíveis. Sejam, todos eles, viciados em  utopia. 
 
         Espero um  Ano-Novo em que cada um de nós evite alfinetar rancores nas dobras do coração  e lave as paredes da memória de iras e mágoas; não aposte corrida com o tempo  nem marque a velocidade da vida pelos batimentos  cardíacos.


         Um  Ano-Novo para saborear a brevidade da existência como se ela fosse perene, em  companhia de ourives de encantos, cujos hábeis dedos incrustam na rotina dos  dias joias ternas e  eternas.
 
         Quero  um Ano-Novo em que a cada um seja assegurado o direito ao trabalho, a honra do  salário digno, as condições humanas de vida, as potencialidades da profissão e  a alegria da vocação. Um novo ano capaz de saciar a nossa fome de pão e de  beleza. 
 
         Rogo por  um Ano-Novo em que a polícia seja conhecida pelas vidas que protege e não  pelos assassinatos que comete; os presos reeducados para a vida social; e que  os pobres logrem repor nos olhos da Justiça a tarja da cegueira que lhe  imprime isenção. 
 
         Um  Ano-Novo sem políticos mentirosos, autoridades arrogantes, funcionários  corruptos, bajuladores de toda espécie. Livre de arroubos infantis, seja a  política a multiplicação dos pães sem milagres, dever de uns e direito de  todos.


         Espero um  Ano-Novo em que as cidades voltem a ter praças arborizadas; as praças, bancos  acolhedores; os bancos, cidadãos entregues ao sadio ócio de contemplar a  natureza, ouvir no silêncio a voz de Deus e festejar com os amigos as  minudências da vida – um leque de memórias, um jogo de cartas, o riso aberto  por aquele que se destaca como o melhor contador de  piadas.

Desejo um Ano-Novo em que o líder dos direitos  humanos não humilhe a mulher em casa; a professora de cidadania não atire  papel no chão; as crianças cedam o lugar aos mais velhos; e a distância entre  o público e o privado seja encurtada pela ponte da coerência. 
 
         Quero um  Ano-Novo de livros saboreados como pipoca, o corpo menos entupido de gorduras,  a mente livre do estresse, o espírito matriculado num corpo de baile, ao som  dos mistérios mais profundos. 
 
         Desejo um  Ano-Novo em que o governo evite que o nosso povo seja afetado pela crise do  capitalismo, livre a população do pesado tributo da degradação social, e tome  no colo milhões de crianças precocemente condenadas ao trabalho, sem outra  fantasia senão o medo da  morte.



         Espero  um Ano-Novo cujo principal evento seja a inauguração do Salão da Pessoa, onde  se apresentem alternativas para que nunca mais um ser humano se sinta ameaçado  pela miséria ou privado de pão, paz e prazer.


 Um Ano-Novo em que  a competitividade ceda lugar à solidariedade; a acumulação à partilha; a  ambição à meditação; a agressão ao respeito; a idolatria por dinheiro ao  espírito das Bem-Aventuranças. 
 
         Aspiro a  um Ano-Novo de pássaros orquestrados pela aurora, rios desnudados pela  transparência das águas, pulmões exultantes de ar puro e mesa farta de  alimentos  despoluídos.



         Rogo  por um Ano-Novo que jamais fique velho, assim como os carvalhos que nos dão  sombra, a filosofia dos gregos, a luz do Sol, a sabedoria de Jó, o esplendor  das montanhas de Minas, a música gregoriana.


 Um ano tão novo que  traga a impressão de que tudo renasce: o dia, a exuberância do mar, a  esperança e nossa capacidade de amar. Exceto o que no passado nos fez menos  belos e bons.



Frei Betto é escritor, e autor, em parceria com  Leonardo Boff, de “Mística e Espiritualidade” (Vozes) entre outros livros. http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.

 
Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

Trabalhadores preocupados com ações regressivas do INSS

No ano de 2011 o INSS ajuizou 1.833 ações regressivas para reaver o dinheiro gasto com benefícios por acidente de trabalho e doenças ocupacionais. A expectativa do órgão é de que R$ R$ 363 milhões retornem aos cofres. A iniciativa, que já vem ocorrendo desde 2008, faz parte de um esforço do Ministério da Previdência de conscientizar as empresas a cuidarem melhor da segurança e das condições de trabalho que oferecem a seus empregados. O índice de sucesso do INSS nestas demandas judiciais é de 90 % .


 


Embora seja uma política que pode contribuir para a redução dos acidentes, o ajuizamento de ações regressivas não tem só aspectos positivos. A preocupação do sindicalista Edilson Cerqueira, diretor de saúde da Federação, é de que os trabalhadores acabem pagando um preço alto por isso. “Há muitos peritos que cedem à pressão das empresas. Com as ações regressivas aumentando, os empresários vão começar a pressionar cada vez mais para que sejam concedidos apenas benefícios B-31, o auxílio-doença, mesmo quando o problema de saúde do segurado tem nexo causal, provocado pelo trabalho”, ressalta Edilson.


 


A dificuldade dos trabalhadores com as perícias do INSS não é de hoje. Muitas vezes os segurados são tratados de forma desrespeitosa pelos peritos, o que pode até agravar seu estado de saúde. Sindicatos de todas as categorias denunciam esta situação, mas ainda não houve uma atitude firme do instituto para mudar este quadro. Em setembro de 2011 foi realizada uma audiência pública para tratar da humanização das perícias na Comissão de Trabalho, de Administração e de Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados. A audiência foi solicitada pela direção da CUT Nacional ao presidente da Comissão, deputado Vicentinho (PT-SP), como parte das atividades de 28 de Abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. O evento teve a participação de sindicalistas – inclusive Edilson – , e também do secretário executivo do Ministério da Previdência, Carlos Eduardo Gabas; da pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno; do presidente do INSS, Mauro Luciano Hauschild; e de Geilson Gomes Oliveira, presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social. (saiba mais nas matérias da Contraf e do Seeb-SP).


 


Mudar as dinâmicas das perícias e transformar a relação entre os segurados e os peritos é fundamental para a melhoria do atendimento ao trabalhador e até mesmo para a saúde financeira do INSS. “Sabemos que as perícias são falhas e que, muitas vezes, os acidentes não são reconhecidos. É comum os peritos concederem o B-31, o auxílio doença, que é para situações em que os problemas de saúde do segurado não têm relação com o trabalho. Com a pressão das empresas sobre os médicos da previdência, diminui a concessão de benefícios acidentários, os B-91. Mas o perito que fizer isto estará trabalhando contra o próprio INSS, já que não existe ação regressiva para o auxílio-doença”, pondera Edilson Cerqueira.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Reunião com Citibank

Diretores da Federação se reúnem com o departamento de RH do Citibank, em São Paulo, nos dias 17 e 18 de janeiro, terça-feira e quarta-feira da semana que vem.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES