Campos: sindicato fecha agência do Santander em obras

As agências do Santander estão dando trabalho aos diretores do Sindicato dos Bancários de Campos. Na última terça-feira, 27, a principal unidade do banco no município foi fechada pelos sindicalistas por não oferecer condições adequadas de trabalho e atendimento. O local está em reformas desde a semana passada e apresenta muita poeira em suspensão, fios soltos pendendo do teto, cheiro de tinta, piso quebrado e todos os transtornos de uma obra. Quando os sindicalistas chegaram ao local para suspender o funcionamento, não só os bancários, mas também os clientes que estavam na unidade aplaudiram a medida. “Todo mundo concordou que não havia condição da agência funcionar”, relata Ricardo Azeredo, diretor do sindicato.


 


No mês passado, outra agência já havia apresentado problemas. O banheiro estava quebrado e a solução do banco foi contratar um sanitário químico, que ficava fora da unidade, na rua. Era apenas um banheiro para ambos os sexos, para servir tanto a funcionários quanto a clientes. “Ficava no sol, o calor e o mau cheiro eram insuportáveis”, conta Azeredo. A decisão do sindicato foi também de interditar a agência até que a situação fosse resolvida. E a solução não tardou. “Era uma coisa simples e, além do banheiro, o ar-condicionado também foi consertado. Só faltava boa vontade, mas dinheiro há de sobra, já que o banco tem lucros altíssimos todos os anos”, completa o dirigentes.


 


Com uma base extensa, o sindicato nem sempre consegue visitar com frequencia todas as unidades bancárias. Assim, os sindicalistas estão aproveitando as manifestações para estimular os bancários e também a população a telefonar para a sede da entidade e denunciar as irregularidades e problemas das agências da região.



 

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

NOTA DE FALECIMENTO

Faleceu no último dia 26 Márcio Sampaio Carvalhosa, irmão de Ronald Carvalhosa, diretor do Seeb-Rio. Márcio estava em casa quando sofreu um infarto fulminante, falecendo imediatamente. O sepultamento ocorreu no dia seguinte, 27 de março, no cemitério do Caju. A diretoria e os funcionários da Federação enviam suas condolências à família do companheiro.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

PETRÓPOLIS: Dieese ministra Seminário de Planejamento estratégico para nova diretoria

Foi realizado pelo Sindicato dos Bancários de Petrópolis de 23 a 25 de março o Seminário de Planejamento Estratégico da diretoria para o mandato 2011/2014. O seminário foi ministrado pelo supervisor técnico do Dieese-RJ, Cloviomar Cararine, e contou com a participação de toda a diretoria da entidade.

Na ocasião, foi elaborado um plano para ser colocado em prática pelos integrantes da Chapa Bancários-CUT, vitoriosa nas eleições sindicais, nos três anos de mandato. O objetivo do evento foi aprofundar mais o conhecimento para a categoria bancária, destacando a importância do Sindicato para a classe, e informar sobre as lutas e conquistas alcançadas para a categoria, além de traçar planos de ação para os próximos anos.

Além dos novos diretores do Sindicato, participaram do Seminário convidados importantes comoDarby Igayaram, presidente da CUT/RJ; Almir Aguiar, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro; Miguel Pereira, secretário de organização da CONTRAF-CUT; Paulo de Tarso, diretor da Federação dos Bancários do RJ/ES; e Mônica Armada, presidente do Sindicato dos Enfermeiros/RJ. “Agradecemos a participação destes companheiros, que contribuíram para o enriquecimento de conhecimentos dos nossos diretores. Foi de grande ajuda para os novos companheiros da chapa,” avaliou o presidente do Sindicato, Luiz Claudio Ferreira da Rocha.

Fonte: Seeb Petrópolis

CAIXA: Login único começa a funcionar dia 26

A reunião realizada entre a CEE da Caixa e a direção do banco no último dia 21 rendeu algumas boas notícias. A principal delas é que começa a funcionar na segunda-feira, 26, o login único no Sistema de Ponto Eletrônico. A medida deverá impedir o registro irregular de horas trabalhadas, evitando o problema de extrapolação de jornada e do não pagamento de horas extras. Denúncias foram apresentadas de que há situações de funcionários trabalhando até mesmo nos fins de semana. A Caixa ficou de apurar e tomar as providências necessárias para impedir esta prática. O banco ficou de corrigir as irregularidades apontadas no início do funcionamento do novo sistema. Foi marcada uma reunião do GT Sipon para o próximo dia 03. 


 


Mas os representantes dos trabalhadores saíram da reunião sem uma solução para o problema do registro das horas negativas. Isto ocorre quando os gestores, prevendo a realização de trabalho extraordinário nos dias de pico, liberam antecipadamente os funcionários em dias de pouco movimento, para que estas horas de folga sejam compensadas. Este problema é grave não só porque não oferece ao trabalhador a chance de negociar as datas em que gozará as folgas – como também ocorre na compensação posterior – mas também porque, muitas vezes, a comunicação da folga acontece somente depois da chegada do bancário ao seu local de trabalho. “Com a suspensão do pagamento de horas extras, a compensação está acontecendo de maneira irregular em muitos locais. Nossa reivindicação é que seja dada ao trabalhador a oportunidade de decidir junto com seu gestor quando terá folga ou, ainda, se prefere receber em dinheiro. A legislação determina que a compensação só poderá ser feita mediante a criação de banco de horas previsto em acordo ou convenção coletiva. Portanto, o trabalhador não é obrigado a aceitar a compensação, mas pode optar entre receber em dinheiro ou compensar em folgas. “O entendimento do movimento sindical é de que a forma justa é o pagamento das horas-extras. “A compensação é uma exceção e não pode ser imposta ao trabalhador”, pondera Ricardo Maggi, representante da Federação na CEE da Caixa. 


 


Outro assunto abordado foi o novo formato para o Processo Seletivo Interno. A empresa apresentou uma nova proposta de formatação e informou que somente os empregado com nomes cadastrados e publicados poderão participar dos processos seletivos. “O modelo atual, que vem sendo modificado desde 2009, já melhorou muito, mas ainda há ajustes a fazer. Há brechas que permitem o favorecimento de um funcionário em detrimento de outro. É preciso que estas irregularidades sejam corrigidas e somente um modelo com critérios objetivos poderia resolver este problema”, informou Maggi. 


 


Também falta clareza de critérios quando o assunto é o descomissionamento de funcionários. Nos bancos públicos, perder o cargo comissionado é comparável a uma demissão, já que é a punição mais grave que costuma acontecer, uma vez que a dispensa de funcionários concursados não é comum. “O funcionário passa por um longo processo seletivo e, depois de algum tempo, é descomissionado com alegações absurdas, como falta de comprometimento ou de perfil. Ora, será que ninguém percebeu isso durante a seleção, antes do candidato conquistar e ocupar o cargo?”, questiona Maggi. “O descomissionamento é combatido por todo o movimento sindical, mas, se acontecer, que obedeça a critérios claros e dentro das diretrizes da empresa, não por razões definidas pelo gestor. E o empregado descomissionado também tem que ter um espaço para se defender das alegações que estão sendo usadas para justificar a perda do cargo”, defende o dirigente. 


 


 


Preocupação 


 


 


Um ponto que tem levado apreensão aos bancários diz respeito ao contencioso jurídico da Funcef. Sempre que a Caixa perde uma ação trabalhista de empregado aposentado, é o fundo de pensão que arca com a despesa de pagar a complementação dos salários. É o caso do CTVA, por exemplo, que está sendo incorporado ao salário. A base de cálculo é diferente para cada situação – com ou sem CTVA – e a empresa tem perdido ações. Nesta situação, a Caixa tem passado para a Funcef o encargo de pagar as diferenças. Isto já está provocando impactos nas contas do fundo de pensão, já que aquele bancário não contribuiu sobre o valor que é incorporado por força da decisão judicial. “Estes passivos são trabalhistas, não previdenciários. A Caixa é a responsável por não pagar na época em que deveria ter pago. Também não se pode admitir que a contribuição do participante seja cobrada porque, se o banco não pagava sobre o valor real da remuneração, o bancário é que não vai pagar”, defende Maggi. 


 


 


Trabalho decente


 


 


A sobrecarga de trabalho e a má qualidade do atendimento prestado em algumas situações também foi assunto. “A solução é que a Caixa faça lotação de empregados de acordo com as necessidades e a demanda de serviço de cada unidade para que o bancário não faça horas-extras todos os dias, não tenha um volume de trabalho que possa prejudicar sua saúde e o atendimento à população não seja precarizado”, defende o representante da Federação na CEE. 


 


Sobre a implantação das Comissões de Conciliação Voluntária, o movimento sindical reivindica que a empresa coloque claramente sua proposta para situações como a 7ª e a 8ª horas. Ricardo Maggi destaca, também, que as CCVs são, como o próprio nome diz, voluntárias, não havendo obrigatoriedade de todos os sindicatos implantarem uma comissão, nem do trabalhador recorrer a elas no momento de calcular valores, abrindo mão de buscar soluções na Justiça. 


 


 


Denúncia 


 


 


Vários sindicatos denunciaram o assédio moral que os caixas vêm sofrendo através do uso de câmeras para monitorar a produtividade. A prática de assédio é clara, já que, além das pressões, já estão acontecendo em todo o país descomissionamentos motivados por esta vigilância constante. Há também problemas de assédio em situações como a classificação de equipes por cores e a cobrança de metas individuais. Há também denúncias de que compensadores que foram remanejados para outro cargo continuam realizando as mesmas atividades, sem a remuneração correspondente. Nenhuma das denúncias encaminhadas é da base da Federação, mas os sindicalistas devem ficar atentos. “Se houver qualquer problema desta natureza, os sindicatos filiados devem informar imediatamente à Federação, para que possamos tomas as providencias”, recomenda Maggi. 


 


 


Saiba mais sobre a negociação na matéria da Fenae, aqui:


 


 

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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ESPECIAL MÊS DA MULHER: A cidadania social como caminho para a cidadania politica – Parte II

Rita da Costa Pereira *


Após a paralisia provocada pela instalação da ditadura militar no Brasil, o país viveu um momento muito particular e rico politicamente no período de 1979 a 1985. Apesar de asfixiado, o movimento sindical recebeu uma importante ajuda para a retomada da luta dos trabalhadores e trabalhadoras. Com a pauperização da classe trabalhadora as periferias das grandes cidades se organizaram em associações de bairros e movimentos sociais que acabaram por pressionar os governos. É neste momento que condições de vida e trabalho se encontram, e nesse encontro as necessidades e reivindicações são assexuadas. Homens e mulheres se unem em um objetivo comum: por melhora da qualidade de vida.



No campo, seja pela “mãos” das pastorais ou grupo laicos, as mulheres começam o debate sobre seu papel como cidadãs – não que isso não tivesse acontecido antes, só que agora ele começa a tomar corpo. Num espaço onde o trabalho doméstico se confunde com o trabalho do campo, as trabalhadoras rurais começam a questionar o trabalho exaustivo e sua responsabilidade na renda familiar. Em um primeiro momento, essas organizações denunciaram a ausência do Estado nos seus direitos básicos à saúde e educação. Neste contexto nasceram abaixo-assinados, passeatas e encontros. Apesar de lutarem por inclusão social, esses movimentos levaram as trabalhadoras rurais a questionamentos mais profundos ligados ao feminino. Quando a discussão é saúde, despontam a maternidade e suas responsabilidades. Daí para o questionamento do “porque somente à mulher cabe a responsabilidade pela criação de seus filhos?”, é um pulo.



Com a redemocratização do Brasil, surgiu em 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo, SP, a Central Única dos Trabalhadores – CUT. Em seu estatuto, seus objetivos principais são: “… o compromisso com a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, a luta por melhores condições de vida e trabalho e o engajamento no processo de transformação da sociedade brasileira em direção à democracia e ao socialismo;”. As mulheres participaram ativamente deste processo histórico, e do mundo do trabalho surgiu seu principal palanque político: o movimento sindical. Neste espaço suas demandas foram expostas e soluções cobradas. Contra a discriminação por sexo – demanda que rompia as paredes de casa, reconhecimento da sua contribuição social e econômica pela sua força de trabalho – na casa ou na empresa. Enfim, a mulher conquistou sua cidadania social, antes restrita apenas aos homens. Finalmente saiu da sombra do trabalho masculino e mostrou sua força produtiva. Mas existiam demandas específicas das trabalhadoras, o que acabou na criação, no ano de 1986, da Comissão da Questão da Mulher Trabalhadorada CUT, em nível nacional.



Apesar do crescente aumento da presença das mulheres nos espaços políticos, esse número ainda é pequeno nas direções das entidades sindicais. Uma das tentativas da CUT para diminuir essa diferença de gêneros nas direções foi a implantação, em 1993, do sistema de cotas mínimas de mulheres. Mesmo com esta iniciativa, ainda temos poucas mulheres nas diretorias executivas das entidades. Não vou entrar aqui na questão do machismo que ainda faz parte de nossa sociedade, e que por isso também está presente dentro do movimento sindical. Essa prática é visível, porém cada vez a mulher se torna mais autônoma, mais crítica, mais escolarizada, o que tem dado a ela mecanismos para enfrentar e lidar com mais tranquilidade com essa prática. Prefiro pensar que o principal entrave da vivência política da mulher trabalhadora brasileira ainda é fruto de sua jornada dupla de trabalho: empresa e lar. As creches liberaram as mulheres para o trabalho, mas não para a vida política.



Neste importante espaço de atuação política conquistado pelas trabalhadoras brasileiras – as entidades sindicais –, seria interessante que fossem criadas unidades sindicais não por local de trabalho, mas pelo de moradia do trabalhador. Essas unidades devem ser equipadas com creches para que essas trabalhadoras possam participar mais ativamente das discussões sem comprometer suas outras tarefas diárias.



É preciso diminuir a distância entre o espaço político e a trabalhadora. Afinal os dados do último senso do IBGE, do ano de 2010, mostraram que em nosso país quase 40\ % \ das famílias são chefiadas por mulheres, ou seja, de cada dez famílias, quatro têm chefia feminina. Já é hora de aumentarmos, também, o número de participantes femininas em suas entidades sindicais de base. É preciso que dirigentes sindicais de ambos os gêneros pensem em soluções práticas para aumentarmos a participação das mulheres.


 



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* Rita da Costa Pereira é graduada em História pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em História Contemporânea pela Universidade Cândido Mendes

Fonte: Rita da Costa Pereira

Vigilantes encerram greve, após oito dias

Acordo com patronal foi aprovado pela categoria na noite de quarta-feira


 


Os vigilantes de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Rio Bonito decidiram na noite desta quarta-feira, 21, encerrar a greve da categoria durante assembleia realizada na sede do Sindicato dos Bancários de Niterói. Os trabalhadores aprovaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Sindicato Patronal no meio da tarde. A categoria conquistou 7 % de aumento sobre o piso salarial, 7 % de aumento no tíquete refeição e 6 % de risco de vida o que caracteriza 7,5 % de ganho real nos vencimentos. Com os novos índices o piso da categoria sai de R$ 864 para R$ 925 somados ao adicional de periculosidade que chega a 14 % totalizando R$ 1.054,50. O reajuste é retroativo a primeiro de março. Os vigilantes garantiram ainda que as empresas não descontem os dias parados por causa da greve.

Nesta quinta-feira o expediente bancário voltará ao funcionamento normal em todos estes municípios. Para o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e regiões, Cláudio José, a categoria aprendeu e cresceu muito com a paralisação.

“Para nós foi uma grande vitória essa conquista. Começamos as negociações com os empresários afirmando que não dariam nenhum tipo de aumento e agora conquistamos bons índices. A mobilização dos vigilantes foi primordial. A adesão em nossa base foi notícia em todo país. Ficamos felizes com a participação destes trabalhadores que só buscavam seus direitos e valorização da profissão. Tínhamos cerca de 200 homens e mulheres trabalhando diariamente para que a greve obtivesse sucesso. Fechamos mais de 160 agências bancárias. Paralisamos serviços em empresas privadas, shoppings e estaleiros. Em Niterói, 80 % de adesão. Em São Gonçalo 70 % dos bancos fechados e nas demais cidades todas as agências impedidas de funcionar por causa dos 100 % de participação dos vigilantes. Foi histórico para a categoria da base de Niterói. Aprovamos hoje o fim da greve com a sensação de dever cumprido. Nossos sinceros agradecimentos ao parceiro Sindicato dos Bancários, também bravos guerreiros nesta luta árdua e, principalmente, à sensatez do Tribunal Regional do Trabalho que percebeu a recusa dos empresários em negociar. Seguimos firmes no propósito de novas conquistas para a categoria”, afirmou Cláudio José de Oliveira.

Foram oito dias de paralisação que se iniciou no dia 12 de março. Durante o período algumas ações foram essenciais para a negociação final. O Sindicato dos Vigilantes de Niterói, em uma atitude pioneira, procurou o Ministério Público e solicitou a realização de mesa redonda de negociação. Na primeira oportunidade o patronal não compareceu. Após uma nova data agendada pelo Procurador do Trabalho de Niterói, na sexta-feira, 16, os empresários apresentaram o primeiro esboço dos índices. Naquele momento, o presidente do SVNIT resolveu não aceitar a proposição por considerar abaixo das expectativas da categoria.

Na última terça-feira, 20, uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região com a participação de todos os 15 sindicatos que representam a categoria no Estado, a Desembargadora Maria de Lourdes Sallabery mediou a negociação pressionando ainda mais os empresários a cederem por algum índice. Novamente o impasse ficou sem solução.

Na quarta-feira, o Sindicato patronal se reuniu e resolveu acatar as sugestões de reajuste dada pela Desembargadora, colocando ponto final na greve, uma vez que a categoria aprovou a proposta.

Participaram ainda da última assembleia de greve realizada pelo SVNIT representantes do Sindicato dos Bancários de Niterói como o presidente Fabiano Júnior que destacou a luta e a união da categoria. “Tivemos um ensinamento dado pelos vigilantes. Os empresários tentaram minar todas as forças do sindicato da categoria que, mesmo sem recursos financeiros, conseguiu levar a greve adiante e conquistar um bom reajuste. Greve é um direito, um instrumento de luta dos trabalhadores. Vocês são vitoriosos. Esta conquista resgatou a autoestima da categoria que se mostrou forte”, destacou Fabiano Júnior.

O diretor do Seeb-Niterói, Jorge Antônio (Porkinho) também foi enfático em suas palavras. “Um sindicato não faz greve sozinho. A mobilização da categoria e a confiança na coordenação das ações pelo presidente Cláudio, permitiram a conquista desta vitória. Os vigilantes merecem ser valorizados e o Sindicato dos Vigilantes de Niterói conquistou o respeito da população, da sociedade organizada e até da imprensa. A batalha continua, temos que lutar por um piso unificado: bancários e vigilantes tem que ser iguais”, frisou “Porkinho”.

Representando as mulheres, a diretora do Seeb-Niterói, Haideé Antunes, lembrou a união. “Luta só se ganha com união. E os vigilantes de Niterói demonstraram estar unidos e em busca do objetivo. A categoria merece e está de parabéns”, relatou.

Fonte: Sindicato dos Vigilantes de Niterói e Região

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ESPECIAL MÊS DA MULHER: A cidadania social como caminho para a cidadania política – Parte I

Rita da Costa Pereira *



Pensar o mundo do trabalho como reflexo das necessidades humanas tem sido tema de vários trabalhos acadêmicos. A forma como homens e mulheres lidam com a vida material acaba refletindo muito mais do que as questões especificadas do trabalho, mas valores sociais, preconceitos, limitações e formas de lutas e superações.



Vinte anos após o fim do trabalho escravo no Brasil, alguns setores, civis e militares, começaram a fazer suas primeiras reivindicações. A partir de 1907, com a liberdade sindical, trabalhadores da imprensa nacional, ferroviários e do arsenal da Marinha começaram a questionar a situação insalubre do trabalhador brasileiro. Dadas as péssimas condições de trabalho do período, no principio se reivindicou o básico.



Neste período a cidadania social era exclusividade dos homens, já que este direito estava ligado à sua função laboral na sociedade. A ideia de que só o homem era trabalhador ofuscava o trabalho feminino. As mulheres não estavam incluídas nem mesmo como parte economicamente produtiva da sociedade. Com seu trabalho à sombra do masculino, suas demandas não estavam incluídas nas pautas de reivindicações.



Foi somente a partir de 1930, com a criação do Ministério do Trabalho (26/11/1930), que o Estado brasileiro começou a engatinhar rumo a uma regulamentação das questões ligadas ao mundo do trabalho. Pressionado pelos sindicalistas – de tendências socialistas, comunistas e anarquistas – acabou por ceder em nome da governabilidade. A definição de direitos e deveres de ambas as partes, patrão e empregados, vai dar inicio à construção da cidadania social no Brasil. Através da organização dos trabalhadores, liderados pelos seus sindicatos em em 1º de maio de 1943, pelo decreto lei 5.452, é criada a famosa CLT. Em seu Art. 5º, define que “a todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção de sexo”, contemplando a trabalhadora brasileira. Mais que isso, o artigo denuncia uma das maiores injustiças contra a mulher no mundo do trabalho: a desigualdade de salário entre gêneros, questão combatida até os dias de hoje. Outros artigos da CLT vão fazer a defesa da mulher trabalhadora. O direito ao emprego após a contratação do matrimônio e da maternidade também serão garantidos. Preconceitos antes velados começam a despontar através da lei que regulamenta o trabalho no Brasil. Elas já haviam conquistado o direito ao voto, em 1932, e, em 1934, o de serem eleitas, mas era principalmente no trabalho que a mulher abria seu espaço de atuação política. Era nesse espaço que ela sentia todas as limitações impostas ao seu sexo.



Esse modelo de cidadania social se manteve até o golpe militar de 1964. A CLT representou um avanço na conquista de direitos pelos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, mas não atingia a todos. Somente as grandes empresas e os trabalhadores urbanos estavam abrangidos, num país onde a maior parte dos trabalhadores estava no campo.



Após o golpe militar, e durante os governos militares que o seguiram, houve um retrocesso na atuação do espaço conquistado pelos trabalhadores e trabalhadoras que culminou com a conquista da cidadania social. O mais significativo foi o enfraquecimento dos movimentos sindicais, com repressão aos sindicatos e as suas lideranças, e o enfraquecimento da justiça do trabalho.



Os governos militares deram um grande golpe no espaço político que começava a ser ocupado pelas trabalhadoras: os sindicatos. Com apoio civil, lançam programas políticos voltados para a família. Consequentemente, para o modelo padrão da família da época, onde o homem é o chefe mantenedor e a mulher, a “atriz” coadjuvante.



Mas o primeiro passo já havia sido dado. E por mais que o regime militar, durante os anos de chumbo, tenha dificultado o avanço das mulheres trabalhadoras brasileiras na conquista de seu espaço político, ele não conseguiu pará-las. O arrocho salarial e a carestia, acabaram dando um novo gás à luta das mulheres. Dessa vez não foram somente as mulheres da cidade, mas também as do campo que se organizaram em busca de seus direitos. A partir da década de 1970 o país, como um todo, não suportava mais o regime autoritário e excludente, e o movimento sindical deu ainda mais voz e espaço político para as mulheres.



Mas essa é outra história e fica para a próxima semana.


 


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* Rita da Costa Pereira é graduada em História pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em História Contemporânea pela Universidade Cândido Mendes

Fonte: Rita da Costa Pereira

Patrões criam impasse no TRT e vigilantes mantêm greve

A audiência de conciliação realizada na tarde de terça-feira, 20, no TRT-RJ entre os 15 sindicatos de vigilantes do estado e a entidade patronal acabou em impasse. A desembargadora Maria de Lourdes Sallabery, que conduziu a audiência, fez várias propostas às duas partes até que os trabalhadores aceitaram levar às assembleias uma oferta de reajuste de 7 % nos salários e 6 % de adicional de risco de vida. Com esta proposta, a greve seria suspensa temporariamente e as demais reivindicações seguiriam sendo negociadas. Mas o sindicato dos empresários insistiu em dizer que é impossível conceder os percentuais que os vigilantes reivindicam e não concordou em mudar as regras do tíquete. Diante da intransigência dos empresários a própria magistrada concluiu, então, que não havia condição de solicitar a suspensão da greve.

A reivindicação inicial dos vigilantes era de um reajuste 8 % no piso salarial, mais concessão de adicional de risco de vida de 6 % para todo o estado. Os trabalhadores também reivindicam aumento no tíquete-refeição e redução do desconto do benefício, que atualmente é de 20 % , o teto permitido pelo Programa de Alimentação do Trabalhador. Os patrões não aceitaram negociar as mudanças no tíquete. A desembargadora propôs que este item ficasse para negociação posterior e que fossem feitas ofertas para o reajuste do piso e do adicional. Os sindicatos se comprometeram a recomendar que as assembleias aprovassem estes índices e suspendessem a greve. O representante dos empresários manteve sua posição e o impasse permaneceu. Foi marcada uma nova reunião para a próxima terça-feira, dia 27, na qual se tentará, novamente, chegar a um acordo para interromper a paralisação, que atinge bancos, empresas de vários segmentos e órgãos públicos de todo o estado.

A negociação é difícil porque trata de temas que os empresários não aceitam discutir. O adicional de risco de vida, por exemplo, é uma questão que passa por legislação federal. “Os empresários só estão dispostos a pagar se houver uma lei que obrigue, não querem entender que o risco de vida é inerente à profissão e que devemos receber o adicional”, informa Claudio José, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói. O Projeto de Lei 1033, que propõe o pagamento de 30 % sobre o salário como adicional por risco de vida a todos os vigilantes, tramita no Congresso desde 2003.

O problema do tíquete-refeição também é polêmico. No passado, o desconto era de 3 % do total mensal do benefício. Mas o Sindicato dos Vigilantes do Estado do Rio de Janeiro – que hoje representa somente dois municípios – fez um acordo com as empresas elevando o desconto ao teto permitido em lei, que é de 20 % . “O sindicato não tinha legitimidade, mas perdemos no tribunal e o desconto ficou valendo para todo o estado”, lamenta Cláudio José. O aumento reivindicado para o valor diário do tíquete – que hoje não chega a R$ 9 e é insuficiente para pagar uma refeição de boa qualidade – será totalmente consumido se o desconto for mantido em 20 % . Mas os patrões não aceitam conceder, no mesmo ano, a redução do desconto e o reajuste no valor e este tem sido um dos principais pontos de impasse nas negociações.

Irregularidades e risco

A greve dos vigilantes está submetendo trabalhadores e população ao risco nas agências bancárias, já que uma liminar do TRT/RJ determinou que as agências funcionassem com apenas um vigilante. Mas a legislação federal para segurança privada determina que haja pelo menos dois seguranças por unidade. Além disso, têm chegado diariamente à Federação informações de que há agências funcionando sem seguranças. O maior problema é que nem mesmo a Polícia Federal, órgão responsável por fiscalizar o cumprimento da legislação, tem dado atenção às denúncias feitas pelas entidades de classe dos vigilantes e dos bancários. Para Claudio José, em caso de assalto, não só as empresas de segurança, mas também os bancos deverão ser responsabilizados. “Um profissional só não dá conta de cobrir toda uma agência bancária e há até agências funcionando sem nenhum vigilante. Os bancos não dão nenhum valor à vida dos trabalhadores, nem dos clientes, eles só pensam nos lucros, não abrem mão de ganhar”, analisa o dirigente.

Com os vigilantes em greve e muitas agências bancárias fechadas, a população tem recorrido a correspondentes bancários. “O fluxo de dinheiro nas casas lotéricas está muito alto, porque recebem depósitos e pagamentos da Caixa e também do BB, além de boletos. O risco é muito grande, porque não há nenhuma segurança nas lotéricas”, pondera o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói.

Sufoco

Como se não bastassem as dificuldades e esforços exigidos durante a greve e o desgaste da negociação, o Sindicato dos Vigilantes de Niterói ainda lida com um problema a mais. Há dois meses as empresas de segurança não fazem o repasse da mensalidade sindical dos associados e o caixa da entidade está baixo. “Nós temos telefonado para as empresas, eles prometem pagar numa determinada data, mas não cumprem a promessa. Estamos numa situação difícil, já que a campanha salarial gera custos altos”, relata Claudio José. O dirigente informa que a entidade vai acionar judicialmente as empresas por apropriação indébita, já que os valores não são repassados ao sindicato, mas as mensalidades estão sendo descontadas dos salários dos trabalhadores sindicalizados.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Escola Dieese abre inscrições para primeira turma

Um sonho há muito acalentado está se concretizando. Entre 22 de março e 22 de maio estarão abertas as inscrições para o processo seletivo da primeira turma da Escola Dieese de Ciências do Trabalho, com 40 vagas para Bacharelado Interdisciplinar em Ciências do Trabalho. As aulas começam no segundo semestre na sede da Escola, que fica em São Paulo. A seleção terá duas etapas: prova de conhecimentos gerais e redação (nível de ensino médio) e entrevista com análise do CV do candidato, mais uma arguiçao oral.
A taxa de inscrição é de R$ 20. Mais informações pelos telefones 3821-2150 e 3821-2155, das 9h às 18h, ou no site da Escola (http://escola.dieese.org.br).

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

CAMPOS: Greve dos vigilantes provoca aumento dos assaltos em lotéricas

Somente na última semana, duas casas lotéricas de Campos dos Goytacazes foram assaltadas e houve tentativa em uma terceira. “Numa das agências assaltadas, o montante levado pelos assaltantes foi estimado em R$ 70 mil”, relata Hugo Diniz, diretor do Sindicato dos Bancários. O valor é alto para movimentação numa lotérica sem que haja concursos acumulados oferecendo prêmios elevados e revela que o movimento destes correspondentes bancários aumentou com a greve dos vigilantes, que começou no último dia 12.



Também em Campos, na madrugada de 18 para 19 de março a agência da CEF no bairro do Pelinca sofreu uma tentativa de assalto, mas os bandidos acabaram presos. Segundo informaram à polícia, os assaltantes teriam ido do Rio de Janeiro a Campos especialmente para assaltar um banco. Saiba mais sobre a tentativa de assalto aqui.  



Com a greve dos vigilantes, muitas agências estão funcionando sem movimentação de numerário. Os bancários selecionam os clientes que serão atendidos e realizam somente liberação de cartões, fornecimento de senhas e outras operações com transferências eletrônicas de valores, sem manipulação de numerário. Assim, a movimentação nas lotéricas aumentou, já que a população precisa realizar pagamentos. Sem vigilantes, as lotéricas são alvos fáceis para a ação de bandidos. “A imprensa não tem divulgado os assaltos às lotéricas, mas eles são muito mais frequentes que os assaltos a banco, porque são estabelecimentos vulneráveis”, informa Ademir Wiederkehr, representante da Contraf-CUT na Comissão de Segurança Bancária. Segundo o dirigente, apenas algumas poucas agências têm câmeras de vigilância ou contratam carro-forte para transportar valores. “A greve dos vigilantes escancara o desvio de função dos correspondentes bancários, que não tem estrutura de segurança para prestar atendimento bancário para a população. As lotéricas foram criadas para vender loterias, não para prestar serviços bancários”, analisa Ademir.



Em Campos, todas as agências bancárias estão funcionando com apenas um vigilante. Já na base do Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis a situação é diferente: as unidades do BB, CEF, HSBC e Santander estão fechadas, mas o Bradesco e o Itaú insistem em manter as agências abertas. “Os funcionários estão fazendo triagem dos clientes para sejam realizados somente atendimentos sem uso de dinheiro em espécie”, informa Jorge Valverde, diretor de imprensa do Seeb-Angra. Cria-se, então, uma situação em que os bancos não realizam as principais operações – pagamentos e recebimentos — que definem a natureza da atividade bancária.



Nas duas situações, fica claro que é preciso redefinir as tarefas e os limites para a autonomia das instituições financeiras. Os bancos estão precarizando os serviços bancários usando correspondentes para atender principalmente clientes baixa renda sem segurança e sem sigilo bancário. Está na hora de fazer uma regulamentação do sistema financeiro nacional para definir o papel dos bancos” pondera Ademir Wiederkehr.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES