Alerta: Caixa caminha a passos largos para a privatização

O governo golpista está atacando ferozmente as estatais e a Caixa, único banco 100% público federal, não fica de fora. Apesar do lucro recorde alcançado em 2017, já foi anunciado um novo PDV, mesmo já tendo havido dois programas do gênero em 2017. Com menos empregados, o atendimento piora e os bancários têm sobrecarga de trabalho. O plano de saúde dos trabalhadores da empresa está sob ameaça, com mudanças no estatuto e uma resolução interministerial para restringir o benefício aos empregados de estatais. A mídia, grande aliada do governo, joga pesado, fazendo campanha para mostrar que a Caixa não é necessária para o país.

A Caixa já teve quase 102 mil empregados em 2014 e hoje tem em torno de 88 mil. Com tamanha redução, o atendimento piora a e carga de trabalho aumenta. Enquanto os funcionários enfrentam problemas de saúde física e mental, para os clientes e usuários, parece que a empresa é ineficiente. Mas a receita é conhecida: com menos empregados, o banco fica mais atraente para os potenciais compradores.

Para os empregados a situação só piora. O novo estatuto da Caixa, aprovado pelo Conselho de Administração em dezembro, impõe limites ao pagamento da PLR e para o custeio do Saúde Caixa, que não poderá passar de 6,5% – o excedente fica por conta dos usuários. Uma resolução da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR) impõe ainda mais restrições: diminui a participação das empresas no custeio dos benefícios de saúde, limita os dependentes a cônjuge e filhos, determina a mudança para contribuição paritária (50/50) dentro de 4 anos; e ainda proíbe a adesão dos novos concursados aos planos de saúde de autogestão – caso do Saúde Caixa.

Alerta geral

Tudo o que vem acontecendo deve servir de alerta para os empregados. “A Caixa está na mira da privatização e é preciso que os funcionários da ativa e os aposentados estejam mobilizados para enfrentar os ataques à empresa”, avisa Luiz Ricardo Maggi, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/Caixa. O movimento sindical bancário já vem alertando o funcionalismo da Caixa há muitos meses sobre esta situação e é preciso que todos se conscientizem de que não se trata de uma ameaça vazia. “O governo golpista já está fazendo cortes de direitos, reduziu os benefícios para os novos concursados e anunciou um novo PDV para enxugar ainda mais o corpo funcional. A mídia faz campanha contra a Caixa. O desmonte já está em andamento e é preciso reagir antes que seja tarde demais”, acrescenta o dirigente.

É importante lembrar que os exemplos brasileiros de venda de estatais à iniciativa privada sempre foram desastrosos. Os setores de telefonia e energia elétrica foram privatizados na década de 90 e hoje temos serviços caros e ineficientes. Enquanto nossas estatais estão prestes a ser vendidas a preço de banana, a Inglaterra está discutindo a reestatização de serviços como abastecimento e tratamento de água, eletricidade e gás e transporte ferroviário. “O governo golpista está na contramão de uma tendência apontada por países que são economicamente muito mais fortes que o Brasil. Não podemos permitir que nosso patrimônio público seja entregue de mão beijada aos megaempresários, principalmente depois desta reforma trabalhista que retirou tantos direitos dos trabalhadores”, pondera Maggi. “O mercado está de olho nos segmentos mais lucrativos da Caixa e precisamos garantir que a empresa continue completa e forte. Nós, funcionários e aposentados, temos papel fundamental nesta luta. E também precisamos falar com o povo, mostrar à população que o Brasil não pode ficar sem a Caixa”, conclui o sindicalista.

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES