Bancos não garantem direitos durante negociação

1ª rodada de negociação não teve sequer definição de agenda. Próxima reunião será dia 12

A primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban terminou com frustração da parte dos trabalhadores. Os patrões se recusaram a assinar o pré-acordo, que garante os direitos da CCT atual até o fim das negociações. Os banqueiros também não acataram a reivindicação de estabelecer um calendário de negociações e marcaram somente a próxima reunião, que acontece em 12 de julho.

A assinatura do pré-acordo é importante para impedir que direitos como tíquete-refeição, cesta-alimentação e auxílio-creche, entre outros, sejam suspensos quando acabar a vigência da atual CCT, em 31 de agosto. Embora até 2016 o princípio da ultratividade ainda estivesse em vigor, assegurando a prorrogação automática de uma convenção ou acordo durante as negociações, o Comando sempre buscou uma garantia a mais, apresentando o pré-acordo que determina esta prorrogação. O documento sempre foi assinado sem dificuldade mesmo quando não era imprescindível. Agora, com o fim da ultratividade, os banqueiros se recusaram a assiná-lo. Vale lembrar que a campanha salarial dos financiários, que também é organizada pelos sindicatos e federações ligados à Contraf-CUT, obteve a garantia de ultratividade assinada desde o início das negociações (veja aqui).

A postura dos negociadores patronais demonstra que as atitudes falam mais alto que as palavras. “Apesar de afirmarem que nossa convenção coletiva é um exemplo a ser seguido e que acreditam no processo de negociação, os banqueiros não garantiram a assinatura do pré-acordo, nem responderam o nosso protocolo de intenções entregue antes da reforma trabalhista”, criticou Nilton Damião Esperança, representante da Fetraf-RJ/ES no Comando Nacional dos Bancários. “No dia dia 31 de agosto acaba a vigência da CCT que garante nossos direitos. Esperamos que na próxima rodada, dia 12, os banqueiros demonstrem que, realmente, estão dispostos a uma negociação com respeito e boa fé e que o discurso se transforme em ação. É fundamental que a Fenaban assine pré-acordo e se comprometa, de fato, com a negociação”, acrescentou o dirigente.

A primeira rodada demonstrou que as negociações não vão ser fáceis e que os patrões estão dispostos forçar a mão. Respaldados pela mudança nas leis trabalhistas, os banqueiros podem tentar riscar da Convenção Coletiva de Trabalho Nacional dos Bancários alguns direitos que já estão garantidos há muitos anos. Diante deste quadro, a mobilização da categoria é fundamental. “A Temos que nos preparar para uma campanha de muita luta diante dessa ‘reforma’ e deste governo que está do lado dos empresários e não tem compromisso nenhum com a classe trabalhadora”, destacou Nilton.

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES