Empregados de bancos privados definem reivindicações

 

Os funcionários do Bradesco, BMB, Itaú e Santander se reuniram em São Paulo nos dias 07 e 08 de junho em São Paulo para discutir as pautas das reivindicações específicas de cada banco. A conjuntura adversa, com a crise política e econômica e as modificações introduzidas pela reforma trabalhista foram parte importante das discussões. Também tiveram destaque nos debates as novas tecnologias, que estão transformando o trabalho bancário e reduzindo o número de postos de trabalho no sistema financeiro.

No BMB, a distribuição da PLR, a implementação de PCCS, fim das metas e do assédio e melhores condições de saúde e trabalho foram alguns dos assuntos discutidos. Também teve destaque a questão do fechamento de agências em Santa Catarina e Espírito Santo, com demissão até mesmo de funcionários com estabilidade provisória. Foi elaborada, ainda uma moção de repúdio contra a postura truculenta e antidemocrática do banco com a redução do número de agências, que foi apresentada durante a Conferência Nacional dos Bancários. A minuta de reivindicações específicas será entregue à direção do banco ainda este mês.

No encontro do Bradesco foi discutida a mudança de estratégia do banco, que redefiniu sua atuação após a redução da Selic. O crédito encolheu, as tarifas subiram e os custos foram reduzidos, o que significou corte de postos de trabalho. O banco vem, ainda, estimulando os clientes a usarem cada vez mais os canais alternativos e as plataformas tecnológicas – internet banking e operações via celular – para restringir o acesso de pessoas às agências. a rede de atendimento está sendo reduzida: além dos 1.214 postos de trabalho cortados somente no primeiro trimestre deste ano, das 845 agências do HSBC incorporadas, 629 já foram fechadas. A minuta de reivindicações foi entregue ao banco na segunda-feira, dia 11.

O encontro do Itaú teve um forte caráter político. Foi consenso entre os presentes que o banco foi um dos principais financiadores do golpe e um de seus principais pilares de sustentação financeira. Foi aprovado que os únicos pontos que a COE vai continuar a discutir com o banco são a SQV, a cláusula 65 e o PCR para 2019-2020. A minuta de reivindicações específicas será entregue ao banco somente após a assinatura da CCT dos bancários.

Os representantes dos funcionários do Santander saíram do encontro com a minuta específica redigida. Foram incluídas algumas alterações pontuais, mantendo os demais pontos que já vinham sendo discutidos com o banco. A proposta de PPRS se mantém inalterada, salvo pela atualização dos valores. Foi tirada uma proposta de regramento do ponto eletrônico. Os trabalhadores vão intensificar a pressão para que o banco assine um Termo de Compromisso, comprometendo-se a negociar previamente com o movimento sindical sempre que for adotar regras da nova legislação trabalhista.

O diretor de Bancos Privados da Fetraf-RJ/ES, Euclides Neto, representou a entidade no encontro e considerou os encontros positivos e destacou a necessidade de empenho não só dos sindicalistas, mas de todos os trabalhadores bancários. “Diante do quadro sombrio, que se apresenta  após a Reforma Trabalhista,  só a mobilização  poderá reverter o cenário. É preciso conscientizar a classe trabalhadora de nas próximas eleições. Eleger não só um presidente, também um Congresso Nacional, que represente a classe trabalhadora , que seja afinado com nossas lutas e não governe apenas para o grande capital”, defendeu.